Foi um desastre a aproximação de torcidas naquele Maracanã lotado

Torcedores brigaram na arquibancada do Maracanã

Pedro do Coutto

Não sei de quem é a maior responsabilidade, se da administração do Maracanã, se da CBF, da empresa que comercializou os ingressos para o jogo entre o Brasil e a Argentina, ou de todas as entidades conjuntamente.

O fato absurdo foi a não separação das torcidas dos dois países que resultou numa briga generalizada que provocou o adiamento por meia hora do início da partida. Setenta mil pessoas no estádio Mário Filho presenciaram as cenas e milhões de espectadores viram pela televisão.

ERRO PRIMÁRIO – Estivemos perto de uma tragédia coletiva por falta de previsão e pela disposição de venda maior de ingressos. O erro primário levou o pânico a milhares de famílias que levaram crianças para a partida e que não sabiam como se proteger da violência que ameaçava ampliar-se ainda mais. Foi uma vergonha para os organizadores.

Aproximar torcidas em jogos de futebol no mundo inteiro sempre produziu péssimos resultados. Inviável o comportamento dos que facilitaram a violência e, cuja repressão, pelo o que assisti na TV Globo, foi exagerada e só provocou maiores choques entre torcedores que vieram da Argentina, torcedores brasileiros e o policiamento conduzido por uma empresa privada de segurança. Faltou a presença da Polícia Militar nas arquibancadas e de outros agentes de segurança vinculados diretamente ao poder público, subordinados à Secretaria de Segurança estadual.

JUSTIFICATIVA – As explicações do governo do Estado e da Prefeitura não convencem e muito menos demonstraram a existência de uma capacidade mínima para evitar uma aproximação que se encontrava a um passo do absurdo. Foi um choque para o público que compareceu ao estádio para a partida de grande importância e tradição entre o Brasil e a Argentina.

No campo, perdemos o jogo. A meu ver, faltou um homem de frente na área adversária, já que não contamos com Vinícius Júnior, com Neymar e o treinador Fernando Diniz não convocou Richarlison. Não sei o motivo. No Fluminense, campeão da Taça Libertadores, existe um homem de frente, aliás dois, Germán Cano e John Kennedy.

Na seleção brasileira, na noite de terça-feira, os ataques eram conduzidos por jogadores de meio de campo que passaram a atuar como finalizadores. Na minha opinião perdemos por isso. Mas a derrota maior, sobretudo para a imagem brasileira, foi a desorganização que propiciou a calamitosa violência no estádio.

ACORDO – O governo de Israel aprovou, nesta terça-feira, o acordo mediado pelo Catar para uma trégua temporária em Gaza, após 45 dias de guerra com o grupo terrorista Hamas, que domina o enclave. Segundo o jornal israelense Times of Israel, a negociação deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante o brutal ataque terrorista de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo —o primeiro desde o início do conflito.

Importante o acordo para a sobrevivência humana, ameaçada no território de Gaza pela guerra e pelo objetivo de destruir o terrorismo. A decisão é uma decorrência da pressão dos Estados Unidos, sem dúvida. A trégua já vem muito tarde. Mas, como diz o velho ditado, “antes tarde do que nunca”. Entretanto, fica a pergunta: Quem poderá reconstruir o território de Gaza?

Moraes devia ser processado pela morte do falso terrorista na prisão da Papuda

A renovação fortalece a democracia”, diz Moraes em posse no TSE | Metrópoles

Moares não se importou com a informação do advogado

Carlos Newton

Se fosse num país minimamente sério, em que não houvesse a atual ditadura do Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes estaria passando maus momentos e se tornaria réu, não somente pelo conjunto da obra de criação do maior grupo de falsos terroristas já identificado de uma só vez, como também por outras ultrapassagens de limites processuais.

Uma delas, também muito acintosa, é a invenção dos “inquéritos do fim do mundo”, como são denominadas algumas rumorosas investigações sob seu comando, que não acabam nunca e desrespeitam os ditames das leis vigentes. E agora surge um caso gravíssimo, com a morte de Cleriston Pereira da Cunha na penitenciária da Papuda, em Brasília.

MORAES SABIA – Não adianta alegar que se trata de “caso fortuito”, pois Cleriston teve um “mal súbito” e o ministro do Supremo não sabia do péssimo estado de saúde do réu que mantinha preso preventivamente. Pelo contrário, Moraes estava informado a respeito e simplesmente não quis lhe conceder a prisão domiciliar.

O advogado Bruno Azevedo de Sousa, havia informado que o réu tinha “sua saúde debilitada em razão da Covid 19, que lhe deixou sequelas gravíssimas, especificamente quanto ao sistema cardíaco”. Na ocasião, anexou um laudo médico dizendo que havia “risco de morte pela imunossupressão e infecções”.

De acordo com registros da penitenciária, Cunha sofria de diabetes e hipertensão e utilizava medicação controlada. Ele também teve seis atendimentos médicos entre janeiro e maio, além de ter sido encaminhado para o Hospital Regional da Asa Norte, em maio.

