Haddad tem de convencer o Congresso sobre o fracasso total da desoneração

junho | 2014 | Plataforma Política Social

Charge reproduzida da Plataforma Política Social

Carlos Newton

Entre as múltiplas idiotices do governo Dilma Rousseff, famosa estocadora de vento e maquiadora de contas públicas, uma das piores foi a desoneração de 17 importantes setores empresariais, a pretexto de abrir empregos. O resultado foi desastroso, porque não foram criados novos empregos, a Previdência Social quase foi a pique e teve de ser reformada no governo Bolsonaro, com altos prejuízos aos trabalhadores civis, mas blindagem dos supostos direitos dos militares.

Agora, 13 anos depois, não é mais possível manter esse execrável privilégio da desoneração, quando está sendo procedida a tão ansiada reforma tributária. Manter esses benefícios seria uma afronta à tese jurídica de que todos são iguais perante a lei.

LOBBY MASSACRANTE – Quando o assunto passou a ser discutido no Congresso, os líderes empresariais dos 17 poderosos setores da economia armaram um lobby massacrante, que conseguiu convencer a maioria dos parlamentares sobre a necessidade de manter a desoneração, conforme veio a acontecer

O culpado pela derrota foi o próprio governo, que não se deu ao trabalho de esclarecer as bancadas sobre o fracasso dessa tal desoneração, que em 2011 a então presidente Dilma Rousseff propôs em forma de Medida Provisória, mas o Congresso devolveu a MP e exigiu a apresentação de um projeto de lei.

Foi uma jogada de mestre dos empresários, que conseguiram maximizar os lucros através da redução de impostos, ao invés de tentar o aumento da produtividade.

APOIO DE PACHECO – O presidente Lula não moveu uma palha para eliminar a desoneração. Pelo contrário, está pouco ligando. Se a Fazenda, o Tesouro e o Banco Central liberarem recursos à vontade, para ele está tudo no melhor dos mundos.

Quem está se movimentando sozinho é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Tem falado como  presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e conseguiu convencê-lo a não devolver a MP de Lula. Agora, é preciso negociar com os líderes das bancadas para lhes mostrar que a desoneração vem dando um tremendo prejuízo aos cofres públicos, sem propiciar a sonhada abertura de empregos.

Para levar esse trabalho adiante, Haddad não conta com apoio de Lula, que não está nem aí, como diz a axé music. E o ministro está consciente de que, se a desoneração não for derrubada, a reforma tributária já começa capenga.

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P.S.
A opinião pública precisa se unir e dar apoio irrestrito a Haddad, que se tornou uma esperança para os brasileiros. Se ele fracassar na busca do déficit zero, a irresponsabilidade de Lula pode transformar o Brasil numa enorme Argentina, porque a inflação não foi vencida e está hoje como a sétima mais alta dos países do G-20. Todo cuidado é pouco. Já assistimos a esse filme no governo Sarney e não temos mais Itamar Franco para dar um jeito. (C.N.)    

Repercute na Suíça a promiscuidade entre o governo Lula e o Supremo no Brasil

Os três... na charge do Duke

Charge do Duke (O Tempo)

Vicente Limongi Netto

Honrado, peço licença para reproduzir a mensagem que recebi, pelo e-mail, da brasileira Aparecida Heinzer, morando na Suiça há 30 anos. Aplaudindo o teor da minha carta, publicada, simultaneamente, na Tribuna da Internet, Correio Braziliense, Fórum do Estadão, blog Pedrinho Aguiar(Manaus), blog Limongi, Facebook e no portal carioca JPRevistas, lamentando e repudiando a ingerência desaforada e pouco republicana de Lula, PT e apaniguados no Supremo Tribunal Federal. A mensagem de Aparecida Heinzer é do seguinte teor:

Sua carta contundente impressiona pela realidade que descreve. Parabéns! Nosso Brasil está apodrecendo e nosso povo não reage saindo às ruas como no tempo das Diretas Já. Para não ficar mordendo os dedos de aflição, envio as cartas, como esta sua, do Fórum do Estadão, a todos os amigos e conhecidos que de alguma forma estejam ligados ou trabalharam no Brasil.

Moro na Suíça há 30 anos, mas quem disse que passo um dia sequer sem ler as notícias do meu país (continuo muito brasileira). O Brasil assinou sua sentença em 2003 (minha opinião), subjugando-se ao lulismo, depois ao bolsonarismo e ao lulismo novamente, que segue arrastando consigo na lama a “sua democracia lulista imaginaria”. 

Água mole em pedra dura… Opiniões como as suas ajudam a clarear as ideias de muita gente. Faço votos que siga em frente divulgando-as.  Com a ajuda de Deus, que é Brasileiro, quem sabe qualquer dia desses, apareça um estadista de verdade…! Boa sorte e muito obrigada.

Aparecida Heinzer
Chardonne, Suíça

BIG BROTHER, AGAIN – O BBB-24 mal começou (termina em abril) e já revela o caráter deplorável de dois participantes do jogo, Rodriguinho e Nizam. No dia 13, no quarto do líder, criticaram o corpo de Yasmin e debocharam de Isabelle e Davi. Sob os olhares de dois capachos da desprezível dupla, Vinicius e Pizane.

Pela segunda vez no paredão, o baiano Davi, valoroso, motorista de aplicativo, deu um duro e merecido esculacho no cretino e frouxo Nizam. Poderia ter estendido a bronca em Rodriguinho. também lobo cretino travestido de gentil e bonzinho. Pelas costas não poupa ninguém. 

O fato de ser empresário, não dá a Nizam o direito de tripudiar em ninguém.

FICAR ATENTOS – Davi e a bela e sorridente Isabelle precisam ficar atentos, também, para Rodriguinho. Nizam e o cantor (Deus perdôe a blasfêmia) Rodriguinho não valem o feijão que comem. O atual líder, Lucas, mostra ser correto. As duas Vanessas, Lopes e Camargo, são enfadonhas. Não irão longe no jogo. Yasmin até agora não deslanchou. Quando abrir os olhos, caso consiga, será tarde.

Marcos, o comissário de bordo, é agradável e jeitoso. Mc Bin Ladem também mostra segurança nas rodas. 

Na verdade, a advogada paraibana e campeã Juliette, hoje cantora,  deixou marcas inesquecíveis de amor, inteligência e carisma no BBB. Difícil de ser suplantada e esquecida.

A educação midiática será fundamental no combate às fake news

Charge do Niniu (Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

O início do último ano foi marcado não apenas pela posse do novo presidente da República, Lula da Silva, caracterizando a interrupção do período de retrocesso e aniquilação das políticas públicas promovidas pela gestão anterior, bem como pelos atos contra a democracia alavancados por bolsonaristas, sejam eles os ditos patriotas usados como massa de manobra, mas também por financiadores ocultos e que agiam covardemente nos bastidores do cenário nacional.

