Bolsonaro corrigiu minuta do golpe e defendeu prisão de Moraes, diz Cid

Documento teria sido redigido pelo ex-assessor Filipe Martins

Pedro do Coutto

Reportagem do Estado de S. Paulo revelou que o tenente-coronel Mauro Cid incluiu em suas declarações que o ex-presidente Jair Bolsonaro corrigiu a chamada “minuta do golpe” e defendeu a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A GloboNews exibiu imagens da delação do ex-ajudante de ordens que fazem parte da investigação sobre uma denúncia de tentativa de golpe de Estado, e que tiveram o sigilo derrubado pelo Supremo.

Durante o depoimento, realizado em agosto de 2023, Cid afirmou que, após a vitória de Lula da Silva nas eleições de 2022, o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins levou o documento ao Palácio da Alvorada. Cid narrou que a minuta pedia a prisão de ministros da Suprema Corte, do então presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco e a realização de novas eleições.

DOCUMENTO – “Levaram ao presidente no Alvorada um documento que tinha dez considerandos, onde retratava as interferências do Judiciário no Executivo. Era um decreto que no final dava um monte de ordem. Prendia Alexandre de Moraes, os ministros todos, saía prendendo todo mundo. [Acho que] alguns ministros do Supremo, o senador Rodrigo Pacheco, todo mundo que tinha interferido de alguma forma. Decretava novas eleições”, disse Cid.

Segundo o tenente-coronel, Bolsonaro pediu alterações no documento e solicitou ainda que a minuta determinasse apenas a prisão de Moraes e novas eleições. “Basicamente, o presidente corrigiu o documento. Falou: Não, não vai prender ninguém. Só vai prender o Alexandre de Moraes e fazer outra eleição”, citou o militar.

PRESSÃO – O ajudante de ordens também afirmou que, dias depois, Martins levou a minuta corrigida a Bolsonaro. Segundo Cid, o ex-presidente convocou os chefes das Forças Armadas e apresentou o documento a eles. “As conversas foram no sentido de… Primeiro pressionar as Forças Armadas para ver o que estavam achando da conjuntura”, disse.

Ao que tudo indica, Bolsonaro teve, através da delação de Cid, reforçado o seu o papel de grande personagem da trama golpista. A intenção de atentar contra a democracia só não obteve êxito em virtude da resistência de parte dos militares do Alto Comando que se mantiveram firmes diante das ordens do ex-presidente, derrotando assim as ações de todo o sistema bolsonarista que se perdeu no caminho dos fatos.

Musk vai depor contra Alexandre de Moraes na Câmara dos EUA

Musk x Moraes: a expectativa do STF após a posse de Trump | Metrópoles

A briga de Musk e Moraes está apenas começando

Carlos Newton

Os problemas do ministro Alexandre de Moraes no exterior estão apenas começando. Além do processo aberto contra ele pelo grupo de mídia do presidente americano Donald Trump, continua tramitando também a investigação da Câmara de Deputados dos Estados Unidos, a cargo de seu comitê jurídico e de direitos humanos.

O empresário Elon Musk, que agora está nas manchetes como conselheiro de Trump e coordenador do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE), deve depor no começo de maio no comitê da Câmara sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes no bloqueio de redes sociais.

DEPOIMENTO – O depoimento de Musk está previsto para ocorrer até o dia 8 de maio. O polêmico empresário falará sobre o caso que ficou conhecido como “Twitter files”.

Musk já apresentou ao Comitê uma série de documentos que mostram determinações de Alexandre de Moraes obrigando redes sociais a suspenderem os perfis de políticos e militantes de oposição investigados em inquéritos sob relatoria do ministro do STF.

Algumas decisões do ministro ferem as próprias leis brasileiras, especialmente o Marco Civil da Internet, por se negar a garantir o devido processo legal e o direito de defesa e de recurso.

PROCESSO JUDICIAL – No caso do processo judicial que o grupo de mídia de Trump acaba de abrir contra o ministro Alexandre de Moraes, também a acusação é de censura prévia e abuso do Poder Judiciário.

A ação contra o ministro foi protocolada na Justiça da Flórida nesta quarta-feira, dia 19. A Advocacia-Geral da União defenderá Moraes, com apoio de um escritório a ser contratado pela AGU nos Estados Unidos. 

Em comunicado, o Trump Media & Technology Group, que pertence majoritariamente a Trump e faz a gestão de sua rede social Truth Social, afirmou que o objetivo da ação judicial é “impedir as tentativas do juiz da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, de forçar a plataforma Rumble a censurar contas pertencentes a um usuário brasileiro baseado nos EUA”.

O PEDIDO – O grupo de mídia de Trump pede ao juiz a confirmação de que as ordens de Alexandre de Moraes não sejam acatadas nos Estados Unidos. Ou seja, o conteúdo bloqueado no Brasil deve continuar disponível na internet americana, porque as decisões de Moraes não são, de maneira alguma, executáveis nos Estados Unidos.

Pede também que a corte americana ordene que o ministro da Suprema Corte brasileira não possa determinar que as lojas de aplicativos removam a Rumble e a Truth Social.

Este segundo pedido é uma sandice totalmente , grotesco e inviável, porque avança em questões internas brasileiras.

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P.S. 1
Conforme já explicamos aqui na Tribuna da Internet, o problema é que Moraes descumpriu as leis brasileiras, especialmente o Marco Civil da Internet, e os americanos consideram que ele desrespeitou a famosa Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que proíbe a censura e protege a liberdade de expressão. Assim, o principal show contra Moraes será na Câmara americana.