MORAES DESDENHOU – Os inquéritos do 08 de janeiro são tocados no gabinete do ministro por um grupo de assessores jurídicos, chefiados por um juiz de larga experiência. Quando há um comunicado dessa gravidade, alertando para a possibilidade de um réu morrer na cadeia, o protocolo manda que o ministro seja imediatamente comunicado.

É claro que isso aconteceu, porém Moraes, do alto de seu pedestal, desconheceu o aviso do advogado e nem chegou a analisar o pedido de prisão domiciliar.

Após a divulgação da morte, Moraes imediatamente determinou que a direção da Papuda deve enviar “informações detalhadas sobre o fato”, incluindo cópia do prontuário e relatório dos atendimentos realizados. “Agora é tarde”, como disse o príncipe Pedro em Portugal, abraçado ao cadáver de Inês de Castro.

NA FORMA DA LEI – Se no Brasil as leis existissem para serem cumpridas, Moraes poderia ser enquadrado no Código Penal, como informa Nélson Souza, citando o artigo. 136. “Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância (…) quer abusando de meios de correção ou disciplina”. E parágrafo 2º –“ Se resulta a morte: (…) reclusão, de quatro a doze anos”.

Há enquadramento também na Lei do Abuso de Autoridade (LeiI 13.869/2019), em seu artigo 9º: “Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Pena – detenção, de um a quatro anos, e multa. Parágrafo único. “Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: (…) II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível.

Além de pena criminal, Moraes poderia responder à família do réu, em indenização por perdas e danos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É claro que Moraes jamais será incriminado. Mas não custa nada a família de Cleriston acionar a União, que responde pela irresponsabilidade de seus servidores, como é o caso de ministros do STF. Se o jurista Jorge Béja estivesse na ativa, era indenização certa, dinheiro em caixa para a família de um cidadão humilde, taxado de terrorista por ter acreditado em políticos sem caráter. (C.N.)

Quem dera fosse meu o poema de amor definitivo, diz Alice Ruiz

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Alice Ruiz, consagrada poeta de Curitiba

Paulo Peres
Poemas & Canções

A publicitária, tradutora, compositora e poeta curitibana Alice Ruiz Scherone queria que fosse seu um sonho poético que representa o poema de amor definitivo.

SONHO DO POETA
Alice Ruiz

Quem dera fosse meu
o poema de amor
definitivo.

Se amar fosse o bastante,
poder eu poderia,
pudera,
às vezes, parece ser esse
meu único destino.

Mas vem o vento e leva
as palavras que digo,
minha canção de amigo.

Um sonho de poeta
não vale o instante
vivo.

Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre
e chore
e ria,
como eu antigamente,
quando não sabia
que não há um verso,
amor,
que te contente.

Agora é aguardar os reflexos concretos do pronunciamento de Milei

Milei terá que colocar suas promessas extravagantes em prática

Pedro do Coutto

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou os seus projetos de governo para a primeira fase de seu mandato que começa em dezembro. Temos que aguardar os reflexos políticos, econômicos e sociais de seus compromissos que vão ter que percorrer a incerteza dos apoios no legislativo argentino e na opinião pública nacional e internacional diante de medidas de impacto, como o processo de dolarização que anuncia para os próximos 18 a 24 meses. No O Globo, a matéria é de Janaína Figueiredo. Na Folha de S. Paulo, de Júlia Barbon. No Estado de S. Paulo, de Carolina Marins.  

O tema da dolarização é extremamente complexo, conforme foi bem comentado na noite de segunda-feira no programa Em Pauta, da GloboNews. Na expectativa de subida da moeda americana, pois a argentina não tem estoque de dólares disponível para o projeto, a tendência do mercado pode ser a de aquisição de dólares para formar um estoque capaz de se opor ao processo inflacionário que, aliás, se encontra em curso no país.

EXTRAVAGÂNCIA – O fim do Banco Central é antes de mais nada uma extravagância, contrariando uma tendência universal no campo da política monetária. O que substituirá o BC argentino? Não se sabe. Pode ser que nada. Então terão que ser avaliados os efeitos da inexistência de um órgão de tal importância, adotado pela imensa maioria, ou quase totalidade, das nações desenvolvidas.

Os serviços médicos e empresas públicas estão numa lista de privatizações. Pode ser que os serviços médicos e o setor de educação sejam excluídos diante de reações populares. Mas, a privatização anunciada inclui a empresa estatal de petróleo, “o que puder ser privatizado”, na expressão do presidente eleito, e inclusive a televisão estatal, incluindo, assim, o setor de comunicação.

IMPACTO – Não será fácil o curso das medidas. Elas possuem um impacto muito forte, trazendo o risco de abalar a própria solidez do governo. Na parte de política externa verificou-se uma agressão desnecessária ao Brasil. Milei convidou Bolsonaro para a sua posse e não convidou Lula da Silva, a quem ataca sem sentido algum. Não tocou ainda no caso da China, mas a atmosfera de seu primeiro pronunciamento público está marcada pelas nuvens de dúvida quanto ao êxito e falta de visibilidade quanto ao rumo.

As primeiras escalações para a sua equipe, em casos específicos, causaram surpresa. Por isso, temos que aguardar a reação política interna, os reflexos externos e a identificação dos limites da viabilidade. Serão, como se identifica, dias difíceis em matéria de convivência política e social. Na economia espera-se a consequência do vendaval.

