Alguns rostos significam vida plena, na poesia de Vicente Limongi Netto

Autógrafos de Pedro Rogério | Portal Anna Ramalho

Limongi (dir.), com o amigo Pedro Rogério

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta amazonense Vicente Limongi Netto, radicado há anos em Brasília, no poema “Água Benta”, mostra a percepção que certos rostos expõem.

ÁGUA BENTA
Vicente Limongi Netto

Alguns rostos significam
vida plena
têm água benta
comovem oceanos
pintam as cores do céu
caminham na imensidão dos rios
são devotos dos peixes
adormecem nas margens de Deus

Os bastidores do Salão Negro, que parecia um amplo camarote na Marquês de Sapucaí

Lula diz que 'perdão soaria como impunidade' e que ato do 8/1 marca vitória  da democracia

Lula disse que o ato do 8/1 marca a vitória da democracia

Vicente Limongi Netto 

O sol alto e forte apareceu, no céu de Brasília, saudando o vigor da democracia. Convidados de menor expressão foram se acotovelando, disputando melhores lugares, para sentar nas cadeiras apertadas no Salão Negro do Congresso. Convidados vips, encaminhados para um outro salão, próximo ao Salão Negro, local da memorável festa.

Como o carnaval está perto, parecia um amplo camarote da Sapucaí. Que acabou ficando pequeno, na medida que os convidados chegavam.  Um dos primeiros foi o ex-presidente José Sarney, logo rodeado pelos poucos presentes.

CHEGARAM JUNTOS – Ministros do Supremo Tribunal Federal parece que combinaram, foram chegando juntos. Motivo: antes, no plenário da Suprema Corte, o ministro-presidente, LuÍs Roberto Barroso, fez sua festa particular.

Discursou, sem dividir holofotes com ninguém, rodeado de ministros e de ministros aposentados, Ayres Brito e Rosa Weber, que presidia a Corte, na época do vandalismo.

Também presentes o futuro ministro do STF, Flávio Dino e o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti.

SARNEY BRILHANDO – Antes de Lula chegar com Janja da Silva, idealizadora do evento, Sarney foi a maior atração. Ganhou tapinhas nas costas de figuras que nem conhecia. Prestígio é isso. Trocou idéias com Rodrigo Pacheco, Ayres Brito e o vice, Geraldo Alckmim.

O ministro que se mostrou mais afável, sorridente e conversador com Sarney, foi Alexandre de Moraes. Aliás, o xerife Moraes tinha amplos sorrisos para todos.

Quando o dono da orquestra democrática entrou no salão das rodinhas dos poderosos da República, acompanhado de Janja, o beija-mão foi geral.

BEIJIM-BEIJIM – O educado Luis Roberto Barroso foi o primeiro a se dirigir ao encontro da primeira dama  e cumprimentá-la com dois beijos no rosto.  Seguido de Flávio Dino, Rodrigo Pacheco, Alckmin, Sarney, Carmem Lúcia, Rosa Weber e Gilmar Mendes. O decano do Supremo e torcedor do Santos, Gilmar Mendes, foi o que mostrou mais afeição ao beijar Janja. Pareciam amigos de colégio.

Alexandre de Moraes conversou com Ricardo Stukert, fotógrafo e amigo pessoal do presidente Lula. O cabeludo e agitado Ricardo indicava, pelos gestos das mãos, que vai mandar novas fotos interessantes das badernas para a coleção pessoal do ministro.

OUTROS DESTAQUES – A senadora Eliziane Gama, sorridente e sem sair do lado do conterrâneo Sarney. Foi ela a relatora da CPI das badernas de 8 de janeiro.

A operosa diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, responsável pelo evento na casa do Legislativo que organizou o marcante espetáculo cívico, circulava sem parar, atenta aos detalhes, para que tudo saísse nos conformes.

Ilana, de vestido vermelho, é servidora respeitada e antiga da Câmara Alta. Mereceu abraços e sorrisos de Lula.

MINISTRO ESPAÇOSO – O ministro Flávio Dino, espaçoso e eufórico, como sempre. Na rodinha dele, outro sorridente era Gilmar Mendes. Estavam encostados na parede com amplo painel atrás e no alto, da galeria dos ex-presidente do Senado Federal.

Ninguém registrou nem viu se Flávio Dino dirigiu-se a José Sarney. Nem para um simples e educado aceno.  Na saída para o Salão Negro, Pacheco, Lula, Barroso e Moraes, tiraram foto com um imenso exemplar da Constituição, impresso especialmente para a solenidade.

Esqueceram de chamar Sarney para aparecer na foto histórica. Afinal, foi o imortal Sarney o responsável pela transição democrática do Brasil.

Ausências famosas exibiram insatisfação com uso político do 8 de Janeiro por Lula

Bancada evangélica anuncia apoio a Arthur Lira para presidência da Câmara

Na última hora, Lira decidiu jogar a toalha

Carlos Newton

Cada um deu uma desculpa, que o Planalto terá de engolir. Mas o fato concreto é que o presidente Lula da Silva tentou fazer uso político da invasão dos Três Poderes no 8 de Janeiro, mas o tiro saiu pela culatra, porque o sonífero evento acabar por levantar as múltiplas contradições e injustiças que têm sido cometidas em nome da democracia.

Como destaque na ala dos insatisfeitos, 14 governadores não compareceram ao evento em referência ao 8 de Janeiro e muitos dos que marcaram presença agora está arrependidos e sentem que foram usados por Lula.

FALTARAM À FESTA – Entre os que faltaram estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); de Goiás, Ronaldo Caiado (União), entre outros.

Todos eles lamentaram uso político do ato, inclusive o governador mineiro Romeu Zema, que tinha confirmado sua participação, já que se encontrava em Brasília, mas depois achou melhor não comparecer.

