Uma samba glorioso relata as vidas de João Nogueira e Paulo Sérgio Pinheiro 

João Nogueira e Paulo César Pinheiro - O Poder da Criação - Minha Missão -  YouTube

Nogueira e Pinheiro, gigantes do samba

 

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, compositor e poeta carioca Paulo César Francisco Pinheiro, na letra da música “Espelho”, em parceria com João Nogueira, retrata toda uma trajetória de vida, principalmente, no relacionamento com o pai e os sonhos de ser alguém. A música Espelho intitulou o LP gravado por João Nogueira, em 1977, pela Odeon.

ESPELHO
João Nogueira e Paulo César Pinheiro

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que inda hoje faz
E eu me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
E assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade

Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar

Entenda: Nunes Marques e Barroso não erraram no processo do marco temporal

Barroso reverte decisão de Nunes Marques e mantém expulsão de invasores em TI do Pará - Brasil 247

Barroso cancelou aplicação de um ato de Nunes Marques

Carlos Newton
Folha

A confusão no Supremo é tamanha que se torna necessário tradução simultânea, especialmente no caso do marco temporal, que é uma espécie de viúva Porcina no Judiciário, pois foi adotado sem ter sido, como diria o genial Dias Gomes. Sobre uma reintegração de posse da Terra Indígena Apyterewa, que é território dos Parakanã e fica no Pará, por exemplo, houve posições conflitantes.

Atendendo a uma decisão da Justiça Federal, confirmada pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, o governo federal está realizando uma grande operação de retirada de agricultores. Mas o ministro Nunes Marques recebeu outro processo e mandou parar a chamada desintrusão, a pedido de associações de agricultores, e Barroso em seguida cancelou essa decisão, determinando que continuasse a expulsão.

QUEM ESTÁ CERTO – O mais curioso é que os dois estão certos. Barroso reconheceu o direito da tribo, porque a Apyterewa foi a terra indígena que mais perdeu área de floresta por quatro anos consecutivos na Amazônia. E Nunes Marques também agiu certo, porque não revia diretamente a decisão de Barroso, mas sim uma determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Nunes Marques determinou a suspensão das “providências coercitivas de reintegração adotadas por forças policiais”, argumentando que deve ser assegurado “aos colonos, assim, o livre trânsito, na área objeto de impugnação, com seus pertences e semoventes”.

Traduzindo: Marques reconhecia que os agricultores têm direito de levar seus pertences. E argumentou que há a “iminência de uma conflagração apta a causar prejuízos irreparáveis de ordem social e econômica”.

MARCO TEMPORAL – Quanto ao marco temporal, que é a cereja do bolo, permanece quietinho lá na Constituição. Muitos dizem que o Supremo o considerou inconstitucional, mas é “menas verdade”, como dizia Lula antigamente.

O marco temporal continua lá, mas só pode ser usado em situação não-controversas, porque há tribos que antes da Constituição (1988) abandonaram as terras para fugir da violência e retornaram mais de 10 anos depois (aconteceu no sul da Bahia, com os Pataxós, por cento). E houve invasões de terras indígenas poucos anos antes da Constituição, que também precisam ser levadas em conta.

Quanto ao caso da área Apyterewa, o Supremo ainda vai ter de decidir se haverá indenização aos agricultores, conforme foi aprovado pela Quinta Turma do TRF-1, e falta passar no STJ e no STF.

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P.S.
Se Lula continuar esculhambando o Congresso e chamando os parlamentares de “os caras”, a situação política vai se complicar. É melhor ele baixar a bola. Por essas e outras, o Congresso deve derrubar até quinta-feira o veto ao marco temporal. (C.N.)

O aumento descarado dos preços da energia, a inflação e as contradições brasileiras

Charge do Arionauro (arionaurocartuns.com.br)

Pedro do Coutto

Especialistas e empresários do setor de energia elétrica estão prevendo para o próximo ano um aumento de 10,4% nas tarifas, o que significa um pouco mais do que o dobro da inflação prevista para este exercício. A matéria é fiscalizada por Alvaro Gribel, O Globo desta segunda-feira, e se baseia num estudo da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores.

O presidente da entidade, Paulo Pedrosa, sustenta que o sistema elétrico está disfuncional, com altas e quedas acentuadas no fornecimento, e a previsão de aumento de tarifas verifica-se contraditoriamente num momento em que os reservatórios estão otimamente abastecidos. Atingiram o maior volume dos últimos 14 anos, reconhece o operador nacional do sistema elétrico. Mas há problemas regionais quanto às tarifas porque o sistema tarifário depende de benefícios fiscais que variam de uma região para outra.

