Supremo erra outra vez, ao impedir que INSS aceite a revisão da vida toda

Alexandre de Moraes usou TSE de forma ilegal para investigar apoiadores de Bolsonaro no Supremo

Moraes defendeu os aposentados e acabou derrotado

Carlos Newton

A imprensa se omitiu e não deu a devida cobertura à ação que permitia ao segurado do INSS escolher a regra mais benéfica para se aposentar, que já tinha sido aceita em julgamento anterior, em 2022. A nova decisão, nesta sexta-feira, criou dois tipos de segurados – os que foram julgados antes, tiveram seus direitos reconhecidos e receberam aumentos de suas aposentadorias, e os que somente tiveram apreciadas suas ações agora, recusadas suas pretensões.

O mais surrealista é que ainda existe uma terceira categoria de segurados, formada por aqueles que recorreram, tiveram suas reivindicações acolhidas e conseguiram receber os reajustes por meio de tutela antecipada. Agora, existe a dúvida se esse grupo de segurados será obrigado a devolver o aumento já recebido, o que ocorreria através de descontos em suas aposentadorias. Uma maluquice completa.

UM RETRATO – Esse julgamento é histórico, porque representa um retrato da esculhambação reinante na Justiça brasileira, em que um julgamento de tal importância foi feito de maneira virtual, sem comparecimento ao plenário, o que significa que os advogados não puderam fazer a defesa oral, que é garantia do devido processo, e os ministros também não puderam discutir abertamente a questão entre si.

O julgamento começou na semana passada e terminou na sexta-feira. Assim, a partir de agora fica valendo o que foi estabelecido em março, quando a Corte decidiu que os segurados não podem escolher o regime mais benéfico para sua aposentadoria. Sete ministros votaram contra os recursos: Kassio Nunes Marques (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. O ministro Alexandre de Moraes abriu uma divergência e votou a favor dos recursos. Desta vez, agiu certo, mas foi derrotado.

A decisão foi absolutamente antijurídica, porque o entendimento previa que todas as contribuições previdenciárias feitas ao INSS pelos trabalhadores no período anterior a julho de 1994 poderiam ser consideradas no cálculo das aposentadorias, o que possibilitaria aumentar os rendimentos de parte dos aposentados, o que é justo e constitucional.

E AGORA? – Entrevistada por Daniel Gullino e Caroline Nunes, em O Globo, a advogada Sara Quental, especialista em Direito Previdenciário e sócia do Crivelli Advogados, disse que todos os processos em andamento terão parecer desfavorável quanto à revisão da vida toda, resultando no encerramento das ações. Isso se aplica também àqueles que obtiveram tutela e ganharam o aumento de renda enquanto a ação estava em curso:

Quem está nessa situação corre o risco de ser obrigado a devolver o dinheiro recebido, uma vez que a ação ainda não teve o mérito julgado. A advogada considera a questão da devolução dos valores um tópico sensível, mas afirma que já existem decisões indicando que, caso o INSS solicite a execução, e tem de fazê-lo, essa devolução será exigida.

Para os processos finalizados, transitados e julgados com parecer favorável, a decisão permanece inalterada, uma vez que se trata de um direito adquirido. Ou seja, o aposentado manterá o valor mais elevado do benefício apesar da decisão do STF.

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P.S. –
Quando se fala em insegurança jurídica, há quem não entenda direito do que se trata. Mas agora surgiu esse exemplo perfeito. Uma decisão, tomada em 2022, foi considerada constitucional pelo Supremo. Dois anos depois, a mesma decisão vai a novo julgamento e passa a ser inconstitucional. O que mudou? Nada. Os ministros é que agora são assim e “interpretam” a lei, segundo os interesses de ocasião. Ah, Brasil.. (C.N.)

Tom Jobim tinha razão: o Brasil tem um histórico de atear fogo às florestas

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

 

Roberto Nascimento

Como bem disse o compositor, Tom Jobim, um gênio sempre preocupado com o meio ambiente e que recuperou a natureza em sua propriedade na região serrana do Rio de Janeiro, o Brasil tem histórico de tocar fogo na mata. Devastam tudo, depois chove e o terreno vira uma cerâmica. Aí, reclamam da seca.

Certa vez, quando trabalhei em Mato Grosso do Sul e fazia uma visita ao interior do Estado, um fazendeiro reclamou comigo da seca. Olhei aquela vastidão de terras no horizonte, sem nenhuma árvore e perguntei, por que cortaram todo o Cerrado? Ele respondeu que o pasto tem que estar limpo para a saúde do gado.

Expliquei que, sem as árvores, com o tempo nem o capim existirá mais. Ele fechou a cara, encerrando a prosa. O fazendeiro não sabia que a queimada vai progressivamente empobrecendo o solo.

