Esquema para corrupção na COP30 exibe a “criatividade” do governo Lula

Tribuna da Internet | Sociedade brasileira está aprisionada à corrupção do caráter, uma forte pandemia

Charge do Tacho (Jornal NH)

Carlos Newton

Desde o mensalão, a corrupção no Brasil passou a ter maior sofisticação e os petistas demonstraram invulgar criatividade. Depois do fracasso do mensalão, os líderes do lulopetismo passaram a buscar outras formas de arrecadação ilegal, a pretexto de garantir que o partido tivesse capacidade financeira para vencer as eleições seguintes e permanecer hegemônico.

Um dos esquemas mais bem estruturados nesse sentido foi o “Mais Médicos”, um programa lançado em 8 de julho de 2013 pelo governo Dilma Rousseff, cujo objetivo era suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.

COMPLEXO DE VIRA-LATA – O programa levou mais de 18 mil médicos (a grande maioria, cubanos) para as áreas onde faltavam profissionais de saúde. O grande golpe foi montar o esquema através de um acordo internacional, porque dispensa licitação e não sofre fiscalização financeira.

Assim, o “Mais Médicos” passou a ser gerido por uma desconhecida Organização Pan-Americana de Saúde, que retinha a parte que cabia ao PT nesse latifúndio, e não houve maiores críticas devido ao complexo de vira-lata do brasileiro, que aceita como válido tudo o que vem do exterior.

Diante da impunidade, na mesma época os petistas começaram a repetir o golpe nos mesmos moldes, através da também desconhecida Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), uma ONG que até hoje está servindo de fachada para desviar vultosos recursos federais.

NO MESMO ESQUEMA – No governo Dilma, a OEI começou a operar no Brasil e fechou dois contratos seguidos, sem licitação, O primeiro, em 6 fevereiro de 2014, de R$ 9 milhões, e depois, em 9 de abril de 2014, outro contrato do mesmo valor, totalizando R$ 18 milhões, nada mal.

Naquela época, com surgimento da Lava Jato, os espanhóis da OEI ficaram temerosos, interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização.

Assim, em 26 de dezembro de 2018, final do governo Temer, conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um presente ofertado pelo então ministro Sérgio Sá Leitão.  Dois anos depois, no governo Bolsonaro, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões do MEC, em 22 de dezembro de 2020, na gestão do pastor evangélico Milton Ribeiro, outro ex-ministro corrupto que continua impune.

IMPUNIDADE TOTAL – Não houve denúncias nem investigações. Assim, cientes da impunidade, os espanhóis voltaram à ação no início do terceiro governo Lula (janeiro de 2023), quando o petista Leonardo Barchini deixou a função de secretário-executivo adjunto do MEC para ser representante da ONG no Brasil.

Barchini ficou dirigindo a OEI até 31 de julho de 2024, quando voltou ao MEC promovido a secretário-executivo, cargo que equivale a vice-ministro.

No período que ficou na ONG, deixou acertados seis contratos milionários com o governo. Foram R$ 35 milhões com o MEC; R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; R$ 8,1 milhões com a Presidência da República; R$ 478,3 milhões com a Casa Civil, através da Secretaria Extraordinária da Cop30; R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; e R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal).

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P.S.
Nessa roubalheira desenfreada, o governo de Lula alega que jamais houve necessidade de licitação, por ser acordo internacional. Mas não é bem assim. A Lei de Licitações (nº 14133) diz que a licitação será dispensada “quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para a Administração (artigo 5º, item IV). Além disso, o contrato tem de ser com outro país ou entidade internacional, mas a Organização dos Estados Ibero-Americanos é apenas uma ONG. O assunto é importantíssimo e depois a gente volta a ele, para dizer quem autorizou essa bagaça no Palácio do Planalto. (C.N.)

O pacote de medidas do governo para conter a alta de preços é um lance arriscado

Governo anuncia tarifa zero de importação para grupo de alimentos

Pedro do Coutto

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a zeragem na alíquota do imposto de importação sobre diversos alimentos para garantir uma redução no preço de determinados itens, como carne, café, açúcar e milho. O anúncio foi feito após reunião de ministros com empresários do setor.

A medida deverá passar pela Câmara de Comércio Exterior antes de entrar em vigor. “É questão de dias”, disse Alckmin. Ele avaliou que é difícil explicitar o efeito matemático sobre cada item, mas garantiu que a ideia é reduzir os preços e manter o poder de compra dos cidadãos. Além de zerar as alíquotas, Alckmin disse que o Ministério da Agricultura vai acelerar a análise das questões fitossanitárias em relação a outros países que comercializam com o Brasil.

CESTA BÁSICA – “Às vezes, tem país que não pode vender para o Brasil, mas vai acelerar a análise dessa questão”, explicou. O vice-presidente também anunciou outras medidas, como estímulo e prioridade para a cesta básica no Plano Safra e fortalecimento dos estoques reguladores pela Companhia Nacional de Abastecimento.

Alckmin disse que o presidente Lula da Silva aprovou uma série de medidas sobre o tema, e os anúncios desta semana seriam apenas o primeiro pacote. Lula teve reunião com ministros sobre o assunto. Depois, os auxiliares do presidente da República conversaram com representantes do setor produtivo – e os anúncios vieram em seguida. Alckmin classificou o encontro com empresários, no Palácio do Planalto, de “muito produtivo”.

O pacote de medidas para conter a alta de preços é um lance arriscado, pois é preciso não só conter, mas reduzir os preços para o consumo popular de forma efetiva e não apenas temporária. É uma iniciativa difícil, tanto que setores do agronegócio e da agroprodução sustentam que é complexo na base de tarifas segurar ou  mesmo reduzir os preços. De qualquer forma, o governo tenta ir de encontro ao sentimento popular.

DIMENSÃO – A questão não é simples de ser resolvida. O conjunto de medidas anunciada pode gerar uma economia de 0,25%, o que é pouco em relação à dimensão do custo de vida. É difícil poder chegar a um resultado positivo, pois se há uma estratégia de compra, há também uma de venda. E essas estratégias quando se chocam o resultado é duvidoso. O consumo é algo permanente, sobretudo na alimentação.

O governo tomou uma decisão, mas talvez seja mais um jogo para a arquibancada, e dificilmente terá êxito, a não ser uma pausa na subida dos preços. Estão em campo interesses legítimos e outros nem tanto, e que formam o cenário dos preços que envolvem os produtos. Vamos esperar os próximos passos, vendo se no primeiro estágio as ações governamentais funcionarão ou não. É um grande desafio que o Planalto tem pela frente.