P.S. 2 – Nesta sexta-feira, ao proibir o funcionamento da Rumble no Brasil, Moraes fingiu não saber que esta plataforma de vídeos pertence a Trump. Realmente, é constrangedor. Comprem pipocas. (C.N.)

Os três “Reis Magros”, no soneto bem-humorado de Olegário Mariano

FCO-1192 - Retrato de Olegário Mariano | Obras | Portinari

Mariano, retratado por Portinari

Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, político e poeta pernambucano Olegário Mariano Carneiro da Cunha (1889-1958), num soneto bem-humorado, afirma ter uma mulher amado “Os Três Reis Magros”, ou seja,   três peraltas, cada qual pior, na opinião do poeta, membro da Academia Brasileira de Letras .

OS TRÊS REIS MAGROS
Olegário Mariano

Amas a três peraltas. Dividida
tua alma é deles. Cada qual pior.
Andam-se engalfinhando toda a vida…
Gaspar e Baltasar e Melchior.

Este joga foot-ball. É um rei do sport,
difícil de levar-se de vencida.
Aquele tem uma barata Ford.
E o outro é um bate-calçadas da Avenida.

Isso é um nunca acabar! De luta em luta,
de mentira em mentira, esperta e astuta,
vais a vida levando…Mas bem vês:

tornas teus dias cada vez mais agros
e, dando o coração aos três reis magros,
ficas mais magra do que todos três.

Maioria nas redes é favorável à denúncia de Bolsonaro por tentativa de golpe

Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas

Pedro do Coutto

A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro repercutiu amplamente nas redes sociais desde terça-feira. Entre as publicações opinativas sobre o tema (46% do total), 63% são favoráveis à denúncia e 37% são contra. O levantamento foi realizado pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

O X (antigo Twitter) é a rede que concentra o maior porcentual de postagens com manifestação de opinião, são 64%. Desse total, 59% das publicações são favoráveis à denúncia e 41%, contrárias. No Instagram, 31% das publicações analisadas tinham posicionamento sobre a denúncia. Desses posts opinativos, 86% apoiam a manifestação da PGR – o que faz da rede a que concentra mais críticas ao ex-presidente. Outros 14% fizeram publicações contrárias à denúncia.

MENÇÃOS – Em outra rede analisada pela pesquisa, o Facebook, 41% das menções ao tema contêm opinião, e 53% são favoráveis à denúncia contra Bolsonaro, enquanto 47% são contra. A pesquisa mostrou ainda que 54% das publicações nas três plataformas são neutras, sendo a maioria desse grupo de veículos de imprensa.

Bolsonaro foi denunciado pela PGR por cinco crimes e pode ser condenado a mais de 43 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por conspirar contra o sistema democrático do País pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deeterioração de patrimônio tombado.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. O novo, porém esperado capítulo, espalhou-se intensamente durante esta semana.

CONFUSÃO – O bolsonarismo saiu em defesa do ex-capitão. Mas acontece que estabelece-se uma confusão a partir do próprio movimento que saiu às ruas defendendo a anistia, enquanto outra ala defende a nulidade das acusações. Uma contradição. Pois só pode pedir anistia quem já julga procedente as denúncias.

O pedido de anistia acompanhado de contestação total se transforma em um incrível paradoxo através do qual o bolsonarismo tenta defender o seu líder maior. A sua defesa não está bem situada. Será um processo lento que certamente dará margem a muitas contradições. O bolsonarismo certamente está preparado para promover ações que desviem a atenção dos fatos. Mas de nada adiantará, pois os fatos estão postos.

Moraes errou ao forçar Mauro Cid a “esquentar” suas declarações

O que pode acontecer se a delação de Mauro Cid for anulada? Entenda

Cid prestou seis depoimentos até “contentar” Moraes

Carlos Newton

Não era difícil entender por que o ministro Alexandre de Moraes inicialmente só liberou a público as transcrições dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, sem exibir as gravações de áudio.

Houve forte reação contra esse cerceamento à defesa, inclusive um artigo contundente do ex-procurador federal Deltan Dallagnol, e nesta quinta-feira o relator Moraes se viu obrigado a liberar também os vídeos dos depoimentos.

MORAES FEZ AMEAÇAS – Reportagem importantíssima de Ranier Bragon, Cézar Feitoza e José Marques, na Folha, mostra que Moraes tentou evitar a divulgação das filmagens porque houve indevidas pressões e até ameaças feitas ao tenente-coronel, para que mudasse as declarações anteriores.   

Moraes fez um longo preâmbulo antes de passar a palavra a Cid, alertando-o sobre a possibilidade de prisão, de revogação da delação premiada e de continuidade das investigações contra seus familiares, caso não desse uma versão que interessasse ao ministro do STF.

Cid acabou mudando o depoimento em pontos capitais do caso e, ao final, viu sua delação mantida e o pedido de prisão, retirado.

“ÚLTIMA CHANCE” – A reportagem da Folha mostra que Moraes começou assim sua manifestação: “Então nós vamos começar de forma bem direta, o que caracteriza o meu estilo”, acrescentando que aquela seria a “última chance” de Cid dizer a verdade.

Nesse dia, o tenente-coronel afirmou que uma reunião ocorrida em novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Netto tinha objetivo de promover “caos social” para justificar intervenção das Forças Armadas e manter o presidente Bolsonaro no poder.

Antes, o tenente-coronel tinha dito que a reunião era um mero encontro de militares que queriam tirar foto com Bolsonaro e Braga Netto.

NOVA VERSÃO – Mauro Cid mudou sua versão sobre o encontro dos tenentes-coronéis Rafael de Oliveira e Helio Ferreira Lima com Braga Netto, em 12 de novembro de 2022.