VEM A SECA – No Nordeste tinha vegetação à vontade. De tanto desmatar e queimar, virou uma região árida, seca, um sertão de lascar. Padre Cícero criou um manual para recuperar os olhos d’água, mandando plantar árvores de espécies resistentes e capazes de alimentar o gado, como a algaroba, mas poucos seguem os ensinamentos do líder religioso ao qual tanto pedem amparo.

Até a Amazônia já enfrenta uma seca terrível. E se continuarem a desmatar e queimar, em poucos anos a floresta estará ameaçada. Calcula-se que, sem novas queimadas, vai demorar, no mínimo, uns 50 anos para a natureza devastada se recuperar totalmente, em reflorestamento natural. Mas isso só acontecerá, mesmo assim, se as áreas de floresta destruídas não virarem pasto e plantações de commodities para exportação de grãos.

É preciso agir rápido, mas o governo está muito lento, em todas as áreas. Tem muita coisa travada na administração federal. De quem é a culpa? É a pergunta de um milhão de dólares. Diria que todos têm a sua parcela de culpa nesse bolo solado.

DINO CLIMÁTICO – Parabéns ao ministro do Supremo Tribunal Federal, magistrado Flávio Dino , que se tornou na prática, a Autoridade Climática que o governo já deveria ter criado e não o fez, até agora. Diante do caos instalado, as autoridades correm atrás do prejuízo, em meio à fumaça que cobria o país de Norte só Sul.

O ministro Flávio Dino mostrou que realmente é uma autoridade que luta pela preservação das florestas nacionais. Mas faço um alerta a ele. É preciso muito cuidado com o Congresso, principalmente no tocante aos senadores da oposição, que estão visivelmente incomodados com as decisões rápidas do ex-governador e senador pelo Maranhão.

Na verdade, Flávio Dino é considerado muito perigoso na ótica canhestra desses senhores, porque tem demonstrado que pode providenciar o que o Congresso e o governo deveriam fazer e não fazem.

Delegações deixaram Assembleia Geral da ONU antes de discurso de Netanyahu

Netanyahu ignora mortes de inocentes e apelos internacionais

Pedro do Coutto

O discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no plenário da ONU revela que a ofensiva contra o Hezbollah nas terras do Líbano vai se aprofundar ainda mais, causando mortes e destruição. Netanyahu discursou nesta sexta-feira e disse que seu país “está vencendo”.

Quando subiu ao palco no plenário das Nações Unidas, um grande número de delegações pôde ser visto saindo do salão. Vaias também podiam ser ouvidas quando Netanyahu se aproximou do púlpito. “Decidi vir aqui e esclarecer as coisas”, disse Netanyahu em seu discurso de abertura, dizendo que queria se defender das “mentiras e calúnias” que ouviu. Netanyahu discursou enquanto Israel continuava a atacar alvos do Hezbollah no sul do Líbano, em meio a temores de que os ataques pudessem se transformar em uma guerra regional total.

AMEAÇA – Em seu discurso, ele também tentou jogar a culpa pelo conflito no arqui-inimigo de Israel, o Irã. Ele disse que Israel estava se defendendo contra Teerã em sete frentes. “Não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar. E isso é verdade para todo o Oriente Médio. Longe de serem cordeiros levados ao matadouro, os soldados israelenses lutaram com uma coragem incrível”, disse Netanyahu.

Por determinação do Itamaraty, a Missão do Brasil na ONU não acompanhou o discurso do primeiro-ministro de Israel durante a Assembleia Geral. A comitiva brasileira se retirou antes de que Netanyahu fosse chamado, como uma forma de protesto. Israel trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza há quase um ano e, desde a semana passada, começou a bombardear o Líbano em conflitos contra o Hezbollah. Mais de 700 pessoas já morreram nos ataques.

SAÍDA – O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações, em maioria de países árabes, quando Netanyahu foi chamado pelo presidente da sessão. A intenção era fazer uma saída discreta, o que, na diplomacia, é um ato de protesto leve a algum país; neste caso, a Israel. O Itamaraty disse que quis fazer o protesto por conta da morte de dois brasileiros nos ataques do Líbano e da crise humanitária na Faixa de Gaza.

O governo brasileiro disse que o motivo da ausência foi “a resposta desproporcional de Israel” aos ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023, em que o grupo terrorista palestino matou cerca de 1.200 pessoas no sul do território israelense e sequestrou cerca de 250 pessoas. Desde então, Israel lançou uma ofensiva militar em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos – entre eles muitas crianças e mulheres.

