Ignorante em economia, Lula deixou que o Brasil criasse o “capitalismo sem risco”

Entenda por que os bilionários capitalistas financiam o surgimento da nova esquerda - Flávio Chaves

Charge do Allan Sieber (Arquivo Google)

Carlos Newton

Em meio à polêmica sobre o velho teto de gastos, hoje chamado de arcabouço fiscal, com o presidente Lula da Silva tentando descumprir a lei que ele próprio enviou ao Congresso e depois sancionou, fica evidente a necessidade de discutir a base de tudo isso, que está no sistema econômico nacional, no aumento da dívida pública e nos extorsivos lucros dos bancos.

Sabemos que esse assunto é tabu na imprensa e somente é abordado em dois espaços na internet – no site da Auditoria Cidadã e aqui no blog da Tribuna da Internet.

LUCRO DOS BANCOS – É uma rotina cansativa acompanhar o lucro dos grandes bancos brasileiros, que não têm comparação no resto do mundo, mas ninguém parece desconfiar de nada. Agora mesmo, a imprensa está exaltando o lucro do Itaú no terceiro trimestre deste ano.

O lucro líquido contábil do Itaú nos nove meses de 2023 atingiu a marca de R$ 24,19 bilhões, estabelecendo um novo recorde histórico em valores nominais para um banco de capital aberto, com alta de 11,9% ante mesmo período do ano passado.

Daqui a pouco sai o resultado do Bradesco, que não vai querer ficar por baixo. Esses resultados repetitivos deveriam causar espanto e discussões, mas já estão anexados à paisagem. Não há maiores comentários, é o novo normal.

CAPITALISMO SEM RISCO – Ninguém comenta, embora seja inacreditável, que os bancos brasileiros se tornaram imunes a crises. Jamais se vê um resultado no vermelho ou ameaça de falência, como ocorre nos demais países, a exemplo do norte-americano Lehman Brothers em 2008.

Aqui no Brasil, do lado debaixo do Equador, a lucratividade está sempre garantida. O fato concreto é que, 250 anos após as teorias do portentoso Adam Smith, os governantes brasileiros inventaram o capitalismo sem risco no sistema bancário. E isso não causa surpresa, ninguém discute, todos aceitam, porque a imprensa amestrada bate palmas e esconde o produto do roubo, digamos assim, das operações compromissadas

OPERAÇÕES COMPROMISSADAS – Não é invenção brasileira. As operações compromissadas entre os bancos e o Tesouro Nacional existem em outros países. Na matriz USA estão legalizadas essas operações, mas raramente são usadas. A filial Brazil só inovou ao tornar permanente uma situação eventual – as operações compromissadas foram incorporadas ao dia-a-dia financeiro.

Funciona como o velho overnight. A cada dia, os bancos depositam no BC o dinheiro dos clientes que ficou de bobeira nas contas e o governo paga uma remuneração, sem risco. Que maravilha viver, diria Vinicius de Moraes.

Diante das críticas ocasionais à operações compromissadas, feitas pela Auditoria Cidadã e pela Tribuna da Internet, a filial Brazil criou uma variação – os depósitos voluntários, que os bancos podem fazer no mesmo esquema diarista, mas com outra denominação.

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P.S. –
Além disso, é claro, existe a dívida pública, em sua maior parte lastreada na Taxa Selic, com os maiores juros reais do mundo. Sempre que o governo gasta mais do que arrecada e não faz superávit primário, tem de buscar dinheiro junto aos bancos, fazendo a festa dos rentistas do capitalismo sem rico. Lula se justifica, dizendo que vai apenas pegar o dinheiro onde está e levar para onde deveria estar. Bem, se tudo fosse simples assim, nem precisaríamos de governantes.

P.S. 2 – Na verdade, seria importantíssimo que os governantes entendessem de economia. Mas todos eles agem como serviçais dos bancos. E por isso la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

Indústria e comércio criticam reforma com isenções e imposto cumulativo

Finalmente a reforma tributária foi aprovada pela Câmara dos Deputados

Charge do Milton Cesar (Arquivo Google)

José Carlos Werneck

A jornalista Samanta Sallum informa em seu Blog, no “Correio Braziliense, que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) emitiram posicionamentos sobre o texto-base da proposta de emenda constitucional, que institui uma reforma no sistema tributário brasileiro, aprovado, nesta quarta-feira, no plenário do Senado Federal.

As duas importantes entidades fizeram críticas e alertas, por diferentes motivos, sobre o texto que passou na Comissão de Constituição e Justiça e foi confirmado pelo plenário.

EXCEÇÕES DEMAIS – A CNI criticou o aumento de exceções, ou seja, de alíquotas especiais ou isenções de forma mais ampla. “Isso resultará em um imposto mais alto para todos. Quem paga essa conta é sempre o consumidor e esse excesso pesará, sobretudo, no bolso do brasileiro de menor renda”.

Já a CNC manifestou-se contrária ao tratamento dado pela proposta ao setor de Serviços.

“Voltamos a destacar o tratamento desarrazoado dado às empresas do setor de Serviços, que irá resultar em uma oneração que poderá inviabilizar os negócios, prejudicando investimentos e, consequentemente, a geração de empregos e renda”.

AUMENTO ABSURDO – A jornalista informa, ainda, que de acordo com cálculos da CNC, o setor de serviços terá um aumento de até 200% na carga tributária e o comércio uma alta de até 40%, considerando uma alíquota de IVA de 27,5%, segundo a última divulgação do governo.

A CNI, por sua vez, destacou que a indústria defende tem como um de seus princípios o fim da cumulatividade. “Para isso, é preciso que o imposto seletivo não incida sobre insumos e que seja eliminado o novo tributo sobre bens primários e semielaborados, que vão onerar toda a cadeia produtiva. A reforma há 30 anos em debate no Brasil é boa e precisa ser boa para todos para que o país cresça, se desenvolva, crie empregos e reduza as desigualdades sociais.”

As duas confederações enfatizaram que são favoráveis à Reforma Tributária e que apoiam os trabalhos do Congresso Nacional, mas pretendem fazer ainda um trabalho junto aos deputados para que o texto seja ainda modificado quando da apreciação no Plenário da Câmara.

BC consulta bancos e empresas sobre universo financeiro, mas não ouve assalariados

Em clima de tensão, a reforma tributária será votada nesta quarta-feira no Senado

Envolvido em enredo golpista, ex-chefe da Marinha presenteou líder de Lula  | VEJA

Jaques Wagner, líder do governo, diz que haverá emendas

José Carlos Werneck

Antes da votação e aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do projeto de Reforma Tributária, Jaques Wagner, líder do governo na Casa, ressaltou que, para garantir os votos necessários para a aprovação do texto, o relator Eduardo Braga iria acatar de “sete a nove” novas emendas.

Ao ser indagado se essas emendas vão ampliar o número de setores beneficiados com tratamento diferenciado, Jaques Wagner, sem entrar em maiores detalhes, disse que não.

EM PLENÁRIO – A importante proposta foi aprovada, nesta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e irá a Plenário nesta quarta-feira.

De supermercados a cartórios, importantes setores fizeram vigorosa pressão sobre os senadores, nesta semana decisiva, em que o texto está sendo apreciado naquela Casa do Congresso Nacional.

O assunto é relevante e de vital importância e de interesse de todos os brasileiros, pois afeta diretamente a vida de cada um de nós. Aguardemos e rezemos para que, mais uma vez, não sejamos feitos de otários!

Morrem centenas de crianças por dia e a insensibilidade transforma-se em rotina

Há poesia até quando o poeta olha em torno e só vislumbra o vazio

Entrevista - Vânia Diniz no MúsicaPoética em BsB ::

Vânia Diniz em recital de poesia

Paulo Peres
Poemas & Canções

A humanista, pesquisadora, escritora e poeta carioca Vânia Moreira Diniz revela sensações e segredos diante do “Vazio”.

VAZIO
Vânia Moreira Diniz

Contemplo a minha volta e nada vejo
não enxergo,
tudo parece um grande mistério e rezo,
sem entender os segredos que preservo,
e conservo,
dentro do meu coração tão vazio.
Não encontro ressonância e me distancio,
não acho a real certeza e me afasto,
não vejo a luz que direciona e me aparto,
como se nada conhecesse e me arredo.

Sinto a leveza, tento pegar e não consigo,
pressinto a bondade e me aproximo,
não alcanço a sua extensão e choro,
e procuro o ideal que já não creio.
As cores não são do extenso universo,
as dores perduram e triste lamento,
a frieza que se esconde no retiro
de ilusões em que me escondo.

Não quero sentir a saudade do encontro,
das lembranças ocultas atrás do muro,
do sonho sempre e sempre revivido
e do passado que se foi no escuro.

Só a nostalgia perene eu vislumbro,
sensação de terna loucura e vazio,
efusões sepultadas no reencontro,
coração para sempre machucado.
Ando, e me concentro,
caminho,
o passo é lento,
inseguro
e encontro o vazio.

Lula pensa (?) que manda no governo, mas é Arthur Lira quem manda mesmo

Charge de Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Carlos Newton

Em seu terceiro mandato, o presidente Lula da Silva está se transformando numa figura caricata. Preocupa-se apenas com as aparências e não percebe que não manda mais em nada. Na vida real, segue as ordens da mulher, Janja da Silva. Na academia de ginástica do Palácio da Alvorada, obedece a seu personal trainner Ricardo Stuckert, que lhe ordena: “Encolha a barriga para que eu possa fotografar”.

E na Praça dos Três Poderes, Lula tem de obedecer ao semipresidente Arthur Lira, que iniciou esta semana avisando ao chefe do governo que ele não pode abandonar a meta do déficit zero, caso contrário terá de arcar com as consequências.

INÍCIO À DERIVA – Bem, este é o retrato fiel deste primeiro ano de mandato de Lula da Silva, que tenta apagar sua folha corrida carcerária com apresentações pelo mundo, enquanto deixa seu governo à deriva, abrindo a guarda para a adoção do semipresidencialismo.

Nesta segunda-feira, levou uma reprimenda pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se viu obrigado a alertar o chefe do governo para a obrigatoriedade de cumprir a Lei do Arcabouço Fiscal.

Em sua ignorância ciclópica, é como se Lula vivesse em outro planeta. Desconhece qualquer dificuldade. Na sexta-feira reuniu os ministros da área de Infraestrutura e deu-lhes uma ordem cabal, boçal e bestial: “Gastem tudo com obras”, disse ele, cheio de disposição.

DESCONHECIMENTO TOTAL – Lula acha que é fácil remanejar os recursos públicos. “Basta tirar o dinheiro de onde está e levar para onde deveria estar”, diz Lula, em sua sabedoria rastaquera. Não lembra que foi seu governo que enviou ao Congresso o projeto do arcabouço fiscal, preparado pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet.

De repente, sem consultar ninguém, Lula manda os ministros descumprirem a lei que ele próprio sancionou, definindo as metas de resultado primário para os anos de 2024, 2025 e 2026, que serão, respectivamente, 0%, 0,5% e 1% do PIB — com uma banda de 0,25% do PIB para cima e para baixo.

Se as metas não forem cumpridas, como Lula agora exige, o governo estará obrigado a fazer contenção de gastos. Além disso, as despesas no ano seguinte crescerão apenas 50% em relação ao aumento das receitas do ano anterior.

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P.S.
1  – No segundo governo de Lula, o ministro Guido Mantega inventou a maquiagem na contabilidade, que veio a causar a crise pavorosa no governo Dilma Rousseff, as pedaladas e o impeachment da escalafobética presidenta.

P.S. 2Se insistir em mandar o governo gastar irresponsavelmente, como está fazendo, achando que conseguirá maquiar novamente a contabilidade, Lula estará repetindo Dilma Rousseff e cometendo crime de responsabilidade.

P.S. 3 – Fernando Haddad e Simone Tebet estão decepcionadíssimos. Não sabem o que fazer nem o que dizer. Quanto a Lula, não está nem aí. Continua sonhando com o Nobel da Paz ou da Economia. Mas só no ano que vem. (C.N.)

Depois da bancada negra, só falta criar a parda, a albina, a amarela e a branca

Câmara Aprova Criação da Bancada Negra - YouTube

As deputadas negras comemoraram sua nova bancada

Vicente Limongi Netto

A Câmara dos Deputados obrou bem, ao criar a bancada negra. Antigo anseio. Classe operosa e digna. A oportuna e meritória iniciativa veio juntar-se as bancadas da bola, da bala, além da ruralista e da evangélica. Breve serão oficializadas as bancadas parda, escura, albina, amarela e branca, que também é minoria. Tudo com ardor cívico, visando aprimorar os canais de comunicação com o eleitor, além de modernizar os trabalhos do Legislativo.

Nessa linha, já existem na Câmara dos Deputados dezenas de outras respeitadas e atuantes bancadas, igualmente empenhadas e focadas nos interesses da população. Uma delas é dos gerentes de bancos,

DE FINO TRATO – Essas bancadas são formadas por homens públicos de fino trato. Desprendidos e generosos. Como as bancadas do ócio renumerado, dos divorciados, dos viajantes, dos parasitas, dos enganadores, dos trapalhões, da propina, do olho gordo, dos adesistas, dos boêmios e dos finórios.

A bancada mais poderosa, imbatível, gulosa e azeitada, contudo, continua sendo a do Centrão.

O senador cearense Virgílio Távora disse certa feita que o senado era o “paraíso”.  Para o deputado Arthur Lira, o mandachuva da Câmara Federal, o Centrão é o céu. Com direito a anjos e corais de estrelas.  

NUVEM DE PÓ-DE-ARROZ – O Cristo Redentor vestiu-se de verde, vermelho e branco e cobriu o sol com o pó-de-arroz do campeão das Américas. Assim que foi encerrado o jogo, recebi essa grande mensagem:

Parabéns, Vicente Limongi Netto, pela grande vitória de seu time que só se tornou difícil pela má atuação do juiz, que não marcava faltas claras e algumas até mereciam cartão amarelo, isso favorece aos faltosos. O gol deles surgiu de uma falta não marcada.

Fui colega de trabalho de dois juízes de futebol, Nivaldo dos Santos e Gualter Portela Filho e todos dois diziam: quando um juiz quer, ele trava um time nos pequenos detalhes.

Como brasileiro e carioca, torci pelo Fluminense e vou torcer para o Botafogo ser campeão porque é o único time carioca com chances.

Eu tinha dito que o Bragantino é um dos melhores times ou talvez o melhor e o mais regular, acho que tem boa chance de ser campeão brasileiro, se o Botafogo deixar.

Imagino que você esteja rindo até de desastre, tamanha é a felicidade. O torcedor do Fluminense merecia.

Vou torcer agora para o Vasco sair da zona de rebaixamento e Fluminense e Flamengo se classificarem para a próxima Libertadores

Um bom domingo, saúde e paz.

Nélio Jacob

Ao vencer a Libertadores, o Fluminense ganha uma visibilidade internacional

Um poema revolucionário de Tobias Barreto, exigindo o fim da escravidão

Livro: Tobias Barreto - Paulo Dantas | Estante Virtual

Tobias Barreto, grande poeta sergipano

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jurista, filósofo, crítico e poeta Tobias Barreto de Meneses (1839-1889), no poema “A Escravidão”, questiona a estrutura escravagista do regime monárquico, opondo-lhe a República e a Abolição.

Na primeira estrofe do poema procede a uma reflexão filosófica profunda acerca da Divindade dogmática como instituição mantenedora das desigualdades sociais e conivente com a exploração do homem pelo homem. Enquanto que, nos dois últimos versos do poema, encontramos um eu-lírico cético e questionador de todos os dogmas religiosos e que não se furta a apontar as falhas Divinas: “Nesta hora a mocidade / Corrige o erro de Deus”.

A ESCRAVIDÃO
Tobias Barreto

Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.

Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!…

Polarização é retrocesso ameaçador, que deve ser combatido tenazmente

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Charge do Hubert (Folha)

Carlos Newton

É preciso respeitar os pessimistas, eles são do bem e sofrem porque gostariam de ver uma vida melhor chegar mais rapidamente, porém é preciso entender que o mundo se move devagar, a evolução da humanidade se faz lentamente. Nesse sentido, convém lembrar um dos maiores pensadores contemporâneos, o historiador britânico Kenneth Clark (1903-1983).

“Civilização? Nunca encontrei nenhuma. Porém, se algum dia encontrar, sei que saberei reconhecê-la”, dizia Clark, que era verdadeiramente genial, a Rainha Elizabeth encantava-se com a vasta obra dele e lhe concedeu o título de Lord.

TER PACIÊNCIA – Não há dúvida de que na humanidade existe uma dinâmica para melhorar as coisas. Mas é indispensável ser paciente e deixar a vida rolar, embora a ganância do homem ainda insista em prevalecer, inclusive desrespeitando a natureza, quando já dispomos de conhecimento científico para reduzir mais rapidamente as agressões ambientais.

Algum dia vamos chegar lá, diria o otimista, ciente de que tudo é apenas uma questão de tempo. Lembre-se de que a ciência facilmente derrotou o pessimismo de Thomas Malthus quanto ao crescimento da população.

Nesse aspecto, aliás, o Brasil é uma exceção entre os emergentes, porque espantosamente sua população começa a diminuir, o que pode ser uma benção, se não houver excessiva imigração.

FANATISMO POLÍTICO – Na atual conjuntura, em meio aos horrores de mais duas guerras que poderiam ter sido evitadas pelas lideranças, fica comprovado que a radicalização política, religiosa e social continua a ser o maior entrave à evolução humana. Qualquer fanatismo é irracional, precisa se repelido.

Aqui no Brasil, é triste constatar esse retrocesso. Os lulistas defendem cegamente seu líder, não reconhecem seus defeitos, que não são poucos. É como se ele fosse infalível e jamais errasse, como o próprio Lula mesmo ridiculamente autoproclama, dizendo-se “a alma mais honesta”.

O mesmo fenômeno acontece com os bolsonaristas. Os admiradores do ex-presidente não aceitam críticas a ele, como se fosse um primor de dignidade e espirito público, vejam a que ponto chegamos.

UM BELO DIA – Os fanáticos precisam entender que um belo dia não haverá mais Lula nem Bolsonaro, porque na vida tudo se finda e recomeça, o tempo todo.

No futuro, a política será mais fácil. Como Helio Fernandes dizia, o cidadão-contribuinte-eleitor irá evoluir para se livrar de rótulos e simplesmente defender o que é certo, ao invés de apoiar líderes e confiar cegamente nas decisões deles.

Aqui na Tribuna da Internet, procuramos nos posicionar assim, tentando lutar pelo que é certo, tendo em vista o interesse coletivo, sem vinculações ideológicas, partidárias e religiosas. Acreditamos que seja o caminho do bem.

Com palavras vazias, Lula abala Fernando Haddad na forma e no conteúdo

Haddad tem tentado convencer Lula a manter a meta de déficit zero 

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva, na reunião com ministros para tratar sobre assuntos relativos à Infraestrutura, contestou na prática o projeto de déficit zero em 2024 colocado pelo ministro Fernando Haddad e objeto de votação no Congresso Nacional, sobretudo quando for decidido o orçamento para o próximo exercício.

A impropriedade das declarações do presidente da República, visto sob o ângulo da posição de Haddad, foi flagrante, principalmente quando acentuou que quem está na Fazenda considera bom o dinheiro no Tesouro, mas para quem está na Presidência, dinheiro bom é o transformado em obras públicas.

CORRENTES – O presidente Lula tem essa posição voltada mais para a recuperação da economia do que para o equilíbrio monetário. Mas teria outras oportunidades para formular a sua ideia fora de uma reunião em que estavam presentes ministros, inclusive o da Fazenda. O governo tem várias correntes sobre o assunto; a corrente que se pode chamar de desenvolvimentista e a que luta pelo equilíbrio monetário.

Haddad participa dos dois pensamentos. Mas para que prevalecesse o pensamento da recuperação econômica, com base em investimentos públicos, não havia necessidade de Lula forçar demais a situação e expor Fernando Haddad de forma mais marcante. A repercussão foi grande, os reflexos no universo financeiro devem se registrar amanhã e, como é lógico, fazendo-se sentir nos juros bancários.

Na edição de O Globo de ontem, Alvaro Gribel e Alice Cravo sustentam que apesar de ter sido atingido em seu projeto político e econômico, o ministro Fernando Haddad permanece à frente da Fazenda. O presidente da República poderia ter tido mais cuidado na sua manifestação.

GAZA – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que só pode aceitar a trégua humanitária se o Hamas libertar os 217 prisioneiros que mantém em seu poder. Na edição de ontem da Folha de S. Paulo, Nelson de Sá publica matéria sobre o fato de a China ter assumido no dia 1º a Presidência do Conselho de Segurança da ONU.

Ressalta que a ideia de Pequim volta-se para a suspensão do conflito, sobretudo com base na definição de que é preciso proteger os civis que estão sofrendo a consequência de uma luta para a qual não contribuíram.

Na Cisjordânia também se verificam choques entre os colonos radicais e forças israelenses. Beatriz Coutinho, O Globo, focaliza declarações do líder do Hezbollah que admite que a guerra pode se expandir pela região sul do Líbano, país ao qual o Hezbollah é ligado. A situação continua das mais tensas.

Na noite vazia, uma desesperada canção de amor criada por Nelson Motta

Frases de Nelson Motta | Citações e frases famosas

Nelson Motta, um supercompositor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, escritor, roteirista, produtor musical, poeta e compositor paulista Nelson Cândido Motta Filho expõe seu drama amoroso através de uma “Noite Vazia”, na qual vagou pelas ruas da cidade até o dia amanhecer. Esta música faz parte do LP da trilha sonora da novela O Grito, gravado em 1975, pela Som Livre.

NOITE VAZIA
Nelson Motta

Pela cidade deserta
Todas as portas fechadas
Pela rua que amanhece
Pelas luzes que se apagam
O que mais posso fazer
Com quem mais posso falar

E como posso viver, cantar
O que mais posso esperar
Se amanhã é outro dia
Sem manhã e sem você

A guerra e as mortes seguem em Gaza

Milhares de inocentes continuam sendo vítimas dos ataques 

Pedro do Coutto

As forças israelenses cercaram a cidade de Gaza e continuam os ataques nos túneis do Hamas. Bombardeios têm sequência e outro centro de refugiados foi atingido na noite de quinta-feira. O presidente Biden tenta sem sucesso uma pausa que ele chama de “humanitária”.

Um nome disfarçado para o cessar-fogo, expressão rejeitada por Netanyahu. A solução, como se observa, está muito distante e a tendência que predomina continua sendo a da destruição total do território de Gaza, com a perspectiva de saída de parte da população para o Egito.

NOVO IMPASSE –  Mas o Egito não poderá aceitar uma onda de refugiados e um novo impasse se criar no Oriente Médio. Um amigo, Filipe Campello, comentando a situação, observou que os avanços da tecnologia, especialmente ao longo dos últimos 20 anos, foram extraordinários. Mas eles não foram acompanhados de avanços civilizatórios, de preocupação com o ser humano, com a miséria, com a pobreza e, no caso de Gaza, com a morte.

O impasse essencial permanece com a ameaça de expansão do conflito que se verifica a partir das últimas notícias sobre ataques do Hezbollah. Na Ucrânia, por sua vez, a Rússia aproveitou a situação e Putin ampliou fortemente os ataques ao território do país, inclusive recrutando mulheres para os combates, destacando a importância dos salários a serem pagos pelas adesões.

PREOCUPAÇÃO   – Além disso, insinuou um risco muito grande para o mundo no momento em que se desligou o grupo de ações que veda o experimento de novos nucleares. A situação mundial volta a ser preocupante e ameaça repetir a crise de 1962 com os mísseis em Cuba. O desentendimento entre Rússia e Estados Unidos, entretanto, encontra um ponto de neutralidade na posição da China.

A China hoje se pronuncia pela suspensão das hostilidades no Oriente Médio e a partir deste mês de novembro assume a Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Já está sob o seu comando a proposta brasileira de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A posição americana aproxima-se da posição brasileira. As dificuldades, entretanto, continuam. E as milhares de mortes se incorporam ao cotidiano terrível que atinge toda a população mundial.

OBSTÁCULOS – Eliane Oliveira e Vinicius Neder, O Globo desta sexta-feira, destacam mudanças propostas no Senado ao projeto da reforma tributária do governo. O ministro Fernando Haddad acentua que mudanças recomendadas farão com que a alíquota única da matéria passe de 27% para 27,5%.

Mas, existem exceções que reduziram os efeitos da iniciativa, importante para o equilíbrio das contas fiscais no exercício de 2025, cuja previsão era de serem zeradas, mas que agora incluem uma estimativa também da ordem de 0,5% sobre o Produto Interno Bruto brasileiro.

DECISÃO HISTÓRICA –  Na tarde deste sábado, no Maracanã, mais uma decisão histórica do futebol. Fluminense e Boca Juniors decidem a Taça Libertadores da América num clima que vem assinalando tensões, como as brigas que ocorreram no anoitecer de quinta-feira nas areias de Copacabana.

Esperemos que os ânimos se acalmem e o policiamento convocado evite a repetição de cenas assim, sobretudo nas proximidades do Maracanã e no final da partida que deve ser das mais intensas. Estamos na torcida pelo Fluminense, é claro. No fundo, a disputa será entre o Brasil e a Argentina.

Thiago de Mello jamais aprendeu a lição de aceitar as injustiças sociais

Imagem

Thiago de Mello, grande poeta do Amazonas

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tradutor e poeta amazonense Amadeu Thiago de Mello (1926-2022), no poema “Não Aprendo a Lição”, mostra como é difícil conviver no mundo feroz dos homens, frente ao poder que se alimenta da fome dos injustiçados.

NÃO APRENDO A LIÇÃO
Thiago de Mello

A lição de conviver,
senão de sobreviver
no mundo feroz dos homens,
me ensina que não convém
permitir que o tempo injusto
e a vida iníqua me impeçam
de dormir tranquilamente.
Pois sucede que não durmo.

Frente à verdade ferida
pelos guardiães da injustiça,
ao escárnio da opulência
e o poderio dourado
cujo esplendor se alimenta
da fome dos humilhados,
o melhor é acostumar-se,
o mundo foi sempre assim.
Contudo, não me acostumo.

A lição persiste sábia:
convém cabeça, cuidado,
que as engrenagens esmagam
o sonho que não se submete.
E que a razão prevaleça
vigilante e não conceda
espaços para a emoção.
Perante a vida ofendida
não vale a indignação.
Complexas são as causas
do desamparo do povo.
Mas não aprendo a lição.
Concedo que me comovo.

Bolsa brasileira sobe, dólar cai a R$ 4,89, após dados fracos de emprego nos EUA

Charges | Brasil 247

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

José Carlos Werneck

A Bolsa de Valores registrou alta de mais de 2% no início das negociações desta sexta-feira, acompanhando os índices americanos, enquanto o dólar operava abaixo dos R$ 4,90, após a divulgação de dados de emprego mais fracos que o esperado nos Estados Unidos.

De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, a abertura de vagas fora do setor agrícola do país subiu para 150 mil postos em outubro, e os números de setembro foram revisados para baixo, de 336 mil para 297 mil vagas criadas.

JUROS AMERICANOS – Os investidores ainda temem uma possível nova alta nos juros americanos neste ano. Com sinais de desaceleração da economia, a tendência é que o Federal Reserve, o banco central americano,ache que um novo aperto monetário não será necessário.

“Os investidores interpretaram o fraco relatório de emprego de hoje como um sinal de que a demanda no mercado de trabalho está diminuindo”, afirmou Richard Flynn, diretor-gerente da Charles Schwab UK. “Para os banqueiros centrais, um mercado de trabalho mais flexível é outra razão para evitar novos aumentos das taxas de juros, algo que os investidores podem ver como uma fresta de esperança”, informou.

FERIADO NO BRASIL – Além de tudo, a Bolsa também era apoiada por um movimento de correção da véspera, quando não houve atividade no Brasil por conta do feriado de Finados.

Na quarta-feira, o Federal Reserve manteve os juros dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50%, o que apoiou os ativos de risco globais. Os principais índices acionários americanos fecharam em alta, e ao final, a Bolsa brasileira subiu 1,68%, aos 115.052 pontos.

No câmbio, o dólar registrou forte queda ante o real, pressionado justamente pelos juros americanos. Após o anúncio da decisão do Fed, os rendimentos dos títulos americanos, os chamados “treasuries”, caíram para 4,76%.

RENDA VARIÁVEL – Quedas nos rendimentos dos títulos costumam pesar contra o dólar e favorecer a renda variável, pois diminuem a atratividade da renda fixa americana, o que faz com que investidores aloquem seus recursos em ativos de maior risco, como o mercado de ações e países emergentes. Com isso, a moeda americana recuou 1,38%, cotada a R$ 4,970.

E além se todo este cenário colorido, o Governo Lula já avisou, para o desespero dos esquerdistas e alívio dos super-ricos,quer dizer, os riquíssimos, que não cogita em taxar as grandes fortunas.

Como se vê o Brasil não virou Venezuela, como previam os bolsonaristas, na última eleição presidencial.

É acertada a participação de forças militares na segurança do Rio e de São Paulo

“Senhora Liberdade”, uma canção de amor que virou hino nas Diretas Já

A Arte Negra De Wilson Moreira E Nei LopesA Arte Negra De Wilson Moreira E Nei LopesPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, escritor, cantor e compositor carioca Nei Brás Lopes, em parceria com Wilson Moreira, na letra de “Senhora Liberdade”, postula a sua soltura, visto que o crime por ele cometido foi se apaixonar intensamente. Vale ressaltar que, esse samba de duplo sentido virou hino na campanha das diretas e faz parte do LP A Arte Negra de Wilson Moreira & Nei Lopes lançado, em 1980, pela EMI-Odeon.

SENHORA LIBERDADE

Wilson Moreira e Nei Lopes

Abre as asas sobre mim
Oh senhora liberdade
Eu fui condenado
Sem merecimento
Por um sentimento
Por uma paixão
Violenta emoção
Pois amar foi meu delito
Mas foi um sonho tão bonito
Hoje estou no fim
Senhora liberdade abre as asas sobre mim

Valdo Cruz ainda acha que Haddad vai insistir no déficit zero para 2024

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

José Carlos Werneck

Segundo informou o jornalista Valdo Cruz, em seu Blog em “O Globo”, o Ministério da Fazenda vai insistir na meta fiscal de 2024 com déficit zero. O jornalista diz que Fernando Haddad começou a semana em desvantagem, com a ala que defende um déficit de 0,25% do PIB para evitar cortes ganhando a disputa, mas vai terminando com novos adeptos e aliados, e a tendência é que a meta fiscal seja mantida.

Valdo Cruz diz que Lula deve voltar a discutir o tema nesta sexta-feira, com seus ministros. Ele quer saber se há viabilidade de o Governo conseguir aprovar as medidas de aumento de arrecadação para garantir zerar o rombo das contas públicas no ano que vem.

NOVAS PROPOSTAS – O artigo assinala que Haddad quer apresentar novas propostas para gerar aumento de receitas em 2024. Se tudo for possível, ele decidirá pela meta zero.

Segundo assessores do presidente da República, Haddad realmente ganhou força ao longo da semana, depois de ficar em desvantagem nessa discussão após o chefe ter praticamente jogado a toalha e dito que não quer cortar gastos.

Dentre os que defendem que não sejam feitos cortes no Palácio do Planalto, estão os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Esther Dweck, da Gestão.

MEXER NA LDO – Valdo Cruz vai além e diz que Lula vai ser aconselhado a não enviar uma mensagem modificativa do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) alterando a meta fiscal. O governo tem prazo até o início da semana que vem para tomar essa decisão, porque o relator da LDO, deputado Danilo Forte, vai apresentar seu relatório para ser votado ainda na primeira quinzena de novembro.

O relator espera os cálculos da equipe de Fernando Haddad sobre as perdas da União com as subvenções de ICMS concedidas pelos governadores, que derrubam a arrecadação federal desde 2017.

Antes, Haddad quer aprovar a MP 1185, que limita em 25% os efeitos das subvenções na arrecadação de IR e CSLL. O governo espera arrecadar R$ 35 bilhões com a MP. Até lá, o Ministério da Fazenda vai manter a sua meta de déficit zero. Se perder a batalha interna, a equipe de Haddad ainda vai manter o trabalho para tentar zerar o déficit no ano que vem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Valdo Cruz é um jornalista de coragem. Enquanto toda a imprensa aponta numa direção (traçada por Lula), ele aposta na direção contrária. Disse que Haddad tem “novos adeptos e aliados”, mas não mencionou nenhum deles. (C.N.)

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