Em cerimônia no Rio, Moraes ataca Elon Musk e Bolsonaro, sem citá-los

 estrangeiros que tratam Brasil como colônia'  e uso das 'redes sociais que só pretendem o lucro' | Rio de Janeiro -  Revista Plateia

Moraes critica os ‘mercantilistas” e “extremistas políticos”

Italo Nogueira
Folha

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está “acostumada a combater mercantilistas estrangeiros” e “políticos extremistas”. A fala é uma indireta à união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

“A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil” afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

VONTADE DO ELEITOR – Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral “continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade”.

“Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas”, disse o magistrado.

O ministro se tornou o alvo de textos de Musk e de uma comissão do Congresso dos Estados Unidos, que divulgou uma série de ofícios expedidos por Moraes para a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais.

INTIMAÇÃO AO X – As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita ao X. Quando defendeu o impeachment do membro do Supremo, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.

O relatório produzido pela comissão parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido pelo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump —ídolo do bolsonarismo.

Em nota nesta quinta (18), a assessoria de imprensa do STF afirmou que os documentos reproduzidos no relatório da comissão parlamentar norte-americana não se tratam “das decisões fundamentadas que determinaram a retirada de conteúdos ou perfis, mas sim dos ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão”.

ALEGA O SUPREMO – A corte afirmou ainda que “todas as decisões tomadas pelo STF são fundamentadas, como prevê a Constituição, e as partes, as pessoas afetadas, têm acesso à fundamentação”.

O relatório da comissão do Legislativo americano ignora os ataques bolsonaristas às instituições que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Aliados do ex-presidente têm usado o documento para criticar o STF e defender a instalação de uma CPI para investigar a atuação da corte, em especial de Moraes. E entre aliados do presidente Lula (PT), há uma tentativa de ignorar o impacto dos documentos no embate político e de amenizar as críticas à atuação de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A Assessoria de Imprensa do STF tenta amaciar a situação, mas o problema é que o Comitê Jurídico da Câmara americana mostrou que Moraes tomava as decisões de ofício, por sugestão de um delegado federal que o assessora, sem sentença judicial e direito de defesa ao réu, pois o próprio Moraes é que assinava a ordem para remover conteúdos e bloquear perfis nas redes sociais. Portanto, Moraes atuou desrespeitando as leis, a pretexto de estar defendendo a democracia, o que representa uma falácia. (C.N.)   

12 thoughts on “Em cerimônia no Rio, Moraes ataca Elon Musk e Bolsonaro, sem citá-los

  1. Senhoras Gertudres , na minha opinião é besteira e perca de tempo , ficarmos a apontando o dedo para o ” vespeiro STF ” , se os próprios fiscais ( membros do congresso nacional ) dos demais poderes fazem ” ouvidos de moucos ” , e mantém acordos espúrios com o judiciário, tanto é verdade que os estão premiando com o tal quinquênio, em 30% de suas remunerações , enquanto aos aposentados dão uma banana podre , vede a molecagem do julgamento da ” revisão da vida toda ” , onde os trabalhadores foram garfados , em sucessivas reformas da previdência social , sendo que os juízes julgaram , mesmo sabendo eram premissas falsas e mentirosas , usadas pelo INSS .

  2. Se o Brasil não estivesse tomado por uma quadrilha única, e, fosse sério (ainda existem países sérios?) esse cabeça-de-ovo estaria no mínimo afastado de suas funções e com uma investigação contra ele, além do processo de impeachment aberto. Mas se o maior ladrão do universo ainda “preside” essa bagaça, então tudo está perdido. Ele tinha que estar presidindo no presídio.

  3. Rapaz o Luladrão janta com quem? Com quem? Com os vagabundos canalhas imbecis da pocilga na maior cara de pau e essa imprensa podre acha tudo normal. Em qualquer paizinho do mundo esses vagabundos já estariam mortos. Aqui não aqui vem agora em outubro mais uma farsa eleitoral. Ah país vagabundo.

  4. ” … afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral”

    Da hipocrisia já sabemos, mas tirar dinheiro do contribuinte para a construção do “Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro” é um caso de cara de pau sem vergonha ! Quais foram os eleitores do RJ – com exceção dos shitty lawyer que estão sempre esperando uma oportunidade para a meinha (A agrada B e vice-versa) – que pediram esta estúpida construção ? Se houvesse mesmo “justiça eleitoral”, quem obtivesse maior de número de votos seria empossado

  5. Esse povo vive em comemorações e eventos diversos dando entrevistas e depoimentos, iguais aos políticos. Qualquer semelhança é mera coincidência? Aquele negócio de só se manifestarem nos autos é passado?

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