Zema disse pelas redes sociais que não participou do evento porque estava negociando, com o governo federal, a dívida de Minas Gerais. Além disso, ele criticou o uso político do evento.

Zema sobre dívida bilionária de MG: 'Se fosse fácil teria resolvido'

Zema criticou o uso político do ato

DISSE ZEMA – “Estou em Brasília para vários compromissos, o mais importante dele é tratar a dívida gigante de Minas Gerais que foi construída nas últimas décadas e que precisa ser solucionada. Estava prevista a minha ida a um evento constitucional no Congresso, mas infelizmente recebi informações que ele se transformou em um evento político e não irei mais”, disse Zema nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira.

A falta mais sentida e significativa foi a do deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, que estava escalado para fazer discurso, mas desistiu de ir. O parlamentar alegou que não participaria do evento por motivos pessoais, dizendo que teve de cuidar da saúde de alguns familiares.

LIRA PEDE PUNIÇÃO – Em nota publicada nas redes sociais, o presidente da Câmara pediu que os responsáveis sejam punidos.

“Há um ano as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal. A liberdade de manifestação e o direito fundamental de protestar jamais podem se converter em violência e destruição. Devemos sempre celebrar a democracia e cuidar do futuro de nosso país”. 

Como Renan Calheiros planeja substituir o Centrão de Lira no governo Lula | VEJA

Renan alegou ter feito uma cirurgia

Outro ausente foi a do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de primeira hora do presidente Lula. Renan alegou que fez uma cirurgia e, “por expressa restrição médica”, não pôde comparecer.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, não dá para comemorar a punição de pés de chinelo, cujo crime foi seguir líderes irresponsáveis e sem caráter, enquanto continuam impunes os organizadores do golpe frustrado e os militares que traíram a pátria. Como disse Arthur Lira, “todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”. Neste processo, porém, o que menos se vê é punição dos verdadeiros responsáveis, e os processos não têm seguido a lei, vamos ser francos”. (C.N.)

Falta a necessária responsabilização dos mentores do 8 de janeiro

Governo Lula imita a ditadura militar e comemora a derrota do golpismo

A linguagem combativa das charges no Brasil - Portal Jornalismo ESPM

Charge do Zé Dassilva (Portal NSC)

Carlos Newton

O governo federal, responsável pela iniciativa, denominou a solenidade desta segunda-feira de “Democracia Inabalada”. Com todo respeito, acho que houve um equívoco. Certamente, o nome mais adequado seria “Democracia Inacabada”, porque ainda falta muito para que o Brasíl possa se tornar um país verdadeiramente democrático.

Sobre essas dúvidas, é sempre bom consultar o grande pensador inglês Kenneth Clark, que dizia: “Civilização? Nunca encontrei nenhuma… Mas tenho certeza de que, se algum dia encontrar, saberei reconhecê-la”. O mesmo raciocínio do Lord Clark vale para democracia, é claro.

RECORDAR É VIVER – Aqui na filial Brasil, ainda estamos longe de poder comemorar a democracia, uma situação que somente se consolida quando há divisão dos Três Poderes e respeito mútuo, algo que decididamente não acontece no Brasil, onde reina a promiscuidade institucional. Portanto, estaríamos apenas fantasiados de democracia, à espera do carnaval.

Por isso, é de estranhar esta solenidade relativa à Intentona Golpista. Fica parecendo aquelas cerimônias que a ditadura militar realizava todos os anos, em 23 de novembro, para marcar o aniversário da Intentona Comunista de 1935, quando o país nem vivia sob regime democrático.

Nunca entendi o motivo daquelas festividades militares, sempre realizadas em ato público na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio de Janeiro, em homenagem aos mortos da Intentona Comunista, que foram mais de 100, entre civis e militares.

APENAS UM MORTO – Agora, a cerimônia é para lembrar a Intentona Golpista de 2022, em que só morreu o réu Cleriston da Cunha, justamente por falta de democracia. Se estivéssemos num regime verdadeiramente democrático, ele estaria sendo julgado na primeira instância e nem estaria preso, por não ter sido apanhado em flagrante, não ter antecedentes e sofrer de doença incurável.

Na verdadeira democracia, também não haveria um inquérito comandado por um ministro do Supremo que ia ser enforcado em praça pública, como Tiradentes, e que funciona no processo como, vítima, assistente do promotor e juiz.

Esse ministro tríplice coroado classificou democraticamente como “terroristas” os 1.404 réus pés-de-chinelo que invadiram os Três Poderes, porém o relator nada faz para apurar a culpa dos organizadores do golpe e dos militares que os apoiavam.

SESSÃO LEXOTAN – Assim, nesta segunda-feira. a democracia é louvada pela cúpula do país numa Sessão Lexotan, na qual todos terão de lutar contra o sono. O programa começa com o Hino Nacional, cantado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, aquela que tem débitos com a Lei Rouanet e nunca irá saudá-los, democraticamente.

Em seguida, será exibido um vídeo institucional sobre os prejuízos à democracia. Na sequência, começa a Sessão Lexotan propriamente dita, com seis discursos seguidos – a governadora petista Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, os presidentes de Câmara, Senado e Supremo, o relator-vítima-juiz do processo e o presidente da República, para dizer que nunca antes, na História deste país, houve uma democracia como essa.

E assim fica mais do que comprovado que é fácil defender a democracia, como diria Kenneth Clark, mas é muito difícil exercê-la.

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P.S. –
Quanto à família do réu Cleriston Cunha, que morreu devido à incúria da democracia, tem todo direito de recorrer à Justiça e pedir uma indenização, porque ainda há juízes em Berlim e o tal regime  democrático brasileiro pode ter evoluído até a data do julgamento. (C.N.)