Todo esse contexto ratificou a imperativa necessidade de educação midiática como política pública para o país Brasil, ultrapassando o simples combate à desinformação ou categorização das chamadas fake news. É preciso esclarecer de forma mais contundente as dinâmicas das falsas notícias e o papel da comunicação de modo amplo e determinante. O debate torna-se fundamental para a sociedade e para a manutenção do sistema democrático.

PAPEL DAS MÍDIAS – Faz-se então necessária uma compreensão sobre o papel das mídias na conjuntura nacional, viabilizando verdadeiramente a constituição de uma autonomia crítica, o entendimento das dinâmicas de desinformação, permitindo  a percepção do papel das plataformas no processo de divulgação das falsas notícias. É preciso que a população esteja habilitada a acessar, avaliar, analisar os diversos conteúdos apresentados e ao mesmo tempo construir um pensamento crítico em relação às mídias.

Com isso, e somente assim, será possível capacitar os receptores das notícias, de forma analítica, sobre os conteúdos e os seus processos de produção.  Com a educação midiática a sociedade passará a dispor de forma concreta os instrumentos para entender como funciona a propaganda e quais as suas estratégias de persuasão e de condução do nosso olhar apenas para determinadas percepções.

Longe de ser um simples conjunto de ferramentas para lidar com as mídias ou uma maneira de controlar os conteúdos em circulação, a demanda se insere como elemento de política pública que pauta o direito à informação como direito humano fundamental.

E na poesia de Cruz e Sousa surge “o Louco, da loucura mais suprema”

Cruz e Sousa | Cruz e sousa, Lições de vida, CruzPaulo Peres
Poemas & Canções

O poeta João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Desterro, atual Florianópolis, tornou-se conhecido como o “Cisne Negro” de nosso Simbolismo, seu “arcanjo rebelde”, seu “esteta sofredor”, seu “divino mestre”. Procurou na arte a transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros problemas decorrentes da discriminação racial e social. Este poema refere-se ao próprio poeta (o Louco da imortal loucura, o louco da loucura mais suprema), o grande “Assinalado”, nos versos inesquecíveis de Cruz e Sousa

O ASSSINALADO
Cruz e Sousa


Tu és o Louco da imortal loucura,

o louco da loucura mais suprema.
A terra é sempre a tua negra algema,
prende-te nela extrema Desventura.

Mas essa mesma algema de amargura
mas essa mesma Desventura extrema
faz que tu’ alma suplicando gema
e rebente em estrelas de ternura.

Tu és o Poeta, o grande Assinalado
que povoas o mundo despovoado,
de belezas eternas, pouco a pouco.

Na Natureza prodigiosa e rica
toda a audácia dos nervos justifica
os teus espasmos imortais de louco!

Supremo precisa de reforma e limpeza para recuperar a credibilidade perdida

Charge do Zé Dassilva: STF - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

Certas situações são incompreensíveis e inaceitáveis na chamada democracia à brasileira, que o jurista Sobral Pinto dizia não existir, porque democracia é uma só, não tem variedades, e o que exatamente existe é o peru à brasileira, principal atração das ceias de final de ano aqui na filial Brazil e do Dia de Ação de Graças, na matriz USA.

Infelizmente, existem muitas diferenças entre matriz e filial, que são sempre desonrosas para nós, pois não sabemos nem imitar direito as instituições democráticas. Veja-se o Supremo, por exemplo. O gigantesco Ruy Barbosa empenhou-se entusiasticamente para criar na filial um tribunal aos moldes da Suprema Corte da matriz. Depois de sua morte, porém, as coisas foram mudando, e hoje o Supremo à brasileira (outro prato típico, com frango no lugar do peru) é uma Piada do Ano em relação ao norte-americano.

E TUDO MUDOU… – Exatos 100 anos após a morte de Ruy Barbosa, aquele intelectual brasileiro que se asilou em Londres e botou uma placa na porta de casa dizendo “Ensina-se Inglês”, seu trabalho está irreconhecível e desqualificado.

Aqui na filial Brazil, o Supremo está totalmente descaracterizado, os ministros se metem em política acintosamente, não há mais suspeição, funcionam como procuradores e juízes individuais, reina a esculhambação.

A pretexto de preservar a democracia à brasileira, descumpriram leis sobre suspeição de magistrados, usaram provas ilícitas, inventaram a incompetência territorial absoluta em direito penal e levaram o Brasil à vexaminosa situação de ser o único país da ONU (são 193) que não prende criminosos após condenação em segunda instância, tornando-se o paraíso da impunidade. E ainda querem ser elogiados por isso, exibem o maior orgulho por essas presepadas.

COMEÇAR DE NOVO – Quando se chega a tal situação de paroxismo, é preciso dar um freio de arrumação, para depois começar de novo, como ensinam os geniais Ivan Lins e Vitor Martins.

Se os ministros tivessem um mínimo de humildade, eles próprios pegariam o Regulamento do Supremo e fariam as necessárias correções, para desafogar a pauta, cada vez mais sobrecarregada. De 2019 para cá, por causa da decisão que tirou Lula da Silva da prisão, o Supremo passou a ser obrigado a julgar todas as ações penais, porque a prisão agora somente ocorre somente após a quarta instância, que é o próprio STF.

O fato concreto é que, do jeito que está, não pode continuar. Se o Supremo não quiser se aperfeiçoar,  o Congresso deveria então votar uma legislação que o faça, porque este país precisa desesperadamente de justiça.

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P.S. 1
Se o Supremo e o Congresso não se interessarem por esse indispensável aperfeiçoamento, o editor da Tribuna então terá de fazer como Ruy Barbosa e colocar uma placa na porta de casa, dizendo: “Reformam-se tribunais”.

P.S. 2 – Realmente, tenho algumas ideias que acredito farão sucesso. Entre elas, a proibição de juiz soltar monocraticamente criminoso de alta periculosidade, como acaba de acontecer com o chefe de facção Elvis Cantor, preso na Bolívia e imediatamente solto aqui na filial Brasil. (C.N.)

Ainda não estamos livres dos golpistas, que continuam à espera de uma oportunidade

Charge do João Garcia (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

É um erro acreditar que os golpistas estão derrotados e que nunca mais haverá ameaças ao regime democrático. A realidade é bem diferente dessa ilusão, os adeptos de uma nova ditadura apenas se recolheram temporariamente, após falharem três tentativas concretas de os militares reassumirem o poder.

Pouco se fala sobre isso, mas os acampamentos foram instalados diante dos quartéis das Forças Armadas com autorização expressa de seus respectivos comandantes, pois nenhum deles determinou que fossem reprimidas essas absurdas invasões de áreas de exclusivo uso militar, uma situação gravíssima e jamais vivenciada no país, nem mesmo nos idos de 1964.