PETROBRAS –  Na política brasileira, reportagem de Malu Gaspar e Ana Flávia Pilar, O Globo, focaliza o movimento iniciado pelo ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil de Lula, para a substituição de Jean Paul Prates na Presidência da Petrobras.

A substituição poderá levar Marcus Cavalcante,  da Bahia, ao cargo importante na esfera do ministro Alexandre Silveira. Entretanto, existem problemas, acentua a matéria, no estatuto da Petrobras.

INDICAÇÃO – A demora do presidente Lula em formalizar as indicações para procurador-geral da República e para preencher a vaga no STF aberta com a aposentadoria de Rosa Weber, causa o aumento das pressões dos vários setores interessados e motivados pelas duas nomeações. Mariana Muniz e Sérgio Roxo, O Globo, focalizam o tema.

De fato, a demora abre uma perspectiva de incerteza e dúvida, dando margem às manifestações que não ocorreriam se o presidente da República tivesse decidido rapidamente as questões. Quanto mais demora, maiores são as pressões.

Notícias péssimas: o PT difama jornalista e o TCU reduz o valor de aposentadorias

Gleisi instiga a militância do PT contra Estadão e editora do jornal |  Brasil | Pleno.News

Gleisi instiga a militância contra jornalista do Estadão

Vicente Limongi Netto

Protesto, com veemência, contra a covardia e canalhice da escória de graduados petistas e capachos do partido, que atacaram a honra da editora-executiva de política e chefe da sucursal do Estadão em Brasília, jornalista Andreza Matais. Democratas de meia pataca do PT adoram elogios. Contudo, não têm grandeza de atitudes para admitir críticas nem publicações de matérias contra o PT.

Entram, em campo, então, com o jogo sujo e rasteiro da intimidação e da ameaça.  Nessa linha, deveriam, por educação, bom senso e respeito a liberdade de expressão, seguir a sábia lição do saudoso jornalista Carlos Chagas, ex-colunista político e ex-diretor do Estado de São Paulo e da Manchete, em Brasília: “Quem for punido com notícias ruins, deve evitar que elas aconteçam”,  dizia Carlos Chagas.

TORPEZA DO TCU – Ultraje, molecagem, desrespeito e insensibilidade caracterizam a torpe decisão do Tribunal de Contas da União, que decidiu reduzir ilegalmente parte dos vencimentos dos servidores aposentados do Poder Legislativo.

No ano passado, o governo federal tinha anunciado dificuldades para pagar aposentadorias e recorreu ao TCU, consultando o TCU sobre a possibilidade de usar crédito extraordinário, fora do teto de gastos, para bancar uma parcela das despesas com aposentadorias do INSS.

Um ano depois, o TCU atende as necessidades do governo e corta substancial parte das aposentadorias do pessoal da União. Já sabemos que o Legislativo foi atingido, resta saber se a guilhotina ilegal atingiu os servidores dos outros poderes. A ilegalidade é clara, por haver desrespeito a direitos adquiridos. O Sindilegis já está recorrendo, com apoio de outros sindicatos. Quanto aos penduricalhos do Judiciário, fiquem tranquilos, porque são imexíveis.

Milei vence disparado e o seu desafio está nos seus próprios projetos

Em Brasília, Limongi completa 79 anos e recebe de presente um inesquecível poema

Vicente recebe os parabéns de Manuela, uma das netas

Carlos Newton

Hoje é um dia muito especial em Brasília, que está comemorando mais um aniversário de Vicente Limongi Netto, um dos mais famosos jornalistas da capital. Para marcar o evento, ao qual não poderei comparecer, nosso amigo Silvestre Gorgulho, outro grande jornalista e poeta, nos revelou o presente que está oferecendo a Limongi, em forma de poema.

PERTINHO DOS OITENTA
Silvestre Gorgulho

Em 21 de novembro, tem um festão prá valer.
Confirmo e digo presente, pois sempre é grande prazer
parabenizar o Vicente, já pertinho dos oitenta,
um garoto que aguenta jogar até prorrogação.

Limongi saiu lá no Norte cruzou rios e a floresta,
pegou chuva e dia quente, enfrentou até a morte
para chegar em Brasília, onde plantou poesia,
trabalhou e teve sorte, colhendo amigos e família.

Todos sabem da verdade, que nunca é esquecida,
Vicente é duro na queda e sabe honrar sua lida. 
Ninguém segura o valente quando assunto é amizade.
Poderão gostar ou não, ele é muito coerente,
não peca por omissão e sabe viver contente,
se desmancha todinho quando é o vovô Vicente
que traçou o seu caminho num forte e firme tripé
– Está prontinho pra luta, briga deitado e em pé,
se nesse campo de jogo tem Amigo, Família e a Fé.

Clima e guerras mostram que não estamos seguros, mas temos de ir em frente.

Faixa de Gaza recebe água por 3 horas, mas ONU diz ser insuficiente | Agência Brasil

Morte e destruição por todos os cantos na Faixa de Gaza

Vicente Limongi Netto

Longe de desanimar, mas triste e desapontada com as barbaridades das guerras e tragédias climáticas que destroem famílias e tiram o sossego da humanidade, a jornalista Ana Dubeux (Correio Braziliense – “Não estamos mais seguros”- 19/11) exorta sentimentos de fé e grandeza de atitudes, para tentar aliviar dores e sofrimentos que apequenam nosso cotidiano.

