Trump conseguiu implantar uma desordem na economia mundial

Nos EUA, empresários temem que Donald Trump jogue o país em uma recessão

Cresce a incerteza com o abastecimento de produtos

Pedro do Coutto

Empresários americanos temem que o presidente Donald Trump jogue o país em uma recessão. Na sexta-feira, os principais índices da Bolsa de Valores de Wall Street começaram o dia em baixa.

Os investidores avaliavam a repercussão das últimas ações da guerra tarifária, sinalizando acreditarem em uma desaceleração econômica até que haja mais confiança e que a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para todos os países, exceto a China, provocará uma incerteza mais longa. É nítido o temor diante de uma possível recessão.

INCERTEZA – A cada dia sem acordos sobre as tarifas, cresce a incerteza nos Estados Unidos em relação ao abastecimento de produtos que vêm de outros países. E a preocupação não é só dos investidores. A confiança do consumidor americano na economia atingiu o nível mais baixo desde 1952, segundo pesquisa da Universidade de Michigan, feita dos dias 25 de março a 8 de abril. O índice ficou abaixo inclusive do que previa o mercado financeiro.

Comerciantes também estão ansiosos, sobretudo em relação à sobrevivência dos pequenos negócios diante do impacto das tarifas. A preocupação chegou ao Banco Central americano. Uma diretora da instituição afirmou ao jornal “Financial Times” que os mercados financeiros continuam funcionando dentro da normalidade por enquanto. Mas admitiu que o FED está preparado para intervir e tentar estabilizar o mercado de dívida pública, se ele ficar em desordem.

A China detém US$ 760 bilhões em títulos americanos – atrás apenas do Japão. Uma das preocupações é que a China se desfaça de maneira maciça desses papéis, obrigando os Estados Unidos a pagarem juros mais altos para se financiarem.

DESENVOLVIMENTO – Numa entrevista à imprensa,  Trump, surpreendente como sempre, afirmou que a guerra de tarifas entre os Estados Unidos e a China vai promover o desenvolvimento econômico no mundo.

Um absurdo total, sobretudo diante de uma possível subida dos preços, pois o comércio mundial ao assumir a compra de produtos de toda a espécie, terá que repassar forçosamente a nova escalada para o consumo. Logo, isso caracteriza uma inflação inevitável, pois ninguém vai produzir para estocar ou para não vender.

O fato especulação entra sempre em cena e como não existe débito sem crédito ou vice-versa, a questão vai desaguar no consumo geral, já que pagamos pelos preços estabelecidos. Atrás de cada aumento de preço está a pressão e o lucro. É questionável dizer que a guerra de tarifas vai promover o desenvolvimento no mundo. É uma atitude irresponsável diante do que está se passando. Enquanto isso, a confusão se generaliza na economia.

A piedosa mentira de Del Picchia, diante dos sofrimentos do amor

MENOTTI DEL PICCHIA – FRASES – Pão de Canela e ProsaPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor, ensaísta e poeta paulista Paulo Menotti Del Picchia (1892-1988) mostra o seu total conhecimento sobre o amor e o sofrimento que pode acarretar quando se desfaz. São coisas  nem a “Piedosa Mentira” pode esconder.

PIEDOSA MENTIRA
Menotti De Picchia

Ontem na tarde loura e de aquarela,
alguém me perguntou: “Como vai ela?
Como vai teu amor?” – Eu respondi:
“Não sei. Uma mulher passou na minha vida,
mas não lembro…”. E nessa hora comovida,
como nunca lembrava-me de ti!

E menti por pudor… A mágoa que alvoroça
nosso peito é tão santa, tão pura, tão nossa
que se esconde aos demais.

E se uma voz indaga contristada:
“Estás sofrendo?” – “Não, não tenho nada…”
E é quando a gente sofre mais…

Tarifaço pode gerar perdas de até US$ 2 trilhões à economia global este ano

Efeitos já estão sendo sentidos em diversos países

Pedro do Coutto

Realmente, as medidas determinadas pelo presidente Donald Trump a respeito das tarifas comerciais estão abalando não somente os Estados Unidos e a China, mas também se refletindo de forma generalizada em uma série de outros países.  Há uma grande preocupação de como se dará a saída para essa crise iniciada pelo presidente americano e que está criando um grande desequilíbrio no cenário internacional.

As medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos durante o segundo mandato de Donald Trump podem provocar um impacto negativo de até US$ 2 trilhões na economia global apenas neste ano, segundo especialistas. Os efeitos da atual política comercial dos Estados Unidos, centrada na elevação de tarifas de importação, já estão sendo sentidos por meio da desaceleração econômica observada em diversos países.

QUADROS POSSÍVEIS – Caso o cenário se restrinja a um período inferior a um ano, os danos poderão ser contidos e não haja nenhum declínio sério na economia global. Entretanto, a manutenção das tarifas além de 2025 poderá agravar significativamente o cenário econômico internacional e o seu impacto sobre a economia mundial já será mais grave. As perdas anuais poderão variar entre dois e três trilhões de dólares, afetando principalmente os países com maior integração nas cadeias globais de produção e comércio.