Moraes tem de revelar quem ia enforcá-lo, ou então vai cair no ridículo

Internauta denuncia caminhão em que Moraes aparece enforcado; veja vídeo -  ISTOÉ Independente

Este vídeo com Moraes enforcado circula desde 2021

Vicente Limongi Netto

Nesta segunda-feira, o espetáculo justo, oportuno e memorável, da pantomima cívica. Puxão de orelhas e lição para açodados e baderneiros. O novo panteão das liberdades democráticas será inaugurado no Salão Negro do Congresso, que receberá centenas de democratas e patriotas. O povão não foi convidado. Assistirá tudo por telões.

O Brasil e o mundo estarão atentos para os marcantes discursos. Difícil prever qual será o mais emocionante. Como 2024 é ano de eleições, todos enfatizarão que não se bate na democracia nem com uma flor.

FECHOU AS FERIDAS – Os Três Poderes da República existem, pelo menos no papel, para defender os legítimos interesses da coletividade. O 8 de janeiro de 2023 fechou as feridas. O implacável xerife Alexandre de Moraes penalizou acusados com condenações avaliadas exageradas por juristas.

Outros ganharam penas suaves, premiados com tornozeleiras. Outra turba, mais felizarda, como os chefes militares golpistas, mereceu grãos de bondade do coração do ministro da Suprema Corte.

Estão livres, leves e soltos, como cantam os versos de Nelson Motta. Na praia, saudando o sol e a vida.

ENFORCAMENTO – O ministro do Supremo Tribunal Federal(STF), Alexandre de Moraes, tem o dever e a obrigação de revelar os nomes dos envolvidos no plano diabólico para enforcá-lo em Praça Pública. Não pode jogar palavras ao vento. É preciso decifrar, esclarecer e tornar pública a gravidade do fato.

A denúncia não pode ficar restrita a forte entrevista que deu ao O Globo. Sob pena de cair no anedotário popular. Porvque demorou tanto para denunciar? Por que não usou a força do cargo para exigir urgentes apurações? Por que não informou nada ao Ministério da Defesa? Será que informou ao presidente Lula?

O Brasil tem leis duras e severas para punir criminosos exemplarmente. Alexandre de Moraes tornou-se o alvo predileto nas redes sociais, por alguns setores, pelas decisões que costuma tomar como magistrado.

ADEUS, CAMPEÃO – O competente Zagallo calou a boca dos venais e analistas de araque. Mal entrou no céu e já recebeu a camisa 13, para reforçar o elenco sublime do Todo Poderoso, com outros eternos como Gilmar, Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Vavá, Didi, Roberto Dinamite, Zito, Djalma Santos etc.

8 de janeiro: os ataques contra a democracia e a defesa da legalidade

Atentados contra a democracia não deverão nunca mais se repetir

Marcelo Copelli

Na próxima segunda-feira, o Congresso Nacional sediará um ato com representantes dos Três Poderes e centenas de convidados para marcar um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro, promovidos por bolsonaristas inconformados e que não aceitaram o resultado das urnas, promovendo a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Um atentado contra a democracia e a vontade da maioria da população refletida nas urnas de 2022.  

O ato, denominado de “Democracia Inabalável”, terá a participação do presidente da República, Lula da Silva, dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco (PSD), e do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Além de Lula, Lira, Pacheco e Barroso, também deve falar durante o evento o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelas investigações contra os envolvidos nos ataques e por determinar as prisões dos manifestantes.

Ao mesmo tempo, o Supremo Tribunal Federal promoverá em seu edifício-sede no mesmo dia a mostra “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, que reunirá cenas que simbolizam tanto a resistência do Supremo na retomada de suas atividades, quanto os esforços das equipes envolvidas na reconstrução e restauração do patrimônio do STF.

A “Democracia inabalável”  marcará o primeiro ano desde o inaceitável  ataque às instituições do regime democrático. Nada justifica a tentativa de golpe orquestrada por algumas centenas de falsos patriotas, patrocinadores das ações de selvageria e de políticos derrotados nas urnas.  É fundamental que a data não seja esquecida.

Pelo contrário, deverá ser eternizada na memória da nação para nunca mais voltar a se repetir. Independentemente da variação das representações no poder, é imperativo que a vontade da maior parte dos eleitores, sob as determinações democráticas, sejam sempre respeitadas. Pelo bem da saúde institucional, pela preservação do Estado de Direito, pelo efetivo cumprimento das garantias constitucionais. A legalidade deverá ser sempre inabalável, para o bem de todos.

Alguma coisa tua, parecida com você, no poema romântico de Alice Ruiz Scherone

alice ruiz | SALAMALANDRO | Leo Gonçalves

Alice Ruiz, grande poeta de Curitiba

Paulo Peres
Poemas & Canções

A publicitária, tradutora, compositora e poeta curitibana Alice Ruiz Scherone, no poema “Coisa Tua”, sentiu que algo iria acontecer quando viu aquela pessoa. E o poema virou canção, na parceria com o maestro Waltel Branco, em gravação de Rogéria Holtz.