Corrupção no Planalto inclui “doações voluntárias” à ONG que domina a COP30

Quem é Camilo Santana: cearense escolhido por Lula como ministro da Educação foi governador e senador eleito pelo Ceará | Ceará | G1

Camilo Santana já “doou” R$ 35 milhões à ONG espanhola

Carlos Newton 

Além do contrato de R$ 478,3 milhões com a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), sem licitação, a pretexto de que essa ONG sediada na Espanha possa “cooperar” na gestão da COP30 (30ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas), o governo Lula acaba de fazer “contribuições voluntárias” de R$ 98 milhões, em forma de doações a essa nebulosa instituição.

O homem-chave do esquema de corrupção é o servidor federal Leonardo Brachini, que é hoje  secretário-executivo do ministro Camilo Santana no Ministério da Educação, ocupando um cargo que equivale ao de vice-ministro.

PRINCIPAL OPERADOR – Para montar as diversos operações com o Planalto, que já levaram quase R$ 600 milhões, em agosto de 2023 Leonardo Barchini se licenciou da função no MEC para se tornar diretor da ONG espanhola no Brasil, cargo que exerceu de setembro de 2023 até julho de 2024, quando reassumiu no MEC, depois de acertar grande número de contratos entre a OEI e o governo Lula, incluindo muitos milhões de reais em “contribuições voluntárias” com outros ministérios, com órgãos federais  e também com importantes estatais.

Por óbvio, a primeira dessas “contribuições voluntárias” foi feita pelo Ministério da Educação em agosto de 2024, logo após Barchini reassumir o cargo de vice-ministro. Ou seja, o dedicado servidor público se encarregou de transferir pessoalmente o dinheiro do MEC para a ONG espanhola.

Essas “contribuições voluntárias” à conta bancária da OEI retiraram R$ 15 milhões do programa Pé-de-Meia, R$ 15 milhões das escolas em tempo integral e R$ 5 milhões de atividades de avaliação da educação básica.

MAIS 98 MILHÕES – No total, além dos R$ 478,3 milhões pela “cooperação” à COP30, a ONG espanhola recebeu mais R$ 98 milhões em doações do governo brasileiro, feitas pelo MEC, pelo Ministério da Microempresa, pela Secretaria Geral da Presidência da República e pela Receita Federal. Segundo o sistema que registra os gastos do governo (Siafi), todos os valores foram creditados nas contas da organização no ano passado.

Isso significa que o dinheiro foi remetido ao exterior. Ou seja, “já era”, como se dizia antigamente.

O excelente repórter Eduardo Militão, que está cobrindo o caso para o Portal UOL, conta que procurou o MEC e a ONG espanhola. O Ministério respondeu que a “contribuição voluntária” feita “é revertida em ações de apoio a programas e políticas do MEC e cooperação técnica, com prestação de contas”. A tal OEI não se interessou em responder.

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P.S. –
Como dizia Machado de Assis, queremos “atitude, porque palavras o vento leva”. A assessoria do MEC está mentindo, pois não houve nem haverá prestação de contas. O golpe da ONG espanhola foi perfeito, e também não haverá repatriação dos recursos, conforme explicaremos  nas próximas matérias. Comprem pipocas. (C.N.)

Uma menina dançando sozinha, junto com o vento, na poesia de Quintana 

Esta vida é uma estranha hospedaria, De... Mario Quintana - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tradutor e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994) inspirou-se na “Dança” solitária de uma menina, cujo par era o vento.

DANÇA
Mário Quintana

A menina dança sozinha
por um momento.

A menina dança sozinha
com o vento, com o ar, com
o sonho de olhos imensos…

A forma grácil de suas pernas
ele é que as plasma,
o seu par de ar, de vento,
o seu par fantasma…

Menina de olhos imensos,
tu, agora, paras,
mas a mão ainda erguida
segura ainda no ar
o hastil invisível
deste poema!

Trump atira contra Canadá, México e China e coloca Brasil na alça de mira

Trump traduz a sua arrogância através da irracionalidade

Pedro do Coutto

Num excelente artigo publicado na edição de O Globo de ontem, Míriam Leitão destaca os problemas que o presidente Donald Trump tem colocado no plano mundial, criando um estado delicado aos seus próprios aliados conservadores e da extrema-direita.

Como exemplo, se destaca o fato de a Suprema Corte dos Estados Unidos ter rejeitado a ordem executiva de Trump para congelar US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,6 bilhões) em ajuda internacional, ordenando que seu governo desembolse os recursos imediatamente.

DERROTA – Em uma decisão de 5 a 4 que impôs uma derrota a Trump em sua investida por diminuir gastos do governo, a Corte manteve a ordem do juiz Amir Ali, do distrito de Washington. Ali determinou a imediata liberação dos fundos para contratados e beneficiários de subsídios da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

Míriam Leitão destacou que a guerra aberta de Trump contra o comércio internacional fará ainda muito estrago na economia americana e global. Nesta semana, Canadá, México e China anunciaram retaliações ao aumento generalizado de tarifas disparado por Trump. No discurso no Congresso, o presidente americano disse que outros países também estão na alça de mira, entre eles, o Brasil.

IMPORTAÇÕES – Canadá, México e China juntos representam US$ 1,4 trilhão das importações americanas. Os importadores terão de pagar mais pelos seus produtos e isso vai para o preço final, mesmo que possa ser em parte absorvido dentro da cadeia produtiva americana. O resultado é mais inflação e menos crescimento. Mas Trump acredita estar acima de qualquer tipo de relação diplomática, e busca apenas dirigir o país de acordo com as suas inspirações sem sentido.

A confusão se espalha por falta de nitidez e solidez por parte dos Estados Unidos que certa hora impõe uma taxação para em seguida recuar nas medidas protecionistas. Esses movimentos desestabilizam e colocam incógnitas sobre os alvos a serem atingidos nas investidas econômicas. Essas variações e vacilações criam uma intranquilidade no mercado financeiro internacional, dificultando as transações comerciais.

Trump se mostra ser um homem voltado para as polêmicas, com medidas que criam perplexidade. Se até as empresas americanas estão sentindo os efeitos dessas alternâncias, imaginem como se sentem o Canadá, o México, a China e o Brasil ? O presidente americano não leva em consideração coisa alguma, buscando apenas elevar o grau de irracionalidade para o processo econômico, cujas consequências se farão sentir no mundo inteiro.