O governo Trump justifica a política tarifária como um instrumento para promover a reindustrialização dos Estados Unidos. No entanto, análises de economistas indicam que, ao invés de estimular o crescimento, as medidas adotadas podem desencadear uma recessão global. A crise, neste caso, teria origem nas disputas comerciais entre grandes potências, diferentemente do que ocorreu em 2008, quando o colapso partiu do setor financeiro.

A política de tarifas tem como alvo prioritário a China, maior parceiro comercial dos Estados Unidos. As restrições impostas às importações de produtos chineses afetam também terceiros países, fornecedores de matérias-primas, componentes e serviços inseridos nas cadeias produtivas que abastecem o mercado norte-americano.

REFLEXOS – Os efeitos da guerra tarifária sobre o comércio internacional têm sido acompanhados por instituições multilaterais e observadores do mercado financeiro. Relatórios recentes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam uma desaceleração no volume de trocas globais, influenciada por políticas protecionistas e pela incerteza nas relações entre os principais blocos econômicos. No setor privado, empresas com atuação transnacional têm enfrentado dificuldades logísticas e operacionais decorrentes da instabilidade nas regras de comércio.

A redefinição de contratos, a adaptação a novas rotas de fornecimento e o aumento dos custos de importação e exportação estão entre os principais reflexos identificados nos últimos meses.  A posição adotada pelos Estados Unidos nas próximas cúpulas econômicas internacionais, incluindo reuniões do G20 e fóruns da OMC, será observada com atenção por analistas e autoridades. O desfecho das negociações poderá influenciar decisões de investimento, políticas industriais e estratégias de integração comercial em diversas regiões.

CUSTOS –  A cada dia o problema se acentua, pois os países que não têm uma economia tão forte, sofrem os impactos das ações envolvendo os EUA e a China. A saída para essa crise que se desenhou não está sendo avaliada totalmente, pois a questão pode evoluir para uma situação gravíssima, atingindo os custos inflacionários. Não há perspectivas à vista, já que a guerra comercial que já se estabeleceu não deve terminar de uma hora para outra.

Os mercados voltaram a cair no mundo no dia de ontem, ameaçando o desenvolvimento econômico de forma generalizada à medida em que o consumo se retrai. A incerteza voltou a predominar após o anúncio da Casa Branca taxando a China em 145%. Os investidores estão em posição de cautela, pois ninguém pode avançar fortemente ou manter o ritmo anterior se não não há certezas sobre o dia de amanhã.

Piada do Ano! Mendonça na Parada Gay e Barroso na Marcha para Jesus

Vídeo: Barroso e Mendonça discutem após ligação da CNBB - 20/06/2024 -  Brasília Hoje - Folha

Barroso chamou Mendonça para prestigiar a Parada Gay

Vicente Limongi Netto

Nem só de notas amargas, debochadas, ameaçadoras ou deselegantes, vive a formidável mídia brasileira. Volta e meia, o leitor observador – pouquinha coisa mais do que os outros – vira a página do bom jornal impresso e descobre uma nota saborosa. Que encanta o leitor pela fidalguia e bom humor. O noticiário realmente clama por notícias agradáveis.

A boa “Coluna do Estadão”, do dia primeiro de abril deliciou o leitor com o diálogo entre dois ministros do STF, Luiz Roberto Barroso e André Mendonça. O presidente da Suprema Corte entrou sério (sigo relatando a nota) na antessala do plenário e disse que gostaria de enviar o ministro Mendonça para uma missão institucional.

Mendonça, conhecido por ser “terrivelmente evangélico”, aproximou-se e ouviu de Barroso: “Gostaria de te designar para me representar na Parada Gay de São Paulo”. Mendonça não se fez de rogado e entrou na brincadeira: “Eu vou, presidente, mas o senhor terá que ir na Marcha para Jesus no meu lugar”.

A cativante cena terminou com boa gargalhada de Barroso, que havia acabado de receber um convite para a abertura do evento, que será em junho. 

RESPEITADA – A colunista Marlene Galeazzi foi homenageada pelo Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Fez palestra sobre sua extensa e vitoriosa trajetória profissional. Encantou a todos. Poucas e raras jornalistas têm o currículo da experiente Galeazzi. Trabalhou no Estadão, na Veja, Jornal de Brasília, tem Face e Instagran e é colunista do Jornal Brasília Agora e da revista Caras. 

MERECIMENTO– Boa sacada da Câmara Legislativa do Distrito Federal, aprovando e criando, por unanimidade, o dia do Sistema S em Brasília. A proposta é do presidente da Casa, Wellington Cruz, do MDB. O presidente do Sistema Fecomércio do DF, José Aparecido, agradeceu e considerou a iniciativa “um marco”. O dia S em Brasília será 16 de maio. 

ALEGRIA, ALEGRIA – Brilhando a estrela de Renato Gaúcho. Dois jogos, duas vitórias. Ganso retornando com o brilho habitual de autêntico maestro. Meia cerebral, gênio. O Fluminense mostrando que vai lutar por títulos. O elenco é bom. Não vai se intimidar com nenhum adversário.