Nos primeiros depoimentos, disse que deixou a casa de Braga Netto porque precisava cumprir agenda no Alvorada. Diante de Moraes, porém, Cid declarou que foi Braga Netto quem pediu para ele deixar sua casa após os militares começarem a conspirar contra Lula.

“Quando entrou no nível das ideias, o general Braga Netto interrompeu e falou assim: ‘Não, o Cid não pode participar, tira o Cid porque ele está muito próximo ao Bolsonaro'”, disse.

Mesmo sem estar presente, o delator disse que o encontro na casa de Braga Netto teria debatido formas de causar confusão para obrigar as Forças Armadas a aderirem ao golpe de Estado.

TOM DE BRINCADEIRA – Os repórteres Ranier Bragon, Cézar Feitoza e José Marques revelam que Cid também mudou a versão sobre mensagens em seu celular pedindo R$ 100 mil no final de 2022. Antes, falava que era um pedido quase em tom de brincadeira, que nunca se concretizou e que tinha o objetivo de levar gente para o acampamento em frente ao QG do Exército.

Na audiência diante de Moraes, mudou o relato e afirmou que não sabia o motivo exato do pedido de dinheiro. Mas, diante das informações levantadas pela investigação, “acreditava” que o montante poderia ser usado para ações contra Moraes —como a prisão ou assassinato do ministro, no plano “Punhal Verde Amarelo”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nessa altura, Mauro Cid já tinha prestado cinco depoimentos. Pressionado, chorou duas vezes ao prestar o sexto depoimento. Fragilizado, confessaria até a autoria das mortes de Danielle Franco, Aída Curi e Dana de Teffé. Bem, sabe-se que não existe julgamento com tamanha parcialidade do juiz. Num país sério, haveria nulidade. O fato é que esse rigor excessivo de Moraes estraga tudo, mas ele não percebe. (C.N.)

Denúncia da PGR se baseia em um relatório de 884 páginas elaborado pela PF

O chefe da PGR denunciou 34 pessoas por golpe de Estado

Pedro do Coutto

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia de 270 páginas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 acusados por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em um documento adicional de quatro páginas enviado ao ministro Alexandre de Moraes, Gonet fez um elogio contundente ao trabalho da Polícia Federal na investigação do caso.

Segundo o procurador-geral, a PF conseguiu “desvendar fatos que surpreendem e abismam com notável percuciência técnica e inteligência investigativa”. Gonet destacou ainda que o extenso relatório produzido pela Polícia é de “louvável minúcia” e contém “exata indicação de fontes, provas e indícios altiloquentes”.

RELATÓRIO – A denúncia da PGR se baseia em um relatório de 884 páginas elaborado pela Polícia Federal, resultado de meses de investigação Neste documento, o nome de Jair Bolsonaro é mencionado mais de quinhentas vezes, evidenciando o papel central do ex-presidente nas alegações. O procurador-geral enfatizou que a denúncia se fundamenta nas evidências coletadas pela PF, reforçando a solidez da acusação.

Essa abordagem visa blindar a Procuradoria de eventuais críticas, demonstrando que a denúncia está ancorada em uma investigação aprofundada e bem documentada.

No documento enviado ao STF, a PGR também solicitou a manutenção das medidas cautelares contra os denunciados, incluindo a apreensão do passaporte de Bolsonaro. Além disso, pediu a preservação das cláusulas do acordo de colaboração premiada firmado com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

BENEFÍCIOS – Gonet indicou que os benefícios aplicáveis a Mauro Cid, em troca de sua colaboração, serão avaliados após a finalização da instrução processual. Esta colaboração é considerada crucial para o esclarecimento dos fatos relacionados à suposta tentativa de golpe.

Entre os acusados não se encontra o ex-deputado Valdemar da Costa Neto. Pode se supor que o parlamentar participou da denúncia em troca da não inclusão de seu nome entre os envolvidos. A denúncia agora vai para o STF.  Ficou patente a conspiração que não só teve o seu desfecho porque parte dos militares do Alto Comando recusaram-se a participar da ação.

Não fosse isso, a situação hoje seria outra, com o Brasil levado a uma ditadura em uma situação semelhante ao de países onde tal regime ocupa o poder. O 8 de janeiro ficará na História como uma tentativa de golpe frustrado pelos legalistas.

Saiba por que a maioria dos militares apoiava entusiasticamente o golpe

Defesa de Braga Netto nega que ele obstruiu investigação - 14/12/2024 - Poder - Folha

Bolsonaro se encagaçou e Braga Netto liderou o golpe

Carlos Newton

Os depoimentos do ex-ajudante de ordens da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, foram mal conduzidos. Por isso, foi necessário repeti-los várias vezes e até agora necessitam de tradução simultânea.

É preciso situar as declarações e os fatos em função da época em que teriam ocorrido. E não houve essa preocupação na força-tarefa formada no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Alexandre de Moraes.   

OMISSÃO AO DEPOR– Na ânsia de agradar a Moraes, que chegou a colher pessoalmente um dos depoimentos, o delegado federal Fabio Alvarez Shor e o juiz auxiliar Airton Vieira não conduziram os interrogatórios com a devida abrangência.

Shor, que já foi premiado com promoção a chefe da Divisão de Investigações e Operações de Contrainteligência da Polícia Federal, jamais indagou a Mauro Cid sobre o posicionamento das Forças Armadas como um todo. O juiz Vieira também não se interessou.

Se tivessem essa preocupação, saberiam que Lula é odiado pelos militares, que jamais aceitaram sua soltura e sua descondenação, assim como não aceitam a destruição da Lava Jato e a libertação de figuras abjetas como José Dirceu e Antonio Palocci.