Nessa linha, Dubeux repudia “a ganância por lucro a qualquer custo e preço, que ainda vai tirar muito de nós”.  A seu ver, é intolerável e injustificável uma jovem, cheia de vida, morrer por causa do calor, durante show da pop star Taylor Switf.

Dubeux acentua, lamentando: “Não estamos mais seguros. Quando mais de mil pessoas desmaiam e uma multidão experimenta uma sensação térmica de 60 graus em um show, fica mais evidente uma situação que já se anuncia há muito tempo, mas que recebe pouca atenção de quem deveria, inclusive de nós todos”.  Perfeito.

ELIMINATÓRIAS – Levo fé no Brasil contra a Argentina. Afoitos torcem para que Messi e companhia saúdam o presidente eleito. Extravagância desnecessária. Diniz não é mágico. Nossas peças de reposições são precárias. Militão e Paquetá retornam breve.  Neymar permanece nosso principal jogador.  André se firmando. Será titular na Copa. Joga com incrível facilidade e precisão.

O experiente Thiago Silva merece voltar ao grupo. Tem liderança e futebol. A caminhada é árdua. Não se conquista vitórias sem ultrapassar batalhas. Se vencermos, voltaremos ao topo da tabela. Torcedores do contra andam indóceis. Cada um dá o que tem. Paciência.

A morte da jovem Ana Clara mostra que shows públicos precisam de mais atenção

Ana clara morreu após passar mal dentro de estádio

Pedro do Coutto

A morte da estudante Ana Clara Benevides Machado, que estava entre as pessoas sob intenso calor de mais de 40º e assistiam ao show da cantora Taylor Swift, no estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro, representou um trágico episódio e, ao mesmo tempo, um sinal de alerta máximo para espetáculos  de dimensão excepcional como este que exigem providências e medidas essenciais.

Não tem sentido aceitar que milhares de pessoas possam permanecer expostas ao sol intenso do Rio de Janeiro aguardando horas a fio por uma autorização para ingressarem no estádio. Tal situação acentua uma insensibilidade absoluta para com os espectadores que aguardavam um sinal para ter acesso ao local do show. Um sonho que deslocou a rotina de várias pessoas, de vários estados para o Rio de Janeiro e que por isso mesmo exigia das autoridades ações de prevenção e de respeito humano.

PRONUNCIAMENTOS – A morte de Ana Clara provocou pronunciamentos do ministro Flávio Dino , do governador Cláudio Castro e do prefeito Eduardo Paes. Tudo isso em consequência do desfecho fatal que atingiu a jovem e feriu a sensibilidade de todos, conforme as reportagens da televisão demonstraram. Depois da tragédia é que se pensou na distribuição de água, na autorização de acesso mais cedo aos locais do show, o que evitaria a exposição demasiada ao sol intenso da cidade.

Depois do ocorrido é que se pensou em reforçar o socorro médico disponível. Ana Clara poderia ter sido salva se um mínimo de sensibilidade e respeito humano tivesse existido. A cantora Taylor Swift arrebata multidões e apaixona o público como ficou revelado. No sábado, ela cancelou o show que faria após o público enfrentar filas quilométricas. As reclamações procedem.

ABSURDO – O ponto nevrálgico da questão é que é preciso uma visão ampla e geral no caso de espetáculos que nem este. É absurdo, em pleno verão, milhares de pessoas acamparem ao redor de um estádio, dormindo em barracas improvisadas, sem condições mínimas de higiene e hidratação. É necessária uma programação lógica e objetiva para tais shows. Não se pode em nome de uma promoção gigantesca expor a população aos riscos de tal procedimento para assistir a um sonho musical.

A tragédia de Ana Clara é uma tragédia coletiva e revela um caminho absurdo de se promover espetáculos nas condições que marcaram o show de sexta-feira. Para hoje, segunda-feira, está previsto outro show. O impacto do episódio continua pressionando a consciência da sociedade.

 

Hoje é dia de homenagear Zumbi dos Palmares, herói da libertação dos negros

Zumbi dos Palmares, um grande herói brasileiro | Pernambuco, História &  Personagens

Zumbi dos Palmares, grande herói brasileiro

Carlos Newton

Ganga Zumba, um príncipe africano e ex-escravo fugido, se torna o líder do Quilombo de Palmares. Mais tarde, seu herdeiro e afilhado, Zumbi, contesta suas ideias conciliatórias, enfrentando o maior exército jamais visto na história brasileira.

Símbolo da luta negra contra a escravidão e pela liberdade de seu povo, Zumbi dos Palmares foi morto no dia 20 de novembro de 1695. A data de seu falecimento é lembrada nacionalmente como o Dia da Consciência Negra, um momento de reflexão sobre a relevância da população africana e seu impacto nos mais diversos campos da cultura brasileira, como política, cultura e religião, entre outras.

Neste sentido, o advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor, letrista e poeta carioca Paulo Roberto Peres, fez a letra de “Atabaque”, que lembra o tempo da escravidão. A letra foi musicada por Jorge Laurindo.