LASCADO – O ex-governador José Roberto Arruda fez artigo medonho, patético e destrambelhado, no Correio Braziliense (10/04), com elogios ao inacreditável ex-governador Cristovam Buarque. Arruda foi chutando a jaqueira, chamou Buarque de “sábio”. A blasfêmia doeu na virilha. O mesmo Buarque demitido do MEC pelo telefone, por Lula. O mesmo Buarque, o mais medíocre reitor da UnB, o mais fraco governador de Brasília e o mais medíocre senador pelo Distrito Federal.

FARDÃO DA ABL? – Arruda não se enxerga. No seu papelucho quer que o brasiliense faça Pix para o fardão da ABL. Arruda que pague do bolso dele, porque segundo a justiça ele tem boas economias. A tragédia de eleger-se Buarque poderá acontecer caso os acadêmicos estejam tirando profunda soneca na hora de votar.

Arruda também erra feio bajulando Darcy Ribeiro e Anisio Teixeira, “criadores da Universidade de Brasília”. Arruda fique sabendo que quem criou a UnB foi o presidente Juscelino Kubitschek. Darcy foi apenas o primeiro reitor da instituição. E olhe lá. 

E as águas de março vieram mais uma vez, fechando o verão de Jobim…

No Brasil é tudo importado: eu, você, a língua, os índios, a cana-de-açúcar e o café.... Frase de Tom Jobim.Paulo Peres
Poemas & Canções

O maestro, instrumentista, arranjador, cantor e compositor carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994) é considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira e um dos criadores do movimento da bossa nova.

A letra de “Águas de Março” é basicamente descritiva, repertoriando uma série de elementos que visam construir a atmosfera desencadeada pelas chuvas num ambiente mais rural.

“Águas de Março” é uma das canções mais representativas da trajetória de Tom Jobim como compositor, cuja primeira gravação saiu em um compacto encartado no semanário “O Pasquim”, em 1972. A música contaria depois com a célebre gravação em que Tom fez em dueto com Elis Regina, no disco “Elis & Tom”, gravado em Los Angeles e lançado em 1974.

ÁGUAS DE MARÇO
Tom Jobim

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando,
É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã,
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, minho
Resto, toco, oco, inho
Aco, vidro, vida, ó, côtche, oste, ace, jó

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Tarifas dos EUA contra a China somam 145% e mundo aguarda reação

Charge do Gilmar Fraga (gauchazh.clicrbs.com.br)

Pedro do Coutto

O  presidente Donald Trump conseguiu estabelecer uma confusão no mundo através da política que adotou para fixar tarifas relativas ao comércio exterior. As autoridades chinesas reagiram com firmeza nesta quinta-feira à aplicação de tarifas  sobre produtos do país, anunciada por Trump. Em declarações públicas, porta-vozes do governo da China reforçaram que o país não aceitará pressões unilaterais e está disposto a enfrentar uma guerra comercial caso os Estados Unidos insistam em intensificar o conflito.

“O governo chinês absolutamente não ficará de braços cruzados enquanto outros tentam retirar os direitos e interesses legítimos do povo chinês ou sabotar as regras do comércio internacional e o sistema multilateral”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. Já o Ministério do Comércio foi mais enfático: “Se os EUA estão determinados a travar uma guerra comercial, a China lutará até o fim”. A pasta acrescentou que qualquer negociação deve ocorrer com base em respeito mútuo e igualdade, rechaçando o que chamou de “pressões, ameaças e chantagens”.

GANHOS EGOÍSTAS –  Pequim também acusou Washington de “armar tarifas para obter ganhos egoístas” e afirmou que suas contramedidas buscam proteger não apenas os próprios interesses, mas também “a justiça internacional e os interesses comuns da comunidade internacional”.

Em paralelo ao tom duro com os EUA, as autoridades chinesas reafirmaram abertura para o diálogo e a cooperação com demais parceiros comerciais. “As relações China-América Latina resistiram ao teste da turbulência internacional e entraram em uma nova fase marcada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios tangíveis para o povo”, disse Xi em comunicado.

A revolta internacional foi muito grande devido às medidas do presidente americano, que afirmou que iria pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, reduzindo para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.Ontem, a Casa Branca confirmou que a tarifa cumulativa sobre a China totalizaria, na verdade, 145%, muito acima do nível que muitos economistas disseram poder dizimar o comércio entre os EUA e a China.

RETALIAÇÃO – Trump tenta não somente combater o déficit comercial dos EUA com a China, mas também punir Pequim por retaliar contra os impostos de importação americanos. Esse número, divulgado em um memorando da Casa Branca nesta quinta-feira, soma-se à tarifa de 20% imposta no início deste ano devido ao papel da China no tráfico de fentanil. As duras tarifas dos EUA sobre a segunda maior economia do mundo ocorrem em meio a uma guerra comercial crescente de retaliações sucessivas, que tem deixado os mercados financeiros globais em alerta.

O vaivém de Trump em relação a sua política tarifária vem deixando os mercados em polvorosa. As bolsas na Ásia fecharam em forte alta, e as da Europa dispararam, refletindo o anúncio do presidente dos EUA de suspender por 90 dias a maioria das tarifas, em uma trégua na sua guerra comercial. O otimismo, porém, não é acompanhado pelas bolsas de Nova York e do Brasil.

Trump, no fundo, não tem certeza do que está fazendo. Caso contrário, não provocaria a China dessa forma. Os noventa dias aos quais Trump se refere têm características de uma trégua, sobretudo com países da União Europeia que vão respirar ao longo de três meses sob a perspectiva de um novo entendimento com a Casa Branca.