Homenagear Constituinte sem lembrar o relator Bernardo Cabral é ultrajante

Bernardo Cabral inspira criação da Academia Bernardina | Monitor Mercantil

Bernardo Cabral mora no Rio e faz aniversário no dia 27

Vicente Limongi Netto

Ultrajante, indecorosa, infame, afrontosa, torpe, melancólica e inacreditável, ontem, hoje e sempre, a iniciativa de elegantes, sábios e orgulhosos senhores e senhoras de promover conclave repudiando a ditadura e homenageando a Assembleia Nacional Constituinte, sem ter a dignidade, a grandeza, o respeito e a educação de convidar o ex-senador, ex-ministro da justiça, ex-presidente da OAB Nacional e relator-geral da Constituinte, o jurista Bernardo Cabral (Coluna Eixo-Capital, Correio Braziliense – 06/03). 

É a velha, desprezível, mesquinha, imperdoável, revoltante, vil e deplorável ingratidão brasileira, com figuras que dedicaram a vida ao bom, honesto e saudável exercício da atividade pública, como Bernardo Cabral.  Tenho ânsia de vômito.

No próximo dia 27, Bernardo completa 93 anos de idade. Lúcido, altivo e generoso, trabalhando como consultor jurídico da Confederação Nacional do Comércio. Meus contundentes protestos a Fundação Astrojildo Pereira e ao Partido Cidadania, autores da promoção, marcada para o próximo dia 15, no Panteão Tancredo Neves. 

VIVA OS GATOS! – Gatos sabem amar. Cativam e têm dia comemorado no mundo inteiro. Dão exemplo para seres humanos. Retribuem com amor quem cuida deles. Não se afastam dos donos mesmo quando estão fora de casa, ou viajando. Os donos dos gatos sabem que podem contar com eles.

Mostram amor. Aliviam a solidão. Quando estão perdidos, a agonia dos gestores é imensa. Mostram amor pelos miados. Com lambidas, piscando demorado. Com mordidinhas ou batidinhas de cabeça. Gatos são parte da família. Quando envelhecem e morrem, a tristeza toma conta do coração das crianças e dos adultos.

Gatos procuram amor e carinho. São diferentes dos adultos. Que geralmente não sabem amar. Que destroem lares, que matam pessoas e destroem famílias. Nasceram ruins. Com alma podre. 

FALTA O GANSO – Vergonhosa e ultrajante a ausência de Paulo Henrique Ganso na pré-lista dos convocados apresentada pelo treineiro Dorival Júnior à CBF. Ganso está voltando aos treinos físicos. Em uma semana estará em campo, exibindo seu belo, lúcido e vistoso futebol.

Não existe no futebol brasileiro, meia mais cerebral e produtivo do que Ganso. Os meias Oscar, Paquetá e outros tantos, não engraxam as chuteiras de Ganso.  Manobras torpes contra cerebral armador humilham e ofendem a bola e desapontam torcedores exigentes. 

Por fim, volta, Chico Anysio! Volta para ridicularizar a cansativa, patética, tola, hilária, incompetente, raivosa a melancólica batalha diária dos sábios e sábias da Globonews contra Donald Trump. 

“Todo morro entendeu quando o Zelão chorou”, cantava Sérgio Ricardo

Sérgio Ricardo foi incompreendido e pouco ouvido, diz jornalista – Jornal  da USP

Sérgio Ricardo foi um grande artista multimídia

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cineasta, artista plástico, instrumentista, cantor e compositor paulista João Lutfi (1932-2020), que adotou o pseudônimo de Sérgio Ricardo, afirma que a letra da música  ”Zelão” já apresentava uma ruptura com a temática da bossa nova, pois saiu do perímetro da classe média para atingir a favela. “Zelão” ajudou a abrir as consciências de seu tempo, em torno do engajamento da arte com a justiça social. A música faz parte do LP A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo, lançado em 1960 pela Odeon.

ZELÃO
Sérgio Ricardo

Todo morro entendeu
Quando o Zelão chorou
Ninguém riu nem brincou
E era carnaval

No fogo de um barracão
Só se cozinha ilusão
Restos que a feira deixou
E ainda é pouco só

Mas assim mesmo Zelão
Dizia sempre a sorrir
Que um pobre ajuda outro pobre
Até melhorar

Choveu, choveu
A chuva jogou seu barraco no chão
Nem foi possível salvar violão
Que acompanhou morro abaixo a canção
Das coisas todas que a chuva levou
Pedaços tristes do seu coração

Todo morro entendeu
Quando o Zelão chorou
Ninguém riu nem brincou
E era carnaval

Em discurso no Congresso, Trump critica Brasil e dobra aposta em mais tarifas

O presidente americano fez mais ameaças a diferentes nações

Pedro do Coutto

Em um dos discursos mais longos já feitos por um presidente diante do Congresso, com 100 minutos de duração, Donald Trump fez um balanço de seus primeiros 43 dias no cargo. Ele destacou uma série de ações executivas que visam acelerar sua agenda econômica e política. Ao justificar a implementação de tarifas de reciprocidade para proteger a economia norte-americana, Trump criticou o Brasil.

“As tarifas não servem apenas para proteger os empregos norte-americanos. Servem para proteger a alma do nosso país”, disse Trump, embora tenha reconhecido que “algumas perturbações” serão registradas, sem citar a inflação prevista por economistas em todo o mundo. “Outros países têm utilizado tarifas contra nós durante décadas, e agora é nossa vez de começar a utilizá-las” contra eles, afirmou o republicano.

TARIFAS – Segundo Trump, China, Brasil, Índia, México, Canadá e a União Europeia impõem tarifas muito superiores às aplicadas pelos Estados Unidos. Com a nova política, qualquer nação que tarifar produtos norte-americanos enfrentará taxas equivalentes ao exportar para os EUA. Além disso, Trump determinou uma tarifa de 25% sobre alumínio, cobre, madeira e aço estrangeiros, argumentando que esses setores são essenciais para a segurança nacional.

Foi, sem dúvida, um lance destinado a criar um problema com reflexos mundiais, abalando o valor do dólar e as transações comerciais que abrangem o comércio internacional. O aumento das tarifas vai se destinar também ao Brasil, como o presidente Donald Trump avisou nesta semana. Os Estados Unidos são importadores de alumínio e aço, fabricados e fornecidos pelo nosso país.