FÁCIL COOPTAÇÃO – Justamente por isso, na época foi fácil cooptar os militares com o argumento de fraude eleitoral, defendido pelo engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, um dos criadores da urna eletrônica, que até tentou registrar a patente em seu nome.

Depois da eleição, o próprio engenheiro Carlos Rocha, contratado pelo PL, não conseguiu provar a fraude, decepcionando a maioria dos militares. E agora seu nome consta entre os 34 denunciados nesta terça-feira.

Mas alguns chefes militares, como o então comandante da Marinha, Almir Garnier, ficaram ao lado de Bolsonaro e Braga Netto, para arranjar outra maneira de dar o golpe.

BRAGA NETTO LIDERA – Fica claro, a partir daí, que o ainda presidente Bolsonaro começa a ficar amedrontado, e o general Braga Netto assume o controle da situação. Bolsonaro passa a ser um zero à esquerda.

A primeira ofensiva do golpe foi no dia 12 de dezembro, após a diplomação de Lula, quando os “kids pretos” lideraram a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, que à noite fica às moscas. Houve quebra-quebra, invasão de posto de gasolina e empresa, os militares infiltrados colocaram fogo em carros e ônibus, mas não houve o golpe.

O Alto Comando do Exército já dissera não ao golpe, mas eles insistiram. Assim, em 24 de dezembro, também fracassou a tentativa de explodir o caminhão-tanque no aeroporto. E a última tentativa foi o 8 de Janeiro, de novo com os “kids pretos” à frente.

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P.S. –
É preciso lembrar que em dezembro Bolsonaro estava mais do que encagaçado, perdera inteiramente o controle da situação e viajou no dia 30 para os Estados Unidos, com medo de ser preso, conforme declarou. Portanto, o principal líder da conspiração foi Braga Netto, mas na denúncia ao STF o papel dele foi minimizado. Erradamente, a condução do golpe até hoje é atribuída a Bolsonaro, que jamais seria líder dessa fracassada nova ditadura, a ser comandada por Braga Netto ou por algum outro general de quatro estrelas. O resto é folclore, como dizia Sebastião Nery. (C.N.)

Restaurantes faturam com sanduiches e pratos homenageando os políticos

Análise das charges – Iran Rocha Markus

Charge do Nani (nanihumor.com)

Vicente Limongi Netto

Sucesso, em Aracaju, segundo o site Migalhas, a hamburgueria vendendo sanduiches com nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Muito pedidos para o sanduba do ministro Alexandre de Moraes, chedder com bacon. O mais procurado por lanches robustos.

Já Gilmar Mendes recebe nome para um suave Catupiry com cebola. Ministro Flávio Dino, por sua vez, leva sanduiche com queijo coalho e catupiry.

CEBOLA CARAMELADA – Outro com boa saída é o sanduiche com chedder e cebola caramelada, com o nome do ministro Roberto Barroso.

Como Chacrinha tinha razão, “na natureza nada se cria, tudo se copia”, setores antenados em novidades, pensam em abrir restaurante em Brasília especializado em culinárias regionais.

Pesquisaram o mercado e estão animados. Cozinheiros da empreitada já bolaram cardápio que promete agradar aos diversos paladares.

HOMENAGEADOS – Figuras públicas de relevo, presentes no noticiário político, Serão homenageadas.  O prato com o nome de Bolsonaro, por exemplo, será a saborosa buchada de bode; general Braga Neto, tatu à milanesa.

O cliente vai adorar o pirarucu de casaca, de Anderson Torres. O sarapatel de Alexandre Ramagem ou a galinha à cabidela, de Almir Garner igualmente prometem.

O cheiro da comida nordestina é cativante. O futuro restaurante contará com 34 pratos. Todos com forte pimenta.

Lula defende que Petrobras venda combustíveis diretamente aos consumidores

Lula precisará encontrar caminho para conter a inflação

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva, desnorteado pela queda dos seus índices de popularidade, defendeu que a Petrobras venda gasolina, diesel e gás de forma direta aos consumidores para baratear seus preços que dispararam na última semana e vão se adicionar aos cálculos da inflação. Hoje, todos esses combustíveis passam por redes de distribuidoras, que os revendem aos postos antes de chegar ao cliente final.

“A Petrobras tem que tomar uma atitude. A gente precisa vender diesel para os grandes consumidores direto, se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço do diesel. Se a gente puder vender gasolina direto, se puder vender gás direto… porque o povo, no fundo, é assaltado pelo intermediário. E a fama fica com o governo”, disse Lula, que voltou a criticar a privatização da BR Distribuidora (hoje Vibra).

INFORMAÇÕES – Lula disse que a população não tem as informações necessárias para que possa fazer juízo de valor. “Então, quando sai um anúncio do diesel, da gasolina e do gás, a Petrobras leva a fama e o governo federal leva a fama. E, muitas vezes, a Petrobras não tem culpa nenhuma. O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e chega na bomba a mais de R$ 6,49. Ou seja, é vendida pelo dobro”, afirmou ao comentar que o mesmo ocorre com o diesel e o gás.

Dificilmente o governo teria êxito, pois para retirar a intermediação das vendas de combustíveis seria preciso que ele incluísse a Petrobras também na venda direta da gasolina e do óleo diesel, o que é praticamente impossível dada a reação que causaria no mercado, com os postos passando para as mãos da estatal e tirando grandes empreendedores do mercado.

A situação de Lula não é confortável. Ele precisará encontrar outro caminho para conter a inflação dos combustíveis que se reflete na inflação dos alimentos. As dificuldades são muito grandes e a solução muito difícil. Intervir agora no comércio da gasolina e do óleo diesel seria a mesma coisa que intervir na comercialização dos gêneros alimentícios. Uma coisa está ligada a outra.  Não é possível conter a inflação com a estatização. O governo terá que optar por outras alternativas, pois caso contrário as consequências poderão ser piores do que as previstas.