EFEITO GLOBAL –  No episódio ficou configurada uma guerra tarifária de Trump contra o governo de Pequim. Terá efeito global, pois temos que considerar que Estados Unidos e China são responsáveis por 37% do produto mundial bruto, portanto mais de um terço do produto mundial.

Trump, numa entrevista na Casa Branca, disse que está sendo bajulado por vários países possivelmente dispostos a fazer qualquer coisa por um acordo com os Estados Unidos. Logo, de um lado, ele ataca a China e de outro utiliza uma linguagem voltada para humilhar diversas outras nações. O cenário internacional segue sob tensão à espera dos novos movimentos no tabuleiro da economia global.

Novo ministro tem 15 dias para responder sobre fraudes antigas de Roberto Marinho

Quem é Pedro Lucas, novo ministro das Comunicações de Lula

Pedro Lucas vai assumir enfrentando um problema grave

Carlos Newton

O próximo ministro das Comunicações, deputado Pedro Lucas (União-MA), terá poucos dias para responder à Controladoria-Geral da União, que há duas semanas deu àquela pasta o prazo de 30 dias para finalizar as investigações sobre o uso de documentos falsos por Roberto Marinho na ditadura militar, para se apossar do controle acionário da TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo).

Em março de 2023, por solicitação do gabinete da Presidência da República, o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, já havia determinado às diretorias técnicas que concluíssem a apuração das ilegalidades cometidas por Marinho. Mas as investigações sofreram manipulação e não foram aceitas pela CGU.

APURAÇÃO FRAUDADA – A apuração conduzida durante a gestão de Juscelino Filho foi totalmente fraudada, porque o Ministério usou como provas a favor de Marinho justamente os mesmos pareceres antigos que se baseavam nos dados falsos encaminhados pela TV Globo ao governo federal.

Assim, segundo as diretorias técnicas do Ministério no governo Lula, “não foi demonstrado nenhum indício de irregularidade praticada no âmbito da administração pública que justifique a adoção de medidas”.

Mas os herdeiros da família Ortiz Monteiro,  controladores da antiga TV Paulista, recorreram à Controladoria-Geral da União, que não aceitou os argumentos ardilosos  do Ministério das Comunicações e deu 30 dias para que seja refeita a investigação, que deve acabar em duas semanas.


CONHEÇA AS 10 PERGUNTAS QUE
A CGU QUER VER RESPONDIDAS

1 – Roberto Marinho comunicou ao governo que, em 9 de novembro de 1964, adquiriu de Victor Costa Júnior, de 24 anos, 52% do capital da Rádio Televisão Paulista S/A. Como isso ocorreu se Victor Costa Júnior jamais foi dono ou herdeiro de ações da TV Paulista?

2 – Um mês depois, em dezembro de 1964, Marinho comunicou ao governo que teria adquirido os mesmos 52% do capital com base em recibo repleto de falsidades, mediantes falsas procurações, inclusive, outorgadas por acionistas majoritários mortos há tempos, e tudo por Cr$ 60.396,00, valor equivalente a singelos 35 dólares. Como o governo pode ter aceitado que ele comprou a empresa de duas formas diferentes?

3 – Em 10 de fevereiro de 1965, o sr. Victor Costa Júnior teria realizado uma Assembleia-Geral Extraordinária, na sede da emissora à Rua das Palmeiras, 322, bairro Santa Cecília, em São Paulo, para deliberar sobre o aumento do capital da empresa. Dos 650 acionistas só compareceu um, o sr. Armando Piovesan, empregado de Victor Costa Jr. e titular de apenas duas das 30 mil ações. E compareceu também Roberto Marinho, como “investidor”. O capital da empresa era de Cr$ 30 milhões foi elevado para Cr$ 400 milhões (cerca de 200 mil dólares. Roberto Marinho passou a ser titular de 95% do capital da empresa, incluindo as 15.100 ações da família Ortiz Monteiro e que Victor Costa, estranhamente, teria negociado com o mesmo Roberto Marinho, porém, por Cr$ 3,75 bilhões, equivalentes a 2 milhões de dólares – três meses antes e sem haver prévia autorização do governo. Como o Ministério aceitou essas falsidades?

4 – Por 15.100 ações, em 9 de novembro de 1964, Roberto Marinho pagou a Victor Costa Jr. cerca de 2 milhões de dólares. Assim, três meses depois, em 10 de fevereiro de 1965 e com apenas 200 mil dólares, como pôde transformar-se em titular de 385.000 ações, aportando um valor 40 vezes menor do que pagou a Victor e passando a titular de um total de ações 30 vezes maior?

5 – Em se tratando de outorga de concessão para a exploração de canal de TV, espera-se que a documentação exigida seja verdadeira. porque só assim o governo avaliaria as possibilidades dos requerentes, situação financeira e idoneidade. No caso, nada disso importou, pois a determinação da ditadura era para ser aprovado o pedido de Marinho, empresário que deu suporte e apoio ao regime militar de 1964 a 1985, acobertando as arbitrariedades perpetradas. Como o governo pôde ignorar tantas ilegalidades na outorga da concessão da emissora?

