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G20 alinhou compromissos contra a fome e confrontos internacionais
Pedro do Coutto
O G20 instalado no Rio de Janeiro alinhou compromissos conjuntos contra a fome e, ao mesmo tempo, pelo cessar fogo em Gaza e a paz na Ucrânia. Esses pontos são admiráveis quando colocados em qualquer reunião internacional, mas as suas obtenções são difíceis, sobretudo de forma simultânea. São pontos em relação aos quais todos concordam, mas chegar a conclusões concretas é outra questão.
O combate à fome não é uma questão de simplesmente transportar alimentos de um lugar para o outro pelos governos em determinada ação pontual. É preciso ter um caráter permanente que, inclusive, tenha como elementos a conjugação do emprego e do salário no planejamento, pois a fome depende desses dois fatores. Sem isso, o cenário atendido será temporário.
RECONSTRUÇÃO – O cessar fogo em Gaza, por sua vez, parece ser difícil, pois a região está destroçada e precisa ser reconstruída. Quem o fará? Milhares de pessoas perderam a vida nas ofensivas de Israel e do Hamas. O documento com a declaração de líderes do G20, publicado nesta segunda-feira, destacou a crise humanitária na região. O Grupo citou o “direito palestino à autodeterminação” e reiterou a defesa de dois Estados: Israel e Palestina. E que os dois possam viver “lado a lado, em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.
A declaração, entretanto, ignorou a existência de reféns ainda mantidos pelo grupo extremista Hamas. O grupo extremista ainda mantém cerca de 100 pessoas em cativeiro, segundo o governo israelense, sem que se saiba se estão vivas ou mortas.
Elas foram capturadas no dia 7 de outubro de 2023, quando ataques terroristas do Hamas deixaram quase 1.200 mortos.
Essa foi a primeira vez em que a reunião de líderes de G20 abordou o assunto. O comunicado anterior, divulgado ao fim da cúpula de Nova Délhi (Índia) em setembro, saiu um mês antes dos ataques em Israel que deram início à guerra. Em um curto parágrafo, os líderes afirmaram condenar o terrorismo “em todas as suas formas e manifestações”.
PREOCUPAÇÃO – O trecho sobre o Oriente Médio começa expressando “profunda preocupação” com a situação humanitária em Gaza e com a escalada do conflito no Líbano. Enfatiza a “necessidade urgente” de expandir o fluxo de assistência humanitária e a “proteção de civis”.
Sobre a paz na Ucrânia, finalmente, esta terá que ser negociada ponto a ponto, pois não é através de uma manifestação de intenções que será possível com que a Rússia recue e libere áreas ocupadas. São fatores que desafiam a humanidade e que para serem alcançados exigem renúncias sucessivas e concordâncias concretas, com objetivos comuns de paz e de harmonia. As intenções do G20 não devem ficar apenas no papel, mas devem avançar efetivamente na realidade internacional.