TRÊS TENTATIVAS – Recordem que houve três armações consecutivas para evitar a posse do presidente Lula, no espaço de menos de 30 dias. A primeira tentativa aconteceu em 12 de dezembro de 2022, quando o vencedor das eleições foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral, confirmando-se o resultado das urnas.

Brasília teve então uma noite de terror, com tentativa de invasão da sede da Polícia Federal e ataques a postos de gasolina e empresas, com roubo de grande quantidade de botijões de gás de cozinha. E o vandalismo avançou pelas ruas, com os golpistas ateando fogo a ônibus e automóveis. Inclusive, um dos ônibus ficou pendurado no viaduto. Se caísse, teria feito um estrago, próximo à Rodoviária, no centro da capital do país. Ninguém foi preso no dia 12 de dezembro. Portanto, seguiram em frente.

Às vésperas do Natal, quando aumenta o movimento de embarque e desembarque, os golpistas tentaram explodir um caminhão de  combustível no Aeroporto de Brasília, exatamente no dia 24 de dezembro de 2023, que seria similar ao atentado do Riocentro, uma operação terrorista que aconteceria em 30 de abril de 1981, após a concessão da anistia,

NÃO TIVERAM ÊXITO – Por fim, houve a invasão e depredação dos Três Poderes em 8 de janeiro. Então, três tentativas de golpe foram executadas, felizmente não tiveram êxito. As forças policiais do Distrito Federal fizeram cara de paisagem, demoraram a enfrentar os vândalos. Por isso, quando o presidente Lula culpa o governador Ibaneis Filho por esses acontecimentos, ele sabe exatamente o que está dizendo.

Os golpistas estão aí, nas sombras, à espera de uma nova oportunidade. Têm o braço armado e a volúpia pelo poder. Seu discurso de “Deus, Pátria e Família” vem desde o modelo fascista de Plinio Salgado, líder integralista que tentou dar o contragolpe em 1938, após o golpe de Getúlio com o Estado Novo em 1937 e a extinção dos partidos políticos.

Defender a democracia soa falso. Quem flerta com ditadura, é claro, não pode falar em liberdade. Assim, ainda não estamos livres da ameaça de um novo golpe. Desgraçadamente, essa é a nossa realidade.

Os desafios da democracia frente à tecnologia da Inteligência Artificial

Charge do Cazo (blogdoaftm.com.br)

Marcelo Copelli

É notório que o desenvolvimento tecnológico tem beneficiado enormemente a humanidade ao criar respostas inovadoras para problemas complexos, além de extinguir os mais variados tipos de barreiras em um mundo cada vez mais globalizado. Ao mesmo tempo, porém, tem lançado grandes desafios à democracia. Alguns, inclusive, ameaçadores, a exemplo da criação da “realidade” por inteligência artificial.

Recentemente, o Fórum Econômico Mundial produziu o Relatório de Riscos Globais 2024, publicado neste mês, divulgando que as desinformações produzidas por IA representam nada menos que o “maior risco global no curto prazo”. E isso é preocupante, pois em diversos países, neste ano, serão realizadas eleições, inclusive no Brasil. Via de regra, esses momentos de novas escolhas para Casas Legislativas e cargos representativos de grande responsabilidade acabam se tornando cenários de debates sobre políticas públicas, reafirmação de antigas promessas e análises .

DIREITO DE ESCOLHA – Ainda que nunca exista integral convergência de ideias, é justamente sobre o viés democrático que se exerce o direito da escolha, de forma igualitária entre os eleitores. Porém, quando esse poder de opção é afetado por uma enxurrada de notícias falsas que se alastram numa velocidade que torna difícil por muitos o indicativo da verdade ou das corretas opções existentes, as bases são atacadas por fissuras cada vez maiores que tornam o cenário instável, marcado pela confusão entre fatos e falsidades.

Hoje, com a tecnologia ao alcance de milhares de pessoas, diuturnamente, a desinformação atravessa obstáculos geográficos antes impensados, afetando diretamente o debate qualitativo e o próprio futuro das nações. De forma paralela, é preciso cautela para que nenhuma ação contra a desinformação soe como ataque à liberdade de expressão.

Mas antes de tudo, existe sempre o interesse público que não pode estar abaixo do mau uso do exercício dos direitos individuais. A liberdade de expressão não pode nunca ser usada para atentar o direito do outro, interferindo de forma intencional contra a democracia.  

Poucos conseguem ser felizes. Assim, queremos felicidade para todos nós

Expoente do Clube da Esquina, Ronaldo Bastos tem parceiros ligados a vários  estilos musicais (foto: Leo Pereda/divulgação)

Rpnaldo Bastos. membro do Clube da Esquina

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, produtor musical e compositor Ronaldo Bastos Ribeiro, nascido em Niterói (RJ), na letra de “Felicidade Urgente”, em parceria com Cláudio Zoli, aponta para uma questão discutida e defendida por Clément Rosset, no livro “Alegria”: a força maior: a alegria não difere da alegria de viver. Ou seja, quem é alegre não precisa de motivos (externos) para estar alegre. A música intitulou o LP gravado por Elba Ramalho, em 1991, pela Ariola.

FELICIDADE URGENTE
Cláudio Zoli e Ronaldo Bastos

Nunca mais eu vou voltar
Essa estrada é meu destino
Vou seguir a minha vida
Vou achar o meu lugar

Louco pra viver em paz
Eu procuro paraísos
Em lugares esquecidos
Em viagens ao luar
Eu vi a cor, sonhos
E sei de cor o que é melhor pra mim

A vida me faz desse jeito
O mundo é tão imperfeito
Pouca gente tem direito a ser feliz
O tempo passa de repente
Felicidade urgente para todos
Para todos nós

Quero te fazer feliz
Quero ser feliz também
Com você ta tudo bem?
Ta tudo bem?

Não vou mais olhar pra trás
No caminho do infinito
Encontrei uma razão
E me perdi no teu olhar

Eu sempre quis muito mais
Mais do que era preciso
Quis milagres absintos
E delírios de prazer
Eu vi a cor, sonhos
Eu sei de cor o que é melhor pra mim

A vida me fez desse jeito
O mundo é tão imperfeito
Pouca gente tem direito a ser feliz
O tempo passa de repente
Felicidade urgente para todos
Para todos nós

A necessária e urgente continuidade da política de segurança no país

Lewandowski assume uma série de demandas emergencias

Marcelo Copelli

Com a escolha de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal, as peças do tabuleiro se movimentaram na pasta da Justiça e Segurança Pública.