6 – Sem maiores exames, em maio de 1965, estando a empresa já sob o controle de Roberto Marinho, o presidente Castelo Branco assinou a Portaria 163/165, autorizando a transferência do controle da Rádio Televisão Paulista S/A para Marinho. Castelo só fez uma exigência: que o empresário da Globo regularizasse o quadro de acionistas da emissora em 180 dias. Marinho cumpriu a exigência?

7 – Por ser o chefe civil da ditadura, Roberto Marinho não cumpriu a exigência. Sucederam-se os governos Castelo, Costa e Silva, a Junta Militar, o governo Médici. Cansado de tanto ser amolado para cumprir a lei, finalmente, em 30 de junho de 1976, Roberto Marinho convocou uma Assembleia para regularizar o quadro societário. Distraidamente, colocou em ata que estavam presentes os acionistas Hernani Junqueira Ortiz Monteiro (morto em julho de 1962 – há 12 anos), Manoel Vicente da Costa (morto em dezembro de 1964 – há 14 anos), enquanto Manoel Bento da Costa e Oswaldo Junqueira estariam representados por meio de procurações nunca exibidas. Como os militares aprovaram que Marinho, sem pagamento algum, se apossasse das ações da família Ortiz Monteiro e dos mais de 600 outros acionistas que nunca foram procurados e nem informados desses atos?

8 – Com fundamento nessa nova fraude, o governo Geisel, em 11 de fevereiro de 1977, concluiu a farsa baixando a Portaria 430/77, dando por regularizada a situação societária da Rádio Televisão Paulista S/A, que desde 1973 já se denominava TV Globo de São Paulo Ltda. e agora é integrante da Globo Comunicação e Participações S/A. Para tanto, houve mais uma prática ilícita: dois diretores da confiança de Roberto tiveram que falsificar centenas de termos de transferência de ações ordinárias e preferenciais das centenas de acionistas fundadores, em favor de Roberto Marinho. Tudo isso está nos processos que tramitam no Ministério das Comunicações e sobre o que os atuais diretores técnicos do órgão afirmaram por escrito não terem percebido nenhuma ilegalidade e nenhum favorecimento. Essa trama enfim vai ser resolvida aqui ou na OEA, na ONU ou no Tribunal Penal Internacional?

9 – Faltam 15 dias para o ministro que substitui Juscelino Filho responder às perguntas que a CGU lhe está fazendo. Será ele vai responder?

10 – Por fim, a pergunta que mais interessa: será possível acreditar na CGU, no artigo 37 da Constituição e nas Súmulas 473 e 346 do Supremo Tribunal Federal?

China responde a tarifaço de Trump e a situação fica complicada

Charge de Allan Yu (Xinhua)

Pedro do Coutto

Como era previsto, a China respondeu às novas tarifas dos Estados Unidos anunciando, nesta quarta-feira, sobretaxas de 84% aos produtos americanos. A medida passa a valer a partir de hoje e representa um novo capítulo da guerra comercial entre as duas principais economias globais.  A resposta veio poucas horas depois que os Estados Unidos impuseram novas tarifas a quase 60 países.

“A escalada tarifária dos Estados Unidos contra a China acumula erros sobre erros e infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China”, disse o Ministério do Comércio chinês , acrescentando que também prejudica o sistema de comércio multilateral baseado em normas.

VULNERABILIDADE – A China quer proteger a sua economia das tarifas americanas com o estímulo do consumo e investimentos em setores cruciais. Porém, analistas afirmam que o país continua muito vulnerável ao reflexo das medidas anunciadas por Donald Trump. Pequim prometeu lutar “até o fim” contra a campanha tarifária de Washington.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Li Qiang declarou que a China confia “plenamente” na resistência de seu crescimento econômico. Na prática, a economia chinesa enfrenta problemas mesmo antes das tarifas americanas, com o elevado índice de desemprego entre os jovens e uma crise imobiliária persistente que freia o consumo.

No ano passado, o comércio exterior foi um dos poucos indicadores positivos da economia chinesa, tendo os Estados Unidos como principal destino dos produtos chineses. As exportações do país asiático para os Estados Unidos alcançaram quase U$ 440 bilhões (R$ 2,6 trilhões) em 2024, segundo o Departamento de Comércio americano, muito acima do registrado no sentido contrário de U$ 114,6 bilhões (R$ 688 bilhões).

EXPORTAÇÕES –  A maior parte das exportações é representada por produtos eletrônicos, máquinas e bens de consumo. Uma das razões pelas quais a China poderá enfrentar problemas é que alguns produtos são concebidos especificamente para os mercados americano e europeu.

As consequências dessas medidas impostas por Trump são muito ruins para o mercado global, pois afetará os consumidores dos produtos que foram super taxados. Trump está lidando até com contradições internas de sua equipe, com acusações de incompetência feitas por Elon Musk. A confusão é muito grande estabelecida pelo presidente americano, e agora é muito difícil qualquer recuo na situação. São imprevisíveis os desdobramentos das medidas tarifárias, pois o mercado não pode ser regido por uma lista de produtos, conforme anunciado por Trump.

A suspensão do tarifaço por 90 dias foi um alívio para o mundo, mas a guerra comercial contra a China parece declarada e irrevogável.