HOMEM TEMPESTADE – Trump faz questão de ser um homem tempestade, disposto a modificar as relações econômicas. É alguém que tem o prazer voltado para situações críticas e que bloqueiam também o desenvolvimento social. Em abril, ele atacará o comércio brasileiro.

Será um problema a mais para o governo Lula que já se defronta com uma onda conservadora que se volta para impedir uma redistribuição de renda, com uma crise aberta direcionada pela pressão do Centrão para ampliar a sua presença no bloco que apoia o governo a troco de ministérios e órgãos governamentais. O governo, que ainda não encontrou o caminho do equilíbrio, enfrentará mais esse desencontro que poderá se refletir nas eleições de 2026.

ONG espanhola envolvida na COP30 corrompeu membros do governo Lula

Leonardo Barchini - Brasília, Distrito Federal, Brasil | Perfil profissional | LinkedIn

Barchini armou o esquema e depois se refugiou no MEC

Carlos Newton

Reportagem de Leonardo Ribeiro na CNN revela que o  líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), pediu ao governo o afastamento de Leonardo Osvaldo Barchini Rosa do cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação, por “indícios” de que ele tenha se utilizado da função para beneficiar a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

Barchini, um dos executivos de maior destaque do PT, é hoje o número dois do Ministério da Educação. Está envolvido até o pescoço no escândalo do favorecimento à ONG espanhola em diversos órgãos do governo, e vai levar junto nesse rolo o atual ministro, Camilo Santana, o primeiro a fechar contrato com a OEI, de R$ 35 milhões, a pretexto de “contribuição Voluntária à Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI)”.

SEM NOVIDADES – As mordidas dos espanhóis da ONG não são nenhuma novidade. Eles estão na área desde 2014, quando o esquema de corrupção começou a operar discretamente com o governo Dilma Rousseff, fechando dois contratos de convênios – um de R$ 9 milhões em 6 de fevereiro de 2014, e outro do mesmo valor (R$ 9 milhões) em 9 de abril de 2014.

Naquela época, com temor da Lava Jato, os espanhóis da OEI interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização.

Assim, em 26 de dezembro de 2018, final do governo Temer, conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um presente ofertado pelo ministro Sérgio Sá Leitão. Dois anos depois, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões do MEC no governo Bolsonaro, em 22 de dezembro de 2020, na gestão do pastor evangélico Milton Ribeiro, outro corrupto que continua impune.

MAIOR OPERADOR – Leonardo Barchini deixou a função de secretário executivo adjunto do MEC em janeiro de 2023, para ser representante da ONG no Brasil. Ficou dirigindo a OEI até 31 de julho de 2024, quando voltou ao MEC como secretário-executivo ou vice-ministro. Neste período que ficou na ONG, deixou acertados seis contratos milionários com o governo.

R$ 35 milhões com o MEC, em 30/09/2024;

R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas, em 18/10/2024;

R$ 8,1 milhões, em 10/12/2024 com a Presidência da República;

R$ 478,3 milhões com a Secretaria Extraordinária da Cop30, em 12/12/2014;

R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas, em 17/12/24;

R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal), em 23/12/2024, às vésperas do Natal, vejam que a desfaçatez dessa gente é uma arte, como diria Ataulfo Alves.

SUBSTITUTO BAIANO – Servidor público federal há mais de 30 anos, Leonardo Barchini só ficou na OEI o tempo necessário para preparar as seis operações e deixou os contratos para serem assinados por seu substituto na direção da ONG espanhola, o advogado baiano Rodrigo Rossi. Com formação na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Direito Privado (IDP) de Gilmar Mendes, Rossi é muito ligado a Rui Costa, chefe da Casa Civil.

A maior tacada da OEI foi justamente na Casa Civil, ao ser contratada sem licitação, por R$ 478,3 milhões, para ser a responsável pela organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que será realizada em novembro no Pará e que já deveria estar mais do que organizada.

Detalhe comprometedor – quando o contrato foi firmado em 12 dezembro, já tinham sido feitos dois pagamentos para a OEI relacionados à COP30 nos meses de agosto e dezembro de 2024, totalizando R$ 20,7 milhões, vejam a que ponto vai a audácia dos corruptos.

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P.S. 1
Se as denúncias estiverem bem fundamentadas, o Tribunal de Contas da União terá de suspender imediatamente os contratos e iniciar investigação de emergência no caso, que representa o maior escândalo de corrupção do governo Lula 3.

P.S. 2 – Há vários dias a CNN tenta contato com a OEI e com Leonardo Barchini, mas ainda não teve resposta, nem terá. Conforme assinalamos aqui, é provável que fujam do país, já com os bolsos cheios. Trata-se do esquema de corrupção mais acintoso desde a Lava Jato, e não faltam provas materiais. Como diz o FBI, basta seguir o dinheiro.  (C.N.)

Acabou nosso carnaval e nos corações saudades e cinzas foi o que restou…

A parceria começou em 1961, quando o... - Vinicius de Moraes | Facebook

Vinicius e Lyra, parceiros e amigos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, advogado, jornalista, dramaturgo, compositor e poeta carioca Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes (1913-1980) escreveu com Carlos Lyra (1933-2023) , em 1963, a “Marcha da quarta-feira de cinzas”. O lirismo melancólico dos foliões a espera do próximo carnaval, que imperava na letra, depois serviu também como música de protesto contra a ditadura militar de 1964. Embora consagrada pela voz de Nara Leão, essa marcha-rancho foi gravada, inicialmente, por Jorge Goulart, em 1963, pela Copacabana.

MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Carlos Lyra e Vinícius de Moraes

Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou.

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor.

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade…

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar.

Porque são tantas coisas azuis
Há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe…

Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz.

“Ainda estou aqui” deixa na academia americana a marca da arte brasileira

Longa conquistou o Oscar de melhor filme internacional

Pedro do Coutto

A vitória do filme de Walter Salles foi, sem dúvida alguma, além da obra de arte, uma vitória da consciência nacional brasileira sobre o seu passado, iluminando uma página dolorosa da vida nacional. O longa-metragem sobre a advogada e ativista Eunice Paiva, conquistou o Oscar de melhor filme internacional e se tornou a primeira produção brasileira a ganhar uma estatueta na principal premiação do cinema mundial.

A obra confirmou o favoritismo na categoria e superou seu principal concorrente, o francês “Emilia Pérez”, marcado pelas polêmicas envolvendo a protagonista Karla Sofía Gascón, bem como o dinamarquês “A Garota da Agulha”, o alemão “A Semente do Fruto Sagrado” e o letão “Flow”. Essa foi a quinta indicação de um longa brasileiro na categoria de melhor filme internacional e a primeira vitória, que consagra uma das produções mais bem-sucedidas da história do cinema nacional.