COISA TUA
Alice Ruiz e Waltel Branco

Assim que vi você
Logo vi que ia dar coisa
Coisa feita pra durar,
Batendo duro no peito
Até eu acabar virando
Alguma coisa
Parecida com você

Parecia ter saído
De alguma lembrança antiga
Que eu nunca tinha vivido,
Mas ia viver um dia
Alguma coisa perdida
Que eu nunca tinha tido
Alguma voz amiga
Esquecida no meu ouvido

Agora não tem mais jeito,
Carrego você no peito
Poema na camiseta
Com a tua assinatura
Já nem sei se é você mesmo
Ou se sou eu
Que virei alguma coisa tua

A imperativa contestação sobre a atuação dos políticos nas redes

Charge do Jônatas (Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

Um dos pontos prioritários na pauta do país, atualmente, é o da regulação das plataformas sociais no Congresso Nacional, sobretudo em face das eleições municipais deste ano. A recorrente ameaça da propagação da desinformação sobre a sociedade deve ser contida e evitada de forma ampla e irrestrita. Ao mesmo tempo, é preciso não deixar de lado o papel dos políticos ou aspirantes aos cargos neste cenário, uma vez que a tecnologia, por si só, não se beneficia dos desastres provocados pelas falsas notícias.

Em tradução simultânea, os integrantes da elite política mal intencionada, suas equipes de campanha e gabinetes do ódio representam uma intimidação muito maior nesse cenário, pois são eles que se utilizam de forma torta das ferramentas disponíveis para ludibriar a opinião pública, através da disseminação nas redes sociais.

Os impactos das fake news, com a difusão de mentiras como estratégia de obter vantagens ou lucros políticos, sinalizam um grave alerta para os próximos pleitos. Basta relembrarmos o exemplo ocorrido nos Estados Unidos, em que o Washington Post parou de contar as mentiras de Donald Trump após registrar mais de 30 mil alegações falsas ou enganosas. Em outro caso ilustrativo, no Reino Unido, a organização sem fins lucrativos “Full Fact” relatou que “cerca de 50 deputados – incluindo dois primeiros-ministros e ministros – não conseguiram corrigir alegações não evidenciadas só em 2022, apesar dos repetidos apelos para o fazer”.

O trabalho árduo de agências de checagens e empresas jornalísticas no processo de verificação de fatos é constante e, de uns anos para cá, redobrado, para expurgar falsidades de políticos das redes sociais. Mas trata-se de um trabalho hercúleo, pois a desinformação se alastra de forma rápida e volumosa.

Mas, ratificando, é preciso focar não só nas plataformas, mas em quem faz mal uso das mesmas, a começar dos mentores políticos e suas organizações quase criminosas no tratamento das notícias disseminadas. E aproveitam-se das brechas tecnológicas para suas bandalhas. O WhatsApp, por exemplo, não permite rastrear notícias falsas em razão da criptografia. Mais do que regulamentar a tecnologia, é preciso contestar a atuação dos nossos representantes políticos no meio virtual.

Lembre-se de que hoje é o Dia dos Santos Reis, quando se encerra a Folia de Reis

Folia de Reis, tradição da antiguidade que faz parte da história brasileira

Folia de Reis, uma tradição que ainda resiste no interior

Paulo Peres
Poemas & Canções

A Folia de Reis faz parte do Natal no folclore brasileiro, a festa popular se inicia na noite de 24 de dezembro e se estende até 6 de janeiro, com a Festa de Reis. A letra desta folia pertence ao folclore da cidade de Urucaia, MG.

FOLIA DE REIS

Porta aberta, luz acesa,
Recebei com alegria
A visita dos Reis Magos
Com sua nobre folia

Lá vai a garça voando,
Lá no céu bateu as asas
Vai voando e vai dizendo
Viva o dono desta casa

Entra, entra, minha bandeira,
Por essa porta adentro
Vai fazer sua visita
À senhora lá de dentro

Os três reis quando saíram
Cantando sua folia
Eles cantavam de noite
E de dia recolhia

Quando era boca da noite
A estrela aparecia
Os três reis se alevantava
Em seu caminho seguia

Foram saudar o Deus Menino
Que nasceu pro nosso bem
Ô bendito louvado seja,
Para todo sempre Amém   

Tribuna da Internet despreza a polarização e prefere seguir o “caminho do meio”

Charge, tirinha e notícia – Cadernos Virtuais

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

Quem está por aqui há mais tempo sabe que não adianta pressionar a Tribuna da Internet, porque não nos desviaremos do curso que seguimos. Buscamos a possibilidade de viver sob o signo da liberdade, pairando acima de ideologias, partidarismos, crenças políticas ou religiosas. Com esse utópico modo de vida, ferimos os interesses de todos aqueles que seguem algum partido ou corrente do pensamento, como se pode constatar na variedade dos comentários recebidos diariamente.

Paga-se um preço alto pela liberdade, é claro. Não foi por mera coincidência que a Tribuna da Internet se tornou um dos espaços mais hackeados da web. Um dos objetivos desses ataques é desformatar nossos arquivos. Com isso, muitas denúncias exclusivas ficaram sepultadas. Hipoteticamente, temos contrato de garantia com o servidor UOL para preservação do chamado “back up” dos arquivos, mas na prática isso não funciona.

VAMOS EM FRENTE– Lamentamos a danificação dos importantes arquivos, que pulverizaram  trabalhos de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Sebastião Nery, Pedro do Coutto e outros jornalistas verdadeiramente imortais, mas isso não nos desanima e vamos em frente, ligados no presente e no futuro.

Por ser livre, nossa linha editorial sofre muitos ataques, sobretudo em tempos de polarização, porque não apoiamos incondicionalmente nenhuma das vertentes predominantes, mantendo a liberdade aplaudir o que elas têm de certo e criticar seus erros.

Vamos continuar sempre assim, buscando o “caminho do meio”, popularizado inicialmente por Sidarta Gautama, um dos 24 Budas do Oriente, nascido no Nepal 583 anos antes de Cristo, e depois seguido pelos sábios gregos Sócrates, Platão e Aristóteles, todos também precursores de Cristo, que acompanharia a mesma vertente de dar a César o que é de César, mas apoiar o que é certo e questionar o que é errado.