As mulheres que Toninho Geraes amou foram cantadas por Marinho da Vila

Toninho Geraes, um grande cidadão do samba

Paulo Peres
Poemas & Canções 

O cantor e compositor mineiro Antônio Eustáquio Trindade Ribeiro, conhecido como Toninho Geraes, revela na letra de “Mulheres” que, após ter vários tipos de mulheres, sem encontrar a felicidade em nenhuma delas, finalmente, encontrou a pessoa certa que um dia sonhou ter para si. Este samba foi gravado por Martinho da Vila no CD “3.0 Turbinado ao vivo”, em 1999, pela Sony Music, fazendo enorme sucesso.

MULHERES
Toninho Geraes

Já tive mulheres de todas as cores
De várias idades, de muitos amores
Com umas até certo ponto fiquei,
Com outras apenas um pouco me dei.

Já tive mulheres do tipo atrevida
Do tipo acanhada, do tipo vivida,
Casada, carente, solteira e feliz
Já tive donzela e até meretriz.

Mulheres cabeças e desequilibradas
Mulheres confusas, de guerra e de paz
Mas nenhuma delas, me fez tão feliz
Como você me faz.

Procurei, em todas as mulheres a felicidade
Mas eu não encontrei, fiquei na saudade
Foi começando bem, mas tudo teve um fim.

Você é o sol da minha vida, a minha vontade
Você não é mentira, você é verdade
É tudo que um dia eu sonhei pra mim!

Trump ameaça a China e agrava a possibilidade de uma crise mundial

Em “O Ébrio”, o ápice do romantismo exacerbado de Vicente Celestino

Tribuna da Internet | Uma extraordinária canção, que virou peça de teatro,  filme e novela de televisão

Propaganda do filme “O Ébrio”, que bateu recordes de bilheteria

Paulo Peres     Poemas & Canções

O cantor (tenor), ator e compositor carioca Antônio Vicente Felipe Celestino (1894-1968) lançou um estilo caracterizado pelo romantismo exacerbado, comovendo e arrebatando um grande público durante a primeira metade do século XX, através do teatro, do rádio, de discos e do cinema nacional.

A letra dramática da música “O Ébrio”, repleta de desventuras e imagens beirando a pieguice, era uma perfeita sinopse para o enredo de um filme, desde o prólogo falado à parte musical propriamente dita. Nesta, o contraste da primeira parte, no modo menor, com a segunda, no modo maior, contribui para ressaltar a tragédia do protagonista.  

O filme “O Ébrio”, lançado em 1946, com Vicente Celestino no papel principal, obteve recordes de bilheteria.

A canção “O Ébrio” gravada por Vicente Celestino, em 1936, pela RCA Victor, também inspirou naquele ano uma peça de teatro e, em 1965, uma novela na TV Paulista. 

O ÉBRIO
Vicente Celestino

Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da glória. Durante a minha trajetória artística tive vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas acabavam fugindo com outros, deixando-me a saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita… E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio…

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos

Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes… confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei

Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo

Maioria dos brasileiros é contra a anistia aos envolvidos em tentativa de golpe

Para 56% da população, envolvidos devem continuar presos

Pedro do Coutto

Os governadores Tarcisio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado apoiaram a passeata de domingo na Avenida Paulista em favor da anistia aos depredadores de Brasília do 8 de janeiro.

Porém, apesar do empenho dos manifestantes liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, a nova pesquisa Quaest, divulgada neste domingo, mostra que 56% dos brasileiros são contrários à anistia aos envolvidos nos ataques, enquanto 34% defendem que o grupo seja solto. O restante (10%) não sabia ou não respondeu.

OPINIÕES – A pesquisa revela que, entre quem votou no então candidato Lula no 2º turno das eleições de 2022, 77% acreditam que os envolvidos nos ataques devem continuar presos por mais tempo e cumprirem suas penas. Entre os eleitores de Bolsonaro, o índice é de 32%; e no grupo de quem não votou ou votou branco/nulo, de 53%. A defesa à anistia é manifestada por: 15% de quem votou em Lula; 61% de quem votou em Bolsonaro; 31% de quem não foi votar ou votou branco/nulo.

Em relação à pesquisa de dezembro de 2024, não houve oscilação nos índices relativos à participação de Bolsonaro no planejamento dos ataques: 49% dos brasileiros continuam acreditando que o ex-presidente participou da tentativa de golpe, enquanto 35% dizem que não.

O levantamento também mostra que 49% das pessoas consideram justa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em tornar Bolsonaro réu; 36% classificam a decisão como “injusta”, e 12% não souberam ou não quiseram responder.

DIVISÃO – As opiniões são diferentes em cada eleitorado: entre quem votou em Lula em 2022, 80% aprovaram a decisão do STF; entre quem escolheu Bolsonaro, 16%. Os brasileiros que anularam o voto ou que votaram em branco estão mais divididos: 51% consideraram o posicionamento do STF justo (30% acharam injusto, e 19% não quiseram ou não souberam responder).

A participação dos governadores e aliados de Bolsonaro mas não rendeu pontos favoráveis do ponto de vista político. Claro que eles estão jogando para obter os votos do bolsonarismo. Porém, a manifestação do último domingo não foi suficiente para mobilizar a corrente a favor dos que participaram do ato de 8 de janeiro. O bolsonarismo, dessa forma, não ganhou força adicional.