ATABAQUE
Jorge Laurindo e Paulo Peres

Este bocejo da noite é banzo
Engasgando profecias na senzala
Como as mãos da África, África,
Silenciou no adeus

“Atabaqueia” atabaque distante:
Axé, agô-iê, axé com fé….

Esta força, raça, canta e luta
Como Zumbi nos Palmares lutou.
Este gemido do açoite na alma
Qual sentinela de preço vil
Moldurou o libertar futuro

Era rei virou escravo
Quão errante terra branca
Soluçou-lhe cativeiro

Uma pequenina luz no final do túnel indica que será criado o Estado Palestino

A lição de um menino israelense e de seu amigo palestino

Carlos Newton

Quando tudo indicava que o mundo está diante de um conflito eterno entre islamitas e judeus, surgem ao mesmo tempo uma possibilidade de cessar-fogo humanitário, acompanhada de um sinal de que enfim poderá ser criado o Estado Palestino. Ainda é uma pequenina luz no final do túnel da intolerância, mas deve ser considerado um indicativo de que a solução será a mesma de sempre e que vem sendo inutilmente postergada – a coexistência de dois Estados na região em conflito.

A informação do The Washington Post sobre um avanço das negociações do cessar-fogo humanitário é auspiciosa. Tudo que é importante começa com um pequeno passo. Só o fato de existirem negociações com a participação de Israel e Hamas já deve ser motivo de júbilo.

DOIS ESTADOS – Ao mesmo tempo, é animadora também a reiterada posição do presidente americano Joe Biden, em defesa da criação do Estado Palestino para que a paz seja encontrada através da existência de dois Estados.

É uma solução que hoje interessa a todos e será aprovada unanimemente no Conselho de Segurança da ONU. Por incrível que pareça, pode haver uma paz consensual, que interessa às três grandes potências que mandam no mundo – Estados Unidos, Rússia e China, com seus Estados satélites.

Será um alívio para Israel, que poderá reduzir os gastos militares e melhorar a qualidade de vida de sua população, e para os países árabes, que poderão visitar a Terra Santa num clima de concórdia que nunca existiu, desde o início dos tempos modernos.

SEM LOUCURAS – Podem achar que editor da Tribuna da Imprensa é um idiota ou enlouqueceu. Mas todos sabem como Israel é importante para o mundo, por isso é necessário torcer para que tenha êxito essa tentativa de instauração de um socialismo democrático, que pode até estar hoje dominado por uma direita histérica, mas isso é coisa passageira.

Se o Hamas não tivesse desfechado esse ataque irresponsável, o nefasto premier Netanyahu hoje seria coisa do passado, como peça do museu de cera de Madame Tussauds.

Netanyahu foi salvo politicamente pela guerra, mas é uma situação passageira, porque a paz significará que o grande líder do Likud estará condenado ao ostracismo.

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P.S. –
Posso estar errado, mas tenho algum conhecimento sobre a História Universal e sei que não existem guerras permanentes. Um dia elas simplesmente acabam – e não será diferente na Faixa de Gaza. O presidente Joe Biden vai jogar todas as suas fichas nessa tentativa de paz, que foi apresentada por Donald Trump em 2020. Biden quer ser reeleito e vai usar sua força para convencer israelenses e palestinos. Este é o caminho do bem. Desculpem a franqueza. (C.N.)

Israel fica isolado, porque até os EUA acham que já morreram palestinos demais

Blinken diz que 'já morreram palestinos demais' e é preciso fazer mais para proteger os civis em Gaza

Blinken, secretário de Estado dos EUA, já está horrorizado

Roberto Nascimento

Segunda-feira passada, dia 13, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez um desabafo: ”Já morreram palestinos demais!”. Pela importância do cargo de Secretário de Estado, que nos EUA funciona como um superchanceler, com poderes especiais, especialmente em tempo de guerra, a afirmação soa como uma ordem.

Por coincidência ou não, durante a semana as Forças de Defesa de Israel reduziram sensivelmente os ataques, que estão destruindo a imagem de Israel perante o mundo e propiciando um novo crescimento do antissionismo ou antissemitismo.

UM BASTA – Até os Estados Unidos já se convenceram de que os crimes de guerra já foram longe demais. A Faixa de Gaza está sendo destruída por bombas devastadoras, que derrubam prédios em questão de segundos.

É ponto pacífico de que o governo de Israel, com suas ações bélicas, excedeu-se em sua reação contra o Hamas e está praticando sucessivos crimes contra a humanidade. Trata-se de uma limpeza étnica, um massacre sem precedentes.

O objetivo de caçar e matar os radicais do Hamas passou a segundo plano. Os terroristas não estão sendo encontrados, mas, os mortos na população indefesa – crianças, mulheres, idosos e doentes – já passam de 12 mil, sem contar outros cerca de 3 mil desaparecidos, enterrados nos escombros dos prédios.

SEM ATENDIMENTO – Os hospitais das maiores cidades da Faixa de Gaza estão sendo destruídos ou já ficaram absolutamente sem função, por falta de remédios, insumos, combustível, água, enfim, falta tudo. Os doentes morrem sem condições de serem atendidos.