Depois de longa expectativa, o novo nome para comandar o ministério finalmente foi definido após ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski ter aceito o convite para a cadeira. À frente do cargo, certamente enfrentará desafios emergenciais, uma vez que  necessidades da segurança pública se impõem de forma imperativa.

DESARMAMENTO – Há décadas o crime marca território em várias cidades do país, criando um cenário de violência constante, o que demanda uma estrutura ágil e imediata por parte do governo federal. E, nesse momento, a troca de ministros não pode protelar ainda mais a efetividade das ações nesse setor, incluindo a continuidade do processo de reversão do armamento da sociedade.

Hoje, o país tem quase três milhões de armas nas mãos de civis. Em tradução simultânea, quase o dobro do que havia no ano de 2018. Para bom entendedor, basta olhar pelo retrovisor e ver a gestão que promoveu a farra desvairada, em detrimento de tantas outras áreas que a médio e longo prazo produziram muito mais efeitos.

Tudo resultado direto de políticas públicas que facilitaram o acesso às armas de fogo nos últimos anos. Todo esse arsenal contribui de forma concreta para o desvio de armas e o fortalecimento da criminalidade, além da perda de vidas e até mesmo o Orçamento do país. Só em em 2022, o Brasil gastou R$ 41 milhões dos recursos do Sistema Único de Saúde com internações hospitalares de vítimas de armas de fogo.

DECRETO – Em julho do último ano, com o decreto de controle de armas, publicado pelo Ministério da Justiça em julho de 2023, houve finalmente o restabelecimento de parâmetros responsáveis de controle de armas. Um avanço no combate à violência armada, reduzindo a potência das armas de uso permitido, aumentando a fiscalização e o controle, e restringindo o acesso a armamentos.

Mas ainda falta muito pela frente, a começar pela continuidade da migração da responsabilidade por fiscalizar os CACs (Colecionadores, Atiradores desportivos e Caçadores), que era atribuição do Exército, para a Polícia Federal. Some-se a isso, é necessário estruturar um programa de recompra de armas, que foi anunciado por Flávio Dino.

Paralelamente, é preciso estabelecer-se um projeto de médio e longo prazos para lidar com o crime organizado. Houve, recentemente, o lançamento pelo Ministério da Justiça do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, um desdobramento do Programa de Ação na Segurança. Uma medida importante para fortalecer a interação entre as esferas federal e estadual e as parcerias com outros países.

MAPEAMENTO –  Também é importante reforçar a atuação da Polícia Federal no que tange ao mapa de regiões de entrada e saída de drogas, como os portos e aeroportos, implementar centros integrados de comando e controle, e planejar uma atuação conjunta entre a PF, a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras para localizar o percurso do dinheiro do crime; um caminho de encontrar os financiadores e os beneficiários do crime organizado. Além disso, o governo federal precisa garantir que haja integração com os Estados, para que aumentem o investimento em investigação.

Por fim, e não menos importante, é primordial um debate constante sobre a falta de eficácia do sistema prisional, que não consegue chegar aos executores de muitos crimes contra a vida e dos verdadeiros responsáveis pelos esquemas de tráfico de drogas, por exemplo. Ainda falta muito para se avançar e esse é o momento de não deixar que o que já foi conquistado ser paralisado ou abandonado.

Cora Coralina escreveu versos amargos durante o Ano Internacional da Criança, em 1979

Pin De Lucas Oliveira Em Mensagens Lindas | Frases De Cora | Frases  inspiracionais, Citações inspiracionais, Citações sábiasPaulo Peres
Poemas & Canções

A poeta Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985), nasceu em Goiás Velho. Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano, conforme este poema em que Cora transmite o seu sofrimento com a situação do menor abandonado.

MENOR ABANDONADO
Cora Coralina

Versos amargos para o Ano Internacional da Criança, 1979.

De onde vens, criança?
Que mensagem trazes de futuro?
Por que tão cedo esse batismo impuro
que mudou teu nome?

Em que galpão, casebre, invasão, favela,
ficou esquecida tua mãe?…
E teu pai, em que selva escura
se perdeu, perdendo o caminho
do barraco humilde?…

Criança periférica rejeitada…
Teu mundo é um submundo.
Mão nenhuma te valeu na derrapada.

Ao acaso das ruas – nosso encontro.
És tão pequeno… e eu tenho medo.
Medo de você crescer, ser homem.
Medo da espada de teus olhos…
Medo da tua rebeldia antecipada.
Nego a esmola que me pedes.
Culpa-me tua indigência inconsciente.
Revolta-me tua infância desvalida.

Quisera escrever versos de fogo,
e sou mesquinha.
Pudesse eu te ajudar, criança-estigma.
Defender tua causa, cortar tua raiz
chagada…

És o lema sombrio de uma bandeira
que levanto,
pedindo para ti – Menor Abandonado,
Escolas de Artesanato – Mater et Magistra
que possam te salvar, deter a tua queda…

Ninguém comigo na floresta escura…
E o meu grito impotente se perde
na acústica indiferente das cidades.

Escolas de Artesanato para reduzir
o gigantismo enfermo
da criança enferma
é o meu perdido s.o.s.

Estou sozinha na floresta escura
e o meu apelo se perdeu inútil
na acústica insensível da cidade.
És o infante de um terceiro mundo
em lenta rotação para o encontro
do futuro.

Há um fosso de separação
entre três mundos.
E tu – Menor Abandonado,
és a pedra, o entulho e o aterro
desse fosso.

Quisera a tempo te alcançar,
mudar teu rumo.
De novo te vestir a veste branca
de um novo catecúmeno.
És tanto e tantos teus irmãos
na selva densa…

E eu sozinha na cidade imensa!
“Escolas de ofícios Mãe e Mestra”
para tua legião.
Mãe para o amor.
Mestra para o ensino.

Passa, criança… Segue o teu destino.
Além é o teu encontro.
Estarás sentado, curvado, taciturno.
Sete “homens bons” te julgarão.
Um juiz togado dirá textos de Lei
que nunca entenderás.

– Mais uma vez mudarás de nome.
E dentro de uma casa muito grande
e muito triste – serás um número.

E continuará vertendo inexorável
a fonte poluída de onde vens.

Errante, cansado de vagar,
dormirás como um rafeiro
enrodilhado, vagabundo, clandestino
na sombra das cidades
que crescem sem parar.

Há um fosso entre três mundos.
E tu, Menor Abandonado,
és o entulho, as rebarbas e o aterro
desse fosso.

Acorda, Criança,
hoje é o teu dia… Olha, vê como brilha lá longe,
na manchete vibrante dos jornais,
na consciência heróica dos juízes,
no cartaz luminoso da cidade,
o ano internacional da criança.