Um mundo hostil para o negro, na poesia realista de Cruz e Sousa

Tribuna da Internet | Não há nada que domine e vença a alma romântica do  poeta, dizia Cruz e SousaPaulo Peres 
Poemas & Canções

O poeta João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Desterro, atual Florianópolis, tornou-se conhecido como o “cisne negro” de nosso Simbolismo, seu “arcanjo rebelde”, seu “esteta sofredor”, seu “divino mestre”. Procurou na arte a transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros problemas decorrentes da discriminação racial e social, características contidas no soneto “Vida Obscura”.

VIDA OBSCURA
Cruz e Sousa

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres,
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!

‘Jabutis’ das eólicas podem gerar 25 anos de conta de luz escorchante

Existe apreensão de que parlamentares derrubem os vetos na lei

Pedro do Coutto

Os custos adicionais às tarifas de energia da população, causados pelos “jabutis” da lei das eólicas offshore, podem ser equivalentes a 25 anos de “bandeira vermelha”, conforme estudo divulgado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia. Apesar dos “jabutis”, trechos inseridos em uma proposição sem que tenha relação com o tema, terem sido vetados pelo presidente Lula no começo deste ano, ainda existe apreensão de que parlamentares derrubem os vetos na lei.

Os cálculos da entidade é que os jabutis teriam um custo anual de R$ 20 bilhões até 2050. Foi utilizado uma comparação de que 12 meses de bandeira vermelha 2 levariam a cerca de R$ 20 bilhões em tarifas adicionais aos brasileiros. Caso os vetos do presidente Lula sejam derrubados pelos senadores e deputados, haverá custo adicional de R$ 7,63/100kwh às tarifas. O valor estabelecido pela  Agência Nacional de Energia Elétrica para bandeira vermelha 2 é de R$7,87/100kwh.

BANDEIRA VERMELHA – “Ao contrário das bandeiras tarifárias legítimas, que se ajustam tão logo os reservatórios retomam os níveis seguros, se as emendas entrarem em vigor, veremos o Congresso impor à população um aumento na conta de luz equivalente à Bandeira vermelha 2. Só que esse aumento permanecerá vigente por 25 anos, faça chuva ou faça sol”, disse a FNCE em nota.

Os jabutis no PL 576/21 consideravam uma prorrogação nos contratos das usinas térmicas a carvão até 2050, bem como a contratação obrigatória de quase 5 mil megawatts em pequenas centrais hidrelétricas, mesmo sem demanda. Além disso, eles também flexibilizavam a contratação compulsória de 8 mil MW de usinas a gás natural.

Em matéria de legislação, todo cuidado é pouco. Muitas vezes o dispositivo colocado numa linha pouco relevante, produz efeitos extremamente importantes. A questão é que em todos os projetos de energia, sejam eles de petróleo ou de energia eólica, a leitura tem que ser feita com extremo cuidado, pois caso contrário em vez de se fazer um avanço, poder-se-ia promovendo uma ação contrária, especialmente em relação aos consumidores.

Equipe de Alcolumbre não cabe no gabinete e terá de haver um revezamento

Novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)

Alcolumbre promete exigir respeito entre os três poderes

Vicente Limongi Netto

Duas primorosas notícias da premiada colunista Denise Rothenburg no Correio Braziliense (14/02), sobre o monumental Davi Alcolumbre, enchem de orgulho o noticiário político. Denise é esmerada em notas interessantes e profundamente jornalísticas. A emoção é imensa, para este veterano repórter, ao tratar do tema. As pernas tremem, as mãos enfraquecem.

Denise mostra que o colunismo impresso continua vivo. Iluminando as letras do jornal. Na primeira espetacular e interessante nota, Denise destaca a felicidade de Alcolumbre por Lula pisar com ele solo do Amapá. Por pouco Denise não disse que Lula não vive sem Davi. Dois fofos. 

VAI SE REELEGER – Denise completa a maravilhosa informação revelando para o Brasil e para o mundo que, desde já, Alcolumbre é pule de dez para se reeleger. para a presidência do Senado, na próxima legislatura.

A segunda nota de Denise, sempre adoçando o leitor com sensacionais revelações em primeira mão sobre Alcolumbre, diz que a numerosa equipe do senador não cabe toda no gabinete da presidência do senado. Para evitar briguinhas e ciumeiras, os servidores vão fazer sorteio e revezamento para saber quais serão os felizardos que ficarão ao lado do divino chefe e os outros que ficarão em casa.

O próprio Alcolumbre cunhou o seguinte lema para as servidoras fantasmas e rachadistas do gabinete dele, no primeiro mandato como presidente do Senado: “Vocês me ajudam e eu ajudo vocês”. Os arquivos da revista Veja não mentem.  Quem perder, ficará longe do cativante sorriso do pançudo Davi. A depressão será enorme. 

UM NOVO BONÉ – Com fogos e banda de música, a coluna Eixo Capital ( 09/02) informa que vice-governadora Celina Leão abriu garbosamente a temporada dos bonés, em Brasília. Com um vistoso boné azul, Celina foi taxativa: “Nosso compromisso é com o DF”. Bom saber. Fico aliviado.   

Como acredito na sinceridade da vice-governadora, sugiro que ela mande fazer outros sugestivos lindos bonés, para circular pelo Distrito Federal. O sucesso e o apoio popular estarão garantidos:  “Brasília esburacada”, “Brasília mal iluminada”, “Caos completo na saúde do DF”, “Estacionamento medonho”, “Insegurança dói na alma”, “Crianças com fome nas ruas” e “Feminicídio, praga que não acaba”. 

