Da janela do apartamento de Tom, podia se ver o Corcovado e sonhar…

A Felicidade - Tom Jobim e Vinícius de Moraes | Letra e Musica

Tom com Vinicius, seu maior parceiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

Antonio Carlos Jobim expressa na letra de “Corcovado”, título de uma de suas mais famosas canções, um retrato do Rio de Janeiro visto da janela onde morava Tom, em Ipanema, na Rua Nascimento Silva, 107, de onde se podia avistar o Corcovado e se podia sonhar em encontrar um grande amor e, consequentemente, fazê-lo conhecer o que é a felicidade, depois de sonhos, tristezas e descrenças deste mundo.

A música “Corcovado”, estilo bossa-nova, foi gravada por Nara Leão, em 1985, pela PolyGram.

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CORCOVADO
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Eleição mostra que o Brasil está se livrando da polarização Lula/Bolsonaro

Os esforços de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais de 2024 - Nexo Jornal

Lula e Bolsonaro deram apoio restrito a seus candidatos

Carlos Newton

Não mais que de repente, como genialmente dizia Vinicius de Moraes, o editor da Tribuna teve uma epifania, que os gregos chamavam de “aparição” ou “manifestação”, e os americanos agora estão transformando em “insigth”, para simplesmente significar que a gente teve uma ideia, ou seja, captou o que está acontecendo diante de nossos olhos, mas nem todos conseguem perceber.

O fato concreto – e altamente auspicioso – é que a tão famosa polarização, que entrou na moda e atinge a política dos mais diferentes países, está começando a ceder no Brasil. Parece brincadeira, mas é verdade. Basta conferir o que aconteceu nas eleições municipais deste domingo.

LULA E BOLSONARO – A polarização nos indicava que esta seria mais uma eleição entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Mas sempre há surpresas,  e a polarização enfraqueceu a olhos vistos.

Não é que tenha acabado a dicotomia entre direita e esquerda, não é isso, claro. Mas o fato concreto é que os dois principais políticos do país – Lula da Silva e Jair Bolsonaro – julgavam ter o absoluto controle das ideologias. Mas isso é coisa que já ficou no passado recente, eles não dominam mais como em 2018.

Sem que houvesse qualquer fenômeno que pudesse provocar essa virada, as eleições municipais deste domingo vieram nos mostrar que as influências de Lula e de Bolsonaro são cada vez menos expressivas.

GRANDES CIDADES – Vejamos o que ocorreu nas principais cidades do país. Não é preciso consultar o Oráculo de Delfos para saber que nem Lula nem Bolsonaro tiveram maior influência nas eleições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador ou em qualquer outra grande cidade.

Assim, chama atenção justamente esse fato de que a maioria esmagadora do eleitorado está pouco se incomodando com a opinião de Lula ou Bolsonaro.

A constatação é auspiciosa, porque é preciso que se dissipe essa tendência à polarização, para que o eleitorado passe a se acostumar a votar no melhor, ao invés de preferir aquele que representa esta ou aquela tendência político-ideológica.

FIM DA IDEOLOGIAS – É certo que as ideologias estão cada vez mais ultrapassadas, porque houve uma salutar convergência entre o capitalismo e o comunismo pela busca do bem-estar social, que possibilitou o desenvolvimento da social-democracia adotada pelos países mais desenvolvidos.

Precisamos ter paciência e escolher o caminho do meio, votando sempre naquele que for mais confiável e apresentar um melhor programa de governo.

É a isso que se chama de democracia, que se constrói pelo voto livre, sem ser manipulada por  laboratórios político-ideológicos ou redes sociais.

Valdemar Costa Neto diz que vai sair da presidência do PL. Você acredita?

Valdemar Costa Neto aumenta o próprio salário e passa a ganhar R$ 30 mil do PL – Política – CartaCapital

Costa Neto fala o que pretende, mas ninguém acredita…

Vicente Limongi Netto

Delira o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Sua cartola está repleta de torpes ilusões e migalhas infames. De dentro dela, ele retira o nome do deputado Eduardo Bolsonaro não somente para ser o novo presidente da agremiação, mas também para enfrentar no campo jurídico o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e também como possível candidato à Presidência da República em 2026.

As informações são da excelente colunista Denise Rothenburg (Correio Braziliense 05/10). Morro de rir, diante das patéticas, hilárias e estapafúrdias decisões. Valdemar largaria o filé com críticas a Alexandre de Moraes, o que não fazia antes e jamais fará?

Pantomima montada.  Luvas nos punhos. Cenas de batalhas. Torcidas inflamadas. O mito de barro inelegível e Valdemar como treinadores dos irmãos com sangue nos olhos, Flávio, Eduardo e Carlos. Prontos para nocautear o sereno e rígido lutador Alexandre de Moraes. Vale tudo. Chutes na virilha, também. 

É BOM VOTAR – Pela idade, não tenho mais obrigação de votar. Mas compareço, sempre. Gosto de votar. Até quando Deus quiser. Barba feita, protetor solar, garrafa de água, chinelo e bermuda. Em 2026, com 82 anos, pretendo votar novamente.  O voto é a arma do cidadão. Ventos saudáveis da democracia, com o povo circulando nas ruas. Hoje o celular tem o título de eleitor e demais informações.  Modernidade e facilidades.

O decepcionante perfil dos candidatos é que não muda. Mentirosos, cretinos, falastrões e ingratos. Só procuram você em época de eleição. Raros merecem meu apreço. Poucos se salvam. O balaio de candidatos medíocres e oportunista não para de crescer. Todos empenhados em tirar o Brasil do caos e da ineficiência dos gestores. Fantasiados de salvadores da Pátria. 

Detalhe grave, a meu ver, crescendo, indicando, alertando e assustando. Em 2026, nas eleições presidenciais, novamente a medonha polarização estará ativa na rinha. Dará as cartas

Taxas de rejeição não alteram os resultado das pesquisas eleitorais

Charge do Baggi (instagram.com/falabobaggi/)

Pedro do Coutto

Sobre o empate triplo desenhado para as eleições para a Prefeitura de São Paulo, alguns analistas recorrem à taxa de rejeição de cada um dos candidatos como possível meio de definir a disputa ou reviravoltas em possíveis prognósticos. É um equívoco. A taxa de rejeição já está embutida nos percentuais que os candidatos obtêm nos levantamentos.