INTERESSE – Quando os reservatórios descem de nível, religam-se termelétricas, cujo custo é mais elevado, além de poluir pelo consumo de gás ou óleo. Não é o caso atual para religar termelétricas. Entretanto, fica evidente que os proprietários das usinas térmelétricas têm interesse no fornecimento e o custo é muito mais elevado do que a produção hidrelétrica que representa por si dois terços do consumo nacional.

Curioso é que em todo o processo relativo à energia elétrica, incluindo o caso da Enel, em São Paulo, não se fala em Eletrobras que foi privatizada exatamente com o objetivo de conter os preços da energia fornecida no país, abrangendo o consumo industrial, comercial e de serviços, além do abastecimento residencial e de iluminação pública.

Está ocorrendo o contrário. Os reajustes ocorrem e os consumidores pagam a diferença entre a inflação e o aumento verificado. A previsão para 2024 não é das mais favoráveis, pois a alta das tarifas vai além do índice inflacionário calculado pelo IBGE. Há uma confusão nesta área que não foi sanada ainda pelos dirigentes responsáveis pelo setor. Aliás, o governo Lula recorreu ao Supremo contra o peso acionário da União nas decisões da Eletrobras. A União detém 42% das ações, mas o seu voto só vale 10%.

OPEP – Em Dubai, no encerramento da Conferência, no sábado, o presidente Lula afirmou que o Brasil vai aceitar a sua inclusão na OPEP, mas com o objetivo de dissuadir o consumo de petróleo e sua substituição por fontes não poluidoras visando conter o aquecimento global, objeto de um consenso internacional sobre a questão climática.

É muito difícil que as grandes empresas exploradoras de petróleo se deixem convencer, tendo em vista o imenso volume de petróleo que exportam.

Um estranho poema, que existe para não ser, na criatividade de Artur da Távola

O que volta depois de ter passado é... Artur da Távola - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

Artur da Távola era o pseudônimo do carioca Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros (1936-2008) que, além de advogado, jornalista, radialista, professor e político, era um excelente poeta, como podemos constatar no “Soneto Inascido”, em que ele aborda os estados e os sentidos que fazem o poema existir ainda antes de nascer.

SONETO INASCIDO
Artur da Távola

O poema subjaz.
Insiste sem existir
escapa durante a captura
vive do seu morrer.

O poema lateja.
É limbo, é limo,
imperfeição enfrentada,
pecado original.

O poema viceja no oculto
engendra-se em diluição
desfaz-se ao apetecer.

O poema poreja flor e adaga
e assassina o íncubo sentido.
Existe para não ser.

Para recuperar a qualidade de vida, Rio devia voltar a ser Estado da Guanabara

Geisel operou pessoalmente no assassinato de inimigos do regime militar

Geisel prejudicou o Rio, que era uma cidade-estado

José Carlos Werneck

A cidade do Rio de Janeiro, por sua enorme importância no cenário nacional, precisa urgentemente voltar a ser um estado como era antes da infeliz e danosa fusão imposta por Ernesto Geisel, em 1975 .

Autoritário e prepotente, Geisel não se conformava com a altivez, a irreverência e a independência dos cariocas. Por isso, discricionariamente, fez a malfadada fusão.

PLEBISCITO – Deveria ser organizado um plebiscito, já aproveitando as próximas eleições municipais, que não custará absolutamente nada aos cofres públicos e resgataria a auto-estima dos cariocas, que já tinham sido muito prejudicados com a igualmente desnecessária mudança da capital federal para Brasília, ocorrida em 1960.

Esta infeliz fusão ocorreu no ano de 1975, sem nenhuma consulta aos eleitores dos dois estados, e com ela a população do então Estado da Guanabara foi enormemente prejudicada.

O nascente Estado da Guanabara, constituído pela cidade do Rio de Janeiro, que era reconhecida como a capital cultural do País, tinha uma importante magistratura, uma excelente rede de ensino e de saúde pública, entre outras referências importantes para os brasileiros de todos os rincões.

CONSULTAR O POVO – Em todas as fusões ou divisões posteriores, feitas ou pretendidas, a população de cada Estado foi consultada, menos na ocorrida durante o regime militar, pelo totalitário e arrogante Ernesto Geisel, o general de plantão, que à época fez absoluta questão de ignorar os desejos dos cariocas e fluminenses.

No momento atual, em que a opinião do povo brasileiro pode ser ouvida através do voto, que tal saber o que pensam sobre o assunto os cariocas e fluminenses?