Bonés de Celina e do fracassado governador Ibaneis iluminam o céu de Brasília. 

ILANA DE NOVO – Cumprimentos â nova Mesa Diretora do Senado pela confirmação da competente servidora, Ilana Trombka, como Diretora-Geral da Câmara Alta. Há 10 anos na função, Ilana dedica seu tempo em benefício da valorização do servidor do Senado.

Faz palestras, escreve artigos para jornais, revistas e redes sociais, publica livros e comanda a eficiente e exemplar “Liga do Bem”, iniciativa que ajuda famílias carentes de todo o Brasil, com a participação efetiva de funcionários do Senado e voluntários. Atitude marcante, que ilumina corações grandiosos.

Senadores e senadoras só têm elogios à atuação vigilante e atenciosa de Ivana Trombka. 

Inocentado de assédio pelo Planalto, Silvio Almeida agora diz querer justiça

Silvio Almeida: “Sou homem preto e não vou abrir mão de ser ministro”

Silvio Almeida afirma que foi vítima de uma “armação”

Deu na Folha

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida publicou neste sábado (15) um manifesto nas redes sociais sobre as acusações de assédio sexual que levaram à sua demissão do governo Lula (PT) em setembro do ano passado.

“Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão nem ‘segunda chance’. Eu quero justiça”, diz ele na publicação.

FORTE REAÇÃO – No texto divulgado em sua conta no Instagram, Almeida afirma que tentaram apagar sua história e transformá-lo em um monstro.

“Queriam me apagar. Apagar o professor respeitado e tantas vezes homenageado pelos alunos. O advogado diligente. O companheiro, o amigo, o pai. Tentaram me transformar repentinamente em um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um ‘abusador’ de mulheres”, afirmou.

As acusações contra Almeida foram recebidas pela organização Me Too Brasil. As vítimas relataram uma série de casos de assédio que teriam acontecido em 2023.

SEGREDO DE JUSTIÇA – Dois inquéritos foram abertos para investigar o caso, um pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e outro no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PF. A investigação, que tem o ministro André Mendonça como relator, está sob segredo de Justiça.

Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela confirmou a acusação em depoimento à PF em outubro passado. Segundo seu relato, as “abordagens inadequadas” de Almeida, como definiu, começaram no fim de 2022, quando os dois passaram a fazer parte do grupo de transição de governo nomeado por Lula antes da posse dele como presidente da República.

Almeida nega as acusações. Na época, falou que elas seriam “ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.

VOLTA ÀS ATIVIDADES -Na postagem deste sábado, ele afirma que irá retomar suas atividades públicas. Cita o retorno de seu canal no YouTube e o lançamento de uma nova edição, revisada e ampliada, de sua principal obra, “Racismo Estrutural”, além do lançamento de outros quatro livros.

“Eu vou continuar escrevendo. Eu vou continuar falando. Eu vou continuar acreditando que esse país tem jeito. Eu vou continuar acreditando no povo brasileiro. Eu vou continuar advogando em alto nível para quem pode e para quem não pode me pagar”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria tem uma falha absurda. Não cita o fato de que há alguns meses Silvio Almeida foi inocentado na investigação da Comissão de Ética da Presidência da República. Lula ficou tão constrangido que não aparece mais em público ao lado da ministra Anielle Franco, que já está recolhida à sua insignificância. Tudo indica que houve um tórrido caso de amor entre os dois ministros, sem nenhum episódio de assédio sexual. (C.N.)

É muita estranha essa movimentação de Elon Musk para derrubar Lula

Elon Musk a ameaça Lula após bloqueio do X

Musk passa dos limites ao defender impeachment de Lula

Roberto Nascimento

Assisti aqui no Rio ao filme “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, do cineasta belga Johan Grimonprez, um dos favoritos ao Oscar de Melhor Documentário deste ano, vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance.

O roteiro mistura jazz e descolonização nesta passagem histórica, que reescreve o episódio da Guerra Fria que levou os músicos Abbey Lincoln e Max Roach a invadirem o Conselho de Segurança da ONU em protesto contra o assassinato de Patrice Lumumba — político que liderou a independência da República Democrática do Congo.

CONGO E BRASIL – Pensando aqui, sobre a queda da popularidade de Lula, repentina e violenta, divulgada pelo Datafolha, de 42 para 24 por cento, comparei o cenário com o vivido por Patrice Lumumba.

A luta do líder nacionalista congolês foi um grito de dor para salvar seu povo do colonialismo belga.
Assumiu o cargo de Premier em 30 de junho de 1961 e assassinado cinco meses depois, a mando do rei belga e do presidente americano Eisenhower.

Houve de tudo, assassinatos, destruição de aldeias inteiras, mercenários pagos pelos belgas e traidores da pátria, como o coronel Desirée Mobutu, um genocida corrupto, que roubou as riquezas minerais do Congo dividindo com belgas e americanos..
Não foi diferente dos assassinatos na América Latina, nas décadas de 60 e 70.

QUEDA DE JANGO – Aqui em 1964, Jonh Kenedy ordenou à CIA para preparar a queda de João Goulart. Iniciou-se uma sequência de paralisações na atividade produtiva, greves, aumento de alimentos e falta de arroz e feijão nas feiras e mercados.

Agora, me parece que o processo de desmantelamento do governo Lula está a todo vapor. Até o assunto impeachment entrou na pauta, após a fala do deputado Sóstenes Cavalcante, da bancada da Bíblia e líder do PL na Câmara.
O deputado Hugo Motta, presidente da Câmara e unha e carne de Eduardo Cunha, que pautou o impeachment de Dilma não é confiável.