EQUILÍBRIO DO HOMEM – Para Sócrates, cujos ensinamentos foram seguidos por todas as grandes religiões do mundo, inclusive o Espiritismo, o meio-termo era o equilíbrio do homem, que não deveria nem ser covarde, nem audacioso, mas corajoso; nem mesquinho, nem perdulário, mas generoso.  Para ele “a virtude deve ter a qualidade de visar ao meio-termo”.

Seus discípulos Platão e Aristóteles lembravam que só por meio do equilíbrio e da moderação é que podemos ser felizes.

Conforme a ética aristotélica, o meio-termo deve ser buscado por todas as pessoas como principal caminho para uma vida virtuosa, tanto nas ações como nas paixões humanas, a fim de se equilibrarem os vícios, tanto os decorrentes do excesso como aqueles que resultam da escassez.

BALANÇO DE DEZEMBRO – Assim, não adianta reclamar e pressionar a Tribuna da Internet para mudar de rumo, porque seguiremos essa utopia, tentando apoiar o que é certo e desfazer o que é errado, não importa quem esteja no poder. Aqui, o pensamento é livre, porém não permitimos ofensas nem escárnios, como aconteceu recentemente com Nélio Jacob, um comentarista de altíssimo nível, que deve ser respeitado por todos os participantes.

Só estamos aqui e conseguimos abrir esse espaço livre, porque há quem nos entenda e nos apoie, contribuindo para a manutenção da Tribuna, que não tem patrocinadores fixos.

De início, agradecesmos as contribuições na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO           VALOR
05    050912       DP DIN LOT…………60,00
13    131306       DP DIN LOT……….100,00
22    000001       CRED TED……………30,00
27    271442       DP DIN LOT…………60,00

Agora, os depósitos na conta do Itaú/Unibanco:

01   PIX TRANSF PAULO R…………….100,00
04   PIX TRANSF JOSE FR…………….100,00
05  TED 001.5977.JOSE APJ…………300,05
05   PIX TRANSF JOAO AN……………..50,00
15  TED 001.4416.MARIO ACR…….300,00
26  TBI 7028.28905-1 DUBER………150,00
28  TED 033.3591.ROBER SN……….200,00
28  PIX TRANSF ISABEL ……………….100,00

Por fim, na conta do banco Bradesco:

20  DEP TRANSF JF DANTAS………….60,00

Agradecendo muito aos amigos e amigas que nos acompanham nessa utopia, vamos em frente, sempre juntos. (C.N.)

Na Restinga da Marambaia, Lula ligou para agradecer o apoio de Sarney e FHC 

Sigilo total: Lula usará telefone com tecnologia antigrampo | Brasil | Pleno.News

Lula tem em Sarney e FHC dois apoiadores muito fiéis

José Carlos Werneck

Para agradecer a inestimável ajuda recebida de José Sarney, em recentes articulações políticas, notadamente a que levou o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou ao ex-presidente, em 31 de dezembro, para desejar-lhe um Feliz Ano Novo.

Lula, que estava na Restinga da Marambaia aproveitando os dias de recesso, e não usa celular, serviu-se do aparelho de sua mulher para telefonar para a Sarney.

DESEJOS MÚTUOS – Segundo interlocutores, a conversa foi em tom extremamente amigável e o presidente da República fez a Sarney seus agradecimentos e teve desejos mútuos de um 2024 melhor.

No mesmo dia, Lula também telefonou para com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para desejar-lhe um bom Ano Novo. Assim como Sarney, também FHC apoiou Lula no segundo turno das eleições de 2022, contra Jair Bolsonaro.

Come se vê tudo continua como “dantes no Quartel de Abrantes”. É essa é a chamada “Nova Política”… País divertido o Brasil! Pena que seja para tão poucos.

Carta de um humilde devoto de Dom Bosco para o Padre Julio Lancellotti

Padre Júlio Lancellotti é conhecido nacionalmente pelo trabalho que realiza com a população em situação de rua na capital paulista

Padre Júlio é coordenador da Pastoral do Povo dd Rua

Jorge Béja

Padre Júlio, o senhor é descendente de italiano. A vocação pelo sacerdócio brotou e se concretizou em sua vida. Certamente, o Padre Júlio conhece a biografia de um outro sacerdote italiano. Giovanni Melchior Bosco (15.8.1815-31.1.1888).

Dom Bosco nasceu, cresceu, viveu e também dedicou toda a sua vida missionária à proteção dos meninos pobres, desvalidos, que aos bandos assaltavam, roubavam, matavam…. O ópio era a droga maligna naquela Itália dividida em reinos.

BATINA ENCARDIDA – Sozinho, sem ajuda da classe chamada de “nobre”, sem ajuda dos políticos, sem ajuda do reino, Dom Bosco deles cuidou. Eram os chamados “birichinis”. O primeiro a se aproximar de Dom Bosco foi Bartolomeu Garelli. Dias depois Garelli trouxe outros, muitos outros, todos os outros. Sujos, descalços, desnutridos, violentos, Dom Bosco de todos foi cuidando.

A elite do Piemonte, os “nobres”, os políticos, todos sentiam ódio de Dom Bosco “aquele padre de batina preta suja e encardida que anda acompanhado de um bando de jovens criminosos”. Era como viam e descreviam Dom Bosco.

E Dom Bosco deles fez homens de bem. Deu-lhes profissões. Apenas um empresário italiano de nome Pinardi colaborou com Dom Bosco. Entregou ao padre o seu imenso galpão em que guardava animais, charretes, produtos agrícolas, ferramentas, madeiras…Esvaziou tudo e doou ao sacerdote que passou a morar com os “birichiniis” naquele galpão que passou a ser chamado de “Casa Pinardi”.