O mundo assiste a tudo, incrédulo. Nada detém o primeiro ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, nem apelos, nem pressões. Quer expulsar todos os palestinos da Faixa de Gaza, aqueles, que sobreviverem aos ataques indiscriminados, que iriam para o Egito, na Península do Sinai. Mas o governante egípcio, general Abdel Fattah el-Sisi, é contra. O que fazer?

Para Campos Neto, os juros do rotativo são um problema muito complexo

Charge do Fernandão (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Na edição de O Globo deste sábado, matéria de Mariana Rosário e João Sorima Neto, inclui declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante encontro na Federação Brasileira de Bancos, de que os juros rotativos dos cartões de crédito são um problema muito complexo e que é preciso ser equacionado sem prejuízo para os lojistas e para os compradores.

Realmente o problema dos juros do crédito rotativo, que passam de 400% ao ano, são uma questão altamente complexa. Com essa porcentagem,  é impossível qualquer resgate por parte dos consumidores. Os juros altos, acompanhados pelo fato de os salários perderem sempre para a inflação, formam o caminho que leva ao endividamento das pessoas físicas. Um endividamento que abrange, como a Operação Desenrola revelou,74 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do país.

O consumo é forçado pela realidade inflacionária na medida em que os rendimentos do trabalho não acompanham os índices do IBGE. O recurso para o consumo, seja  de que tipo for, é o recurso ao crédito. E as taxas agravam ainda mais o problema. É uma declaração espantosa do presidente do BC sobre a questão.

URNAS –  Num quadro indefinido, os argentinos votam hoje para a escolha do novo presidente da República. As informações de Buenos Aires indicam que há um equilíbrio e o resultado ainda é imprevisível.

Informações de última hora poderão ser decisivas para o desfecho. O governo Lula torce para Sergio Massa, consequência das agressões desferidas por Javier Milei.

TRABALHO – Cristiane Gercina, Folha de S. Paulo, destaca o início de um movimento na Câmara Federal para tornar sem efeito a portaria do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que condiciona o trabalho aos domingos e feriados à necessidade de inclusão da perspectiva  em convenção coletiva.

A portaria é considerada como um fator de fortalecimento dos sindicatos, uma vez que as convenções coletivas só podem ser firmadas através de entidades sindicais representativas das categorias profissionais. Os críticos da portaria acham que ela criou um problema adicional desnecessário em relação ao quadro atual.

No fim, o que resta da poesia é apenas “um verso, um pensamento ou uma saudade”

Veredas da Língua: Alberto de Oliveira - PoemasPaulo Peres
Poemas & Canções

O farmacêutico, professor e poeta Antonio Mariano Alberto de Oliveira (1857-1937), nascido em Saquarema (RJ), no soneto “Horas Mortas” revela a satisfação que sente, após um longo dia de trabalho, por poder enfim se entregar à poesia.

HORAS MORTAS
Alberto de Oliveira

Breve momento, após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço,
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.

Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear o espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.
Mas é tão tarde! Rápido flutuas, 
Tornando logo à etérea imensidade;

E na mesa em que escrevo, apenas fica
Sobre o papel – rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.

É inacreditável que Davi Alcolumbre possa controlar o Senado, como “aliado” de Lula

Davi Alcolumbre desviou R$ 2 milhões em esquema de rachadinha, diz revista

Sabe-se lá como, Alcolumbre é hoje um vice-rei no Senado

Vicente Limongi Netto

Colunistas amestrados estão sendo vitaminados com notas colocando o sinistro Davi Alcolumbre na porta do céu, como aliado ao governo Lula. No Senado, o sabichão do Amapá tem o costume de engavetar, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pautas de interesses do governo. Libera a conta-gotas, na medida que as demandas pessoais dele são atendidas.

Na base do jogo baixo, sorriso triunfalista e abraços de urso, Alcolumbre articula nova candidatura à presidência do Senado. Recorde-se que Davi já ocupou o cargo, quando venceu, em eleição fraudada, disputando com o senador Renan Calheiros, que desistiu, quando percebeu a mutreta.

CAPO DAS RACHADINHAS – Nessa linha, recordo e saliento traços marcantes de Alcolumbre, revelados, há dois anos, pela revista “Veja”.

A publicação trouxe informações e detalhes minuciosos e irretocáveis das ações nada republicanas do capo das “rachadinhas” no senado, o destrambelhado filósofo de beira de estrada.

Na época, Alcolumbre estrilou, exibiu falsa indignação, mas não convenceu ninguém com desmentidos capengas. O aforismo criado pelo senador correu o Brasil: “Eu te ajudo e você me ajuda”. 

CULPA DO MORDOMO – Mesmo diante de denúncias e fatos apurados e comprovados pela revista, com contracheques e depoimentos das ex-funcionárias que eram obrigadas a entregar a maior parcela dos salários, o franciscano Alcolumbre blasfemou, jurando que o idealizador das “rachadinhas” era o chefe de gabinete dele, o advogado Paulo Boudens.

Como nos filmes de mistério, Boudens virou o mordono das insanas peraltices do chefe. “Veja” lamentou, como muitos de nós, que Davi acabe como santo de pau oco da escabrosa história, deixando a fama de bandido para o operoso chefe de gabinete, que recebe salários de 24 mil reais.

HUMILHAÇÃO – Nada mais triste, cruel e humilhante, para brasileiros e para o Brasil, a enorme quantidade de crianças passando fome, pedindo esmolas nas esquinas.  Com pais desempregados, agoniados, sem nada para comer em casa.

A quadro de miséria gera inseguranças dramáticas e perigosas.  O governo anuncia planos que não saem do papel. Até quando, Santo Deus? 

Aproxima-se mais um Natal e os governantes não tiram das ruas as crianças abandonadas.

Reforma tributária só se justifica se tiver redistribuição de renda e incluir os ricos

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

José Carlos Werneck

No governo passado, os menos favorecidos foram convocados a dar sua contribuição para que fosse feita a reforma da Previdência. Agora chegou a vez de os setores realmente bilionários também contribuírem, porque uma reforma tributária só se justifica se for destinada a reduzir nossa cruel distribuição de renda e representar um fator importante de inclusão social.

Por exemplo, é de “urgência-urgentíssima” que seja feita a correção da Tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física, que está completamente defasada, como reconhecido pelos próprios auditores da Receita Federal, que entendem a fundo do assunto.

NADA EM TROCA – O contribuinte brasileiro paga muito e não recebe nada em troca. Os impostos que incidem sobre itens básicos de alimentação são profundamente injustos e fazem o trabalhador que ganha um salário mínimo pagar o mesmo que uma pessoa com renda de R$ 500 mil mensais.

No caso das pessoas jurídicas, notadamente as instituições bancárias, a taxação chega a ser risível quando comparada à das pessoas físicas, que vêm sendo vítimas da sanha arrecadatória de sucessivos governos.

O Brasil precisa enfrentar de frente esse problema, de maneira séria e responsável, se de fato quiser corrigir nossa perversa distribuição de renda, pois uma reforma tributária justa é, primordialmente, um importante fator de inclusão social.

NA HORA H – Este é o momento ideal para que nossos homens públicos, que se dizem tão preocupados com o “social”, façam alguma coisa de verdadeiramente útil para o povo, notadamente aquela enorme parcela que as dezenas de milhões de brasileiros menos favorecidos!

Sem levar em conta essas prioridades, tudo mais é balela e perda de tempo e dinheiro. Não adianta fingir que se está fazendo uma reforma tributária, se os mais ricos não derem sua contribuição.

Verbalização na política, feita por Biden, cria uma outra realidade

Desejos e fantasias de um poeta que ama o que a vida tem de melhor

Affonso Romano de Sant'Anna | Impressões do Brasil | TV Brasil | Cidadania

Affonso Romano, um grande poeta

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna descreve os seus “Desejos”, em que alguns versos são bastante atuais.

DESEJOS
Affonso Romano de Sant’Anna

Disto eu gostaria:
ver a queda frutífera dos pinhões sobre o gramado
e não a queda do operário dos andaimes
e o sobe-e-desce de ditadores nos palácios.

Disto eu gostaria:
ouvir minha mulher contar:
– Vi naquela árvore um pica-pau em plena ação,
e não: – Os preços do mercado estão um horror!

Disto eu gostaria:
que a filha me narrasse:
– As formigas neste inverno estão dando tempo às flores,
e não:-Me assaltaram outra vez no ônibus do colégio.

Disto eu gostaria:
que os jornais trouxessem notícias das migrações dos pássaros,
que me falassem da constelação de Andrômeda
e da muralha de galáxias que, ansiosas, viajam
a 300 km por segundo ao nosso encontro.

Disto eu gostaria:
saber a floração de cada planta,
as mais silvestres sobretudo,
e não a cotação das bolsas
nem as glórias literárias.

Estados Unidos mudam posicionamento e Conselho de Segurança aprova trégua em Gaza

Conselho pede pausa humanitária por ajuda em Gaza

Pedro do Coutto

O Conselho de segurança da ONU aprovou, na tarde de quarta-feira, um projeto de resolução de Malta, praticamente igual à proposta brasileira, e estabeleceu uma trégua humanitária em Gaza para conter a onda de mortes e mutilações que ocorrem na região e cujas imagens gravadas em filmes e fotos chocam profundamente a opinião pública universal.

Os Estados Unidos, que no início do conflito entre Israel e Hamas, enviou dois porta-aviões para o Mediterrâneo com o propósito de fornecer apoio às forças israelenses, depois de vetar projeto brasileiro, recuou e não utilizou o direito de veto para impedir que o Conselho aprovasse a proposta de Malta.

CHOQUE – O mundo acompanha chocado o que se verifica no território de Gaza, especialmente a invasão do hospital pelas forças de Israel que incluíram o desligamento de incubadoras que atendiam crianças recém-nascidas.

Israel, entretanto, uma hora após a decisão do Conselho de Segurança, anunciou que não cumprirá o que determina. Ficou numa posição internacionalmente isolada, já que a China e a Rússia também se abstiveram de votar, dando condições para a aprovação da iniciativa. A resolução inclui também a libertação de reféns pelo Hamas.  

MANIFESTAÇÃO – Enquanto isso, reportagem de O Globo, edição desta quinta-feira, focaliza o tema e inclui uma manifestação da ONU condenando a operação de Israel no hospital de Gaza. Israel alega que encontrou armas do Hamas e serviços de Inteligência instalados na unidade.

O episódio criou um trauma geral. O Hamas, de certa forma, conseguiu isolar Israel no cenário internacional, ainda que também sendo alvo pelo reflexo negativo junto à opinião pública não somente pela sua ação terrorista em 7 de outubro, mas também pelo revide do governo de Tel Aviv. O drama continua, pois a ONU não tem poder de obrigar o cumprimento da decisão de seu Conselho de Segurança.

APOIO – O governo Lula, revela O Globo, matéria de Alice Carvalho, se volta para prestigiar Flávio Dino, titular da Justiça, em face do episódio de sua equipe ter recebido a mulher de um contraventor condenado, e ela também condenada pela justiça, no gabinete ministerial.

Além disso, há o caso de um congresso realizado em Brasília que incluiu o pagamento de passagens exatamente a essa pessoa. Os Secretários responsáveis pela recepção assumiram a culpa, mas o fato repercutiu negativamente sobre o ministro Flávio Dino. Ele não é acusado, mas a sua equipe está sendo alvo de críticas.

Até os EUA, aliado de Israel, reconhecem que já foram mortos palestinos demais…

Democracy Now! on X: "We speak with leading Holocaust scholar @bartov_omer about the potential for genocide in Israel's assault on Gaza. Bartov argues that the ongoing violent confrontations are a result of

Bartov, professor israelense, pede o fim do genocídio em Gaza

Roberto Nascimento

Os Estados Unidos enfim se convenceram de que os crimes de guerra de Israel já foram longe demais. A Faixa de Gaza, está sendo destruída pelas bombas devastadoras, que derrubam prédios, em segundos. Disse nesta terça-feira o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken: ”Já morreram palestinos demais”.

Não há mais dúvida de que o governo de Israel, com suas ações bélicas, não está apenas reagindo às agressões terroristas do Hamas. Já ultrapassou os limites e está praticando crimes contra a humanidade. E trata-se de uma limpeza étnica, um massacre sem precedentes desde as atrocidades de Pol Pot no Camboja e dos massacres étnicos no Congo.

SEGUNDO PLANO – O objetivo de caçar e matar os terroristas do Hamas, passou a segundo plano. Estes, não estão sendo encontrados, mas, a população indefesa, crianças, mulheres, idosos e doentes, já passam de 12 mil mortos, sem contar os palestinos enterrados nos escombros dos prédios.

Os hospitais da Faixa da, Gaza, ou estão sendo destruídos ou estão completamente sem função, por falta de remédios, insumos, combustível, água, enfim, falta tudo. Os doentes morrem sem condições de serem atendidos.

O mundo assiste a tudo, incrédulo. Nada detém o primeiro- ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nem apelos, nem pressões. Quer expulsar da Faixa de Gaza todos os palestinos que sobreviverem aos ataques indiscriminados, mas o Egito não aceita recebê-los na Península do Sinai. O general-presidente Sisi é contra. E nas últimas décadas os colonos judeus têm ocupado a Cisjordânia até com violência, insuflados pelo governo de Israel.

O que fazer?

AINDA HÁ TEMPO? – O professor Omer Bartov, de estudos sobre genocídio e Holocausto, na Universidade Brown, que escreve no The New York Times e no Estadão, declarou neste domingo: ”Ainda há tempo de impedir Israel de converter suas ações em genocídio, porém, não se pode esperar mais”.

O professor Bartov, alerta para as lições da história. Ele e vários colegas da Universidade, angustiados meses atrás com a escalada do governo Netaniyau, visando perpetuar a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, assinaram uma petição alertando para a tentativa de golpe no Judiciário liderado pelo primeiro-ministro, para evitar que as decisões da Suprema Corte Israelense impedissem qualquer ilegalidade do governo, inclusive sobre a corrupção em larga escala.

A petição não adiantou nada,  porque o ataque dos terroristas do Hamas em 7 de outubro deram a Netanyahu o motivo que ele esperava para ocupar os territórios palestinos.

NADA DE NOVO – Esses crimes que ocorrem na Faixa de Gaza, contra cidadãos indefesos, demonstram que as lições da História não foram apreendidas. Líderes messiânicos, como Mussolini e Hitler, levaram seus países rumo ao abismo, o que gerou o genocídio da Segunda Guerra. Os líderes atuais, repetem o mesmo drama.

Aqui no Brasil, estivemos às portas,de uma nova ditadura, da qual escapamos. No entanto, os brasileiros, precisam ficar alertas, porque existe o perigo de um retrocesso, que está nítido na tentativa de o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, insuflados pelos senadores bolsonaristas, golpear o Judiciário, submetendo as decisões judiciais do Supremo, ao crivo do plenário do Senado. É uma cópia amarelada do projeto de Benjamin Netanyahu.

Se passar essa excrescência no Senado, passaremos a viver em um vale-tudo. Não está bom em lugar algum do planeta. Trump está liderando as pesquisas para a eleição em 2024 nos EUA. Salve-se quem puder.