Não se justifica, a alta nos preços do café, da laranja e de outros produtos essenciais, um absurdo. O empresário Elon Musk, número dois de Trump, trabalha para derrubar Lula e implodir o STF, ao impulsionar suas plataformas sociais.

NOVO RETROCESSO – Não se trata de defender o governo ou qualquer personagem sentado no trono presidencial, mas de deixar um alerta sobre a marcha para um novo retrocesso no Brasil, através de um golpe parlamentar ou mesmo de uma intervenção militar com apoio de Donald Trump, assim como Kenedy atuou contra João Goulart.

Os motivos são de ordem estratégica para os americanos, remeto à liderança do Brasil nos BRICS, à proximidade diplomática e ao crescente comércio com a China; à fala sobre a substituição do dólar pelas moedas locais nas transações comerciais; e principalmente à captura das riquezas minerais intocadas da Amazônia para exploração pelos novos detentores do poder nos EUA.

O Brasil vai virar o Congo, se as elites do agro e da Indústria embarcarem em nova intervenção militar. É melhor deixar o povo escolher seus representantes nas urnas para o bem ou para o mal. Na próxima eleição, tira o elemento ruim e bota outro lá no Planalto. No golpe, são sempre os mesmos e matam a gente sem pudor algum e com requintes de crueldade.

Ipec desestimula o PT, pois 62% acham que Lula não deve tentar reeleição

Pesquisa aponta que 62% da população é contra à reeleição de Lula

Pedro do Coutto

Pesquisa Ipec divulgada no último sábado aponta que 62% dos brasileiros avaliam que o presidente Lula da Silva não deveria se candidatar à reeleição em 2026. Outros 35% avaliam que Lula deveria buscar um quarto mandato, enquanto 3% não sabem ou não responderam ao levantamento.

Pesquisa realizada pelo mesmo instituto em setembro de 2024 mostrava que 58% dos brasileiros opinavam desfavoravelmente a uma nova candidatura, enquanto 39% avaliavam positivamente. Assim, houve oscilações dentro da margem de erro do levantamento de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

NOVO MANDATO – Entre quem declara que votou em Lula contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022, 32% avaliam que o petista não deveria buscar um novo mandato. A proporção dos que avaliam negativamente a busca por um novo mandato é maior entre quem declara que votou em Bolsonaro (95%), em branco/nulo (68%) e não votou/não sabe/não lembra/não respondeu (56%).

O levantamento do Ipec também coletou, em pesquisa espontânea, as razões para o eleitorado brasileiro desfavorável a um novo mandato de Lula desaprovar uma eventual tentativa.

A análise vai de encontro à pesquisa Datafolha divulgada na última semana, que mostrou um tombo na popularidade de Lula, puxado por segmentos que formam a base de sustentação do presidente. A atual gestão atingiu o menor índice de avaliação positiva de todos os mandatos do petista na série histórica do levantamento e o percentual do eleitorado que considera que Lula 3 é ótimo ou bom caiu 11 pontos percentuais em apenas dois meses, de 35% para 24%.

AVALIAÇÃO – No grupo que declara ter votado em Lula no segundo turno das eleições de 2022, a queda é ainda maior, de 20 pontos. A avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde e subiu, no período, de 34% para 41%. Já o percentual da população que considera a gestão regular variou de 29%, em dezembro, para 32% no levantamento mais recente.

Mais um golpe para o governo Lula que tentará emplacar um novo mandato. Os números expressam uma realidade que se divide entre o projeto de Lula e o que, efetivamente, reflete-se na opinião pública. A piora de sua imagem é sensível e pode levar a uma mudança no cenário eleitoral. Enfim, temos que aguardar o surgimento de outras pesquisas para que novas tendências confirmem ou não os últimos resultados.

Apesar do desgaste, o presidente segue liderando todos os cenários eleitorais testados por institutos de pesquisa para 2026. Segundo o levantamento mais recente da AtlasIntel, em um eventual primeiro turno contra Bolsonaro, o petista venceria por 44% a 40%. Contra Tarcísio de Freitas, o placar seria 41,1% contra 26,2%. Já um levantamento da Quaest, divulgado no início do mês, indica que Lula tem entre 28% e 33% das intenções de voto, dependendo dos adversários.

Uma parceria vencedora, na criatividade de Tom Jobim e Chico Buarque

Tom Jobim morria há 30 anos: o dia em que o Maracanãzinho fez compositor chorar - BBC News Brasil

Tom e Chico, vitoriosos no Festival

Paulo Peres
Poemas & Canções

Os compositores e amigos Tom Jobim (1927-1994) e  Chico Buarque de Holanda deixaram a sua genialidade invocar inspiração para fazer a letra de “Sabiá”, que fala sobre o amor à pátria e dialoga com a famosa “Canção do Exílio” (Gonçalves Dias), tanto que ambas apresentam palavras como “sabiá”, “palmeiras”, “noite”, “flor” etc.

Quanto à ideia principal, mostra a paixão que temos pela nossa terra e a vontade de voltar para ela, mesmo que já não seja mais como antes (o que é mostrado nos trechos: Vou deitar à sombra/ De um palmeira/ Que já não há/ Colher a flor/ Que já não dá).

Chico Buarque e Tom Jobim receberam uma vaia ao ganharem o III Festival da Canção com essa música. 1968. Isso porque a população, em plena ditadura, queria que a música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré, (na qual é explícita a aversão à ditadura) fosse a vencedora.

A música “Sabiá” foi gravada pelo MPB 4 no LP III Festival Internacional da Canção Popular – Vol. III, em 1968, pela Philips.