Documentário sobre Brizola, exibido pelo Canal Curta, é uma aula de Política

Nenhuma descrição de foto disponível.José Carlos Werneck

O Canal Curta exibiu, na sexta-feira passada, o documentário “Brizola”, de Marco Abujamra, que conta como se deu a construção da classe política brasileira, de Getúlio Vargas ao século XXI, através da trajetória de Leonel Brizola. Com fatos históricos detalhados, revela um Brizola astuto, ambicioso e conciliador, que foi admirado por muitos e odiado por tantos outros.

Seus admiradores o consideravam um político apaixonado pelo Brasil e por seu povo. Mas seus adversários tentavam responsabilizá-lo pela “inauguração” da era de insegurança pública em seus governos, na cidade do Rio de Janeiro, como se não existissem favelas antes dele.

PREOCUPAÇÃO – No documentário Le,onel Brizola aparece comentando a questão da violência na cidade e inclusive mostra-se preocupado com o assunto.

O filme é excelente e merece ser assistido com atenção por todos os interessados em conhecer melhor a História do Brasil.

Com imagens tiradas de fatos reais, o documentário desperta interesse do começo ao fim e é muitíssimo fiel aos acontecimentos.

POEMA DE NERUDA -Uma curiosidade é que o filme mostra um belíssimo poema do poeta chileno Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura,   em homenagem a Leonel Brizola.

O filme será reprisado e é só entrar no site do Curta para ver os dias e os horários de exibição.

Imperdível!

Pensei que o canal SportTV tinha saído do ar, mas foi um boato

Comentaristas do Fechamento analisam quem teve a melhor estreia no Brasileirão

Fechamento do SporTV era apenas propaganda enganosa

Vicente Limongi Netto 

É com pesar que comunico aos torcedores o fechamento do canal SporTV. Estamos arrasados. O canal tinha vários ex-jogadores fantasiados de analistas. Além de rabiscadores vindos de jornais e revistas. Ganhava de programas humorísticos. Duro saber qual deles é o mais pretensioso.

Embora nunca tenham jogado nem pedra em mangueira. Quanto mais futebol. Enchiam a boca para falar sandices contra jogadores. Abusavam das críticas. Alguns um pouco mais palermas, insultavam e diminuíam o atleta profissionalmente. Esqueciam, por má fé, ignorância ou ambas as coisas, que o futebol é o ganha-pão dos jogadores. O sustento de suas famílias.

FOI ENGANO… – Nessa toada, já estava perto de concluir estas abençoadas linhas, quando fui informado pelo porteiro do meu prédio que o canal SporTV continua vivo. A notícia era piada. Ou seja, eles continuam prestando imensos e diários desserviços ao futebol e ao esporte em geral.

Fechamento é o nome do novo programinha do SporTV, que traz o craque Denison. Deus do céu. Falta de originalidade é isso. Fechamento comandado pelo André Rizek (que não se perca pelo nome). Prolixo e desagradável. Sabidão de meia pataca. Como sempre, diante de tantas imbecilidades do canal SporTV, somos salvos pelo controle remoto.

80 ANOS – A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) comemora 80 anos com forte incremento de suas atividades de lazer, saúde e cultura, através das Federações de Comércio.

Para deixar bem claro quem paga a conta desses benefícios ao povo brasileiro, o presidente da CNC, Roberto Tadros, salienta que “são os empresários do setor que financiam voluntariamente esse grande sistema de promoção social e qualificação profissional, com resultados concretos para o Brasil”.

Protestos nas ruas demonstram que Trump errou a dose de suas reformas

Parem o mal': milhares vãos às ruas nos EUA contra Donald Trump

Nos Estados Unidos a democracia é sempre levada a sério

Roberto Nascimento

Neste sábado, dia 5, milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades dos 50 Estados americanos, protestar contra Donald Trump e Elon Musk, contra as demissões em massa de servidores públicos e os cortes na Previdência e nas Agências de Proteção Social. O slogan dos manifestantes é: “Tirem as mãos daí!”

E olhem que o governo Trump tem menos de três meses e os americanos já começam a sentir o bafo do fogo do inferno. Aumenta a cada dia o número de americanos que se arrependem de terem votado em Trump.

TEMPOS CAÓTICOS – O clima nos EUA é o pior possível, porque já se sabe que a conta não ficará salgada apenas para imigrantes, mas também para os funcionários públicos, para as minorias LGBT e principalmente para os pobres, devido ao cenário de recessão, que pode provocar um efeito dominó em escala global.

Donald Trump está atropelando tudo, até acordos comerciais como o Nafta, celebrado entre EUA, Canadá e México, aprovado pelo Congresso nas duas Casas Legislativas. Atribuir 25% por cento ao tarifaço contra o Canadá e o México extrapolou a lógica e o bom senso.

Com medidas radicais, Trump torna os Estados Unidos, um país em quem não se pode confiar. Na quinta-feira, o Senado americano rejeitou as tarifas contra o Canadá, com parlamentares republicanos votando contra Trump. Falta a votação na Câmara dos Deputados, e maioria republicana. Será a primeira derrota de Trump no Legislativo.