EUNICE PAIVA – “Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não desistir. Esse prêmio vai para ela: Eunice Paiva. E vai para as duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse Salles no palco do Oscar.

“Ainda Estou Aqui” estreou no Festival de Veneza de 2024, onde ganhou o prêmio de melhor roteiro, e conta a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), mãe de cinco filhos cuja vida foi virada do avesso após o sequestro, prisão e desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), pelo regime militar. A obra é inspirada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens, e já levou mais de cinco milhões de espectadores aos cinemas no Brasil.

A casa em que a família de Rubens Paiva morou, na Urca, na Zona Sul do Rio, é testemunha da violência da prisão sem volta, sem explicação ou o cadáver de alguém sem culpa formada e que se transformou numa peça da história que se adicionou a torturadores e torturados e também aos mortos que desapareceram em condições que acrescentaram páginas de horror e que tem personagens ocultos até hoje ao longo do tempo.

OBRA DE ARTE – O filme “Ainda estou aqui” deixou na academia  de Hollywood a marca da obra de arte, que se reveste da ideia de localizar no tempo um episódio que jamais deve ser esquecido porque fere profundamente todos aqueles que de uma forma ou de outra participaram encapuzados, o que no fundo assinala uma confissão de si mesmos com o desprezo pela condição humana.

O corpo de Rubens Paiva não foi devolvido pelos que o assassinaram. Carregarão para sempre o peso de um fato que permanece entre as sombras do passado. E enquanto houver rastros de um crime como o que ocorreu com Rubens Paiva, haverá sempre uma lembrança como a que o filme de Walter Salles trouxe através da arte para a história, expondo com a sua obra a verdadeira dimensão do que se passou nos porões da ditadura.

 

Walter Salles frisou a importância da democracia e da imprensa livre

Walter Salles sobre Oscar: “Não somos favoritos a absolutamente nada” | Metrópoles

Entrevista de Salles foi uma aula de democracia

Carlos Newton

Na primeira entrevista após ganhar o Oscar de melhor filme internacional com “Ainda Estou Aqui”, o cineasta Walter Salles deu uma entrevista importantíssima sobre as ameaças à democracia. “Estamos vivendo algo que eu não esperei ver tão cedo. É um processo de fragilização crescente da democracia, que está se acelerando cada vez mais. A única coisa que posso atestar é o quanto o filme, que fala de uma ditadura militar, se tornou tão próximo de quem o viu”, disse em Los Angeles, nesta segunda-feira (dia 3).

Salles acrescentou que nos Estados Unidos várias pessoas afirmaram reconhecer semelhanças entre a trama retratada e a atual situação política no país, com a ascensão de Trump ao poder. “E eu diria que não é só aqui (nos Estados Unidos). De uma certa forma, isso ecoa o perigo autoritário que hoje grassa no mundo todo”, frisou.

JORNALISMO E ARTE – Walter Salles destacou a importância da arte e do jornalismo neste tipo de cenário político.

“Estamos vivendo um momento de extrema crueldade, da prática da crueldade como forma de exercício do poder. Numa hora como essa, o jornalismo investigativo, a literatura, a música, o cinema, todas as formas de expressão tornam-se fundamentais para combater isso, para fazer uma polifonia democrática em meio a algo que se torna cada vez mais um funil autoritário”, assinalou.

Essa fragilização da democracia, citada pelo cineasta, é cada vez mais intensa no Brasil, devido à conspiração que ocorreu no governo Bolsonaro e pela politização da Justiça e da imprensa.

CORRUPÇÃO NO BRASIL – Aqui no Brasil, essa crise democrática agora é agravada com a denúncia de mais um esquema de corrupção, em reportagem do jornalista Caio Junqueira, da CNN. Na sexta-feira, dia 28,  ele divulgou, em detalhes, como a corrupção no governo Lula 3 é praticada mais uma vez dentro do Palácio do Planalto.

Sua reportagem é impressionante. Mostra que em apenas cinco meses, uma ONG espanhola conseguiu fechar contratos com o governo federal que chegam a quase R$ 600 milhões, a pretexto de assessorar projetos e eventos, especialmente a COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), justamente num momento em que o governo está sem recursos, em crescente déficit primário.

E o que fez a chamada grande imprensa? Ao invés de mergulhar no assunto, a mídia (jornais, revistas, emissoras de TV etc.) continua tentando desconhecer a existência desse grave esquema de corrupção dentro do Palácio do Planalto.

IMPRENSA LIVRE – Essa situação confirma as palavras de Walter Salles, sobre “o jornalismo investigativo, a literatura, a música, o cinema”, como vetores fundamentais da democracia.

Até agora, apenas CNN, Tribuna da Internet e Poder360 publicaram matérias sobre esse novo esquema governamental de corrupção, mostrando que a liberdade de imprensa tem de ser considerada uma obrigação, e não uma mera utopia. Por isso, vamos seguir adiante na apuração da denúncia de Caio Junqueira.

Aproveitamos para agradecer a todos aqueles que se juntam a nós e colaboram para que possamos funcionar sob o signo da liberdade, sem patrocinadores que nos imponham seus interesses políticos, ideológicos, econômicos e sociais.

BALANÇO DE FEVEREIRO – E como sempre fazemos, vamos apresentar o balanço de fevereiro, começando pelas contribuições na Caixa Econômica Federal.

DIA  REGISTRO    OPERAÇÃO            VALOR
03    031221         DEP. LOTÉRICA………100,00

19    191645         DEP. LOTÉRICA………100.00
26    000001         TED JOSÉ P.N.V……….40,00
27    271742         TRANS. F.MORENO…200,00

Agora, os depósitos no banco Itaú/Unibanco:

03   PIX TRANSF PAULO ROBERTO……..100,00
03   PIX TRANSF JOSE FR……………………150,00
07   TED 001.5977.JOSE A P J…………….307,02
14   TED 001.4416.MARIO A C R………..300,00
28   TED 033.3591.ROBERTO S N……….200,00

Por fim, as contribuições no Banco Bradesco:
04/12   TRANS JOSEF.DANTAS…………….60,00

Agradecendo muitíssimo a todos os amigos e amigas que compartilham conosco essa aventura do jornalismo livre e investigativo, podemos adiantar que o novo esquema de corrupção no Planalto é da maior gravidade e vai dar muito o que falar. (C.N.)