SABIÁ
Tom Jobim e Chico Buarque

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar

As noites que eu não queira
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar

Aprovação de Lula cai para 24%, em pior marca de todos os seus mandatos

Se não se candidatar à Presidência, Lula logo verá que a velhice é boa

Lula será o líder mais velho do G20 após saída de Biden | Jornal de Brasília

A idade não perdoa e chegou a hora de Lula aproveitar

Vicente Limongi Netto

Cai fora, Lula. Já deu. Saia daí. Com grandeza. Nada de reeleição. Passe o bastão para homens públicos mais jovens e operosos.  Como Ratinho Júnior, Eduardo Leite, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas. Estão na fila. Têm todo o direito. Chegou a vez deles de suar a camisa pelo bem do Brasil e dos brasileiros.

Você já beira os 80 anos. O Brasil é imenso. Viagens longas e cansativas. A respiração fica difícil. O folego vai acabando. A paciência, também. Basta de perder o sono e se amolar com o Ibama, com ministros medíocres. Alguns deles nunca foram recebidos por você.

COISA BOA – Já imaginou, Lula, que coisa boa para a saúde será não ouvir mais juras hipócritas de Hugo Motta e Davi Alcolumbre?  Chega de berrar contra os juros altos do Banco Central. Nunca mais vai trocar farpas com Vladimir Putin, Donald Trump, Jair Bolsonaro ou s Maduro. Muito menos ficar avexado com os preços exorbitantes dos alimentos.

Já pensou, Lula, do que você vai ficar livre? A lista é extensa. Segure aí: Nunca mais vai ouvir lamúrias de prefeitos, senadores e deputados. Muitos deles dormem e acordam sonhando com polpudas emendas. A hora é essa.

Aproveite o dinheiro já poupado em sua longa carreira. Boa grana no bolso, troque paletó e gravata pela bermuda e chinelo de dedo.

HÁBITOS BONS – Bote uma mochila nas costas, um chapéu Panamá e vá flanar no mundão de Deus. Com a amorosa Janja a tiracolo. Faça as pazes, mate a saudade dos hábitos bons e antigos, como sentar no boteco da esquina, pedir uma pinga, cerveja e tira gostos. Curtir amigos corinthianos. Fazer churrasco. Tirar selfies.

Falar de tudo. Menos de política. Botar para fora palavrões presos na garganta. Tomar sorvete com os netos. Há quanto tempo você não passeia com eles?

O bom de tudo, Lula é que no dia seguinte você terá o direito de fazer tudo novamente que vem na telha.

BOA VELHICE – Belo artigo do ex-presidente e acadêmico, José Sarney (A velhice é boa”- Correio Braziliense – 14/02). Sarney destaca figuras com mais de 80 anos, felizes e altivos. A começar por ele. Diariamente Sarney saúda e cultiva a vida.  a relação de Sarney estão, entre outros, o Papa Francisco, jurista Ives Gandra Martins, ator Ari Fontoura e atrizes Laura Cardoso e Fernanda Montenegro. 

Peço vênia para acrescentar, ao singelo e amoroso texto de Sarney,  o nome do respeitado e íntegro, José Bernardo Cabral. Ex-ministro da Justiça, ex-senador, ex-relator-geral da Constituinte, que dia 27 de março completa 93 anos de idade. Lúcido, com saúde, trabalhando como consultor jurídico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Depois de ofensiva de Trump, Brasil reforça moeda local no Brics

Se dependesse só da anistia, Bolsonaro já poderia confirmar sua candidatura

Tribuna da Internet | Nação em que a prioridade é combater anistia está em falência moral

Charge do Seri (Arquivo Google)

Carlos Newton

O Brasil é um país surpreendente e surrealista em matéria de política. Quando tudo indicava que o ministro Alexandre de Moraes conseguiria condenar Bolsonaro e até prendê-lo no processo a ser aberto pelo chamado inquérito do fim do mundo, aquele que não acaba nunca, o vento virou e agora está inflando as velas da anistia, como uma forte reação às exageradas e ilegais condenações dos vândalos do 8 de Janeiro.

Por tê-los transformado em falsos terroristas e lhes atribuído penas que muitos homicidas nem sonham em pegar aqui no Brasil, Moraes despertou a ira do Congresso, que agora realmente caminha para aprovação do projeto da nova lei da anistia, com apoio irrestrito do presidente da Câmara, Hugo Motta, e de importantes lideranças.

CONVERSA FIADA – Ao contrário do que a imprensa tem propositadamente noticiado, os articuladores da anistia não precisam conseguir 257 votos para aprovar a proposição. Isso é “conversa de cerca Lourenço”, como se dizia antigamente.

Esses 257 votos, que representam a maioria absoluta (metade dos votos, mais um) somente são exigidos quando se trata de lei complementar.

A anistia é um projeto de lei simples, que precisa ter quórum de 257 presentes, mas é considerado aprovado com maioria simples, que no caso será de 129 votos dos 257 deputados em plenário ou que marcaram presença.

CONSEGUIR QUÓRUM – É claro que o ideal mesmo seria conseguir a maioria absoluta de 257 votos a favor, porém fica muito mais difícil.

Na prática, o maior trabalho das lideranças que defendem a anistia será convencer deputados a comparecerem apenas para dar quórum, mesmo votando contra ou se abstendo.

Assim, em tradução simultânea, se os líderes colocarem 257 deputados em plenário, estará feita a coisa.

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P.S. 1
– A atuação do presidente Hugo Motta pode ser fundamental para aprovação da anistia, porque é ele quem controla o quorum.

P.S. 2 – Para beneficiar Jair Bolsonaro, será necessário incluir na anistia os condenados por participação da trama do golpe e na campanha contra a urna eletrônica. Mas esta é a parte mais fácil. (C.N.)