Brasil em 2024! Se for petista, é inocente; se não for, será logo preso pelo Supremo

Vicente Limongi Netto

Irretocável, firme e clara, refletindo a indignação da maioria esmagadora dos brasileiros, o teor da carta do leitor José Ricardo de Oliveira (Correio Braziliense – 12/01) deplorando as insistentes ações nefastas, nada republicanas, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, em tornar o outrora isento e respeitado Supremo Tribunal Federal (STF) em instrumento de trabalho político dele do PT e apaniguados.

Flávio Dino jurou na sabatina no senado que jamais faria política no STF. Foi desmentido, publicamente, por Lula, quando anunciou a escolha do novo ministro da justiça.

VACCARI INOCENTE? – Recordo, nessa linha, que há dias, o notável ministro Edson Fachin anulou todas as acusações de corrupção contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Como salientou José Ricardo de Oliveira, depois de presentear o advogado Cristiano Zanin, que o livrou da cadeia, com uma vaga no paraíso jurídico, com o velado apoio, claro, dos ardorosos ministros, chegou a vez de Lula premiar com a toga mágica do sagrado Direito o espaçoso e dedicado Flávio Dino.

O ainda ministro da Justiça coordenará a festança da posse do ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski, que nunca escondeu suas ligações com o PT.  O fato é que a Esplanada ganhou uma filial do STF.

A pouca vergonha e a farra jurídica e política correm soltas.  O carro alegórico do PT e máscaras de apadrinhados de Lula farão sucesso no carnaval. O cardápio político da apregoada lorota da reconstrução nacional não deixa margens para dúvidas: se o acusado for petista, será salvo pelo STF e viverá feliz.  Se for adversário do PT, coitado, morrerá na cruz, mais flechado do que São Sebastião.

GRANDE GERSON – O Globo de hoje, sexta, diz 12, destaca minha carta desejando boa sorte ao técnico Dorival Junior e saúde ao Gerson, pelos valorosos e dignos 83 anos de idade, lamentando a CBF não tenha dado nenhuma importância e valor pela data.  Terrível e triste.

De volta à política, para encerrar, uma perguntinha marota: será que Flávio Dino deixará crescer capim na porta do infatigável amigo, Ricardo Capelli, secretário-geral do Ministério da Fazenda, que logo ficará sem emprego.

Um ano sem respostas sobre o grande escândalo das Lojas Americanas

Charge do J. Caesar (veja.abril.com.br)

Marcelo Copelli

Após um ano do registro de adulteração de balanços no emblemático caso das Americanas S.A., um dos maiores escândalos da história corporativa do país, o episódio ainda hoje não revela em detalhes o mecanismo através do qual tudo aconteceu. Um rombo bilionário, mas cuja dimensão não é conhecida, já que durante o ano de 2023 a empresa não publicou nenhum balanço trimestral.

O reconhecimento da fraude fez com que o valor de mercado da grande varejista passasse de R$ 10 bilhões em janeiro de 2023, para  R$ 783 milhões atualmente. Um tombo de 92,7%. A empresa engatinha em seu processo de recuperação judicial na tentativa de reconquistar parte do seu antigo império, mas ainda, nem de longe, enxerga uma luz no fim do túnel.

QUEDA – A rede de lojas físicas da companhia caiu de 1.882 unidades em dezembro de 2022 para 1.759 pontos até novembro de 2023. Além disso, a empresa viu o número de clientes ativos encolher em mais de 7,5 milhões no respectivo período. Aquela que era a quinta maior varejista do país conseguiu esconder durante anos um calote bilionário do mercado de crédito e de grandes bancos.

Foram abertos inquéritos administrativos, processos sancionadores e mais de duas dezenas de procedimentos de análise. Porém, nada veio a público de forma minuciosa a respeito da classificada fraude continuada por pelo menos uma década. E tal fato reflete-se, consequentemente, sobre a confiança do investidor financeiro no Brasil.

Evidentemente que todo o processo investigatório exige cautela e sensatez. Mas, ao mesmo tempo, é preciso que as articulações sobre o caso se desenvolvam de forma mais ágil, até mesmo para evitar a repetição de casos semelhantes e manipulações no mesmo sentido. Neste cenário, é fundamental o amplo conhecimento através dos órgãos de regulação e fiscalização a respeito dos canais que permitiram as chamadas “inconsistências contábeis”.  Sem isso, não haverá avanços.

Uma canção de Geraldo Vandré, quando estava à procura da felicidade

Em livro, escritor diz que entrevista forjada foi condição para Geraldo Vandré voltar ao Brasil - Rede Brasil Atual

Vandré, um grande compositor e cantor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, cantor, compositor e poeta paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, o Geraldo Vandré, além de suas músicas de protesto, que o fizeram famoso desde a década de 80,  compunha também canções românticas e regionais, sobre a vida no interior do país. Em parceria com Hilton Accioly, ele compôs “Ventania”, na qual afirma ter andado por vários lugares procurando um local melhor onde pudesse morar, mas desistiu porque a vida é sempre igual em qualquer canto.

VENTANIA
Hilton Accioly e Geraldo Vandré

Meu senhor, minha senhora
Vou falar com precisão
Não me negue nessa hora
Seu calor, sua atenção
A canção que eu trago agora
Fala de toda a nação
Andei pelo mundo afora
Querendo tanto encontrar
Um lugar prá ser contente
Onde eu pudesse mudar
Mas a vida não mudava
Mudando só de lugar

“Que a morte que eu vi no campo
Encontrei também no mar
Boiadeiro, jangadeiro iguais
No mesmo esperar
Que um dia se mude a vida
E em tudo e em todo lugar”

Prá alegrar eu tenho a viola
Prá cantar, minha intenção
Prá esperar tenho a certeza
Que guardo no coração
Prá chegar tem tanta estrada
Prá correr meu caminhão
Já soltei o meu cavalo
Já deixei a plantação
Eu já fui até soldado
Hoje muito mais amado
Sou chofer de caminhão

Já gastei muita esperança
Já segui muita ilusão
Já chorei como criança
Atrás de uma procissão
Mas já fiz correr valente
Quando tive precisão
Amor prá moça bonita
Repeito prá contramão
Saudade vira poeira
Na estrada e no coração
Riso franco, peito aberto
Sou chofer de caminhão

Se você não vive certo
Se não ouve o coração
Não se chegue muito perto
Não perdôo ingratidão.
Riso franco, peito aberto
Vou cantar minha canção
De setembro a fevereiro
O que vir não vou negar

Rodando país inteiro,
Norte, sul, sertão e mar
Aprendi ser tão ligeiro
Que ninguém vai segurar
Fui vaqueiro e jangadeiro
No campo e no litoral

Cantador serei primeiro
Cantando não por dinheiro
Por justo anseio geral
Cantador serei primeiro
Cantando não por dinheiro
Por justo anseio geral.
Cantando por justo anseio geral 

Eleição paulistana será marcada pela polarização

Boulos que criar uma frente contra o bolsonarismo em São Paulo

Marcelo Copelli

A pré-indicação de Marta Suplicy para o cargo de vice de Guilherme Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo não foi exatamente uma surpresa para muita gente. Ainda que integrando a administração de Ricardo Nunes, ela já sinalizava o retorno ao PT, avalizada pelo presidente da República, Lula da Silva.

Ontem, Nunes tratou a demissão da agora ex-secretária municipal de Relações Institucionais como página virada  e que não classificava como “traição” a decisão da ex-prefeita da capital de deixar a sua gestão para ser candidata a vice numa chapa capitaneada por Guilherme Boulos na disputa pela Prefeitura da cidade neste ano. O acordo envolve a volta de Marta ao PT, sigla da qual se desfiliou de maneira pouco amigável em abril de 2015.

POLARIZAÇÃO  –  A escolha por Marta Suplicy ratifica, ao que tudo indica, o que deve ser a principal peça estratégica de campanha de Boulos, que é criar uma frente contra o bolsonarismo na cidade de São Paulo. Em tradução simultânea, manter a rota de polarização que nos últimos anos se acirrou no país e tem conduzido o cenário político nas mais diversas esferas.

Correligionários do candidato do PSol, inclusive, já dispõem nos bastidores do discurso de que Marta deixou a gestão municipal em razão da aproximação de Nunes com Bolsonaro. Boulos, por sua vez, já afirmou que a eleição deste ano “será uma batalha para que se possa enfrentar e derrotar o bolsonarismo”.

SEM FIGURAÇÃO – Há quem não seja tão otimista sobre o peso de Marta na campanha, que penderia muito para a esquerda, deixando o centro órfão e alvo fácil de outras candidaturas. Além disso, deve-se considerar que, concretizada a união, possivelmente poderão haver ruídos entre os aliados, pois Marta certamente não será peça decorativa num eventual governo.

Entre idas e vindas, uniões e separações, uma coisa é certa, pelo menos na eleição paulistana, a eleição já pode ser considerada nacionalizada e marcada pela polarização. A conferir.

As múltiplas perguntas que viviam angustiando a vida de Clarice Lispector

O tempo corre, o tempo é curto: preciso... Clarice Lispector - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A escritora, jornalista e poeta Clarice Lispector (1920-1977), nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira, definia-se como uma pergunta: Por quê?

SOU UMA PERGUNTA
Clarice Lispector

Quem fez a primeira pergunta?
Quem fez o mundo?
Se foi Deus, quem fez Deus?
Por que dois e dois são quatro?
Quem disse a primeira palavra?
Quem chorou pela primeira vez?
Por que o Sol é quente?
Por que a Lua é fria?
Por que o pulmão respira?
Por que se morre?
Por que se ama?
Por que se odeia?
Quem fez a primeira cadeira?
Por que se lava roupa?
Por que se tem seios?
Por que se tem leite?
Por que há o som?
Por que há o silêncio?
Por que há o tempo?
Por que há o espaço?
Por que há o infinito?
Por que eu existo?
Por que você existe?
Por que há o esperma?
Por que há o óvulo?
Por que a pantera tem olhos?
Por que há o erro?
Por que se lê?
Por que há a raiz quadrada?
Por que há flores?
Por que há o elemento terra?
Por que há a gente quer dormir?
Por que acendi o cigarro?
Por que há o elemento fogo?
Por que há o rio?
Por que há a gravidade?
Por que e quem inventou os óculos?
Por que há doenças?
Por que há saúde?
Por que faço perguntas?
Por que não há respostas?
Por que quem me lê está perplexo?
Por que a língua sueca é tão macia?
Por que fui a um coquetel na casa do Embaixador da Suécia?
Por que a adida cultural sueca tem como primeiro nome Si?
Por que estou viva?
Por que quem me lê está vivo?
Por que estou com sono?
Por que se dão prêmios aos homens?
Por que a mulher quer o homem?
Por que o homem tem força de querer a mulher?
Por que há o cálculo integral?
Por que escrevo?
Por que Cristo morreu na cruz?
Por que minto?
Por que digo a verdade?
Por que existe a galinha?
Por que existem editoras?
Por que há o dinheiro?
Por que pintei um jarro de vidro de preto opaco?
Por que há o ato sexual?
Por que procuro as coisas e não encontro?
Por que existe o anonimato?
Por que existem os santos?
Por que se reza?
Por que se envelhece?
Por que existe câncer?
Por que as pessoas se reúnem para jantar?
Por que a língua italiana é tão amorosa?
Por que a pessoa canta?
Por que existe a raça negra?
Por que é que eu não sou negra?

Por que um homem mata outro?
Por que neste mesmo instante está nascendo uma criança?
Por que o judeu é raça eleita?
Por que Cristo era judeu?
Por que meu segundo nome parece duro como um diamante?
Por que hoje é sábado?
Por que tenho dois filhos?
Por que eu poderia perguntar indefinidamente por quê?
Por que o fígado tem gosto de fígado?
Por que a minha empregada tem um namorado?
Por que a Parapsicologia é ciência?
Por que vou estudar matemática?
Por que há coisas moles e coisas duras?
Por que tenho fome?
Por que no Nordeste há fome?
Por que uma palavra puxa a outra?
Por que os políticos fazem discurso?
Por que a máquina está ficando tão importante?
Por que tenho de parar de fazer perguntas?
Por que existe a cor verde-escuro?
Por quê?
É porque.
Mas por que não me disseram antes?
Por que adeus?
Por que até o outro sábado?
Por quê?

Mãos ao alto: Governo pede socorro no Rio, onde a intervenção é inútil

Bandidos exigem quantias altíssimas para não “embargar” obras

Marcelo Copelli

Nesta terça-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, recorreu às redes sociais para “denunciar”, ou melhor, repetir o que muitos já sabem sobre as ações do crime organizado no Rio de Janeiro. A exemplo da ilegal exploração de atividades, cobranças covardes e indevidas nas comunidades, seus moradores e estabelecimentos comerciais,  bandidos também resolveram extorquir os responsáveis por obras públicas.

A notícia não é novidade. Inclusive já foi revelada nesta Tribuna recentemente. A bola da vez é a empreiteira responsável pelas obras do Parque Piedade, na Zona Norte do Rio. Segundo o prefeito, os criminosos exigiram o pagamento de R$ 500 mil à empresa. Mas não parou por aí. Ameaçaram, caso não seja efetuado o pagamento, paralisar as obras. Tudo isso sob o guarda-chuva generoso da impunidade e da falta de um planejamento efetivo e ações concretas na segurança pública do Estado.

REFÉM – Há anos que a cidade se encontra refém de criminosos e as autoridades (in) competentes apenas brincam com as estatísticas, repetindo promessas e “reforçando” a fechadura depois do arrombamento. Um verdadeiro e afrontoso descaso com as vidas de milhares de cidadãos contribuintes, com o voto recebido nas eleições e com o dever de proteger e garantir a ordem.  

As obras do Parque Piedade foram iniciadas em setembro do ano passado, com a demolição de dois prédios que pertenciam ao antigo Colégio Piedade, dentro da área de cerca de 18 mil metros quadrados onde ficava o campus da famosa Universidade Gama Filho. O local estava entregue ao mais total abandono desde 2014, com a falência da instituição privada de ensino.

CLAMOR – Em 2023, a Prefeitura do Rio comprometeu-se a inaugurar o novo parque até o fim do ano de 2025. Tudo a um custo de R$ 58 milhões, além de cerca de R$ 47 milhões com a desapropriação da área, cujo valor está sendo depositado em juízo. Diante do clamor do prefeito, o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Ricardo Capelli, informou que ainda não foi comunicado oficialmente sobre o caso.

Enquanto muitos gritam, faltam ouvidos oficiais e vontade para dar cabo de tanta demanda, que a intervenção federal não resolve. A sociedade apenas caminha, tornando o inaceitável uma regra comum. Vidas se vão, transformam-se em números, o progresso engatinha, quando não vira alvo de bala perdida. Muita coisa pelo avesso, margeando uma avenida que precisa  urgentemente ser pavimentada. Falta apenas boa vontade.  

 

Não há nada melhor do que a amizade sincera, um grande amigo

Vinil Renato Teixeira, Dominguinhos MPB - Bossa - Instrumental

Renato e Dominguinhos, parceiros e amigos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor paulista Renato Teixeira de Oliveira, um dos mais destacados cantores da música regionalista, mostra o que considera o real significado de uma “Amizade Sincera”.A música faz parte do CD/DVD Amizade Sincera, gravado por Renato Teixeira e Sérgio Reis, em 2010, pela Som Livre.

AMIZADE SINCERA
Dominguinhos e Renato Teixeira

Amizade sincera é um santo remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo, os verdadeiros amigos
Do peito, de fé
Os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande amigo

É muita ingenuidade achar que Gleisi ataca Haddad sem autorização de Lula

Gleisi Hoffmann diz que Lula entrará na campanha de Boulos em São Paulo | Exame

O jogo é simples assim: Lula manda e Gleisi obedece…

Carlos Newton

Quem frequenta a Tribuna da Internet sabe que, em matéria de política e politicagem, as aparências sempre enganam. O principal motivo é a atuação da chamada imprensa amestrada, que trabalha de maneira serviçal e colabora para difundir as falsas narrativas difundidas pelo grupo político que integram. Fazem esse serviço sujo sem questionamentos, simplesmente aceitam a versão que lhes empurram goela abaixo, e passam adiante a notícia.

Nos últimos dias, por exemplo, foi impressionante o número de reportagens e artigos “plantados” para divulgar a versão de que o presidente Lula da Silva nada tem a ver com a briga entre a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o ministro Fernando Haddad, chefe da equipe econômica.

QUEM ACREDITA? – Os jornalistas amestrados espalham a informação de que Gleisi e Haddad estão brigando pela candidatura à sucessão de Lula na eleição de 2030. Caramba! Uma disputa tão intensa e desavergonhada, com sete anos de antecedência? Quem pode acreditar numa bobagem dessas? Gleisi e Haddad não têm mais o que fazer?

O pior é alegar que Lula não sabe de nada, não interfere nem participa dessa briga. É justamente por isso que a política requer tradução simultânea. Como todos sabem, Lula é dono do PT. É ele quem manda no partido. Ponto Final. Gleisi Hoffmann jamais ousaria provocar e atacar o principal ministro do governo se não estivesse autorizada pelo presidente.

Lula está determinando que Gleisi Hoffmann assuma a briga contra Haddad, porque não seria cabível que um presidente da República investisse contra seu principal ministro, sem demiti-lo. É por isso que Gleisi usa dois pontas de lança para fustigar Haddad – o próprio companheiro Lindbergh Farias, com quem está vivendo há alguns anos, e José Guimarães, aquele deputado dos dólares na cueca.

Eles também só criticam Haddad porque estão servindo ao presidente da República, sempre prontos a atendê-lo e agradá-lo.

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P.S.
Outra balela difundida pela imprensa amestrada é a justificativa de que Gleisi e Haddad estão brigando por causa da candidatura petista em 2030, quando Lula promete abandonar a política, após ser reeleito em 2026. Mais uma tremenda conversa fiada, porque a sucessão de Lula é para ontem, pois ele está com 78 anos. Segundo o IBGE, a expectativa de vida do homem brasileira, na última medição (2022) é de 72 anos. Isso significa que Lula já está fazendo seis anos de hora extra. É por isso que Gleisi aceita atacar Haddad, pois todos sabem que o tempo não para, como diziam Cazuza e seu parceiro Arnaldo Brandão.  (C.N.)

No Brasil, a maioria dos partidos políticos tem vida curta e acabam sendo extintos

Charge do meio-dia: “novos partidos políticos” | Liberdade! Liberdade!

Charge do Jorge Braga (Charge Online)

Roberto Nascimento

É curiosa essa briga entre petistas pela sucessão do presidente Lula lá adiante, em 2030, porque na próxima eleição, em 2026, o criador do PT já é o candidato do partido, nem se discute a possibilidade contrária. Em 2026, se estiver bem de saúde aos 81 anos, o candidato chama-se Lula da Silva.

A disputa antecipada entre a deputada Gleisi Hoffmann e o ministro Fernando Haddad é até bizantina, porque aqui no Brasil os partidos acabam morrendo, se extinguem ao longo do tempo.

O fim das legendas começa justamente pela aposentadoria e morte dos seus líderes, com as guerras internas que então causam o progressivo enfraquecimento,

UDN E PTB – A UDN sucumbiu com a cassação de Carlos Lacerda decretada pelo general Castelo Branco. Depois, houve a extinção dos partidos, com a criação de Arena (governista) e MDB (meio governista).

Com a redemocratização, alguns velhos partidos foram recriados, como o PTB, linha auxiliar de Getúlio Vargas, cujo processo de extinção começou a entrega da legenda para uma sobrinha de Vargas, a deputada Ivete Vargas, numa conspiração do general Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil do general presidente Ernesto Geisel, com o objetivo, de impedir que Leonel Brizola, recém-chegado do exílio, fosse o presidente do PTB.

Brizola criou então o PDT, de orientação trabalhista, condenando o PTB, a linha auxiliar da Ditadura Militar. Hoje, o PTB, não existe mais, o último coveiro do PTB, Roberto Jeferson, acabou de enterrar o partido de Vargas, por falta de eleitores.

ARENA E MDB – O partido ARENA (Aliança Renovadora Nacional), sustentáculo da ditadura, “morreu” em 1985, com o fim do regime militar. O MDB, Partido de oposição a Ditadura, entre aspas, foi perdendo capilaridade aos poucos.

Mudou o nome, transformando-se em PMDB e recentemente voltou a ser MDB, entretanto, em se tratando de uma frente com várias tendências ideológicas, caminha para o cadafalso.

O DEM, oriundo do Partido da Frente Liberal, sucessor da ARENA, para não morrer, se uniu ao PSL (Partido, que deu a sigla para Bolsonaro disputar a eleição de 2018). Com a briga entre Luciano Bivar e Bolsonaro, pelo controle do PSL, o Mito saiu do Partido e levou a maioria de seus deputados fiéis para o PL, comandado pelo cacique paulista, Valdemar da Costa Neto.

UNIÃO BRASIL – Em busca da sobrevivência, Bivar se uniu ao DEM, de Antônio Carlos Magalhães Neto e criaram o atual União Brasil, um saco de gatos gordos e amorfos, sem nenhuma cor partidária. Aos poucos, vão morrer na praia, se transformando em nanicos, sem expressão política.

O MDB, se enfraquece a cada eleição. Antes da democratização e até após a Constituição de 1988, era um partido nacional fortíssimo. Mas seus principais líderes foram morrendo, principalmente o Senhor Diretas, Ulysses Guimarães, e a ausência de líderes vêm desidratando o MDB, que se transformou em um partido do Norte e Nordeste. Aos poucos, caminha para a vala comum de um partido do passado.

PP (Partido Popular) sobrevive graças aos caciques, Arthur Lira, presidente da Câmara e deputado por Alagoas, e Ciro Nogueira, senador pelo Piauí e ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro.

PL DE BOLSONARO – O PL abriga o clã e apoiadores de Jair Bolsonaro, da extrema direita, e os conservadores do Centrão comandado pelo seu presidente Valdemar da Costa Neto. Com o tempo, o PL vai se tornar pequeno para abrigar dois caciques com sede de poder total, Bolsonaro e Costa Neto. Tudo vai depende da eleição de 2026. A explosão dos titãs está próxima. Divididos estarão perdidos.

O PSDB, Partido fundado por Mario Covas, Franco Montoro e Fernando Henrique Cardoso, saído de uma costela do MDB, com a morte de Covas e Montoro e a aposentadoria de Fernando Henrique, o Partido tucano, está próximo do fim. Hoje é nanico, sem expressão.

Houve uma luta ferrenha dentro do Partido, comandada pelo ex-governador João Doria, mestre na arte de dividir e trair seus companheiros. Doria brigou com o cacique mineiro Aécio Neves e com o governador gaúcho Eduardo Leite. O governador Rodrigo Garcia, que assumiu por nove meses, com a saída de Dória para disputar a presidência, se aliou ao Bolsonarismo, na eleição de 2022, e acabou de destruir o PSDB em São Paulo, sua base principal. Os tucanos já morreram e não sabem.

OUTROS PARTIDOS – O PT vem perdendo força, desde o Mensalão, e reduziu suas bancadas no Parlamento, nas eleições de 2018 e agora em 2022. O último suspiro do PT, é o presidente Lula, o cacique que carrega nas costas  a estrutura pesada do PT, um balaio de gatos, com integrantes do Centro e da Esquerda. Sem Lula, próximo da aposentadoria, o PT tende a cumprir o mesmo destino do PSDB e cair na vala comum dos nanicos.

PDT e PSB, Partidos de Centro Esquerda, se tratam de hospedeiros dos governos petistas. Não conseguem crescer e se encostam na sigla predominante. O fim deles se aproxima, à medida que o PT também cede espaço para os conservadores.

Deixei para o final, a análise do PSD. O Partido do ex- prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vem trabalhando na surdina para se transformar no terceiro maior Partido do Brasil, atrás do PL e do PT. Seu maior quadro é na atualidade, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. É uma exceção à regra e está em crescimento.

Assim, as pessoas morrem e os partidos morrem também. Tudo, um dia acaba.

A extrema polarização que atravanca o progresso do país

Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Marcelo Copelli

Após o primeiro ano do terceiro mandato do atual presidente da República, Lula da Silva, verifica-se a ainda persistente polarização extrema no cenário político. E o comportamento se estende por vários setores da sociedade, ultrapassando os limites aceitáveis, constituindo espécies de realidades paralelas onde não se defende uma ideologia benéfica para a maioria, mas a obsessão pela conquista, ainda que à força, pela razão inquestionável. Não há diálogo, mas uma contínua e perigosa medição de forças.  

A situação afeta até mesmo o seio das famílias, promovendo a desagregação dentro de unidades empresariais e de instituições. Não existe meio termo. Se não concorda, se não alinha, representa o adversário incapaz de dividir a mesa. Lados opostos se definem simplesmente pela diversidade das opiniões políticas. E se formos analisar, não existe nenhum tipo de instabilidade social, aspectos revolucionários ou movimentações perigosas, de fato, que justifiquem a permanência de um quadro conforme o descrito.

CONFRONTO – Após quatro anos da última gestão, já é tempo do país retornar a um clima mais ameno, no qual, ainda que com grupos de pensamentos diferentes, as pessoas não sejam consideradas inimigas por confrontarem ideias. A democracia não pode ter duas medidas diferentes, sendo defendida apenas quando o candidato apoiado é eleito.

Tudo isso apenas forma mais obstáculos para o desenvolvimento do país, e quem perde é a população. A classe política sempre dá um jeito de se beneficiar, mas o resto da sociedade insiste em idolatrar cegamente e ignorar que os prejuízos atingem a todos.

Neste ano, com novas eleições no âmbito municipal, provavelmente haverá novamente instaurado o clima tenso de irracionalidade na defesa dos novos, ou velhos, ocupantes aos cargos. O choque de ideias e versões, a desinformação nas redes, entre outros fatores já conhecidos, apenas mancham o processo democrático.

DEBATE – O Brasil padece, pois se esvai o debate programático das ideias, a busca pelos caminhos para o desenvolvimento sócio-econômico, com distribuição de renda e mais dignidade para todos.

Enquanto a sociedade insistir em se fragmentar cada vez mais, os donos das novas capitanias manobram as massas com mais facilidade. Sem projeto e coesão, o progresso se dará por doses homeopáticas, enquanto que país clama por mais paz e menos donos da razão para poder caminhar.