No momento em que o eleitor escolhe um candidatos entre os três candidatos, a exemplo das pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, ele já rejeitou os outros dois. Ou seja, essa taxa não faz diferença. É um erro procurar nesse ponto da questão qualquer força, pois a intenção de voto já está presente nas declarações feitas durante a pesquisa. A taxa de rejeição é teórica e recorrer a esta é uma consideração dupla dos elementos envolvidos.

ALTERNATIVAS – O Ministério da Fazenda estuda alternativas para cumprir a promessa de campanha do presidente Lula da Silva e garantir a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Uma possibilidade em análise é limitar o benefício a quem efetivamente ganha até esse valor por mês, mas haveria uma “rampa” para evitar que trabalhadores que recebem um pouco mais não sejam prejudicados.

O tema está em discussão na pasta de Fernando Haddad antes de ser apresentado a Lula, que irá tomar uma decisão sobre o assunto. O projeto faz parte da agenda de reforma de regras tributárias sobre a renda. No caso da ampliação da isenção do IR, os obstáculos são maiores. O desenho que está sendo feito agora teria um impacto de cerca de R$ 35 bilhões na receita de impostos. A equipe econômica busca saídas para cumprir a promessa sem prejudicar as contas públicas e quer propor formas de compensação dessa isenção.

É isso que vem travando as discussões. Para técnicos, não há uma saída “óbvia”, como tributação de lucros e dividendos ou aumento de faixas do IR, com alíquotas mais altas para rendimentos maiores. Trata-se de uma iniciativa positiva, sobretudo para os que têm menor renda. Mas o estudo requer mais atenção por parte das correntes da Fazenda, pois o assunto não é pacifico. O fato é que o governo tocou num ponto importante de isentar uma faixa maior de rendimento. A isenção inclusive vai se refletir num consumo maior das famílias.

Nenhum candidato consegue responder às perguntas do poeta

Tribuna da Internet | Para o cidadão-contribuinte-eleitor, em tempo de  eleição, perguntar não ofende

Paulo Peres, um poeta-cidadão

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor, letrista e poeta carioca Paulo Roberto Peres, através do poema “Perguntar”, personifica o cidadão-eleitor-contribuinte e questiona os candidatos às eleições municipais deste domingo.

PERGUNTAR
Paulo Peres

Meu senhor, minha senhora,
Desculpe por perguntar,
Notícias de toda hora
Que entender faz chorar!

Trabalho o ano inteiro
Imposto do meu dinheiro
Percentual vem tirar….

Mas tudo bem, entendo eu
Isto sempre aconteceu
Para necessidades sanar
Do povo em qualquer lugar.

Mas no Brasil tal contrato
Por governantes setores
É rasgado em cada ato
Pela ganância, credores
Do além-mar barganhar….

Em ano de eleição
Surge como panaceia
O voto do cidadão.
Muita promessa semeia
E no fim é sempre igual.

Prestar o serviço essencial,
Federal, estadual, municipal
Pertence a quem, afinal?

A competência passeia
Pelas rádios, TVs, jornais
E pelas redes sociais,
Enquanto o Povo vagueia
No sofisma eleitoral!

Hoje é dia de assistir ao show eleitoral de Renata Lo Prete e William Bonner

Bonner corrige erro de Renata Lo Prete

Bonner e Renata cobrem as eleições em grande estilo

Carlos Newton

Carlos Imperial era um artista multimídia realmente especial. Desde cedo, fazia de tudo, um trabalho aqui e ali em rádio, show, cinema e televisão. Filho de uma conhecida educadora, que tinha um colégio em Botafogo, o jovem Imperial organizava maravilhosas rodas no auditório da escola, reunindo grandes atrações do samba de raiz, inclusive Beth Carvalho, que a gente já conhecia de uns saraus na Tijuca. Foi lá no Colégio Imperial que Beth começou a fazer sucesso e não parou mais.

Imperial não parava quieto. Era compositor, apresentador de TV e ajudou a lançar grandes nomes como Roberto Carlos, Tim Maia e Elis Regina.

SAIR NA PORRADA – Iniciou-se na política pelo PDT brizolista e foi o vereador mais votado do Rio em 1982 e lutou pela construção do Sambódromo. Em 1985, criou o Partido Tancredista Nacional.

Eu trabalhava no programa “Sem Censura” e estava falando mal do partido dele, dizendo que era oportunista. Alguns minutos depois, ele invadiu o estúdio e caminhou direto para mim. Pensaram que a gente ia sair na porrada, ao vivo e a cores. Mas ele disse: “Estou te esperando no bar do Marialva. Vamos tomar um café que eu quero te convidar para entrar no meu partido”. E eu respondi: “Combinado”. Não sabiam que éramos amigos.

Certa vez, ele resolveu ser jornalista e se tornou chefe da redação da revista Fatos & Fotos, junto com Raul Giudicelli, um tremendo jornalista, muito culto, e que era amigo de Nelson Rodrigues. A revista foi um sucesso de vendas, com as maluquices que os dois inventavam. Uma das máximas deles era: “Sem liberdade para elogiar, nenhuma crítica tem cabimento”. E costumavam abrir espaço para elogios.

Sempre lembro deles quando vou aplaudir alguém. E hoje faço um elogio antecipado, dizendo que é dia de assistir ao grande show de Renata Lo Prete e William Bonner.

ESPETÁCULO À PARTE – A apresentadora e comentarista Renata Lo Prete torna-se um espetáculo à parte, porque é dedicada e estuda em profundidade a política de cada Estado e de cada capital ou metrópole. William Bonner não estuda nada, não sabe nada, mas é um fabuloso apresentador, embora confesse que seu grande alvo é o telespectador tipo Homer Simpson.

Nesses programas políticos, Bonner Simpson aceita ficar em segundo plano e se apresenta como “escada” para o show de informações de Renata Lo Prete. Ele é o levantador do vôlei, que prepara a boa para Renata cortar, e o faz esplendidamente.

Não sei quanto costuma ser a audiência desses “Fantásticos Especiais”, mas deve-se dizer que somente quem não tem o menor interesse em política, mostrando ser um irrecuperável alienado, é que pode perder esse programa. Até o cachorro dos Simpson, chamado “Santa”, costuma assistir.

Empate triplo desafia as eleições à Prefeitura de São Paulo

Indefinição é resultado do acirramento das últimas semanas

Pedro do Coutto

Enquanto no Rio de Janeiro, a vitória de Eduardo Paes no primeiro turno já parece ser um fato consumado, uma vez que a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostra o atual prefeito em uma posição confortável na disputa, com 54% das intenções de voto, apesar de ter registrado uma queda de 5 pontos percentuais em comparação com a pesquisa anterior, em São Paulo um verdadeiro desafio se estabeleceu nesta reta final, com três candidatos brigando pelas duas vagas no segundo turno.

Na maior cidade do país, o prefeito Ricardo Nunes, de centro e com apoio tímido do ex-presidente Jair Bolsonaro, defende sua gestão, confrontando-se com o deputado federal Guilherme Boulos, do campo da esquerda e apoiado pelo presidente Lula da Silva — que pouco participou da campanha —, e pelo influenciador digital e empresário Pablo Marçal, o outsider de direita que bagunçou a campanha com a sua estratégia de desrespeitar qualquer regra de bom comportamento.

REDES SOCIAIS – Sem direito ao horário eleitoral obrigatório, Marçal fez a sua campanha praticamente pelas redes sociais, onde tem milhões de seguidores. Correndo por fora, está a deputada Tabata Amaral (PSB), que viu seu nome crescer nas pesquisas, mas não a ponto de ameaçar o trio favorito. A deputada, porém, é quem melhor aproveitou o espaço que os debates abriram para se fazer mais conhecida. Foi, também, a mais contundente nas críticas a Pablo Marçal, por ter visto boa possibilidade de roubar votos do influenciador.

Segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira, instaurou-se um cenário embolado no primeiro turno para a Prefeitura da cidade, com Guilherme Boulos registrando 26% dos votos, seguido por Ricardo Nunes, com 24%, e Pablo Marçal, também com 24%. Os três estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

RECUO – Na comparação com a semana passada, Nunes recuou três pontos (tinha 27%). Boulos teve oscilação positiva (possuía 25% e variou um ponto para cima), e Marçal, que estava em terceiro lugar, com 21%, manteve a curva ascendente e teve variação positiva de três pontos, igualando-se ao índice do atual prefeito.

A parcela dos que não sabem é de 3% agora, mesmo patamar da pesquisa anterior. A opção pelo voto nulo ou branco é declarada por 6% dos eleitores. No segundo pelotão, Tabata Amaral confirmou o descolamento de José Luiz Datena. A deputada do PSB oscilou para cima e agora chega a 11% na estimulada (tinha 9%), enquanto o apresentador tem 4% (antes marcava 6%, em empate técnico com a deputada).

PRESSÃO – A parlamentar se insurgiu nos últimos dias contra as pressões por voto útil na esquerda, após manifesto de artistas e intelectuais defender o apoio a Boulos para evitar um segundo turno “trágico”, com dois bolsonaristas, Nunes e Marçal. Tabata apela às rejeições na tentativa de se mostrar ainda no jogo.

O cenário de indefinição até a reta final é resultado do acirramento das últimas semanas, com Nunes e Marçal disputando o eleitorado à direita e ligado a Bolsonaro, e Boulos em estabilidade, mas com dificuldade para avançar entre eleitores do presidente Lula, seu apoiador e incentivador da nacionalização da eleição paulistana.

Depois de esculhambar os pilotos e a FAB, Lula mandou comprar um novo avião

Avião presidencial de Lula fez 50 voltas no céu do México até pousar

Lula e Janja culparam a manutenção da Aeronáutica

Vicente Limongi Netto

Breve cruzando os céus do mundo, o novo AeroLula. Brinquedinho modesto, sem luxo, avaliado, por baixo, em centenas de milhões de reais. Pelo menos o cidadão vai saber onde a grana dele será usada. Áulicos palacianos sugerem uma vaquinha nacional para melhorar o conforto e a segurança do casal presidencial. 

O colunista Cláudio Humberto costuma revelar, sem desmentidos, o oceano de inacreditáveis gastanças do chefe da nação. Absurdos que alvitram a população. O atual aviãozinho poderia ser vendido e o dinheiro destinado para algum programa sério que ajude a melhorar a qualidade de vida dos brasileiros mais necessitados.

SEM EDUCAÇÃO – Sem educação e ignorante, Lula não entende o que significa um pássaro ser tragado pelo motor. Culpou a FAB esculhambou os pilotos e a manutenção que o AeroLula recebe.

Lula também poderia botar a mão na consciência (consciência? Deus perdoe a blasfêmia) e começar a diminuir gastos brutais nas viagens ao exterior. Usar hotéis mais baratos. Evitar comidas e bebidas mais em conta. Outra providência salutar é acabar com excessos de mordomias das inúteis e numerosas caravanas de vassalos.

GÊNIO –   Técnicos do Peru e do Chile, novos adversários do Brasil nas eliminatórias, seguramente encantados com a maestria do meia do Fluminense, Paulo Henrique Ganso. Ficarão perplexos e demorarão a acreditar que o cerebral meia não é convocado pelo medonho técnico brasileiro, Dorival Júnior.

Nenhum dos jogadores queridinhos de Dorival enfiam uma bola, entre três adversários, como Ganso enfiou, para o gol de Arias. Passe antológico, que honra o verdadeiro e bom futebol. Ganso simplifica, enxerga o jogo, descobre espaços para notáveis passes e lançamentos. Dita o rítmo do jogo. E dá broncas oportunas.

 Estamos perto do hexa, no futsal. Domingo, jogo final com a Argentina. Já o hexa da seleção de futebol parece cada vez mais distante.

Troca de hostilidades e bombas entre Israel e o Irã impactam milhares de civis

Confrontos ignoram qualquer tipo de regra ou respeito à vida

Pedro do Coutto

Agrava-se a crise no Oriente Médio com a troca de hostilidades e bombas entre Israel e o Irã. A população civil sofre o impacto de uma situação verdadeiramente catastrófica no Líbano, com cerca de um milhão de pessoas impactadas. O ritmo de deslocamento da população excedeu os piores cenários desde 23 de setembro. Israel aumentou drasticamente os bombardeios, matando mais de 500 pessoas em um único dia, segundo o governo libanês. O nível de trauma e de medo na população é extremo.

Israel defende que sua ofensiva contra o Hezbollah — grupo fortemente armado e apoiado pelo Irã — tem como objetivo garantir o retorno para casa de israelenses retirados de regiões próximas à fronteira libanesa, em consequência de praticamente um ano de ataques do Hezbollah contra o norte de Israel. O governo libanês diz que cerca de 1,2 milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas por causa dos ataques israelenses. Algumas morreram em ataques israelenses após deixarem seus lares.

Imagens dos “kid pretos” no 8 de Janeiro mostram como a democracia apodreceu

PGR aciona STF contra lei que instituiu o 8 de janeiro como | Política

Os “kids pretos” se infiltraram e lideraram o vandalismo

Carlos Newton

Como se dizia nos anúncios fúnebres de antigamente, cumprimos hoje o doloroso dever de comunicar a morte da verdade, que é a primeira vítima das guerras e também das ditaduras. Aqui na Tribuna da Internet, muitos articulistas e comentaristas têm manifestado a opinião de que ainda estamos em regime de democracia plena, porque, se estivéssemos numa ditadura, esse espaço livre na internet jamais existiria.

É preciso concordar com esse raciocínio, mas podemos e devemos ressalvar que o limite entre uma ditadura e uma democracia pode ser muito tênue. Acredito que estejamos costeando o alambrado, como dizia Leonel Brizola, porque já existem determinadas evidências concretas de uma derrocada do regime democrático.

UM BOM EXEMPLO – Desde o 8 de Janeiro, temos defendido aqui na Tribuna a tese de que o vandalismo em Brasília foi incentivado por um grupo de baderneiros profissionais, digamos assim, que estavam armados de porretes e barras de ferro, conseguiram se infiltrar na multidão e lideraram concretamente a invasão dos palácios.

Depois, divulgamos outra informação importante, dando conta de que, às vésperas da invasão da Praça dos Três Poderes, chegou a Brasilia um grupo de militares das tropas de elite, apelidados de “kid pretos”, que se hospedaram em hotéis da capital e se infiltraram para liderar a baderna.

Pesquisamos as fotos do tumulto e realmente encontramos esses “kids pretos” em ação no 8 de Janeiro, usando inclusive máscaras contra gás lacrimogêneo, e publicamos diversos artigos cobrando que o Supremo e a Polícia Federal investigassem essas gravíssimas denúncias.

NINGUÉM OUVIU – Infelizmente, nada aconteceu, os investigadores da PF e da força-tarefa do ministro Alexandre de Moraes simplesmente desconheceram o assunto, não requisitaram as listas de hospedagem nos hotéis nem as relações de passageiros das companhias aéreas nos três dias que antecederam a invasão.

Mais de um ano depois de termos feito essas graves denúncias, o comentarista José Guilherme Schossland, sempre atento ao lance, nos envia uma coletânea de filmagens feitas por celular que mostram os “kids pretos” liderando a invasão e o vandalismo, enfrentando os PMs e tudo o mais.

Uma imagem vale mais do que mil palavras, dizia o pensador chinês Confúcio, dois mil e trezentos anos antes de o francês Joseph Nicéphore Niépce ter inventado a fotografia. E a coletânea enviada por Schossland traz até o rosto de um dos infiltrados e uma imagem de outro “kid preto” com máscara contra gases e fone de ouvido para receber instruções.

UMA COMÉDIA – Isso significa que a apuração da Polícia Federal e do Supremo é apenas uma comédia, uma farsa mal ensaiada.

O ministro Moraes também não quer apurar nada e prefere curtir seu sadismo condenando aqueles pés de chinelo a 17 anos de cadeia, e sendo carimbados como “terroristas”, algo que nem sabem o que significa, quando o único crime que cometeram foi acreditar em políticos falsos e oportunistas, que pensavam mais em seus interesses do que nos verdadeiros interesses do país.

Os “kids pretos” estão escapando impunes, e isso explica muita coisa.

(Clique no endereço abaixo para comprovar a ação dos “kids pretos”, que estão sendo chamados no vídeo de “Esquerda”, mas de esquerdistas eles não têm nada)

https://www.facebook.com/share/p/55t7nkWYP6t66Kpv/?mibextid=qi2Omg

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P.S. –
Foi por isso que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, apressou-se em sumir com as gravações das câmaras situadas no seu ministério, em frente ao Congresso e ao lado do Planalto, onde os “kid pretos” agiram. Como no dia 8 as Forças Armadas já respondiam a Lula, os “kid pretos” tinham de ser investigados e presos, mas não há interesse. Foi por isso, também, que o poético general Gonçalves Dias nem foi investigado, embora tivesse sido filmado percorrendo o palácio e fazendo relato por celular, depois confraternizando com os invasores e até mandando servir água mineral a eles. O fato é que o país apodreceu e a Justiça mergulhou fundo no lamaçal. Ainda não estamos numa ditadura, mas é como se já estivéssemos. (C.N.)

Complexo Militar que manda nos EUA não permitirá que haja paz no Oriente

Pesquisas mostram Kamala e Trump empatados em nível nacional

Trump e Kamala são apenas faces de uma mesma moeda

Roberto Nascimento

Não se pode destruir uma nação soberana, como o Líbano, sob o pretexto de aniquilar uma milícia instalada no Sul do país, que ameaça a segurança do invasor, sabidamente muito mais poderoso militar e economicamente, pois Israel é uma potência detentora de ogivas nucleares. Não bastou a destruição em 2006, agora Israel volta a atacar o Líbano com sua poderosa aviação lançando bombas na capital Beirute.

Dizem que são ataques cirúrgicos, para matar líderes do Hezbollah, mas essa precisão não existe. As bombas atingem prédios e pessoas naquele círculo definido pelas aeronaves como provável alvo. Nesta quarta-feira, por exemplo, num ataque cirúrgico, morreram mais de dez moradores da capital, sem contar os feridos e os desabrigados.

NOVO ÊXODO – Sob ataque, os moradores do Sul do Líbano estão deixando suas casas e se dirigindo para a capital, onde a maioria ficará desabrigada e morando nas ruas. É triste abandonar os bens construídos durante toda uma vida, deixar tudo para trás e seguir com a vida, pois as bombas destroem o que ficar, como aconteceu em Gaza.

Estima-se que mais de um milhão de libaneses vão migrar do Sul para o norte para fugir das bombas e dos combates. Numa população de 6 milhões de pessoas, pode-se dizer que um milhão deles vão se tornar moradores de rua. Uma tragédia anunciada, repetindo o ocorrido em Gaza, hoje reduzida a escombros.

Tudo isso ocorre sob as bençãos dos Estados Unidos. Resumindo: quem acredita nos acordos e na palavra dos políticos e militares americanos, significa comprar um passaporte para o inferno.

DEPOIS DO XÁ – O regime persa se tornou inimigo dos EUA, quando o Xá Reza Parhlevi foi derrubado. O Aiatolá Khomeini tornou o Irá uma potência do Oriente Médio. Em 1980. o presidente Jimmy Carter, dos EUA, ordenou uma invasão ao Irá, que foi um fracasso. Os helicópteros americanos caíram derrubados por tempestades de areia, coisas ridículas assim.

O governo de Bush pai preferiu instar o ditador do Iraque, Saddam Hussein, a declarar guerra ao Irá. A refrega durou oito longos anos. A economia do Iraque e do Irá chegou a colapsar, obrigando os dois países ao cessar-fogo.

Mas, quem mais sofreu com o esforço da guerra foi o Iraque. Para recuperar o país, Saddam resolveu invadir o vizinho Kuwait para tomar posse das reservas de petróleo. Os EUA aparentemente deram aval. Mas quando as tropas do Exército sunita do Iraque entraram no Kuwait, os EUA invadiram o país e obrigaram as tropas de Saddam a recuar.

NUM BURACO – Saddam passou a ser caçado pelas tropas americanas. Se escondeu num buraco por várias semanas. Quando o acharam, em 2005, estava destruído, parecendo um mendigo. Seu julgamento durou quase 13 meses. O ex-ditador foi condenado por crimes cometidos durante o regime que comandou no Iraque entre 1979 e 2005, como o massacre de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.

O ex-ditador foi condenado juntamente com seu meio-irmão Barzam Ibrahim al Tikriti e Awad al Bandar. A sentença foi confirmada pela corte de apelações do Iraque em dezembro de 2006. Foi enforcado em praça pública.

O julgamento foi considerado uma forma de “justiça dos vitoriosos”, uma vez que os Estados Unidos acompanharam o processo. Resultado, o que restou da elite do Exército iraquiano, de maioria sunita, foi para a clandestinidade, formando o núcleo do Estado Islâmico (Isis), que está ativo até hoje, cortando cabeça de quem não cumpre a Lei da Sharia.

ELEIÇÃO NOS EUA – Os norte-americanos se sentem donos do Oriente Médio. Republicanos ou democratas são o mais do mesmo. Ambos são reféns do Complexo Industrial Militar, que estimula as guerras para vender seus armamentos. Por isso, todo o esforço para a mediação dos conflitos, cessar-fogo e paz, enfim, quase sempre se transformam num rotundo fracasso.

Vejam como o governo de Joe Biden foi conivente com a reação de Israel. Espera-se dele uma atuação pró-ativa, mas isso não aconteceu em momento algum.

Entendo que na hipótese de vitória de Donald Trump, as guerras podem se tornar generalizadas. Assim, a ampliação da guerra no Oriente Médio deve servir de poderoso combustível para Trump derrotar Kamala Harris.

Com a ofensiva lançada contra Israel, o Irã abre novo capítulo dramático no Oriente Médio

Ataque direto atingiu principalmente Tel Aviv

Pedro do Coutto

O ataque do Irã a Israel e a resposta de Netanyahu, garantindo retaliação, formam um novo capítulo dramático da guerra no Oriente Médio que agora pode ser expandida. O Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos em direção ao território israelense nesta terça-feira, no primeiro ataque direto após a escalada de tensão entre Israel e o Hezbollah, grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano.

Na última segunda-feira, um dia antes da ofensiva iraniana, Israel lançou uma ofensiva terrestre no Líbano mirando alvos específicos do Hezbollah. A invasão ocorreu após mais de uma semana em que Israel vem bombardeando diferentes regiões do Líbano, inclusive a capital, Beirute, em uma ação que marcou um novo conflito na guerra do Oriente Médio.

TENSÃO – Há quase um ano, Israel luta também contra o Hamas na Faixa de Gaza, desde que o grupo terrorista invadiu o sul do país, matou 1,2 mil pessoas e sequestrou outras centenas. O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde então, em apoio ao Hamas. A tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira.

Em apenas 12 minutos, os mísseis iranianos atravessaram os céus de pelo menos dois outros países do Oriente Médio e chegaram em Israel. Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada. Parte dos artefatos foi abatida pelo Domo de Ferro, um dos poderosos sistemas antimísseis israelenses.

ESPAÇO AÉREO – Alguns mísseis atingiram locais controlados por Israel na Cisjordânia. Além de Israel, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos, posteriormente reabertos. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou também que o ataque desta terça representa somente parte da capacidade ofensiva do Irã, e disse: “não entrem em confronto com o Irã”. Já o porta-voz do Exército israelense disse que o ataque foi “sério” e que “haverá consequências”.

Não já sinalização de nenhum parte envolvida nas ações bélicas de um possível recuo ou acordo de cessar fogo. Novamente, o mundo prende a respiração e se coloca de prontidão diante dos próximos passos da temida guerra no Oriente Médio.

No último poema de Manuel Bandeira, a lembrança da paixão dos suicidas

Eu gosto de delicadeza. Seja nos gestos,... Manuel Bandeira - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário e de arte, professor de literatura, tradutor e poeta Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1886-1968) quando jovem teve tuberculose  e, consequentemente, passou a vida inteira com a ideia de que morreria em breve, mas viveu até seus 82 anos, razão pela qual “O Último Poema” e muitos poemas de sua autoria carregam a melancolia e a sensação de sempre estar à espera do pior.

Vale ressaltar que versos curtos, pensamento objetivo, liberdade no uso das palavras, simplicidade na escrita, ironia e a crítica são características do modernismo que aparecem no poema, que também nos mostra a realidade em “flores sem perfume”, “soluço sem lágrimas” e o improvável quando fala sobre “ilusão”.

Além disso, o título do poema nos indica como Manoel Bandeira gostaria de ser lembrado, conforme revela o último verso todo seu pensamento. Mas também ao citar a paixão dos suicidas ele nos conta sobre a falta de sentido, sobre o paradoxo que é nosso caminho pela vida. Sobre ilusão e desilusão.

O ÚLTIMO POEMA
Manoel Bandeira

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Israel começa invasão terrestre contra o Hezbollah no Líbano

Israel invade Líbano em busca do Hezbollah e nova guerra se inicia

Pedro do Coutto

A guerra no Oriente Médio vinha se desenrolando, até agora, por meio de ataques mútuos entre Israel e o Hezbollah. De ataques ao Líbano a atentados na Faixa de Gaza, a tensão se agravava, desde outubro do ano passado, com episódios sucessivos de ações contra hospitais e em importantes centro urbanos, como Beirute. Ontem, porém, uma nova página da guerra começou a ser escrita. As tropas de Israel e do Hezbollah começaram a travar o primeiro confronto direto.

Segundo informações do Exército israelense, o confronto aconteceu no sul do Líbano. Por lá, os soldados israelenses fizeram incursões por terra desde a tarde de segunda-feira.  Até o momento em que escrevo esse artigo, não havia informações sobre mortos ou feridos no confronto direto, mas o Exército israelense comunicou que “há um combate intenso” no sul libanês. Os militares de Israel também informaram a realização de um novo bombardeio em Beirute, capital do Líbano.

ATAQUES – A invasão israelense ao Líbano já era esperada. Desde que os ataques a pagers no país tomaram o noticiário, nas últimas semanas, o agravamento indicava que as tropas de Netanyahu avançaram sobre o território dominado pelo Hezbollah. Outro ponto da guerra diz respeito à morte do chefe do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, no último sábado, após um ataque nos subúrbios do sul de Beirute e que fez o grupo reafirmar que continuaria a batalha com Israel. Agora, em meio à invasão ao território libanês, Israel determinou que os residentes de mais de 20 cidades no sul do Líbano saíssem imediatamente das suas casas.

O Exército israelense também anunciou nesta terça ter mobilizado mais quatro brigadas reservistas para serem destacadas no norte do país. “Isso nos permitirá continuar as atividades operacionais contra a organização terrorista Hezbollah e alcançar objetivos operacionais, acima de tudo o retorno seguro dos habitantes do norte de Israel às suas casas”, disse o Exército em comunicado.

Com a invasão terrestre do Líbano pelas forças de Israel, agravou-se a crise no Oriente Médio, inclusive com a perspectiva da entrada do Irã, que financia o Hezebolah.  Israel não tem linha de recuo e ainda não sabe o que o Irã fará diante da ameaça. Mais uma vez, o terror da guerra sem limites ameaça a vida de milhares de pessoas e a paz mundial.

Escândalo das Bets mostra que o governo não existe, é apenas uma “peça de ficção”

Lula sanciona lei que regulamenta apostas esportivas | Geral

Há Bets que funcionam sem autorização. Você sabia?

Carlos Newton

O Brasil não sabe o que é um presidente de verdade desde o mineiríssimo Itamar Franco, que nem mineiro era, pois nasceu em mar alto, quando sua família viajava de navio para o Rio de Janeiro, de onde seguiria para Juiz de Fora. Seu nome diz tudo: o navio era da frota Ita e o mar estava ali mesmo – Itamar, um político formado em Engenharia, com experiência direta no Executivo e no Legislativo, equilibrado e conciliador, como todo bom político mineiro. Ficou apenas dois anos no poder, mas deixou saudades.

Seu governo era chamado de República de Juiz de Fora, porque o chefe da Casa Civil também era de lá, Henrique Hargreaves, seu amigo de infância. E nomeou mais alguns mineiros, como o ministro da Justiça, Maurício Corrêa. Assim, mineiramente, colocou este país em ordem.

MÃOS LIMPAS – Itamar era um político de mãos limpas, implacável contra a corrupção. Quando a imprensa ensaiou uma acusação contra o ministro Hargreaves, demitiu-o imediatamente. Disse-lhe que saísse, provasse a inocência e voltaria ao cargo, com direito a tapete vermelho. E foi o que aconteceu.

Este país jamais pode esquecer isso, porque agora estamos na fase justamente oposta, de perdoar e descondenar os corruptos que confessaram terem desviado recursos públicos.

Reina a esculhambação nos três Poderes da República, que nos perdoe o conde de Montesquieu. Basta conferir o tal escândalo das Bets.

“INCLINADO” – Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o presidente Lula da Silva está “inclinado” a decidir pelo bloqueio do cartão do Bolsa Família para pagamento de apostas on-line.

“Inclinado”?…. Ora, todos já pensavam que uma canetada iria bloquear imediatamente o Bolsa Família, mas agora sabemos que o presidente ainda está apenas “inclinado”.

E o ministro acrescenta que Lula ainda vai discutir também a questão da dependência psicológica dos apostadores. O quê? Dependência psicológica? Parece que o presidente nem percebe que se trata de dependência alimentar, vejam a que ponto caímos.

TIRAR DO AR? – Assim, o ministro da Fazenda se desnuda e mostra que também é um idiota completo, pois anuncia a divulgação da lista com as bets autorizadas a funcionar no país, dizendo que os sites que não pediram autorização vão começar a ser retirados do ar em dez dias, para que os apostadores tenham tempo de sacar os recursos que ainda estejam vinculados às suas contas.

Quer dizer que havia Bets funcionando sem autorização e o governo não fazia nada, absolutamente nada? Tudo errado. Além disso, o ministro da Fazenda revela que ainda vai discutir com os bancos como restringir demais meios de pagamento, como o Pix.

Em tradução simultânea, pode-se dizer, sem medo de errar, que a regulamentação das Bets, feita pelo governo Lula através de Medida Provisória, foi uma grande falácia, uma tremenda conversa fiada, com tudo preparado para as Bets lucrarem bilhões, estivessem ou não autorizadas a funcionar, e o resto não tem pressa.

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P.S. –
Se voltasse por aqui apenas para dar uma olhada, Itamar Franco ficaria horrorizado. Certamente ele repetiria um famoso político mineiro que nasceu no Piauí, Francelino Pereira, perguntando: “Que país é esse?”. E nenhum de nós poderia responder, porque ninguém sabe ao certo. (C.N.)

Ataques israelenses provocam fuga em massa do Líbano para a Síria

A guerra não poupa inocentes, mulheres ou crianças

Pedro do Coutto

O conflito no Oriente Médio está assumindo um caráter de catástrofe diante da pressão e do temor da ofensiva de Israel. Cerca de 100 mil pessoas, 80% delas sírias, fugiram do Líbano para a Síria devido aos ataques israelenses, número que dobrou em dois dias. A reversão desse fluxo, uma vez que a Síria enfrenta uma guerra civil há 13 anos que já deslocou mais de 12 milhões de pessoas, expõe o desespero dessas pessoas à medida que o conflito entre Israel e o Hezbollah se intensifica, com a morte do líder do movimento xiita, Hassan Nasrallah, na última sexta-feira, marcando uma escalada sem precedentes.

Até sexta-feira, 30 mil pessoas haviam cruzado para a Síria, de acordo com a agência da ONU. A maioria são mulheres e crianças. As pessoas em fuga fogem dos bombardeios e chegam à Síria exaustas, traumatizadas e precisando desesperadamente de ajuda. Israel ampliou seus ataques nos últimos dias para incluir o Líbano e a Faixa de Gaza, tendo como alvo o Hezbollah, aliado regional do Irã.

REDUTO – Na sexta-feira, um ataque israelense contra a região sul de Beirute, um dos redutos do Hezbollah, matou Nasrallah. O bombardeio atingiu prédios residenciais sob os quais funcionava o quartel-general do movimento xiita. Foram mais de 80 bombas em poucos minutos, segundo informou o New York Times. O corpo de Nasrallah foi recuperado no domingo.

Os ataques israelenses tampouco pouparam civis e na última semana os bombardeios mataram mais de 700 pessoas no Líbano, incluindo 14 paramédicos em um período de dois dias, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. Nesta segunda, um ataque de drone atingiu um prédio no centro de Beirute, com um grupo armado palestino dizendo que havia matado três de seus membros. O Ministério da Saúde libanês também relatou o ataque, o primeiro no centro da capital libanesa, dizendo que matou quatro pessoas e feriu outras quatro.

Uma situação de pânico que está abalando a humanidade. Israel, segundo Netanyahu, dará sequência aos bombardeiros. O mundo, mais uma vez, corre o risco de um conflito generalizado, pois  o Irã anuncia apoio ao Hezbollah, o que causará uma nova etapa da guerra que poderá ocorrer. O risco já se estende pelo Oriente Médio e não dá sinais de que os conflitos possam ser suscitados pela intervenção das grandes potências. Netanyahu rejeitou as propostas dos Estados Unidos de uma trégua na região. A humanidade se curva diante da ignorância e a violência de mais uma guerra.

Mulheres sólidas, de ancas largas, enfeitam a poesia de Murilo Mendes

Murilo Mendes, retratado por Guignard

Paulo Peres
Poemas & Canções

O notário e poeta mineiro Murilo Monteiro Mendes (1901-1975), no poema “Aquarela”, é ousado não só nas imagens eróticas, mas na associação que estabelece entre palavras. Explica o professor de literatura Edir Alonso que é de uma beleza estonteante a polissemia realizada no termo “Aquarela” e a ideia de umidade, presente em inúmeros momentos, “porque tudo sugere muita novidade, a inauguração, a festividade, como a sensualidade, numa massa compacta que o poeta vai diluindo diante de nossos olhos, como um aquarelista diluindo em água uma massa compacta de tinta”.

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AQUARELA

Murilo Mendes

Mulheres sólidas passeiam no jardim molhado da chuva,
o mundo parece que nasceu agora,
mulheres grandes, de coxas largas, de ancas largas,
talhadas para se unirem a homens fortes.

A montanha lavada inaugura toaletes novas
pra namorar o sol, garotos jogam bola.
A baía arfa, esperando repórteres…
Homens distraídos atropelam automóveis,
acácias enfiam chalés pensativos pra dentro das ruas,
meninas de seios estourando esperam o namorado na janela.

Estão vestidas só com uma blusa, cabelos lustrosos
saídos do banho, e pensam longamente na forma
do vestido de noiva: que pena não ter decote!
Arrastarão solenemente a cauda do vestido
até a alcova toda azul, que finura!

A noite grande encherá o espaço
e os corpos decotados se multiplicarão em outros

Mais mentiras e contradições no inquérito sobre o golpe de Bolsonaro e Braga Neto

Anderson Torres: Ministro da Justiça defende uma C... | VEJA

Os chefes militares estão mentindo, diz Anderson Torres

Carlos Newton

Já mostramos aqui na Tribuna que existe enorme diferença entre as investigações sobre crimes de civis e de militares no chamado Inquérito do Fim do Mundo, aberto há quase seis anos e que não tem prazo para acabar, fato que, por si só, seria suficiente para se arquivar tudo o que já foi apurado e tocar a vida para frente.  

No caso de investigação policial civil, o artigo 10 do Código de Processo Penal determina que “o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão”. Se não estiver preso, o prazo sobe para 30 dias.

Se for inquérito policial militar, o prazo para conclusão também varia, com 20 dias a partir da ordem de prisão, ou 40 dias a partir da data de instauração do inquérito, se estiver solto.  

PRORROGAÇÃO – Para haver prorrogação, é preciso um relatório substancial ao magistrado. Mas, no caso, como o juiz chama-se Alexandre de Moraes e a instância é o Supremo, todas as regras podem mudar mediante “interpretação”, e a Polícia Federal já não se atém ao prazo legal, vai pedindo prorrogação somente a cada 90 dias.

E a Procuradoria, que tem o papel de arquivar inquéritos ilegais desse tipo, se omite, e assim la nave va, cada vez mais fellinianamente.

Em meio a essa esculhambação judicial, o Inquérito do Fim do Mundo abriga importantes e intrigantes controvérsias, como as identificadas entre os depoimentos do comandante do Exército no fim da gestão de Bolsonaro, general Freire Gomes, e o chefe do Comando das Operações Terrestres, general Estevam Cals Theóphilo, também de quatro estrelas e membro do Alto Comando.

PEGA NA MENTIRA – Bem, é certo que um dos dois está mentindo sobre a reunião de Estevam com o então presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2022. Ou, pior, os dois podem estar mentindo.

Como a Polícia Federal e a força-tarefa montada por Moraes pouco estão ligando e não se interessam por eliminar essa contradição, vamos descartar este assunto e abordar um caso semelhante.

O segundo exemplo de contradições insanáveis é a investigação sobre o ex-ministro da Justiça, delegado Anderson Torres.

Em seus depoimentos, o então comandante do Exército, general Freire Gomes, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, confirmaram a presença de Torres em pelo menos um dos encontros para discutir a possibilidade de golpe.

TORRES NEGA – O ex-ministro da Justiça insiste em só ter encontrado com Freire Gomes e Baptista Junior apenas uma vez, no Alvorada. Na ocasião, teria apenas cumprimentado os militares que chegavam para se encontrar com Bolsonaro.

Para desfazer a acusação, a defesa de Torres solicitou ao ministro Alexandre de Moraes acesso aos registros de entrada dos palácios da Alvorada e do Planalto, além de dados de geolocalização do seu telefone e dos celulares de Bolsonaro, Freire Gomes e Baptista Junior.

O objetivo é desmentir a versão dada pelos militares de que Torres teria atuado como “suporte jurídico” para a elaboração da minuta golpista apresentada em reuniões na presença de Bolsonaro e de aliados.

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P.S.
Na petição, assinada pelo advogado Eumar Novacki, foi solicitado um novo depoimento de Torres, bem como uma acareação com os oficiais, caso as supostas contradições não sejam sanadas. Trata-se de um ponto muito importante a ser elucidado. Civil ou militar, ninguém pode mentir em depoimento à Polícia. Se os dois chefes militares mentiram para agravar as acusações a Anderson Torres, devem ser desmascarados e submetidos à execração pública, já que jamais sofrerão punições por cometer perjúrio (falso testemunho), cuja pena é reclusão de três a oito anos, além de multa. Mas quem se interessa? (C.N.)

Está na hora de escalar Gérson como titular, antes que seja tarde demais

Capitão do Flamengo, Gerson atua em vitória da Seleção Brasileira

Gerson tem de começar jogando como titular

Vicente Limongi Netto

Atuações ridículas do Fluminense estão tirando o torcedor do sério. O fantasma do rebaixamento está se materializando. Time acomodado, confuso e irritante. Faria papelão em pelada no Aterro do Flamengo. O técnico Mano Meneses erra mais do que acerta. Ganso pouco inspirado, piora o destrambelho do time.  Foi desastroso perder para o último colocado e ser castigado com gol claramente irregular. O Flamengo, por sua vez, livrou-se do incômodo Tite. Com ele, passamos vergonha em duas copas do mundo.

Nessa linha, creio que Gerson merece uma chance de ser titular, contra o Peru, no próximo jogo do Brasil pelas eliminatórias. Meio de campo brasileiro precisa produzir mais, incomodar e ameaçar mais o adversário.  Peru e Chile estão piores do que o Brasil, na tabela de classificação. Hora de Dorival Junior fazer o torcedor feliz. Caso contrário, será o Tite da vez.   

UMA VERGONHA – A candidatura do pernicioso Davi Alcolumbre para a Presidência do Senado não engrandece a Câmara Alta. Envergonha o busto de Rui Barbosa, destacado no plenário.

O Senado não pode se apequenar, aceitando sem reagir a candidatura do medonho REP Amapá.

Grupos de senadores contrário a Alcolumbre conversam, em busca de acordo para lançar o nome do respeitado senador Otto Alencar (PSD-BA), para o lugar de Rodrigo Pacheco. Boas falas. O bom senso espera que as conversas evoluam com bom final.

TEMPO DE MANGA – Mangueiras frondosas se destacam na paisagem, indicando que a saborosa fruta está chegando. Delícias que compõem o cenário de Brasília. São vistas em todo canto. Nas ruas, chácaras, mansões e condomínios. De várias origens e tamanhos. Penduradas em galhos altos. O começo da criação é com sol e chuva.

Abençoada pelas nuvens, cigarras e ventos suaves das estrelas.  Os gomos verdes são parceiros dos gomos amarelos. O caldo viscoso e interminável é contido pelo caroço esfiapado. Comercializadas, são caras. Apreciadas também com casca e sal.

Maduras, não resiste a pedradas de quem passa por elas. Mangueiras pertencem â vida dos brasilienses. Mangas estão no paladar de todos.  Por meses, a temporada das mangas faz a alegria da população. 

Jogatina eletrônica devora recursos de beneficiários do Bolsa Família

Ilustração de Charge de Caio Gomez

Pedro do Coutto

Em artigo publicado na edição deste domingo em O Globo, Elio Gaspari aborda o avanço das jogatinas que acontecem no país e que está devorando recursos até daqueles que participam do Bolsa Família. Segundo estimativas do senador Omar Aziz, citado na matéria, estima-se que, em 12 meses, os beneficiários teriam apostado R$ 10,5 bilhões usando o Pix.

Estima-se que o conjunto dos apostadores perdeu R$ 24 bilhões entre agosto de 2023 e agosto deste ano. No mês de agosto, as apostas eletrônicas movimentaram cerca de R$ 21 bilhões. Nesse mesmo mês, a arrecadação de todos os sorteios e loterias da Caixa Econômica ficou em R$ 1,9 bilhão. Um absurdo.

TRANSTORNO – A procura por essas plataformas online, quando sai do controle, se trata de um transtorno mental que prejudica não só o patrimônio e as finanças como também as relações pessoais. É uma compulsão que acaba se instalando que a pessoa, mesmo sabendo dos prejuízos, não consegue evitar.

O vício por jogos em casas, assim como na dependência química, vai progressivamente tomando conta da pessoa. As consequências desse comportamento vão levando a pessoa justamente a ter problemas nos seus outros ambientes, nos seus relacionamentos, em situações de sua vida a ter perdas significativas. E mesmo tendo essas perdas elas não conseguem frear a compulsão por aquele vício de um jogo patológico.

A facilidade de acesso a essas plataformas, proporcionada pelos aplicativos móveis e internet, é um dos fatores que explicam o agravamento desse vício. Se antes o indivíduo tinha que sair do país para ir a um cassino ou ir a um bingo ou buscar esse tipo de jogos de apostas, hoje tem o acesso muito rápido pelo seu próprio celular, pelo aplicativo.

PUBLICIDADE – Da mesma maneira, a publicidade contribui para atrair essas pessoas e acionar gatilhos mentais que estimulam essa compulsão por jogos. É preciso que toda essa situação seja revista, sobretudo pelo Congresso.

Mas enquanto muitos que estão por trás desses esquemas de apostas continuarem a ganhar milhões às custas das apostas que viciam, bancando promessas que não se concretizam, a questão só se agrava. Trata-se até mesmo de um risco generalizado para a saúde mental de centenas de milhares de apostadores que se iludem na esperança de ganhos fáceis, mas inalcançáveis.