Na Noite dos Mascarados, uma saudade eterna dos velhos carnavais

Baile de Máscaras da Revista Elitte resgatará tradição em Lavras - Curta  Lavras - Uma cidade que dá certo

Quem é você, diga logo que eu quero saber o seu jogo…

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, escritor, poeta e compositor carioca Chico Buarque de Holanda, na letra de “Noite dos Mascarados”, descreve o encontro de duas pessoas no carnaval que procuram um grande amor. Essa marcha-rancho foi gravada no LP Chico Buarque de Holanda – Vol. 2, em 1966, pela RGE.

NOITE DOS MASCARADOS
Chico Buarque

– Quem é você?
– Adivinha, se gosta de mim!
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
– Quem é você, diga logo…
– Que eu quero saber o seu jogo…
– Que eu quero morrer no seu bloco…
– Que eu quero me arder no seu fogo.
– Eu sou seresteiro,
Poeta e cantor.
– O meu tempo inteiro
Só zombo do amor.
– Eu tenho um pandeiro.
– Só quero um violão.
– Eu nado em dinheiro.
– Não tenho um tostão.
– Fui porta-estandarte,
Não sei mais dançar.
– Eu, modéstia à parte,
Nasci pra sambar.
– Eu sou tão menina…
– Meu tempo passou…
– Eu sou Colombina!
– Eu sou Pierrô!
Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr.
Deixa o dia raiar, que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser! 

Lula precisa realinhar o seu governo para recuperar o espaço perdido

Deputado do Centrão assuma a liderança do governo na Câmara

Pedro do Coutto

A ministra Gleisi Hoffmann ficou encarregada de articular uma frente parlamentar capaz de dar sequência aos esforços do governo em recuperar terrenos perdidos. Escolhida pelo presidente para a Secretaria de Relações Institucionais, Hoffmann articula para que um deputado de um partido de centro assuma a liderança do governo na Câmara. A indicação seria uma forma de contrabalancear a própria definição do nome da deputada para comandar a articulação política no Planalto.

Em conversa com o presidente Lula, Gleisi e Alexandre Padilha, que deixará a pasta de Relações Institucionais para assumir a Saúde, defenderam que um deputado de um partido aliado assuma a liderança do governo. Lula ainda questionou se um petista não poderia ocupar o posto. Gleisi e Padilha responderam que seria melhor escalar um parlamentar de outra sigla para facilitar a relação com a Câmara.

INSTATISFAÇÃO – Frente à insatisfação que a escolha de Gleisi para a articulação política gerou em parte do meio político, restam dúvidas se os deputados de outros partidos aceitariam assumir o cargo. A liderança do governo pode ser entendida como um prêmio de consolação após a opção de Lula pela petista.

É preciso ver o que causou a perda de espaço pelo governo Lula nos últimos tempos. Faz-se necessária uma análise com muita objetividade, caso contrário pode-se estar jogando esforços sobre um campo vazio. A queda de popularidade do presidente Lula da Silva tem causas e nada acontece sem motivos na política.

TOMA LÁ, DÁ CÁ – Gleisy precisa ter nas mãos objetos concretos para articular politicamente. Por outro lado, não parece adequada a própria articulação, ou seja, a simpatia em troca de simpatia. O governo terá que oferecer algo a todas as correntes que dele se afastaram. É questão de tempo e agilidade por parte de Gleisi Hoffmann.

Enquanto isso, é preciso que existam esforços do governo para recuperar o tempo perdido. Não será uma tarefa fácil, pois ele está diante de um cenário de gravidade. A descida é sempre mais acentuada do que a subida. É preciso que o governo tenha em mente que precisa fazer um levantamento sobre a sua própria atuação e os pontos nos quais mais fracassou. Para recuperação é preciso ações efetivas e um alinhamento em torno de si próprio para atuar nos efeitos. Por enquanto, não há sequer uma diagnóstico.

Espanhol que opera corrupção no PT já procurou se blindar junto ao TCU

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Vital do Rego, do TCU, ladeado por Rossi e Jaconero, da OEI

Carlos Newton

Depois do mensalão e do petrolão, quando se julgava que o PT iria dar um tempo na corrupção, eis que surge no governo Lula 3 mais um grave escândalo envolvendo desvio de recursos federais, desta vez operado pela Organização Internacional dos Estados Ibero-Americanos (OEI), sediada na Espanha.

Denunciado pelo jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, o esquema de corrupção começou a operar discretamente com o governo Dilma Rousseff em 2014, quando fechou dois contratos de convênios com o governo federal – um de R$ 9 milhões em 6 de fevereiro de 2014, e outro do mesmo valor (R$ 9 milhões) em 9 de abril de 2014.

SEMPRE NO NATAL – Naquela época, devido à Lava Jato, os espanhóis da OEI interromperam as nebulosas transações e só voltaram à ação no governo Michel Temer, quando perceberam que no Brasil o ideal é fechar contratos sempre na época de Natal, quando não há fiscalização de nada.

Assim, em 26 de dezembro de 2018, no apagar das luzes do governo Temer, os espanhóis conseguiram faturar R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um belo presente de Natal, ofertado pelo ministro Sérgio Sá Leitão.

Dois anos depois, sempre no Natal, a OEI conseguiu levar R$ 10 milhões no governo Bolsonaro, em acordo natalino fechado com o MEC em 22 de dezembro de 2020, na gestão daquele pastor evangélico corrupto Milton Ribeiro, que continua impune.

PT DE GOELA ABERTA – Ninguém denunciou nem apurou nada. E a certeza da impunidade que o Supremo garante a Lula e ao PT animou os espanhóis, que voltaram à carga em 2024 e encontraram o governo do PT de goela aberta, digamos assim.

O mais impressionante é audácia do advogado baiano Rodrigo Rossi, que assumiu recentemente a chefia da organização espanhola no Brasil e é ligado ao chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Em apenas cinco meses, Rossi bateu todos os recordes de corrupção pós-Lava Jato, fechando contratos com o governo federal de quase R$ 600 milhões, justamente num momento de gravíssima crise econômico-financeira, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sem saber que gastos cortar.

REUNIÃO NO TCU – Mais uma vez, não houve denúncia, nenhuma repercussão. Mesmo assim, os dirigentes da OEI ficaram preocupados com o volume das transações, e tentaram uma blindagem preventiva no Tribunal de Contas da União.

O secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, veio de Madri para uma série de reuniões com autoridades federais. Em 13 de fevereiro, junto com o voraz Rodrigo Rossi, foi recebido pelo presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Vital do Rêgo, que os recebeu pomposamente, acompanhado dos principais dirigentes da equipe técnica do tribunal.

Jabonero e Rossi saíram radiantes, acreditando estarem blindados no Brasil, devido a suas relações com Lula, Janja e os principais ministros. Mas a felicidade durou pouco, porque duas semanas depois a CNN publicou a explosiva reportagem revelando esse impressionante esquema de corrupção do governo Lula 3, que está sendo denunciado em diferentes órgãos públicos.

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P.S. 1
Até agora, por causa do Carnaval e do Oscar, a grande mídia tenta sepultar a denúncia de Caio Junqueira, mas os parlamentares da oposição já tomaram conhecimento da corrupção no governo Lula 3 e vão acionar nesta quinta-feira a Casa Civil e o TCU, para começar.

P.S. 2O escândalo é inevitável. O pagamento de R$ 487,3 milhões à OEI está ocorrendo justamente quando faltam verbas para a COP30 e as obras estão atrasadas em Belém por carência de recursos. Ah, Brasil! (C.N.)

A velhice da porta-bandeira provoca um drama que só o desfile desfaz…

Ficheiro:Selminha Sorriso porta bandeira da Beija Flor.jpg ...

Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, compositor e poeta carioca Paulo César Francisco Pinheiro, na letra de “A velhice da porta-bandeira”, em parceria com Eduardo Gudin, registra que a vida partilha alegrias e tristezas enquanto o tempo passa e, nas escolas de samba, há sempre outra porta-bandeira a espreitar. Esse samba foi gravado no LP “O importante é que a nossa emoção sobreviva”, em 1974, pela Odeon, por Eduardo Gudin, Paulo César Pinheiro e a cantora Márcia, alcançando repercussão nacional com o disco e os shows realizados por diversos estados.

A VELHICE DA PORTA-BANDEIRA
Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro

Ela renunciou
A Mangueira saiu, ela ficou
Era porta-bandeira
Desde a primeira vez
Por que terá sido isso que ela fez?

Não, ninguém saberá
Ela se demitiu, outra virá
Ninguém a viu chorando
Coisa tão singular
Quando a bandeira tremeu no ar

Ô… quando toda avenida sambou
O seu mundo desmoronou
Ela se emocionou
Perto dela ela ouviu, alguém gritou:
“Viva a porta-bandeira”,
“Sou eu”, ela pensou
Mas foi a outra quem se curvou
Ô… quando toda avenida sambou
O seu mundo desmoronou
Ô… quando a porta-bandeira passou
Quem viu
Ela se levantou e aplaudiu

Falas polêmicas e atos de Lula desagradam mulheres e derrubam aprovação no segmento

Mulheres têm mostrado descontentamento com o governo

Pedro do Coutto

O eleitorado feminino reagiu negativamente ao desempenho recente do presidente Lula da Silva com base na forma com que demitiu a ex-ministra Nísia Andrade do Ministério da Saúde. O episódio deixou marcas sensíveis e esta parcela da população que acompanhou o mal-estar entre o presidente da República e Nísia Andrade sentiu o clima entre ambos após o desfecho verificado.

Historicamente apoiadoras de Lula, as mulheres têm mostrado descontentamento com o governo e com a postura do petista, seja por falas não adequadas ditas de improviso em seus discursos ou relacionadas à alta dos preços dos alimentos. A queda na avaliação positiva do governo nesse grupo, mostrada pelas últimas pesquisas Genial/Quaest e Datafolha, combina com a conclusão do levantamento da consultoria Gobuzz: as mulheres, que representam 52% do eleitorado, foram impactadas por declarações do presidente, como a que ele diz que é um amante da democracia, “porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”.

RECUO – Segundo o levantamento da Quaest divulgado no mês passado, o índice de aprovação do governo, além de cair cinco pontos percentuais no público em geral (de 52% para 47%), diminuiu no segmento feminino: 49% das entrevistadas afirmam agora aprovar o governo, contra 54% em dezembro.

A tendência de queda também apareceu na última pesquisa Datafolha, que mostrou que o percentual do eleitorado que considera Lula 3 ótimo ou bom caiu 11 pontos em apenas dois meses, de 35% para 24%. Entre as mulheres, a parcela que vê o governo positivamente caiu 14 pontos, de 38% para 24%.

INSATISFAÇÃO – O presidente Lula de uns tempos para cá vem demonstrando uma insatisfação com uma parte de seus ministros. No caso da ex-ministra da Saúde, o fato que gerou a sua decisão foi o diálogo entre Nísia Trindade e o Centrão que lutava por mais verbas capazes de acomodá-los no governo. Essa acomodação tem um preço muito alto, pois se uma parte se destina a ações positivas, outra parte vai para o bolso dos que estão pouco ligando em realizar medidas benéficas com base nos recursos repassados a parlamentares.

Essa omissão, pelo menos, acarreta um duplo prejuízo para o país, uma vez que marca uma imposição na qual não se distingue o que é construtivo e o que se dissolve no ar sem apresentar qualquer resultado a favor da sociedade. Tais verbas custam caríssimo tanto ao país quanto ao governo, pois escapam de um conteúdo concretamente positivo, sobretudo na faixa do eleitorado feminino.

Há um sinal de alerta no quadro geral, o que agrava sensivelmente a posição do governo. Lula  terá que trilhar um caminho heroico capaz de mudar o quadro sucessório. Não será fácil, sobretudo porque há vários candidatos em potencial que podem disputar o primeiro turno. E tal perspectiva é um desafio para ele mesmo.

Depois da Lava Jato, o PT passou a dar “preferência” à corrupção internacional

COP: Brasil se atrasa em relação a Azerbaijão para definir presidente

Lula já transformou a COP30 numa usina de corrupção

Carlos Newton

Apesar dos comoventes esforços de Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e outros ministros, a Lava Jata obteve efeitos prodigiosos. Basta lembrar que a Petrobras foi forçada a fechar um acordo bilionário com a Justiça americana para encerrar as investigações sobre corrupção na empresa.

Como a Petrobras tem ações negociadas na Bolsa de Nova York, o Departamento de Justiça americano e a SEC – órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos – começaram a cobrar os prejuízos que os investidores americanos tiveram com a corrupção no Brasil, considerada a maior do mundo.

ACORDO JUDICIAL – Acertadamente, a direção da Petrobras decidiu entrar em negociação para não ter de enfrentar a Justiça americana. O acordo que encerrou as investigações da SEC custou à época US$ 853 milhões, quantia que, incluindo impostos, equivalia a R$ 3,6 bilhões para a empresa e seria de aproximadamente R$ 6 bilhões nos dias de hoje.

Devido à Lava Jato, corruptos e corruptores brasileiros tiveram de dar um tempo, enquanto o Supremo tomava providências contra a operação. Assim, para tirar Lula da cadeia, em 2019, os falsos juristas do STF transformaram o Brasil no único país do mundo (são 193 nações), que não prende criminoso após condenação em segunda instância, uma situação deprimente e vergonhosa.

Depois, para limpar a ficha de Lula, em 2021 os mesmos falsos juristas apontaram erro de CEP, alegando que o petista deveria ser julgado em outro lugar e não em Curitiba. E nem sabiam onde… Somente alguns dias depois resolveram que deveria ter sido em Brasília.

AGORA, INTERNACIONAL – Lula e o PT deram um tempo, mas não desistiram do vício de desviar recursos públicos. E assim decidiram passar a investir na corrupção internacional.

A ideia era ótima, porque o complexo de vira-latas do brasileiro faz com que admire e respeite tudo o que vem dos países desenvolvidos. E os petistas então se aproximaram da Organização Internacional dos Estados Iberos-Americanos (OEI), que aplica golpe em vários países da América Latina e estava obtendo êxito também Brasil.

Segundo o Portal da Transparência, a mamata da OEI no Brasil começou em 2014, justamente quando foi iniciada a Operação Lava Jato. O governo fechou logo dois convênios – um de R$ 9 milhões em 6 de fevereiro de 2014; e como ninguém reclamou, outro de mais R$ 9 milhões no dia 9 de abril de 2014.

TEMER E BOLSONARO – Naquela confusão dos bilhões da Lava Jato, não foram investigados os milhões da OEI, que só voltou à carga no Brasil em 26 de dezembro de 2018, no apagar das  luzes do governo Michel Temer, quando os espanhóis faturaram R$ 22 milhões no Ministério da Cultura, um belo presente de Natal.

Com a certeza da impunidade que passou a existir, a OEI em seguida conseguiu levar mais R$ 10 milhões no governo Bolsonaro, em acordo fechado com o MEC também às vésperas do Natal, dia 22 de dezembro de 2020.

Depois, com a possibilidade de golpe de estado, os espanhóis sumiram do mapa, cautelosos. No entanto, como os petistas se consolidaram no poder, com apoio irrestrito do Supremo, os operadores da corrupção da OEI se reanimaram e partiram para cima do novo governo de Lula, em 2024, com uma voracidade impressionante.

R$ 600 MILHÕES – Ao todo, os valores fechados em 2024, somados com o contrato da COP30, chegaram a quase R$ 600 milhões. De acordo com o portal da Transparência, apenas no segundo semestre de 2024 foram fechados seis acordos da OEI com o governo Lula:

– R$ 35 milhões com o MEC, em 30 de agosto de 2024;

– R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas, em 18 de outubro de 2024;

– R$ 8,1 milhões, em 10 de dezembro de 2024 com a Presidência da República;

– R$ 478,3 milhões com a Secretaria Extraordinária da Cop30 em 12 de dezembro de 2014

– R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas no dia 17 de dezembro de 2024;

– R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal), em dia 23 de dezembro de 2024, às vésperas do Natal, vejam que a desfaçatez dessa gente é uma arte, como diria Ataulfo Alves.

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P.S. 1
Notem a voracidade – em apenas um mês, em dezembro de 2024, a OEI mordeu o governo federal em R$ 517 milhões. Para fazer exatamente o quê? Ora, a OEI declara que “promove atividades e projetos nas áreas de educação, ciência, cultura, direitos humanos e democracia com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”. Em tradução simultânea, isso não significa nada, rigorosamente nada, e esta é a maior especialidade da OEI, que atualmente se decida a fomentar a corrupção dos países da América Latina.

P.S. 2Até agora, apenas a CNN, a Tribuna da Imprensa e o Poder360 estão noticiando o maior escândalo da corrupção do governo Lula. O resto da imprensa está aproveitando o Carnaval e o Oscar para tentar “esquecer” o assunto, mas não conseguirão sepultá-lo, porque ainda há jornalistas na mídia brasileira. E amanhã a gente volta, com outras notícias pesadíssimas sobre a corrupção no governo Lula (C.N.)

Dois poemas de Paulo Peres que nos contam a História do Carnaval

Carnaval 2025: escolas de samba decidem por desfiles 10 minutos mais longos

A apoteose do carnaval está nas escolas de samba

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor, letrista e poeta carioca Paulo Roberto Peres, nos poemas “Samba Na Escola e Zeca-José, fala de partes históricas do carnaval carioca.

SAMBA NA ESCOLA
Paulo Peres

Grandes sociedades, ranchos, blocos e cordões
Através da organização, tal realeza dos salões,…
Criaram as Escolas de samba no Rio de Janeiro.
Ópera do sonho-folia do carnaval brasileiro.

Deixa Falar, primeira escola fundada
No Estácio, local de bamba, abençoada
Pelo samba de afro-baiana origem
E tempero carioca, democratizou a imagem.

Na Praça Onze, casa da Tia Ciata,
O batuque, compasso 2/4, reuniu a nata
Da malandragem, hoje, sambistas geniais.

O surdo e o tamborim ritmaram os usuais
Instrumentos e cantos, tal marcação harmonia
Fez do samba uma escola desfilando poesia.

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ZECA-JOSÉ
Paulo Peres

Viva o Zé Pereira
Viva o carnaval
Batucada feiticeira
Na folia Imperial

Na memória do Brasil
Festas vindas de Portugal
Zé Pereira substituiu
O Entrudo inicial

A história transformou
Zé Pereira em José
Zeca então referendou
Seu destino (vai-e-tem)

Tal Zeca pedreiro
E José batuqueiro
Ele vai vivendo
E filhos nascendo

Tijolo em tijolo
Sonhando subir
O samba é o consolo
Pra vida curtir

Acorda o sentido
No passar repetido
Da escola de samba,
Brasileiro bamba

No trem é pingente
É Zeca pedreiro
No samba é expoente
É José batuqueiro

Vai fantasiado de fome
E de medo
Procura o seu nome
No meio do enredo

O que significa a tensa reunião entre Trump e Zelensky no Salão Oval