CPI Á ITALIANA – Saiba o senhor, Padre Julio Lancellotti, que Dom Bosco também foi alvo de uma espécie de “CPI”, então chamada de “Commissione d’Inchiesta del Regno”. Era para investigar a conduta de Dom Bosco com os menores. Mas a bem da verdade era repulsa, ódio, vingança, covardia da classe política e da “nobreza” contra Dom Bosco.

Mas o efeito foi adverso para o parlamento do Piemonte. Da tal “CPI”, o investigado foi reconhecidamente proclamado Benfeitor dos Jovens. E a notícia teve tanta repercussão noutros países da Europa que o Papa Pio IX passou a contribuir, fortemente com a obra de Dom Bosco. Devoto de São Francisco de Salles, Dom Bosco criou a Congregação Salesiana, hoje a terceira mais numerosa do mundo.

Padre Julio Lancellotti, caso esta odiosa e nefasta CPI venha mesmo ser criada no parlamento da Cidade de São Paulo, dela o senhor sairá muito mais fortalecido. Sairá com todas as condições de continuar sua abençoada obra.  E até mesmo recuperar com melhores condições todos aqueles que Padre Julio atende, cuida, ensina e faz retornar à trilha do caminho certo da vida.

Após um ano dos ataques golpistas, Lula deve reafirmar a importância do quadro democrático

Um erotismo avassalador vem dominar os poemas de amor do genial Castro Alves 

Bendito aquele que semeia livros e faz o... Castro Alves - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções 

O poeta baiano Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), símbolo da nossa literatura abolicionista, motivo pelo qual é conhecido como “Poeta dos Escravos”, era um revolucionário também no amor. Em meados do século 19, mostrando ousadia para à época, escreveu “Boa-Noite”, para a mulher por quem estava apaixonado, um poema arrebatadoramente erótico.

BOA-NOITE
Castro Alves

Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa-noite, Maria! É tarde…é tarde…
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa-noite!…E tu dizes – Boa-noite.
Mas não digas assim por entre beijos…
Mas não mo digas descobrindo o peito,
– Mar de amor onde vagam meus desejos.

Julieta do céu! Ouve…a Calhandra
Já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti?…pois foi mentira…
…Quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela d’alva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo d’alvorada:
“É noite ainda em teu cabelo preto…”

É noite ainda! Brilha na cambraia
– Desmanchado o roupão, a espádua nua –
O globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua…

É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores,
Fechemos sobre nós estas cortinas…
– São as asas do arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos…
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!

Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora…
Marion! Marion!…É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!…

Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo…
E deixa-me dormir balbuciando:
– Boa-noite! – formosa Consuelo!…

Gilmar pode recriar o marco temporal e resolver crise entre os Três Poderes

Em nova decisão, Gilmar Mendes reafirma inocência de Lula – CartaExpressa – CartaCapital

Gilmar sabe que o STF fez uma lambança e precisa consertar

Carlos Newton

Em pleno recesso, a crise institucional se complica cada vez mais com a decisão do PT, que está movendo ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade da lei que estabelece o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O pedido foi protocolado pelo PT junto com PCdoB e PV, porque as três legendas integram uma única federação partidária.

A ação é repetitiva e desnecessária, porque o PSOL, a Rede e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) já haviam questionado a lei no Supremo. Ou seja, a nova petição encabeçada por PT, PCdoB e PV serve apenas como uma provocação ao Congresso.

Para aumentar a crise, os três partidos de oposição ao governo (PP, PL e Republicanos) também recorreram ao Supremo, pedindo que seja reconsiderada a constitucionalidade do marco temporal, sob o argumento de que a última palavra deve ser do Legislativo.

ESCULHAMBAÇÃO – Durante 35 anos, o marco temporal esteve em vigor, sem contestação, mas a lei que o regulamentou só foi aprovada pelo Congresso em setembro, no mesmo dia em que o Supremo rejeitou a tese de que apenas as terras ocupadas por povos indígenas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, podiam ser demarcadas.

O presidente Lula da Silva vetou esse trecho, mas o Congresso derrubou o veto no mês passado e a norma foi promulgada no final de dezembro.

Agora, reina a esculhambação, porque não se sabe o que está em vigor nem se os indígenas podem reivindicar outras terras que já ocupavam antes de 1988, quando a Constituição foi aprovada.

DISPUTA DO RELATOR – As três ações têm como relator o ministro Gilmar Mendes, embora os partidos aliados do governo argumentassem que as petições deveriam ser distribuídas “por prevenção” ao ministro Edson Fachin, por ter sido relator da declaração de inconstitucionalidade do marco temporal.

Tanto Fachin como Gilmar votaram contra a tese do marco temporal, mas a grande diferença é que, enquanto Fachin atendeu integralmente aos indígenas e não quis discutir a indenização dos proprietários em caso de remoção, Gilmar fez ressalvas à amplitude das terras demarcadas e disse que “não falta terra”, mas “falta apoio”.

“É preciso que tenhamos essa dose de realidade no nosso raciocínio, sob pena de estarmos a oferecer soluções ilusórias. Pode ser revogado o marco temporal, e a dificuldade vai continuar”, ressalvou o ministro quando votou, em setembro.

APOIO A CONTRAGOSTO – A verdade é que Gilmar Mendes sabe que acabar com o marco temporal é uma irresponsabilidade, porque os índios poderão requerer a posse de cidades inteiras, caso não haja uma ressalva impeditiva.

Ele sabe que o marco temporal deve valer nos casos das terras que não estivessem sendo reivindicadas pelas tribos antes de 1988. Sabe também que, nas situações mais polêmicas, será preciso indenizar os produtores rurais.