Lula critica Congresso e luta para manter o veto ao projeto do marco temporal

Lula pediu mobilização contra ‘raposa no galinheiro’

Pedro do Coutto

Ao longo da Conferência de Dubai, no sábado, o presidente Lula da Silva comparou em tom de humor o Congresso à uma raposa tomando conta de um galinheiro, e dirigiu-se à ministra Sonia Guajajara para que ela use a sua atuação pessoal e convença parlamentares de sua decisão.

A matéria da preservação das terras indígenas foi objeto de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. A próxima quinta-feira é a data marcada  para que os vetos sejam apreciados. A derrubada dos vetos, revela reportagem de Fábio Nurakaway, O Globo de ontem, é de interesse  de setores ruralistas.

“Nós devemos construir uma força democrática no Poder Legislativo para que o Poder Executivo possa fazer a transformação social do país”, disse Lula.  A reportagem acentua que as lideranças indígenas argumentam que a lei aprovada pelo Congresso ameaça a sobrevivência das comunidades e a preservação das florestas.

FAIXA DE GAZA – Terminada a trégua no Oriente Médio, a luta entre Israel e o Hamas voltou com quase duzentos mortos na última sexta-feira, ocasionadas pelos bombardeios que arrasaram o territorio palestino. O cenário é de destruição e esforços devem ser postos em ação pela suspensão dos bombardeios e para que ações dos dois lados sejam interrompidas imediatamente.

Mas as forças israelenses persistem no propósito de destruir totalmente o Hamas, que tem desvantagem, evidentemente, em desferir foguetes contra Israel. A situação é de desespero para a própria humanidade.

ANEXAÇÃO –  O governo Nicolás Maduro realizou ontem um plebiscito sobre a anexação do território de Essequibo que pertence à Guiana. A iniciativa de Caracas foi condenada por unanimidade pela ONU e pelo Tribunal de Haya.

O plebiscito convocado representa, aparentemente um instrumento para utilização de força militar com esse objetivo. Portanto, uma crise ameaça também envolver o nosso continente numa ação de força. A região faz fronteira com o Brasil. Reportagem de Igor Giellow, Folha de S. Paulo. 

Falta uma folha de parreira para cobrir o olhar sensual da amada do poeta 

Uma discreta folha de parreira, para cobrir o olhar da amada do poeta Artur  Azevedo - Flávio Chaves

Artur Azevedo, grande poeta maranhense

Paulo Peres
Poemas & Canções

O dramaturgo, jornalista, contista e poeta maranhense Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (1855-1908) sustenta que “Por Decoro”, os olhos do seu amor, quando expostos publicamente, deveriam estar cobertos por uma discreta folha de parreira.

POR DECORO
Artur Azevedo

Quando me esperas, palpitando amores,
e os lábios grossos e úmidos me estendes,
e do teu corpo cálido desprendes
desconhecido olor de estranhas flores;

quando, toda suspiros e fervores,
nesta prisão de músculos te prendes,
e aos meus beijos de sátiro te rendes,
furtando às rosas as purpúreas cores;

os olhos teus, inexpressivamente,
entrefechados, lânguidos, tranquilos,
olham, meu doce amor, de tal maneira,

que, se olhassem assim, publicamente,
deveria, perdoa-me, cobri-los
uma discreta folha de parreira.

Lula precisa cair na real para agir como mediador da crise entre Congresso e STF

COP 28: “O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos”, diz Lula  | Partido dos Trabalhadores

Para Lula, tudo é festa quando está viajando no exterior

Carlos Newton 

Há que pense que Lula da Silva é um grande político. Alguns chegam a considerá-lo um estadista. No entanto, talvez seja mais acertado imaginá-lo como ele próprio se declara. Há alguns anos, por exemplo, o petista disse que não era mais uma pessoa, já havia se tornado “uma entidade”, dando uma pista de até que ponto poderiam evoluir seu desvario e sua arrogância.

Na campanha eleitoral do ano passado, definiu-se como “um socialista refinado”, diferente dos demais companheiros, que hoje ele deve considerar grosseiros, digamos assim.

PÉ NO JATO – Lula adora viajar, porque aqui no Brasil só há problemas, um atrás do outro, é um nunca-acabar. No exterior, não, tudo é festa, ele é cada vez mais famoso, sente-se absolutamente à vontade, considera-se até um líder dos demais governantes, aos quais tenta dar conselhos o tempo todo, dizendo vulgaridades patéticas, chega até a ensinar como acabar com as guerras.