GUERRA COMERCIAL – Como era esperado, a China aplicou a reciprocidade, imputando tarifas de mais de 40 por cento a todos os produtos americanos. A Guerra Comercial segue a todo vapor.

O Brasil deveria ficar satisfeito, porque 10 por cento, aplicado por Trump, é das menores tarifas globais, abaixo até da Argentina. Não é hora de brigar com o ogro da América. Ele vai se desgastar ao longo do tempo e aí, tudo voltará ao normal.

No setor do agronegócio, que é o nosso forte, devemos aumentar as vendas para a China, nossa parceira, e também para os próprios Estados Unidos, substituindo exportações de nossos maiores rivais, que foram sobretaxados mais pesadamente por Trump.

Uma homenagem do moderno Leminski aos poetas mais antigos

Tudo o que eu faço alguém em mim que... Paulo Leminski - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário, tradutor, professor, escritor e poeta paranaense Paulo Leminski Filho (1944-1989) invoca no poema “Poetas Velhos” uma reverência aos mais antigos.

POETAS VELHOS
Paulo Leminski

Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.

Lula lidera pesquisa para eleições em todos os cenários, aponta Datafolha

Anistia será aprovada, mas Bolsonaro continuará inelegível, podem apostar

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Carlos Newton

Foi impressionante a adesão ao ato público organizado e aparentemente pago pelo pastor evangélico Silas Malafaia para defender a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe contra o governo de Lula da Silva, no final de 2022 e início de 2023.

As imagens aéreas do G1, feitas antes das 15 horas, já exibiam uma impressionante massa na Avenida Paulista, apesar da previsão de forte chuva no decorrer do período, como dizem os meteorologistas.

PLACAR IMPLACÁVEL – Ao mesmo tempo, o jornal Estadão aumentava em seu site o número de deputados que apoiam a anistia, que passaram a 197, enquanto os que rejeitam estão em 127 e os que ainda não se decidiram são 189. Em tradução simultânea, a projeção desses números mostra que a anistia será aprovada com facilidade pelo Congresso.

Mas isso não significa que o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo anistiado, possa ser candidato na eleição de 2026. Já explicamos aqui na Tribuna da Internet que o problema dele é muito complicado e delicado, devido às duas condenações que sofreu no Tribunal Superior Eleitoral, que lhe tiraram a elegibilidade.

A primeira condenação ocorreu em 30 de junho de 2023 e a segunda foi decidida pelo TSE em 31 de outubro do mesmo ano.

CRIMES COMETIDOS – Nos julgamentos houve a mesma contagem dos votos (5 a 2). Em junho, Bolsonaro foi condenado por “abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação” durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022. Ficou inelegível por oito anos.

Em outubro, a condenação foi por “abuso de poder político e econômico” nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022 em Brasília e no Rio de Janeiro. Com a decisão, foi declarada a inelegibilidade por oito anos, contados a partir do pleito de 2022.  

O plenário ainda reconheceu, também por maioria, a prática de “conduta vedada a agente público”, irregularidade que resultou na aplicação de multas no valor de R$ 425.640,00 a Bolsonaro.

COMO ANISTIAR? – A pergunta que não quer calar é a seguinte: “Como incluir no projeto a anistia a Bolsonaro por esses crimes eleitorais?”

Teria de ser um dispositivo assim: “Ficam anistiados também os crimes eleitorais de abuso de poder político e econômico praticados na campanha de 2022, assim como os crimes de uso indevido dos meios de comunicação”.

É possível? Sim, mas é um dispositivo tipo jabuticaba, totalmente inconstitucional, posto que redigido direta e especificamente para possibilitar a candidatura de Bolsonaro. Quem teria coragem de apresentar uma emenda desse tipo? Ora, pelo menos 197 deputados estão dispostos a fazer esse sacrifício cívico.

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P.S. 1 –
O problema é que existem vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores e governadores, espalhados pelo país, que estão inelegíveis por “abuso de poder político e econômico” ou “uso indevido dos meios de comunicação”. Todos serão anistiados na mesma boiada?

 P.S. 2O Supremo, é claro, será chamado a decidir a questão, para dizer se esse dispositivo é constitucional, apesar de ter nascido com impressões digitais tão bem definidas. Juridicamente, não acredito que haja chances de Bolsonaro ser anistiado. Mas neste Supremo que temos aí, tudo é possível. (C.N.)

Uma genial conversa de botequim, na criatividade de Noel e Vadico

NOEL ROSA - Discografia Brasileira

Noel Rosa, na visão do pintor Di Cavalcanti

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, músico e compositor carioca Noel de Medeiros Rosa (1910-1937), com seu parceiro Vadico, conseguiu, com ironia e sensibilidade, retratar em versos as principais características populares do Rio de Janeiro do início do século passado. Nesse sentido,  a letra de “Conversa de Botequim” é exemplo de malandros da época que conseguiam quase tudo com muita conversa fiada. Este samba teve inúmeras gravações, sendo a primeira delas feita pelo próprio Noel Rosa, em 1935, pela Odeon.

CONVERSA DE BOTEQUIM
Vadico e Noel Rosa

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa…

Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente