Um papo de dois amigos, que marcou a era dos festivais de músicas na TV

Aldir Blanc morre em decorrência de COVID-19 no Rio | CNN Brasil

Aldir Blanc, um grande letrista carioca

Paulo Peres
Poemas & Canções

O psiquiatra, escritor e compositor carioca Aldir Blanc Mendes  (1946-2020) notabilizou-se como letrista de muitos sucessos, entre eles o samba “Amigo é prá essas coisas”, em parceria com Silvio da Silva Júnior, em que a letra expõe uma conversa entre dois amigos, da forma mais coloquial possível, uma inovação para a época.

Além disso, amor e amizade dialogam entre si, enquanto o primeiro geralmente fala de desilusão, o segundo celebra o companheirismo.

O samba “Amigo é pra essas coisas” foi classificado em segundo lugar, no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, em 1970, interpretado pelo grupo MPB-4 que, no mesmo ano, o gravaria no seu LP Deixa Estar, pela Elenco/Philips.

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AMIGO É PRA ESSAS COISAS
Silvio da Silva Júnior e Aldir Blanc

– Salve!
– Como é que vai?
– Amigo, há quanto tempo!
– Um ano ou mais…
– Posso sentar um pouco?
– Faça o favor
– A vida é um dilema
– Nem sempre vale a pena…
– Pô…
– O que é que há?
– Rosa acabou comigo
– Meu Deus, por quê?
– Nem Deus sabe o motivo
– Deus é bom
– Mas não foi bom pra mim
– Todo amor um dia chega ao fim
– Triste
– É sempre assim
– Eu desejava um trago
– Garçom, mais dois
– Não sei quando eu lhe pago
– Se vê depois
– Estou desempregado
– Você está mais velho
– É
– Vida ruim
– Você está bem disposto
– Também sofri
– Mas não se vê no rosto
– Pode ser…
– Você foi mais feliz
– Dei mais sorte com a Beatriz
– Pois é
– Pra frente é que se anda
– Você se lembra dela?
– Não
– Lhe apresentei
– Minha memória é fogo!
– E o l´argent?
– Defendo algum no jogo
– E amanhã?
– Que bom se eu morresse!
– Prá quê, rapaz?
– Talvez Rosa sofresse
– Vá atrás!
– Na morte a gente esquece
– Mas no amor a gente fica em paz
– Adeus
– Toma mais um
– Já amolei bastante
– De jeito algum!
– Muito obrigado, amigo
– Não tem de quê
– Por você ter me ouvido
– Amigo é prá essas coisas
– Tá…
– Tome um cabral
– Sua amizade basta
– Pode faltar
– O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará

Acabado o segundo turno, a reeleição de 2026 concentrará o debate político

Lula completa 78 anos, mas não é o mais velho a presidir o Brasil - TV Pampa

Lula quer superar Biden como o presidente mais velho

Carlos Newton

A sucessão de Lula da Silva em 2026 já está nas ruas e vai ser o grande assunto daqui para a frente, porque o antipetismo (ou antilulismo, são a mesma coisa) é um sentimento irrepresável, uma espécie de tsunami político que não se consegue deter.

Será uma das mais importantes eleições de nossa História, porque em qualquer hipótese representará o fim de uma fase altamente contraditória – a era Lula.

SAIU NA FRENTE – Faltando apenas dois anos para os capítulos finais, o único candidato já declarado é justamente Lula, que pretende se tornar o mais velho político eleito para presidir uma nação democrática.

Aos 79 anos, que completa no próximo dia 27, o criador do PT sonha em ser candidato chegando aos 81 anos, na mesma idade que obrigou o presidente americano Joe Biden a abandonar a candidatura este ano, por não ter mínimas condições para continuar.

Aliás, sempre que aparece na televisão, Biden dá impressão de estar sob efeito de medicamentos. 

FORA DE SI – O presidente dos EUA raciocina com dificuldade, praticamente tudo o que diz é redigido pela assessoria da Casa Branca, e ele apenas lê aqueles textos nos teleprompters de vidro transparente, que não visíveis para o público dos eventos.

Compreensivelmente, o presidente americano tem sido poupado ao máximo e raramente é visto em público. Mas o tempo não para, diz a famosa canção que Cazuza compôs com meu amigo Arnaldo Brandão.

No caso de Joe Biden, realmente o tempo foi implacável e pode ser também para Lula, que não é nenhum exemplo de “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo sadio), pois já foi submetido a três cirurgias de importância e fala cada vez mais disparates, é impressionante, parece movido a energéticos.

SONHO DE LULA – Além de Lula ser teimoso como uma porta, sua vaidade não tem limites e ele tenta justificar a ambição dizendo que sonha em salvar o PT da derrocada.

Assim, já é certo que será candidato, talvez com Fernando Haddad de vice, único nome capaz de manter íntegro o petismo durante algum tempo, caso o inesperado faça uma surpresa, diria o cantor Johnny Alf.

Como sempre, em 2026 haverá muitos outros candidatos, aqueles que se inscrevem apenas para ter 15 minutos de fama. Candidaturas reais e com chances de enfrentar Lula serão poucas. É claro que Jair Bolsonaro estará representando o PL, caso seja anistiado e não haja novas condenações em outros inquéritos.

POSSIBILIDADE – Se Bolsonaro for candidato, pode até favorecer nova vitória de Lula, caso a economia esteja bem, porque nesse caso Tarcísio de Freitas cederá a vez e tentará a reeleição como governador paulista, o que muda tudo.

No entanto, se Bolsonaro não puder se candidatar, o nome de Tarcísio de Freitas cresce de tal maneira que pode se tornar favorito, especialmente se trouxer Ciro Gomes ou Simone Tebet de vice-presidente

Bem, trata-se de uma análise faltando dois anos para a eleição. Como diz Pepeu Gomes, “a noite vai ter lua cheia, tudo pode acontecer”. Em política, então, sempre sobram surpresas.

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P.S. –
Parece que dois anos representam pouco tempo, mas podem mudar a vida dos brasileiros, se algum dia aprendermos a votar.  (C.N.)

Neste mundo enlouquecedor, é bom encontrar ternura e poesia na mídia

Debate Sérgio Dávila e Flavia Lima | Um Brasil

Charge do Adão (Site Um Brasil)

Vicente Limongi Netto

Palavras impressas são doces ou amargas. Vai muito pelo gosto do leitor. Engole seco ou soboreia as letrinhas com prazer. De minha parte, no Correio Braziliense de domingo, vou direto na coluna da Ana Dubeux. Sem arrependimentos. Ana energiza nossos corações. Exorta fé e alegrias com suaves manifestações de ternura, perseverança e bondade.

O colunista Severino Francisco, por sua vez, botafoguense e poeta dos bons, exalta o canto das cigarras, lembrando versos de João Cabral de Melo Neto. Outro feliz botafoguense, “Fala, Zé”, brinda leitores com poema de Fernando Pessoa. Permaneço encantado com a edição.  

TAPANDO O NARIZ – Sigo para a atilada Denise Rothenburg destacando o senador Davi Alcolumbre, flanando em Roma. Notícias sobre Alcolumbre, por questão de saúde, leio com o dedo tapando o nariz. Declara Alcolumbre, com falsa e surrada humildade que “eleição não se ganha na véspera”; fujo rápido e arrepiado da Denise e entro esperançoso na coluna “Eixo Capital” da vigilante Ana Maria Campos.

Leio, perplexo, que o partido Cidadania pretende lançar Cristovam Buarque para o governo do Distrito Federal, em 2026. Pedrada no meu coração, quase oitentão.  Melhor regar meu jardim.

PINGUÇO EM AÇÃO — Lula, o medonho “sapo barbudo”, na perfeita definição de Leonel Brizola, voou desesperado para Fortaleza para tentar tirar da UTI do fracasso os candidatos do PT, no segundo turno. O pinguço e analfabeto ainda chefe da nação aproveitou para jogar as patas imundas e desprezíveis em Collor de Mello e Jânio Quadros.

Desconheço de qual esgoto o monoglota Lula foi buscar autoridade e moral ilibada para insultar Collor, para quem perdeu disputa eleitoral e foi o presidente da República que arrancou o Brasil das amarras do atraso, e Jânio, que já não pode se defender dos coices do indecoroso trombadinha. 

Lula reconhece fracasso do PT nas urnas durante eleições municipais

Presidente defendeu necessidade de mudar estratégia do partido

Pedro do Coutto

Numa entrevista para uma emissora de Fortaleza, reproduzida pela GloboNews na sexta-feira, o presidente Lula reconheceu antecipadamente a derrota eleitoral do PT na maioria das cidades do país, inclusive em São Paulo, com o péssimo desempenho da legenda, afirmando que é preciso reformular posições ideológicas que levam ao isolamento.

“Temos que rediscutir o papel do PT na disputa das prefeituras. O PT, nessas eleições, 80% dos nossos prefeitos foram eleitos em cinco países (sic), todos eles no Nordeste. Nós tivemos uma boa participação no Rio Grande do Sul, não tivemos uma boa participação em São Paulo, em Minas Gerais ganhamos as duas cidades que governamos”, declarou.

PERDAS – Lula disse que “o PT cresceu o número de prefeitos e vereadores, mas já governou São Paulo, Porto Alegre e outras capitais importantes”. “O dado concreto é que o PT perdeu inclusive Araraquara, que era uma cidade que tínhamos certeza de que iríamos ganhar. Em Teresina, até uma semana das eleições, todo mundo dava como certa a eleição do candidato do PT e não aconteceu”, disse.

Lula afirmou, porém, que o resultado das eleições municipais não têm efeito direto nas eleições presidenciais. “Toda vez que termina eleições, aparecem os vencedores e heróis que acham que o mundo, a partir dali, mudou. A eleição de prefeito não tem muita incidência na eleição presidencial. Porque nem todo prefeito no segundo ano de mandato está bem”, declarou.

RECURSOS – Segundo o petista, a quantidade de prefeitos reeleitos no Brasil está diretamente ligada aos recursos investidos por meio de emendas do orçamento federal. “Essa quantidade de prefeitos reeleitos é em função de que eles estão com recursos para fazer coisas, senão não seriam reeleitos.

Além disso, tem as emendas do orçamento, que era secreto até outro dia, que faz com que o dinheiro chegue na mão da prefeitura, às vezes sem chegar na do governador. É o maior percentual de prefeitos reeleitos da história, antes não era assim”, afirmou.

O índice de prefeitos eleitos pela legenda, de fato,  foi muito pequeno e destaca o isolamento partidário do PT. Lula justificou que a sua não participação de forma mais intensa em campanhas, inclusive na de Guilherme Boulos, decorre da divisão de suas bases eleitorais. O presidente deixou claro a necessidade de uma reaglutinação.

COMBINAÇÃO – “O PT precisa transformar essa preferência eleitoral e simpatia que tem em voto, que eu recebo, mas a gente não consegue receber nas prefeituras. É preciso fazer essa combinação. Tive uma participação mais acanhada nestas eleições, sou presidente da República e tenho uma base muito ampla”, afirmou.

O presidente disse acreditar que o deputado Guilherme Boulos pode ganhar as eleições em São Paulo. Apesar de apoiar o aliado, a escolha de palavras do presidente não demonstrou o mesmo entusiasmo que ele indicou em relação ao candidato do PT à prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão. Quando se referiu ao cearense, Lula disse estar “confiante” com a sua eleição. No caso de Boulos, disse que o deputado federal “pode ganhar as eleições”. O petista, porém, defendeu o líder do movimento sem teto, a quem chamou de “uma figura muito preparada”.

“Leio que o Boulos pode ganhar as eleições. O Boulos é uma figura muito preparada. Tivemos um problema no primeiro turno, porque é muito difícil convencer um petista, que estava habituado a votar em 13 desde 1980, a votar 50. Tem 50 mil pessoas que votaram no 13. Eu, inclusive, gravei para o Boulos dizendo que as pessoas habituadas a votar no 13 a votar no 50″, afirmou.

Para Adélio Prado, poeticamente o sexo é uma das maravilhas da criação

frases-de-adelia-prado-1024x738 - Flávio ChavesPaulo Peres
Poemas & Canções

A professora, escritora e poeta mineira Adélia Luzia Prado de Freitas, no poema “Entrevista”, aborda temas ligados ao sexo e à religiosidade.

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ENTREVISTA
Adélia Prado

Um homem do mundo me perguntou:
o que você pensa do sexo?
Um das maravilhas da criação, eu respondi.
Ele ficou atrapalhado, porque confunde as coisas
e esperava que eu dissesse maldição,
só porque antes lhe confiara:
o destino do homem é a santidade.
A mulher que me perguntara cheia de ódio:
você raspa lá? Perguntou sorrindo,
achando que assim melhor me assassinava.
Magníficos são o cálice e a vara que ele contém,
peludo ou não.
Santo, santo, santo é o amor de Deus,
não porque uso luva ou navalha.
Que pode contra ele o excremento?
Mesmo a rosa, que pode a seu favor?
“Se cobre a multidão dos pecados e é benigno,
como a morte duro, como o inferno tenaz”,
descansa em teu amor, que bem estás.

Segundo turno em São Paulo poderá ser prenúncio de duelo entre Lula e Tarcísio

Lula e Tarcísio se empenham pela Prefeitura de São Paulo

Pedro do Coutto

Na cidade de São Paulo, de acordo com o levantamento do Datafolha divulgado nesta semana, o quadro favorece amplamente Ricardo Nunes que atinge 55% de preferências dos votos contra 33% de Guilherme Boulos. A situação parece definida, embora faltem duas semanas para as eleições.

O 2º turno das eleições em São Paulo vai marcar o primeiro embate direto do presidente Lula com o governador paulista Tarcísio de Freitas, ambos cotados como possíveis candidatos à Presidência em 2026. Nunes tem o apoio do chefe do Executivo estadual. Boulos, do petista.

DUELO – A disputa antevê um possível, ainda que incerto, duelo em dois anos. Tarcísio é o principal cabo eleitoral de Nunes, enquanto Lula tem o mesmo papel para Boulos. Como o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível, Tarcísio é o nome mais citado para concorrer com o seu apoio.

A vitória de Boulos é considerada pelo presidente a maior prioridade eleitoral deste ano. No fim de agosto, Lula foi a dois comícios ao lado do psolista em São Paulo. Também participou de propagandas eleitorais do candidato. Fez ainda uma caminhada na Avenida Paulista na véspera do 1º turno.

DIVISÃO – Importante destacar uma divisão interessante no espectro político nesta eleição. No campo da esquerda, observa-se uma parcela significativa de eleitores de Lula que não apoiaram Boulos. Já na direita, o movimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em direção ao centro e a partidos mais institucionalizados deixou uma parcela de eleitores órfãos, suscetíveis a novos nomes da direita, como foi o caso de Ricardo Nunes. Esta dinâmica revela limites tanto para Lula quanto para Bolsonaro.

Dessa forma é possível ver limites do presidente Lula muito claramente, mas também limites de Bolsonaro, o que dá uma abertura de espaço para a discussão de novas possibilidades políticas. Esse cenário de fragmentação e realinhamento político abre espaço para novas discussões sobre o futuro da política brasileira, indicando que o eleitorado está se tornando mais complexo e menos previsível em suas escolhas eleitorais.

Datafolha em São Paulo: Nunes tem 55% e Boulos tem 33% no segundo turno

Diferença entre Nunes e Boulos no 1º turno foi de 25 mil votos

Pedro do Coutto

O Instituto Datafolha divulgou ontem a primeira pesquisa para o segundo turno da eleição municipal em São Paulo. Ricardo Nunes aparece com 55% dos votos na pesquisa estimulada, enquanto Guilherme Boulos tem 33% das intenções de voto.  O atual prefeito da cidade chegou ao segundo turno com 29,48%  e o deputado federal, por sua vez, teve 29,07%. A diferença foi de apenas 25 mil votos.

Segundo o levantamento, 84% dos eleitores de Pablo Marçal, que ficou em terceiro lugar na disputa, disseram que vão votar em Ricardo Nunes, que agora é nominalmente apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Apenas 5% das pessoas que votaram em Marçal declararam voto em Boulos no segundo turno.

VOTOS DE TABATA – A transferência dos votos recebidos pela deputada federal Tabata Amaral, que terminou em quarto lugar, vai 50% para Boulos, enquanto 33% dos eleitores dela migram para Nunes no segundo turno. O levantamento também mostra que 85% dos eleitores estão totalmente decididos a votar; outros 15% ainda podem mudar o voto. Os números são os mesmo entre os apoiadores de Nunes.

Já em relação aos eleitores de Boulos, 86% estão totalmente decididos, e 13% disseram que ainda podem mudar. Pelos números do levantamento, Boulos terá que mudar de estratégia para poder enfrentar esse novo cenário em que Nunes parece despontar com uma ampla vantagem, contando ainda com um apoio de vereadores de São Paulo.

TRANSFERÊNCIA –  Apesar da cúpula petista ter decidido transferir R$ 15 milhões para o 2º turno da campanha de Guilherme Boulos na capital paulista, a questão financeira não garante a estabilidade e as condições do candidato do Psol para chegar vitorioso nas urnas e conquistar a Prefeitura.

Claro que ainda há o debate entre os dois , com a possibilidade de apresentações de ideias e projetos. Porém, de qualquer forma, Boulos enfrenta um grande desafio.

Malafaia tem razão! Bolsonaro mostra ser uma porcaria de líder nesta eleição

Bolsonaro diz não acreditar que Adélio Bispo agiu sozinho | Brasil | Pleno.News

Envelhecido e apático, Bolsanaro parece estar aposentado

Carlos Newton

O destrambelhado e incontido pastor Silas Malafaia errou feio ao desmoralizar publicamente seu amigo Jair Bolsonaro, mas não há dúvida de que está cheio de razão. No caso, não se pode sequer argumentar que certas críticas deveriam ter sido feitas pessoalmente, em particular, como disse um dos filhos de Bolsonaro, ao falar em “roupa suja se lava em casa”, porque foi exatamente isso que o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo tentou fazer, inutilmente.

É preciso lembrar que Malafaia mandou mais de 30 mensagens por WhatsApp, mas o amigo Bolsonaro nem se deu ao trabalho de responder. Foi uma temeridade do ex-presidente, que agora está pagando caro por esnobar o pastor. Nem é preciso conhecer Malafaia para saber que ele tem pavio curtíssimo e jamais aceitaria passivamente esse tipo de descortesia.

HIPOCRISIA – É claro que nenhuma amizade resiste a um desentendimento de tal proporção. Como dizia Roberto Carlos, daqui para a frente, tudo vai ser diferente. Embora o pastor tenha dito que tudo está superado e ele até pode fazer campanha para Bolsonaro, é claro que isso seria uma hipocrisia inaceitável de ambos os lados.

Em tradução simultânea, é claro que Malafaia está costeando o alambrado que Leonel Brizola mencionava, e até já encontrou uma abertura, que o próprio líder evangélico citou, ao tecer altos elogios ao governador paulista Tarcísio de Freitas, que não atendeu à recomendação de Bolsonaro sobre a possibilidade de dividir seu apoio entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal.

Com muita habilidade, Tarcísio deu uma volta em Bolsonaro e mergulhou na campanha de reeleição do prefeito de São Paulo, que conseguiu surpreender ao chegar na frente, e agora as pesquisas já apontam sua vitória com 55% dos votos.

PORCARIA DE LÍDER – Malafaia tem razão em considerar Bolsonaro uma “porcaria de líder”. Embora seja pago para isso, o ex-presidente não pretende mergulhar na campanha do segundo turno. Até agora sua agenda só registra um dia em São Paulo, para prestigiar Nunes, e mais um dia em Belo Horizonte, para apoiar Bruno Engler (PL).

Já dissemos aqui na Tribuna que essa falta de disposição para a guerra mostra que Ernesto Geisel estava certo, quando afirmou ao jornalista Elio Gaspari que o capitão Bolsonaro era “um mau militar”. Agora, tornou-se também mau político.

Não lidera nada, embora seja pago pelo partido, junto com sua mulher Michelle, com R$ 45 mil mensais cada um, que vêm se somar às duas aposentadorias como deputado e militar, à renda dos alugueis dos quase R$ 20 milhões que tem em imóveis e ao rendimento dos R$ 17,2 milhões que recebeu do público em Pix, para pagar advogados, e que já estão chegando a R$ 19 milhões, uma bola de neve financeira. Como dizia Vinicius de Moraes, que maravilha viver!

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P.S.
Com tanta grana e tanta falta de garra política, Bolsonaro pode estar se aposentando antes da hora. Parece que a inelegibilidade levou o ex-presidente a uma antecipada brochura, digamos assim, embora ele continue fingindo uma disposição que não se vê na vida real. “Que porcaria de líder é esse?”, perguntou Silas Malafaia, mas ninguém consegue responder. (C.N.)

Lula e Bolsonaro terão que sair do anonimato neste segundo turno

Charge do Benett (folha.uol.com.br)

Pedro do Coutto

A atuação do presidente Lula nesta fase final das eleições em muitas cidades estará em jogo, sobretudo em São Paulo, onde o seu candidato, Guilherme Boulos, obteve a segunda colocação no primeiro turno. Durante a primeira fase encerrada no dia 6, o apoio não foi explícito, mas todos sabem que Boulos é o candidato do Palácio do Planalto num embate que pode colocar frente a frente Lula e Bolsonaro.

Curioso é que enquanto Lula hesita em seu posicionamento, de outro lado, Bolsonaro também vacila ao não apoiar intensamente Ricardo Nunes.Parece que tanto Lula quanto Bolsonaro temem ainda definir as suas preferências no turno final. Mas isso é difícil, pois Boulos representa Lula de qualquer forma, implicando-o na corrida eleitoral. E Nunes é apoiado pelo partido de Bolsonaro.

DESFECHO – O resultado é incerto, tanto para Lula quanto para Bolsonaro que se enfrentam na cidade de São Paulo. Um desfecho difícil de prever. Não se trata apenas de transferência de votos de Pablo Marçal para Boulos ou para Nunes, mas na capacidade que podem ter os candidatos de arrebatar votos dos que esperam um titular eleito.

Por mais que Lula e Bolsonaro queiram se ocultar, não conseguirão, pois todos sabem que num desfecho favorável, Lula capitalizará a vitória. Se Boulos perder, o temor é que a vitória de Nunes seja transformada em ganhos para Bolsonaro. O jogo se complica, e quem vai faturar o resultado final?

Admitindo-se que Ricardo Nunes fique com a mesma votação e Boulos absorva todos os votos de Tabata Amaral e de outros seis deixados de fora, partirá de 42%. Para chegar aos 50%, terá que buscar mais de 600 mil votos no estoque de Marçal. Como 2,5 milhões não foram votar no domingo, essa conta só fechará na noite da próxima eleição. No final das contas, uma coisa é certa: em matéria de votos, ninguém pode se eximir atrás de uma cortina de silêncio. Há sempre um comprometimento.

Essa coisa louca e bela chamada “amor”, na poesia de Tanussi Cardoso

III Ode ao Poeta homenageia Carmen Moreno e Tanussi Cardoso » Recanto do Poeta

Tanussi Cardoso, grande poeta carioca

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, jornalista, crítico literário, contista, letrista e poeta carioca Tanussi Cardoso expõe a sua visão sobre o amor no poema “Cilada”.

Aparentemente trágico, o poema exibe um humor latente e a ironia final fulmina toda a esperança de que um dia saibamos o que é essa coisa louca e bela chamada “amor”, segundo Tanussi Cardoso.

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CILADA
Tanussi Cardoso

O amor não é a lua
iluminando o arco-íris
nem a estrela-guia
mirando o oceano

O amor não é o vinho
embebedando lençóis
nem o beijo louco
na boca úmida do dia

O amor não é a angústia
de se encontrar o sorriso
nem o vermelho
do coração dos pombos

O amor não é a vitória
dos navios e dos barcos
nem a paz cavalgando
cavalos alados

O amor é, sobretudo,
a faca no laço do laçador
O amor é, exatamente,
o tiro no peito do matador

Silas Malafaia informou à classe política que os evangélicos não aceitam ter dono

O pastor Silas Malafaia ataca a Justiça e a desafia a prendê-lo | Metrópoles

Malafaia começa a desembarcar do bloco de Bolsonaro

Carlos Newton

O polêmico e destrambelhado pastor Silas Malafaia, que comanda a igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, causou uma revolução nesse período eleitoral, ao dizer algumas verdades sobre as indecisões de Jair Bolsonaro na condução da ala política que o ex-presidente ainda lidera.

Com a sinceridade e a aspereza que caracterizam seus pronunciamentos, o líder evangélico deu entrevista à Folha de São Paulo, falando à colunista Mônica Bergamo para acusar Bolsonaro de ser covarde e ter se omitido na eleição da capital paulista, por medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB), caso o ex-coach vencesse o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

BOLSONARO – Malafaia ultrapassou todos os limites da amizade que diz ter com Bolsonaro e levou-o ao ridículo, ao revelar que o ex-presidente chorou durante cinco minutos ao conversarem por telefone, quando teve medo de ser preso, porque o ministro Alexandre de Moares já mandara prender vários auxiliares de seu governo.

As porradas de Malafaia foram tão bem dadas que nem coube resposta. Bolsonaro ficou calado sobre as críticas. “Meu Posto Ipiranga não tem gasolina, só tem água”, afirmou o ex-presidente, em rápida conversa por chamada de vídeo com o colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, quando Bolsonaro confirmou não ter respondido às várias mensagens de WhatsApp enviadas a ele por Malafaia no final da campanha eleitoral.

Seus filhos parlamentares, sempre tão valentes, também se pronunciaram com a maior cautela. Mais cedo, o senador Flávio e o deputado Eduardo Bolsonaro já tinham emitido notas evitando confronto com Malafaia e dizendo que “roupa suja se lava em casa, e não em público”.

DIZEM OS FILHOS – “O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno. Assim como foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol, que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distensionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, disse nota assinada por Flávio.

Eduardo, por sua vez, afirmou que Malafaia “é uma pessoa que eu considero e tem muita importância para diversas pautas conservadoras, notoriamente a anistia dos presos políticos”.

“Sem ele, muito disso não teria ido adiante. Se ele nos critica hoje por algum motivo, ainda que eu possa entender absurdas certas palavras usadas por ele, cabe a mim ter a maturidade de interpretar e resolver com ele internamente. Sigo desejando saúde e tudo de bom a ele”, disse o deputado.

MALAFAIA RESPONDE – Após a entrevista, Malafaia afirmou à coluna de Igor Gadelha, que permanece sendo aliado e apoiador de Bolsonaro, mas ressaltou que não é “bolsominion” nem “alienado”.

“Continuo apoiando o Bolsonaro, o maior líder da direita. Não vou julgá-lo definitivamente por um ato errado. Ele tem uma história. Ele continua tendo meu apoio. Só que eu não sou bolsominion. Só que eu não sou alienado, sou aliado de primeira hora. Ninguém, nesses dois últimos anos, defendeu tanto Bolsonaro e se arriscou tanto por ele quanto eu. Tenho muita moral para falar”, afirmou o pastor paulista.

Em tradução simultânea, Malafaia está anunciando que ele e os outros líderes evangélicos não estão a serviço de nenhum partido. Do mesmo jeito que já apoiaram Lula e Bolsonaro, os pastores estão livres para aderir a outro candidato, que, no caso, poderia ser o governador paulista Tarcísio de Freitas, que Malafaia tanto exaltou na entrevista incendiária.

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P.S. –
Esse é o tom da estratégia dos evangélicos. Eles ainda não têm um candidato próprio, mas vão escolher um para chamar de seu na eleição de 2026, que já está quase chegando. O resto é folclore, como dizia nosso amigo Sebastião Nery. (C.N.)

Influência de Lula diminui com o tempo e o PT está perdendo espaço na política

Lula reúne ministros para discutir gastos e alta do dólar, e auxiliares defendem moderação em falas

O tempo voa, Lula está nitidamente cansado e desgastado

Vicente Limongi Netto

As urnas foram ingratas com o PT. O partido quase passa vergonha no primeiro turno das eleições deste ano. Antes de ser preso, acusado de corrupção, Lula era imbatível. Craque nas urnas. Colocava o PT nas nuvens. Nos píncaros da glória. Lula elegia até poste. Lula e o PT não tinham adversários. Hoje, o quadro mudou. A buchada salgou. A pinga virou vinagre.

Viagens internacionais de Lula, muita conversa fiada, críticas a Israel e a ONU, não deram votos para o PT e filiados. O PT parece mais um quadro amarelado na parede. O partido murchou. Lula não convence mais o povo com a facilidade de antes. Tem que fazer tudo praticamente sozinho. Bater o corner e correr para cabecear no gol adversário. O desgaste físico é visível.

RISCO ENORME – Boulos bota os bofes para fora, implorando que Lula não saia de perto dele, no segundo turno. Mas o risco de Lula colar em Boulos no segundo turno é imenso. Nunes vencendo de Boulos, quem mais vai sofrer em 2026, é Lula. Para Boulos, por sua vez, vida segue mansa. Reassume o mandato de deputado federal. Numa boa.

Cresceu muito, por sua vez, o PSD, de Gilberto Kassab. Passou o MDB em prefeituras. São 882 contra 856 do MDB. Kassab é mago dos bastidores da política. Discreto e eficiente secretário do governador paulista Tarcisio de Freitas. Com o trator de Kassab também contra o PT, mais uma razão para Lula colocar de molho as barbas brancas.

Bolsonaro, também comendo as urnas pelas beiradas, é outro aliado forte de Nunes, no segundo turno. Quem gosta de política acirrada, com chutes na virilha e acusações de corar anjos, esperem 2026. Terá de tudo, bastante.

DIA DA CRIANÇA – Criança nasce anjo. Coração estrelado. Olhos cativantes. Cabelos embalando ventos. Criança veio alegrar o mundo. O sorriso ingênuo da criança é clarão do céu.  Restabelece a calma. Criança espanta a desesperança. Doçura da criança é comovente.  Criança alimentada satisfaz a alma. Eleva espíritos.

Criança com fome, sem comida em casa, insulta esperanças. Agride sentimentos. Criança orienta caminhos. Enxerga desigualdades. Criança sofre com indiferenças. Com a falta de carinho e atenção. Criança veio para brilhar.

Criança maltratada fere o coração. Envergonha a cidadania. Ultraja a Constituição. Criança feliz aniquila tristezas. Má vontade e impaciência com as aflições das crianças envergonha e humilha o país que sonha crescer com dignidade. Vem aí o Dia das Crianças, tão massacradas pela desumanidade das guerras que jamais terminam…

Nunes x Boulos: quem herdará os votos de Pablo Marçal?

Charge do Cláudio (folha.uol.com.br)

Pedro do Coutto

O segundo turno das eleições na cidade de São Paulo, após o primeiro turno, apresenta uma situação atípica. Em reportagem nesta terça-feira, O Globo afirma que o candidato Ricardo Nunes não deseja o apoio de Pablo Marçal. O atual prefeito e candidato à reeleição participou de um encontro com mulheres. Questionado se aceitaria que Marçal fizesse campanha ao seu lado, Nunes negou: “No meu palanque, não”.

Após o resultado das urnas, o ex-coach afirmou que poderia apoiar o atual prefeito caso algumas de suas propostas fossem incorporadas. “Tomara que o Ricardo leve em consideração algumas das nossas propostas, porque o eleitorado dele é exatamente do tamanho do meu eleitorado, espero que ele leve em consideração”, afirmou.

ERROS – Nunes afirmou que não irá procurar o candidato do PRTB. “Não vou procurar [Marçal]. Se for procurado, eu vou dizer a ele que espero que tenha aprendido com os erros e possa fazer uma reflexão de tudo aquilo que cometeu de erro e que siga o caminho dele e eu sigo o meu”, afirmou. Ele destacou que precisa dos eleitores de Marçal “que entendem que estamos em uma batalha contra a extrema-esquerda”, mas que não conversaria com o ex-adversário.

Já Guilherme Boulos disse ontem que os eleitores que votaram em Pablo Marçal votaram pela mudança. A fala rebate Ricardo Nunes que afirmou que o perfil do eleitorado do ex-coach é semelhante ao seu. Sobre como irá dialogar com os eleitores de Marçal, Boulos afirmou que quer falar com todos que votaram insatisfeitos com a situação atual de São Paulo.

DIÁLOGO – Disse ainda que o atual prefeito não tem pulso para governar a cidade por ser “um pau-mandado do centrão, sem identidade, vindo do Governo Dória”. “Vamos dialogar não só com os eleitores do Marçal, mas com o conjunto dos eleitores da cidade, 70% dos eleitores que votaram pela mudança”, acrescentou.

O fato é que os votos de Marçal foram muito numerosos e devem ser divididos entre Nunes e Boulos. No fundo da questão, esses são pontos fundamentais que podem ser decisivos para a vitória. Se Nunes não conseguir conquistar os votos de Marçal, estará jogando o eleitor do ex-coach no colo de Boulos. Política é assim, contradições que se estabelecem e se desfazem com o andar dos interesses em jogo.

A importância de preservar a lembrança do romance, na visão de J. G. de Araújo Jorge

Veredas da Língua: J.G. DE ARAÚJO JORGE - POEMASPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, político e poeta acreano José Guilherme de Araujo Jorge (1914-1987) ou, simplesmente, J. G. de Araújo Jorge, foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra romântica como no poema “Romance” que trata do mais velho e o mais belo dos temas, renovado sempre na poesia e no sonho de um poeta, segundo o próprio J.G. de Araújo Jorge, em seu livro “No Mundo da Poesia”.

ROMANCE
J.G. de Araújo Jorge

“Venha me ver sem falta… Estou velhinha.
Iremos recordas nosso passado;
a sua mão quero apertar na minha
quero sonhar ternuras ao seu lado…”

Respondi, pressuroso, numa linha:
“? Perdoe-me não ir… ando ocupado.
Ameia-a tanto quanto foi mocinha
e de tal modo também fui amado.

Passou a mocidade num relance…
Hoje estou velho, velha está… Suponho
que perdeu da beleza os vivos traços.

Não quero ver morrer nosso romance…
– Prefiro tê-la, jovem no meu sonho,
do que, velha, apertá-la, nos meus braços!

Para enfrentar as fakes news, nada melhor do que a velha e boa imprensa

Saiba como explorar imagens e charges... | Guia do Estudante

Charge do Laerte (Folha)

Carlos Newton

A plataforma X já voltou ao ar no Brasil, o empresário americano Elon Musk está prestes a se tornar na matriz USA o primeiro trilionário do mundo e agora poderá dormir melhor, depois de terminada essa humilhação que sofreu ao ser enfrentado por esse fenômeno tropical chamado Alexandre de Moraes, um ministro de Supremo pró-ativo e sem limites, dotado de alta criatividade e capaz de criar suas próprias leis e ritos processuais.

Em meio a essa milagrosa volta do X, que chegou a descabelar o ministro brasileiro, as eleições municipais aqui na filial Brazil intensificaram a discussão sobre o futuro das redes sociais, com seus sensacionais influencers e coachs de toda sorte, enfrentando-se em disputa daqueles 15 minutos de fama do artista multimídia Andy Warhol, que acaba de se tornar criador da pintura mais valiosa da História (excluindo, é claro, as Monas Lisas e outras preciosidades, que não podem pertencer a ninguém, nem mesmo a figuras exóticas como Elon Musk.

TERCEIRA GUERRA – Por causa dessas malditas redes sociais e de fenômenos como o farsante Pablo Marçal, o pastor paulista Silas Malafaia praticamente declarou a Terceira Guerra Mundial contra Jair Bolsonaro, que morreu de véspera e nem conseguiu esboçar reação.

Nestas horas, é preciso tranquilidade e bom senso. Realmente, houve muitos vereadores e até prefeitos que se elegeram surfando na onda das redes sociais, mas outros experimentados fenômenos tiveram um retrocesso brutal, como a ex-deputada Joice Hasselmann, derrotada com menos de 2 mil votos, e o ator Alexandre Frota, que só conseguiu virar vereador em Cotia (SP), vejam a que ponto decaem os fenômenos das redes sociais.

Em meio a essa confusão, destaque-se que nada abala a velha e boa imprensa. Está destinada a ser cada vez mais importante, porque é o melhor antídoto contra as fakes news e a desinformação. Mais alguns anos e a sociedade perceberá que só é notícia se sair na grande imprensa – ou seja, nos portais da grande imprensa na internet.

NADA MUDARÁ – É claro que a imprensa estará cada vez mais sujeita a ser manipulada por grandes grupos e interesses econômicos. Em contrapartida, sempre existirá a imprensa alternativa, que funcionará sob o signo da liberdade, para colocar as coisas em seus devidos lugares e fazer as traduções simultâneas.

Por isso, agradecemos muito aos amigos e amigas que se unem a nós nessa utopia de manter uma imprensa livre, que seja mais confiável e respeite realmente o direito das minorias, como a democracia propõe. Mas essa posição de absoluta neutralidade nem sempre é entendida assim.

“É preciso respeitar a lei que protege nossos inimigos”, dizia Ruy Barbosa, argumentando: “Quando houver alternância e nossos inimigos assumirem no poder, são essas leis que nos protegerão”.

BALANÇO DO MÊS – Vamos agora ao balanço do mês de setembro. De início, os depósitos na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO    OPERAÇÃO              VALOR
03    031044        DP DIN LOT …………100,00
25    000001        CRED TED……………..35,00
30    281306        CRED TEV…………….200,00

Agora, as contribuições no banco Itaú/Unibanco:

02   PIX TRANSF JOSÉ FR………………..150,00
03   PIX TRANSF PAULO R……………….100,00
06   TED 001.5977.JOSE A P J…………306,09
16  TED 001.4416.MARIO A C R………300,00
16  PIX TRANSF JOAO NA ………………..50,00
25  PIX TRANSF DUARTE ………………..205,00
30  TED 033.3591.ROBERTO S N…….200,00

Por fim, no banco Bradesco:

24  DEP. AGEN. 1042 134……………….100,00

Agradecendo muitíssimo a todos que participam dessa utopia, vamos em frente, como diz o Pedro do Coutto.

É incrível! Bolsonaro ficou com medo e não deu resposta ao pastor Malafaia

Malafaia detona pastores que não se manifestaram sobre operação da PF  contra Bolsonaro: 'Covardes' - ContraFatos

Malafaia cantou de galo e ridicularizou Jair Bolsonaro

Roberto Nascimento

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, soltou o verbo, acionou a metralhadora giratória para cima de Jair Bolsonaro. O X desse processo de autofagia no campo da direita bolsonarista tem um nome: Pablo Marçal.

Malafaia se tornou um inimigo mortal do Marçal por duas razões: 1) A pregação do ex-coach contra o pagamento do dízimo. 2) Marçal expôs os supostos problemas conjugais do pastor, sem apresentar nenhuma prova, assim como ele fez com Ricardo Nunes, num suposto caso de agressão à esposa do prefeito, por fim, falsificou um atestado de um médico falecido, segundo o qual Guilherme Boulos tinha problemas com drogas, insinuando que ele era “cheirador de pó”.

MAIS IDENTIFICADO – Então, Malafaia ficou incomodado, com o apoio de Bolsonaro a Pablo Marçal, que é mais identificado com os ideais do Bolsonarismo, tais como: negação da ciência, desleixo com as leis ambientais, diminuição do Estado até que não exista mais, esse Poder Moderador entre os ricos e os pobres, e ataque sem tréguas a tudo que diz respeito ao ideário comunista.

O Clã Bolsonaro dá sinais de medo do pastor Silas Malafaia. Não é o estilo deles, que se refere a tiro, porrada e bombas, contra quem crítica a família.

Desta vez, demonstraram medo e covardia, temendo saírem chamuscados, se partirem para o confronto com o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

ABAIXAR AS ARMAS – Bolsonaro não vai contar mais nenhum segredo para Malafaia. Isso, Bolsonaro faz muito bem. O amigo, quando o trai, se torna inimigo para sempre. Malafaia expôs os segredos de Bolsonaro, principalmente no quesito: macho que não chora nunca.

Vão abaixar as armas e esperar a poeira abaixar, depois da porrada do Malafaia na testa do Bolsonaro e tentar um acordo. Porém, nunca será como antes. Quando o cristal quebra, se torna impossível colar os pedaços.

A galera, que segue o líder, não suporta a fraqueza do comandante. Desse jeito, Pablo Marçal poderia herdar o espólio de Bolsonaro, isso ficou claro na eleição municipal de São Paulo, mas a Justiça Eleitoral o deixará inelegível.

O município acabou prevalecendo na preocupação do eleitor brasileiro

Amanheceu, e Renato Teixeira pegou a viola, botou na sacola e foi viajar……

Programa 70+: Renato Teixeira - Maio/2024 - ESGOTADO | Club Athletico  Paulistano

Renato Teixeira, grande cantador

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor paulista Renato Teixeira de Oliveira, um dos mais destacados cantores da música regionalista, na letra de “Amanheceu Peguei a Viola” explica a associação entre o instrumento e a liberdade que caracteriza a vida dos cantadores, sempre viajando, sem nada que os prenda.

A música “Amanheceu, Peguei a Viola” faz parte do Álbum Ao Vivo no Rio – 30 Anos de Romaria, gravado pela Sony BMG, em 1998.

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AMANHECEU, PEGUEI A VIOLA
Renato Teixeira

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar

Sou cantador e tudo nesse mundo
Vale prá que eu cante e possa praticar
A minha arte sapateia as cordas
E esse povo gosta de me ouvir cantar
Amanheceu…

Ao meio-dia eu tava em Mato Grosso
Do Sul ou do norte não sei explicar
Só sei dizer que foi de tardezinha
Eu já tava cantando em Belém do Pará
Amanheceu…

Em Porto Alegre um tal de coronel
Pediu que eu musicasse uns versos que ele fez
Para uma china, que pela poesia,
Nem lá em Pequim se vê tanta altivez
Amanheceu…

Parei em Minas prá trocar as cordas
E segui direto para o Ceará
E no caminho fui pensando é linda
Essa grande aventura de poder cantar
Amanheceu…

Chegou a noite e pegou cantando
Num bailão lá no norte do Paraná
Daí pra frente ninguém mais se espanta
E o resto da noitada eu não posso contar

Anoiteceu e eu voltei prá casa
Que o dia foi longo e o sol quer descansar
Amanheceu…

Alcolumbre, que não consegue eleger o irmão, ainda quer presidir o Senado

Prestígio familiar: Davi Alcolumbre (à esquerda) ao lado de seu irmão Josiel

Josiel Alcolumbre (à dir.) perdeu eleição mais uma vez

Vicente Limongi Netto

O irmão do intragável senador Davi Alcolumbre (União-AP) sonhava ser vereador em Macapá. Recebeu cartão vermelho nas urnas (coluna Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito – Correio Braziliense – 07/10). Resultado feio para quem pretende voltar a ser presidente do Senado. Alcolumbre ficou escaldado.

Ventos sombrios do Amapá podem virar furação devastador, contra as pretensões do senador.  Outro detalhe político significativo: Dr. Furlan, do MDB, foi eleito prefeito no primeiro turno. Com votação consagradora, a maior de todo pleito. O MDB tem bancada expressiva no Senado. Com elenco de vencedores. Não pretende render-se aos encantos do nocivo Alcolumbre.

DESESPERO – O treineiro Dorival Junior entope a seleção com jogadores bisonhos, que arrebentam nos clubes onde jogam pedra em mangueira. Chegam na seleção, com banca de bons na ponta da chuteira e fazem feio, desapontam. Perder para Chile e Peru, piores do que o Brasil, na tabela de classificação das eliminatórios, não é impossível acontecer.

Meio de campo do Brasil é quase medíocre. Não evolui, não amedronta o adversário, pouco inspirado, com toques de bola improdutivos. vamos ver, torcer e rezar. é o que resta ao sofrido torcedor. 

MATEMÁTICA – Willian Bonner exagerou no equivocado e famigerado matematicamente, no Fantástico, na apuração das eleições. Coisa feia. Falha desastrosa, sobretudo para quem tem nome profissional a zelar e serve de parâmetro para profissionais da Globo.

Tomara que no segundo turno Bonner esteja escolado e deixe de agredir a gramática. Mexendo com números, estatísticas variando, votos de candidatos alternando, posições mudando nas pesquisas, Bonner precisa saber usar a Aritmética, e o aritmeticamente, ao invés do repetido, errado e tenebroso matematicamente. 

A Matemática é a ciência dos números. Bonner, deixe a Matemática em paz.  Quem cuida dos números, das multiplicações, das somas e das divisões, é a Aritmética. Acorda, Bonner! Detalhe marcante: foi na redação do Globo, idos 1960 a 70, como repórter da sucursal de Brasília, que aprendi a lição. Hoje, perto dos 80 anos de idade, durmo e acordo com ela.  

O Brasil inteiro vai torcer próximo dia 27, para Bonner acertar a mão e a linguagem.

A importância das pesquisas eleitorais no cenário político

Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)

Pedro do Coutto

Uma perícia técnica do Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu que o laudo apresentado por Pablo Marçal contra Guilherme Boulos é falso, o que pode ter acarretado uma vantagem maior para o candidato do Psol em São Paulo. Boulos imediatamente teve uma grande exposição do seu nome nos jornais e emissoras de televisão, assumindo uma posição de quem sofreu uma grande injustiça. E esse fato possivelmente se refletiu numa faixa do eleitorado, reforçando alguma vantagem sobre os seus adversários.

Na cidade de São Paulo, conforme mostraram os resultados, haverá segundo turno. Os institutos Datafolha e Quaest praticamente convergiram para essa posição durante as pesquisas que confirmaram os prognósticos apresentados. Isso demonstra a grande evolução dos processos, mas também dos próprios trabalhos destes órgãos.

PERMUTAS – Antigamente, o Instituto Ibope para fazer pesquisas recorria às permutas com os órgãos de imprensa. Hoje, ao contrário, além da exposição de seus resultados, os institutos recebem contratos firmados com as emissoras e os jornais.

Foi uma longa trajetória para a concretização da credibilidade e das ações nesse cenário,  sobretudo pelo fato de os grupos entrevistados serem muito pequenos em relação ao total da população, o que inicialmente não atribuía confiança por parte de grande parte dos eleitores. Nem todos viam os números e projeções como parâmetros corretos.

Mas hoje muitos órgãos de pesquisa são de grande aceitação em seus levantamentos, tendo em vista a grande quantidade de acertos nos últimos anos, com números efetivos praticamente iguais aos previstos durante as campanhas eleitorais. A grande arma dos institutos é exatamente a credibilidade que só é conquistada com o trabalho realizado ao longo do tempo, aperfeiçoado e cada vez mais alinhado com a realidade.

INDICATIVO – A profusão de pesquisas eleitorais às vésperas de cada pleito são um claro indicativo da importância dada a esse instrumento não apenas por candidatos aos mais diversos cargos, mas também pelos meios de comunicação e pela sociedade em geral.

É importante ressaltar que os resultados de uma pesquisa não são números exatos, mas sim estimativas e devem ser interpretados de um intervalo que estabelece limites em torno da estimativa obtida.  Quanto maior for à amostragem e mais homogênea for à população em estudo, mais seguras serão as informações da pesquisa eleitoral.

O problema que se percebe, é que hoje o eleitor está mais heterogêneo, pois está mais pela emoção do que pela razão.  A decisão do voto é muito sensível, podendo mudar na última hora da eleição. Hoje, mais uma vez, podemos fazer um comparativo dos números levantados antes e após os pleitos eleitorais, reforçando através da grande maioria das capitais a confiabilidade dos números dos institutos.