A seu ver, é como se seu trabalho fosse dar um show de política, como se estivesse numa stand up comedy, na qual ele é o ator principal. Mas esse tipo de espetáculo é passageiro e ocasional; logo o governante tem de voltar ao Brasil, o que para ele representa um fardo pesadíssimo.

Com essa performance dúbia, em que há um Lula deslumbrante no exterior e outro rabugento aqui na sua terra, Lula tem criado grandes problemas e nenhuma solução. Nesta recente excursão de turismo ecológico, ele entrou na briga entre Congresso e Supremo, mas escolheu o lado errado, e foi logo ofendendo os parlamentares. Péssima decisão, escolha absurda, porque ele não precisa do Supremo para governar, mas o Congresso lhe é indispensável.

VAI SE ARREPENDER – Passada a ressaca do luxo e da riqueza nas Arábias, Lula agora tem de cair na real e vai perceber que a guerra entre Congresso e Supremo está só começando. Será obrigado a entender que o agrobusiness não está dominando apenas a economia, mas também a política nacional.

A chamada bancada ruralista é majoritária na Câmara e no Senado e está decidida a colocar o Supremo em seu devido lugar. Quem faz lei é o Congresso, cabe ao Supremo cumpri-las, a não ser que sejam flagrantemente inconstitucionais, o que não é o caso do marco temporal, pois está em vigor há 35 anos e nunca ninguém havia reclamado.

Na Câmara, os deputados que Lula ofendeu já conseguiram as 171 assinaturas necessárias para a CPI do Abuso de Autoridade, que vai dar trabalho ao Supremo, ao TSE e ao TCU. Lula precisa cair na real e lembrar que mora no Brasil, onde só há problemas, que cabe a ele resolver.

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P.S. –
Espera-se que Lula, ao se mirar nos espelhos do Palácio da Alvorada, para conferir a recente harmonização facial, tenha um surto de bom senso e caia na real. Precisa abandonar a política de duas caras e assumir em plenitude o papel de presidente do Brasil. Cabe a ele agir como mediador da crise entre Supremo e Congresso, mas sem tomar partido nem fazer declarações imbecis. Vamos ver se ele consegue. (C.N.)

Demora em nomeações para cargos importantes aumenta as pressões sobre Lula

Charge do Zé Dassilva (nsctotal.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Lula tem por hábito, conforme está sendo revelado em seu atual governo, demorar a fazer nomeações para cargos importantes, e tal prática faz aumentar a pressão política sobre as futuras escolhas. Aconteceu isso nos casos das nomeações para o Supremo Tribunal Federal, para a Procuradoria-Geral da República e para os postos de primeiro escalão, a exemplo dos Ministérios dos Esportes e das Pequenas e Médias Empresas.

Quanto mais Lula demora a preencher os postos, maior é a força que vai se formando nas bases partidárias para a escolha dos nomes. Reportagem de Sérgio Roxo, O Globo deste sábado, acentua esta situação na escolha do substituto de Flávio Dino no Ministério da Justiça. Surgiu, inclusive, entre os nomes viáveis, o da ministra Simone Tebet, atualmente no Planejamento.

MAIS ESPAÇO – Seria uma forma, ao que tudo indica, de ampliar o espaço para o ministro Fernando Haddad. Mas, ao mesmo tempo, surgem pressões paralelas defendendo outras escolhas, como é o caso de Ricardo Cappelli, secretário-geral da Justiça, e de Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas e que congrega setores da esquerda ideológica, incluindo o PT de São Paulo.

Entre as figuras cogitadas, acrescente-se também o nome de Ricardo Lewandowski, que se aposentou recentemente do STF. Esses são exemplos que surgem da vacilação ou do jogo que o presidente Lula pratica sobre postos de poder. A demora para a escolha de nome contribui para o surgimento de interesses partidários que desejam atuar mais próximos do governo, comum e natural na matéria política.

Para evitar essas pressões que incomodam o Palácio do Planalto, a maneira de neutralizá-las é o preenchimento rápido das vagas que surgem na escala do poder. Em um ano pré-eleitoral como o de 2023, as bases buscam conseguir espaços que se reflitam nas áreas municipais que são redutos naturais dos pleitos para deputados, senadores e governadores. 

DESASTRE – O afundamento de mina explorada pela Braskem em Maceió, ameaçando diversos bairros da capital de Alagoas, representa uma situação trágica que precisa ser socorrida com a máxima urgência. A obra da Braskem é a causa da situação e resulta de omissões sucessivas no tempo e que se agravaram nos últimos quatro anos.