Gilmar está corretíssimo ao dizer que há muita terra, porque nada impede que as tribos possam ganhar  áreas em outros locais, no caso de disputas que causem convulsão social.

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P.S. 1
Gilmar Mendes é uma figura paradoxal. O ministro domina o Supremo e cresce nos momentos de crise. Não será surpresa se ele encontrar uma saída conciliadora, que atenda a todos os envolvidos (indígenas, produtores rurais, governo e Congresso), como deveria ter acontecido lá atrás, ao invés de o Supremo fazer essa lambança de revogar um marco temporal sem substituí-lo por nenhuma outra regra. O Brasil já está cheio de crises, de vez em quando é bom encontrar soluções. (C.N.)

A necessária regulamentação da Inteligência Artificial no país

Charge do rp.ilustrador(Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

O Tribunal Superior Eleitoral nos bastidores já discute a necessidade da regulamentação do uso da inteligência artificial na campanha de 2024, quando candidatos concorrerão a cargos municipais. A grande preocupação dos ministros refere-se ao uso da ferramenta para a propagação da desinformação e das falsas notícias sobre adversários e o processo eleitoral.

O mau uso da inteligência artificial é uma preocupação mundial. Segundo Marcelo Graglia, doutor em Tecnologias da Inteligência, coordenador do grupo de pesquisa Transformação Digital e Sociedade e professor da PUC-SP,  “dentro de uma proposta de desinformação e manipulação da opinião pública, a IA começou a ser usada no campo da guerra. Basta lembrar da anexação da Crimeia pela Rússia, quando uma série de notícias falsas foram utilizadas para confundir a população da região e a opinião pública mundial em relação a invasão que acontecia ali.”

URGÊNCIA – O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, inclusive, já defendeu a urgência de o Congresso Nacional agir nesse sentido como forma de combate às perniciosas fake news, uma vez que com o avanço das novas tecnologias é preciso responsabilizar firmemente quem desvirtua o uso desses instrumentos.

Arthur Lira, por sua vez, se antecipou e quer aprovar um projeto sobre o tema antes do início das campanhas eleitorais.  Evidentemente, tendo em vista as últimas eleições para a Presidência da República,  é imperativo que a Justiça Eleitoral concentre esforços nos veículos utilizados para disseminar as notícias propositalmente enganosas e que ferem o cenário democrático.

A questão tem caráter emergencial, pois há um grande risco de manipulação dos eleitores quando as notícias falsas são utilizadas durante o processo eleitoral. Em todos os países democratas, existe, atualmente, um grande ataque de desinformação em relação à vontade do eleitor. Além de divulgar discursos de ódio e antidemocráticos, as ações têm como objetivo captar o livre arbítrio do eleitor para, a partir disso, de forma fraudulenta, direcionar a sua vontade para determinado candidato ou candidata.

REGULAÇÃO – Conforme defendido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, é preciso que se tenha a regulação das plataformas digitais com “parcimônia necessária”.  Com o falso discurso de “liberdade de expressão”, criminosos se valem da democratização do acesso à informação, ao conhecimento e ao espaço público, para pavimentar espaços para a desinformação, as teorias conspiratórias e a destruição de reputações.

Faltam defesas  que coíbam a desinformação, com o agravante das “deepfakes”,  outra aplicação da inteligência artificial que manipula textos, imagens e vídeos, sendo possível usar o rosto, a voz e a entonação de uma pessoa para criar uma mensagem falsa. O balizamento da proposta regulamentação e a concretização de resoluções são essenciais para a orientação das futuras eleições.

Haddad sabe por que está sendo fritado por Lula e começa a responder à altura

O ministro Fernando Haddad faz um balanço de seu primeiro ano na Fazenda

Haddad deu uma entrevista elegante, sem citar nomes

Carlos Newton

A crise no governo é gravíssima, porque já está em jogo a sucessão presidencial de 2026, com uma antecipação provocada pela ansiedade do presidente Lula da Silva, que está preocupadíssimo com o prestígio que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem conseguindo junto ao mercado financeiro, aos empresários e à classe média.

Ao invés de aproveitar esse apoio consensual que pouquíssimos governantes conseguem, Lula está jogando tudo por terra, ao mandar o PT atacar diretamente o chefe da equipe econômica, lançando críticas ao arcabouço fiscal, ao déficit zero e à tentativa de Haddad evitar que o governo faça gastos demasiados, que possam reavivar a inflação.

HADDAD REAGE – Depois de vários ataques do presidente Lula e de seus porta-vozes políticos (Gleisi Hoffmann, presidente do partido, seu companheiro Lindbergh Farias e o líder do governo José Guimarães, aquele deputado dos dólares na cueca), Haddad enfim decidiu reagir e deu uma entrevista ao repórter Alvaro Gribel, de O Globo.

O jornalista foi direto ao ponto, ao dizer que aprovação de reformas, boa relação com lideranças do Congresso e números da economia acima do esperado são requisitos que colocam Fernando Haddad como possível sucessor do presidente Lula na visão de economistas, parlamentares e cientistas políticos.

Indagado sobre o tema, Haddad disse que o nome de Lula é consenso no PT para 2026, mas alertou que o partido precisa começar a se preparar para essa transição, porque o problema “vai se colocar” na eleição seguinte.

RESOLUÇÃO DO PT – O fato é que a corrente majoritária do PT, liderada por Lula e Gleisi, aprovou recentemente um documento de críticas a Haddad. que fala de ‘austericídio’ (suicídio econômico por políticas de cortes de gastos). Indagado a respeito pelo repórter de O Globo, disse o ministro:

“Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: “A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!” E o Haddad é um austericida. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver. Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala “está tudo errado, tem que mudar tudo”. Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso”.

Em tradução simultânea, Haddad está pedindo, educadamente, que parem a campanha contra ele, caso contrário irá reagir.

ARGUMENTOS POLÍTICOS – Até agora, o mnistro apresentou apenas argumentos econômicos. Já explicou que nas gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2%, a economia cresceu, em média, 4%. Também já mostrou que “não é verdadeira a justificativa da resolução do PT (leia-se: resolução de Lula) de que déficit faz crescer.

“De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia”, disse o ministro, ao responder aos ataques de Gleisi Hoffmann na reunião do Diretório Nacional do PT, em 8 de dezembro.

De lá para cá, ficou calado, mas as críticas petistas prosseguiram. Por isso aceitou dar entrevista ao repórter Alvaro Gribel, mas falou com muita cautela, em nenhum momento ultrapassou os limites nem fez críticas diretas a Lula, Gleisi, Lindbergh e Guimarães.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O mais incrível é que, nessa briga de cachorro grande, a economia é o que menos importa. Tudo gira em torno da reeleição de Lula, que já revelou o desejo de que todos votem nele para sempre. Bem. como já tivemos um presidente que se dizia “imbroxável”, é natural que agora apareça um “imorrível”, vejam a que ponto chega a desfaçatez desse tipo de político. Haddad está de férias, mas volta a Brasília dia 8, para participar da festa do 8 de Janeiro, na “Sessão Lexotan”, em que um discursa e todos os outros dormem.  Seis discursos seguidos, sem entrar no palco um palhaço, uma bailarina, um acrobata, uma equilibrista, realmente não há quem aguente esse circo dos horrores. Para amenizar eles vão exibir um filme sobre os estragos. Mesmo assim, vai ser uma disputa para ver quem vai roncar primeiro. (C.N.)

Desenvolvimento exige que salários atendam minimamente às necessidades da população

Arquivo do Google)

Charge do Bruno Galvão (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

De uns tempos para cá, todos tratam a questão da desigualdade social como o principal entrave para o desenvolvimento do país e da melhoria das condições da vida da população, objetivo que precisa sempre estar na pauta prioritária dos governos. Porém, é preciso destacar que a desigualdade social dificilmente será eliminada do cenário brasileiro enquanto todos os vencimentos atendam minimamente todas as necessidades básicas dos seres humanos, afastando-os da pobreza e da miséria absoluta.

No futebol, por exemplo, a desigualdade existe, e numa equipe nem todos ganham mensalmente o mesmo valor. Entretanto, todos os jogadores se esforçam com a mesma intensidade para o time obter a vitória. Mesmo os atletas que recebem menos, por sua presença e esforço, têm garantido uma base para as suas vidas, o que não acontece com as demais atividades de trabalho, de forma geral.

EMPENHO – É claro que o futebol, como outras atividades, incluem pessoas mais ou menos gabaritadas para as funções desempenhadas, assinalando até a sua arte nas jogadas. A diferença se estabelece entre uns atletas e outros, mas todos se empenham com a mesma vontade.

Em outras tantas atividades de trabalho, porém, isso não ocorre, pois por mais que se empenhem os que ganham menos, não conseguem alcançar, infelizmente, o nível mínimo para manterem as suas vidas fora da fome e das carências cada vez maiores que atingem a maior parte da população brasileira.

Logo, a questão não é a desigualdade, mas a base mínima suficiente para que milhares de homens e as mulheres, famílias com seus filhos, consigam sobreviver dignamente, Além disso, a desigualdade não é a única explicação para os entraves no desenvolvimento do país. É preciso não esquecermos, principalmente, da necessária redistribuição de renda. Portanto, o compromisso com a democracia inclui também a parte social, sem a qual nenhum governo consegue cumprir a sua tarefa.

DIVERGÊNCIAS – O ministro Fernando Haddad queixou-se em entrevista ao jornal O Globo de algumas alas do PT. Já parte da legenda divergiu do ministro da Fazenda que disse que seus críticos dentro PT não podem celebrar um resultado econômico bom ao mesmo tempo que o chamam de ‘austericida’.

A fala de Haddad sobre as críticas que o PT tem feito à política econômica repercutiram no partido, a exemplo do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso, que criticou a condução do governo federal na economia, em especial a definição da meta de zerar o déficit fiscal em 2024. Já o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, afirmou à rede CNN que as críticas são feitas por uma minoria de partidários.

A tempestade, assim, começa a prejudicar o trabalho do próprio governo que se originou das urnas, elegendo Lula da Silva como a solução – o que é verdade – para assegurar o regime democratico no país, como todos sabem ameaçado pela orquestração da invasão e pelas depredações de Brasília na triste data de 8 de janeiro de 2023.

Uma homenagem aos bacharéis do samba, pelo compositor René Bittencourt 

René Bittencourt - MPB CIFRANTIGAPaulo Peres
Poemas & Canções

O empresário artístico, jornalista e compositor carioca René Bittencourt Costa (1917-1979), parceiro de Noel Rosa, Custódio Mesquita, Francisco Alves, Perterpan e muitos outros, compôs uma samba especial em homenagem às grandes escolas cariocas de sua época.

BACHAREL DO SAMBA
René Bittencourt

Eu sou bacharel,
(em que ?)
Eu tenho diploma,
(de que ?)
Eu tenho um anel,
(de que ?)
De samba.

Nasci no São Carlos,
Cresci no Salgueiro,
Já fui batuqueiro,
De Vila Isabel,
Porém na Mangueira,
Fui craque e passista,
Já fui ritmista,
de Padre Miguel.

Também na Portela,
Que é perto de casa,
Mandei minha brasa,
Brinquei pra valer,
Agora mais velho,
Falando mais sério,

Parei no Império,
Já posso morrer.