Os precedentes do desastre não foram considerados pelas autoridades federais, estaduais e municipais, conforme os fatos indicam. A população dos bairros ameaçados de serem engolidos pela falta de solidez das obras, não serviram para que fossem realizadas as ações necessárias. Regiões de Maceió estão sendo sugadas num ritmo impressionante, obrigando a saída dos moradores. O afundamento das ruas ameaça tornar os locais atingidos em uma cratera de grandes proporções.

Infantilmente, Lula declara guerra ao Congresso, por causa do marco temporal

Lula discute com Europa acordo com Mercosul em meio a incertezas com Milei - 20/11/2023 - Mercado - Folha

Lula tenta mobilizar a sociedade civil contra o Congresso

Carlos Newton

Conforme comentamos neste sábado a respeito da entrevista coletiva de Lula da Silva no Dubai, o presidente da República não está nada bem. Com declarações ofensivas, comprou desnecessariamente uma briga feia com o Congresso. Usando uma linguagem nada diplomática, tratou os representantes do povo como se fossem inimigos do país e pediu uma mobilização nacional da sociedade civil contra o Congresso, a pretexto de renová-lo.

Chamou os parlamentares de “os caras” e completou: “Querer que uma raposa tome conta do nosso galinheiro é acreditar demais”.

MARCO TEMPORAL – É sempre difícil saber o que se passa na cabeça de Lula, onde há escassez de neurônios e de cultura, mas existe excesso de soberba e arrogância. No entanto, pode-se dizer, sem medo de errar, que ele não ganha absolutamente nada, ao ofender políticos que compõem a base aliada e ao conclamar a sociedade civil a enfrentá-los.

Usando o linguajar  refinado do socialista que ocupa a Presidência pela terceira vez, podemos dizer que “o cara pirou”.  Até aqui, neste primeiro ano de governo, a maioria absoluta dos deputados e senadores tem votado a favor do governo.

Mesmo assim, Lula está declarando guerra ao Congresso por causa do marco temporal, uma norma jurídica que ele não consegue entender direito e deveria buscar a opinião de juristas independentes, que infelizente inexistem no Supremo e no governo.

SEGURANÇA JURÍDICA – O objetivo da maioria do Congresso é manter o marco temporal, por uma questão de segurança jurídica. A regra beneficia, ao mesmo tempo, os indígenas e os agricultores, porque impede novas invasões das áreas das tribos  e, ao mesmo tempo, protege os direitos dos agricultores que 1988 já estavam lavrando áreas devolutas que não eram ocupadas pelos indígenas.

Vejam o caso que está ocorrendo no Pará, onde as tribos Apyterewa e Trincheira Bacajá conseguiram apoio do Supremo para expulsar pequenos agricultores, mas o ministro Nunes Marques reconheceu que eles já cultivavam as terras antes de 1988.

O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, não entendeu assim e mandou prosseguir a expulsão. Diante da controvérsia, é obrigatório que  o plenário se manifeste, ouvindo as duas partes, como é praxe em países democráticos.

FAZER JUSTIÇA – Esse tipo de polêmica não significa o fim do mundo. A maioria dos parlamentares pretende apenas que seja feita justiça, respeitando-se não somente os indígenas, mas também os direitos de quem explora a terra e merece ser indenizado, em caso de expulsão, especialmente quando se trata de pequenos agricultores, que são brasileiros humildes e desprotegidos.

Ao invés de comportar como um estadista e
moderar essa importantíssima discussão, o refinado Lula da Silva toma logo partido contra o Congresso, como se os representantes do povo não tivessem direito de opinar em tão grave questão social.

Fica parecendo que, no Brasil, nem direita nem esquerda pretendem que se debatam as grandes questões. Gostam mesmo é de comportamentos ditatoriais.

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P.S. 1Vamos aguardar as respostas de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, presidentes do Senado e da Câmara, a essa infantil declaração de guerra feita por Lula. Os dois estão em Dubai, no melhor dos mundos. No meio dessa bagunça, o país continua evoluindo a passos de tartaruga, enquando la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

Cuidado! Tentativas de fraudes pelo celular e pela internet se multiplicam no Brasil

Charge do Thiagão (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Foi publicado na imprensa que no Brasil são praticadas 2,8 mil tentativas de fraudes por minutos através da internet e de ligações telefônicas. Um índice altíssimo e que preocupa a população brasileira.

São os mais variados tipos e formas para tentar êxito através das práticas ilegais. Surgem a cada dia novas manobras executadas até mesmo por programas virtuais ou pelos chamados robôs. Agora, tornou-se comum pessoais receberem ligações com uma mensagem avisando que ela será a próxima a ser atendida, mesmo que a pessoa não tenha ligado. Certamente, mas uma tentativa de golpe

PREVENÇÃO – É uma coisa impressionante o que acontece através da comunicação. Se as pessoas não se prevenirem, até no atendimento de telefonemas desconhecidos, correm o risco de sofrerem prejuízos. 

A situação transforma-se num grave problema para a sociedade de modo geral. Os golpes se sofisticam e até mesmo contas fictícias são criadas e entregas de produtos escondem tentativas de ludibriar as pessoas. Os números são altíssimos e os cuidados precisam ser redobrados.

INDICAÇÕES –  A Assembleia de acionistas da Petrobras, por uma margem pequena de votos, aprovou no final da tarde de quinta-feira, mudança no estatuto, facilitando nomeações políticas para vários postos de comando da empresa estatal. No O Globo, a reportagem é de Bruno Rosa, João Sorima Neto, Geralda Doca e Daniel Gullino. Na Folha de S. Paulo, de Nicola Pamplona.

Um erro do governo muito grande, pois forças políticas do Centrão avançam sobre os cargos públicos. O presidente Lula vem cedendo e a cada aceitação aumenta a voracidade dos que negociam votos do Congresso, exigindo atendimentos administrativos para negociar matérias de interesse governamental.

Com a Petrobras, o governo abriu uma nova perspectiva. Em vez de manter o bloqueio, fez o contrário; flexibilizou o acesso político à direção da empresa, agindo contra si próprio e contra o interesse da Petrobras.

No Dia Nacional do Samba, lembremos Donga e a histórica gravação de “Pelo Telefone”

The First Samba | Rio Then

Três bambas: Pixinguinga, João da Baiana e Donga

Paulo Peres
Poemas & Canções

Hoje é comemorado o Dia Nacional do Samba e, neste sentido, não poderíamos esquecer do músico e compositor carioca Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga (1890-1974) que é lembrado pela gravação de “Pelo Telefone”, em 1917, considerado o primeiro samba gravado na história. Foi composto na casa da Tia Ciata, famosa na época por reunir os maiores e melhores músicos populares da época, onde frequentavam, além de Donga e Mauro de Almeida, também João da Baiana, Caninha, Sinhô e Pixinguinha, entre outros.

“Pelo Telefone” tem uma estrutura ingênua e desordenada: a introdução instrumental é repetida entre algumas de suas partes (um expediente muito usado na época) e cada uma delas tem melodias e refrões diferentes, dando a impressão de que a composição foi sendo feita aos pedaços, com a junção de melodias escolhidas ao acaso ou recolhidas de cantos folclóricos. Este samba sintetiza aspectos da vida e da boemia no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século passado.

PELO TELEFONE
Mauro de Almeida e Donga

O chefe de Polícia pelo telefone,
Mandou me avisar,
Que na Carioca tem uma roleta
Para se Jogar.

Ai, ai, ai, deixa as mágoas para trás, o rapaz,
Ai, ai, ai, fica triste se és capaz e verás.

Tomara que tu apanhes
Pra nunca mais fazer isso,
Roubar o amor dos outros
E depois fazer feitiço.

Olha a rolinha, sinhô, sinhô,
Se embaraçou, sinhô, sinhô,
Caiu no laço, sinhô, sinhô,
Do nosso amor, sinhô, sinhô,
Parte deste samba, sinhô, sinhô,
É de arrepiar, sinhô, sinhô,
Põe perna bamba, sinhô, sinhô,
Mas faz gozar.

O peru me disse,
Se você dormisse, não fazer tolice,
Que eu não saísse, dessa esquisitice,
Do disse me disse.

Queres ou não, sinhô, sinhô,
Ir pro cordão, sinhô, sinhô,
Ser folião, sinhô, sinhô,
De coração, sinhô, sinhô,
Porque este samba, sinhô, sinhô,
É de arrepiar, sinhô, sinhô,
Põe perna bamba, sinhô, sinhô,
Mas faz gozar.

Supremo se equivoca ao prever responsabilidade da imprensa por entrevistas

Sob pele de ovelha, Ariano Suassuna vira um leão para enfrentar a morte

Eu digo sempre que das três virtudes... Ariano Suassuna - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O dramaturgo, romancista e poeta paraibano Ariano Vilar Suassuna (1927-2014), no poema “Abertura Sob Pela de Ovelha”, mostra a luta eterna do homem contra o envelhecimento e a morte.

ABERTURA SOB PELE DE OVELHA
Ariano Suassuna

Falso Profeta, insone, Extraviado,
Vivo, Cego, a sondar o Indecifrável:
e, jaguar da Sibila – inevitável,
meu Sangue traça a rota desse Fado.

Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado,
busco a Estrela que chama, inapelável.
E a pulsação do Ser, fera indomável,
arde ao Sol do meu Pasto – incendiado.

Por sobre a Dor, Sarça do Espinheiro
que acende o estranho Sol, sangue do ser,
transforma o sangue em Candelabro e Veiro.

Por isso, não vou nunca envelhecer:
com meu Cantar, supero o Desespero,
sou contra a Morte e nunca hei de morrer. 

Queda do veto à desoneração representará derrota para Lula por falta de previsão

Poeticamente, o Brasil precisa de uma política que busque a simplicidade

Estudo Literaturas - Antonio Carlos Rocha

A simpliicidade é o caminho, diz Rocha

Paulo Peres
Poemas & Canções

O professor, escritor e poeta carioca Antonio Carlos Rocha, Doutor e Mestre em Ciência da Literatura, escreveu o poema “Uma Política de Simplicidade” como contraponto ao livro “Uma Política de Bondade”, escrito pelo Dalai Lama em publicado em Portugal, pela Editorial Estampa, 1991. O poema de Antonio Rocha é uma lição de vida e se adapta com perfeição à conjuntura atual da política brasileira.

UMA POLÍTICA DE SIMPLICIDADE
Antonio Rocha

Precisamos de políticos
Que sejam simples
E tenham simplicidade
E façam caridade.

Queremos parlamentares
Que não pensem em si,
Nem no partido
Nem se preocupem
Com o próprio
Conforto.

Queremos pessoas públicas
Homens e mulheres
Abnegados, abnegadas
Determinados, dedicadas
Ao estrito bem comum.

Se tiverem carro
Que seja uma só unidade.
Simples.
Que seja só um carrinho
Sem muito luxo.

Se tiverem casa,
Ou ganharem uma,
Que seja uma só, uma só
Nada de ostentação.
Uma casinha de campo, pode
Um sitiozinho simples, pode
Uma fazendinha pode
Tudo bem simplinho.

Queremos que o
Fundo Partidário
Seja transformado
Em Fundo Operário
E cada trabalhador
Receba o 14º salário
No dia do seu
Aniversário.
E o excedente
Vá para a Saúde
Para a Educação.

Queremos presidentes,
Governadores, ministros,
Secretários, vereadores,
Prefeitos, deputados,
Senadores
Sem auxílio-paletó
E sem nenhum auxílio.

Vistam-se e calcem
De forma simples.

Mas o que é ser simples?
É quando todos, todas
Têm o suficiente
Para viver feliz e
A felicidade é
Compartilhada
Igualitariamente.

Celso de Mello afirma que Dino e Gonet são “escolhas sábias” do presidente Lula

Anunciado com êxito: Lula designa Dino para o STF e Gonet para a PGR - La  Gauche

Escolha de Lula chegou a entusiasmar Celso de Mello

José Carlos Werneck

Celso de Mello, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, considerou que o presidente Lula foi feliz e sábio ao escolher Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal e Paulo Gustavo Gonet Branco para o cargo de procurador-geral da República. Para ele, os indicados preenchem os requisitos exigidos para os cargos.

Os escolhidos por Lula,como prevê a Constituição Federal, precisarão passar por “sabatina” na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, para, posteriormente, serem aprovados pelo plenário.

DISSE MELLO – “Extremamente sábia a indicação presidencial do dr. Paulo Gonet para o elevado cargo de procurador-geral da República. Não se pode desconhecer o significado que deve ter, para a vida do país e de seus cidadãos, bem assim para a preservação da integridade do regime democrático, a prática responsável e independente das altíssimas funções institucionais do Ministério Público”, destacou Celso de Mello.

“O dr. Paulo Gonet , que preenche os requisitos constitucionais para sua investidura na chefia do Ministério Público da União, ostenta, para gáudio da República, todos os atributos que lhe permitirão realizar os altos objetivos que conferem ao Ministério Público a condição singular que o posiciona na estrutura e organização do poder”.

APOIO A FLÁVIO DINO – Celso de Mello ressaltou que é igualmente “feliz e sábia” a escolha de Dino, atual ministro da Justiça, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, que ocupará a vaga da ministra Rosa Weber, aposentada em 29 de setembro.

“A sua atuação no passado, como juiz federal, professor universitário no Maranhão (UFMA) e em Brasília (UnB), presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e secretário-geral do CNJ, constitui fator que lhe confere plena legitimidade para o desempenho do ofício de ministro daSuprema Corte do Brasil”, salientou o ex-decano do STF.

Celso de Mello disse que o Supremo, ao longo de sua história, beneficiou-se da atuação de autoridades que exerceram o posto de ministro da Justiça antes de atuarem no Tribunal.

Com as recentes indicações, o governo Lula ingressa em mais uma nova fase

A força de anseios e dores que atingem o poeta, em suas inquietudes cotidianas

Vicente Limongi Netto – JP Revistas

Limongi é jornalista e poeta

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta amazonense Vicente Limongi Netto, radicado há anos em Brasília, em poucas linhas expõe poeticamente a larga dimensão das “inquietudes” cotidianas.

INQUIETUDES
Vicente Limongi Netto

A dor dentro
dos anseios permanece
despeja ruídos que
perdoam e libertam
perturba instintos inquietos
bocas aflitas por ilusões
lutando por almas desamparadas

Para o Congresso, manter o marco temporal é uma obrigação a ser cumprida

Charge do Zé Dassilva: Marco temporal - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

O tiroteio na imprensa amestrada é impressionante. Há um esforço enorme para desmerecer a meritória iniciativa do Senado, que visa reduzir os estranhos superpoderes que o Supremo Tribunal se atribuiu nos últimos anos, especialmente a partir de 2019, quando a maioria dos ministros resolveu tirar da cadeia o ex-presidente Lula da Silva e descondená-lo, sob argumento de ser a única forma de evitar um golpe de estado e retirar Jair Bolsonaro do poder.

O fato concreto é que a atual safra de ministros se deixa levar por sentimentos subalternos, como arrogância, empáfia e prepotência, e julgam ser a cereja do bolo institucional. “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, é bom lembrar sempre a linguagem forte do Eclesiastes.

ORGULHO FÚTIL – Indevidamente, os integrantes do Supremo vêm demonstrando um orgulho enorme por terem “salvado a democracia”, embora todos saibam que foi o Alto Comando do Exército que evitou o golpe de estado. Mas os ministros querem se iludir, então que assim seja.

A gota d’água nesse ataque de soberba, que fez o Congresso despertar para a necessidade de reequilibrar os Poderes da República, foi a regulamentação do marco temporal na demarcação de terras indígenas.

O marco já existe há 35 anos como norma constitucional e sua validade jamais havia sido questionada. Não mais que de repente, porém, como dizia Vinicius de Moraes, o trêfego presidente Lula, pressionado por figuras como as ministras Sonia Guajajara e Marina Silva, decidiu vetar a regulamentação aprovada pelo Senado. Não houve justificativa, ninguém sabe o motivo alegado. Foi um veto verdadeiramente idiota, emitido por um governante com preguiça (ou impossibilidade) de raciocinar.

EXISTE A NECESSIDADE? – É óbvio que precisa haver um marco temporal para nortear as futuras demarcações. Se não houver marco, vira Piada do Ano e os indígenas podem reivindicar o país inteiro, do Oiapoque ao Chuí. O que faltava, e continua faltava, é apenas a ressalva de que o marco não pode ter validade nos casos de disputas por terras que tenham se iniciado antes da Constituição.

Lula, Sonia Guajajara, Marina Silva e outros luminares do momento jamais raciocinaram sobre isso. Deixam-se levar por aparências, é uma chatice. Mas o pior foi que ministros do Supremo se apressaram a avisar que o Congresso não poderá derrubar o veto presidencial, pois eles o restabelecerão, vejam a que ponto chega a soberba dessa gente.

Repita-se, foi a gota d’água. Em 35 anos.a legalidade do marco temporal jamais foi contestada. Trata-se de uma norma absolutamente necessária para a segurança no campo, lembrem-se de que é preciso respeitar os direitos dos produtores rurais, que tanto têm feito pelo país. Por isso, o Congresso jamais aceitará essa interferência indébita.

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P.S.  
Poucos percebem que o marco temporal é uma norma destinada a proteger os indígenas. Há 35 anos os direitos deles sobre suas terras estão garantidos. Qualquer avanço de grileiros pode ser prontamente enfrentado na Justiça. Se o Supremo considerar inconstitucional a regulamentação, apenas por birra, mesmo assim o marco continuará a existir como norma, a não ser que realmente STF o expurgue da Constituição. Será uma burrice sesquipedal, como diria o general João Figueiredo, mas no Brasil de hoje pode até ser que ocorra. Aqui debaixo do Equador, parece que tudo é possível. (C.N.)