A relação entre os governos brasileiro e israelense já não estava boa. Em fevereiro, Israel declarou Lula como “persona non grata” após o presidente comparar a morte de palestinos na Faixa de Gaza com o Holocausto.  A escalada, portanto, aumentou e Netanyahu disse que “não tem opção”, a não ser destruir as bases do Hezbollah. Os ataques são vistos com grande preocupação internacional. É incrível como a guerra atrai determinados líderes políticos, mesmo afetando diretamente a vida de milhares de pessoas, inclusive daqueles que nada têm a ver com os confrontos. .

Um poema sobre a simplicidade do poema, na inspirada criação de Olavo Bilac

Manuel Carlos🇧🇷 on X: "FRASES DE OLAVO BILAC. https://t.co/x1DILeizue" / XPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), no soneto “A Um Poeta” fala de um poema sobre o poema. “Versos em que o poeta nos apresenta uma profissão de fé, ou seja, a sua posição em relação à poesia. Isto é perceptível em todo o poema”, segundo a professora de literatura Sílvia C. Lobato Paraense.

Nesta poesia, o poeta se manifesta sobre o ofício de ser poeta expondo o produto final desse trabalho que é comparado ao de um escultor, ouvires ou artesão, em busca da forma perfeita, explica a professora, “para isso, são necessárias paciência e dedicação beneditinas; o produto final deve ser uma obra formalmente perfeita, chamada de Arte pura”.

A UM POETA
Olavo Bilac

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Talvez agora Israel pare de matar idosos, mulheres e crianças nessa guerra inútil

Histórico', diz Netanyahu após morte de líder do Hezbollah

Na ONU, Netanyahu tentou justificar o que é  injustificável

Vicente Limongi Netto

Guerra por si só já é horripilante, destrói nações e famílias. Cenas de guerra machucam os olhos e alma.  Nessa linha, Israel extrapola os limites do bom senso, bombardeando Beirute, matando inocentes, crianças, mulheres e idosos. Jovens que merecem seguir vivendo em busca de sonhos.

Entre os mortos aparecem brasileiros.  Nações civilizadas indignadas com a desnecessária truculência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Quando o pernicioso Netanyahu começou a sangrar pelos olhos, nariz e boca, de ódio, na ONU, lembrei de outro deplorável arrogante, Nicolás Maduro. O mesmo tom de voz ameaçador, a mesma arrogância, o mesmo destempero com os adversários.

Deu o recado boçal dele, com o plenário vazio e aplausos do séquito de vassalos.  Tudo indica que o mais recente ataque de Israel a Beirute acabou com o couro do líder do Hezbollah. Boas falas, porque assim Israel talvez pare de matar crianças, adolescentes, adultos e idosos que não têm nada a ver com a brutalidade da guerra. 

PEDÓFILO FARDADO – A Polícia Federal prendeu pedófilos em flagrante, entre eles, um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) mas a justiça mandou soltar e usar tornozeleira. Infame, absurdo e injustificável privilégio. Leis são frouxas com canalhas, mas nenhuma delas determina passar a mão na cabeça de um pulha criminoso, só porque é militar. 

Insisto na tecla: estupradores, pedófilos, infanticidas e feminicidas merecem pena de morte ou prisão perpétua. Nessa linha, obrou bem o Ministério da Justiça, propondo, em minuta de projeto de lei, à Casa Civil da Presidência da República proposta para elevar para 18 anos pena para quem provoque incêndios. Atualmente a pena é de 2 a 4 anos de cadeia.

OUTROS TEMAS  – Valorosos  bombeiros de todo o país, estão novamente unidos no combate as queimadas. Há 3 meses bombeiro tiveram atuação marcante e fundamental nas enchentes que causaram muitas destruições no Rio Grande do Sul. Aliás, o filme de horror começou a se repetir, em dezenas de cidades gaúchas, com chuvas e enchentes passando por cima de sonhos e esperanças.

Atração – O apresentador da Globo, Marcos Mion, aqueceu nossos corações, com a presença do notável cantor e compositor Zé Ramalho.

Troca – Futuros debates entre candidatos a cargos públicos passarão a ser anunciados como  “Briga de Rua”.

Acordou– José Luiz Datena garante que não quer mais saber de política. Faz muito tempo que a política desistiu dele.

Dívida pública dispara e chegará a 80% do PIB no final do ano

Arquivo do Google

Pedro do Coutto

O Globo publicou ontem uma reportagem sobre a dívida pública do país tendo como parâmetro o Produto Interno Bruto barsileiro. Em novo Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado apontou dificuldades do governo federal na sustentabilidade dos gastos públicos mesmo com a melhora na previsão do crescimento do país.

O documento foi publicado nesta sexta-feira. A estimativa é que a dívida bruta do governo geral — que inclui todos os poderes da União, estados e municípios, sem considerar seus ativos e patrimônios — alcance valor que corresponde a 80% do Produto Interno Bruto ao fim deste ano e continue crescendo no curto prazo. O valor da dívida era de R$ 8,8 trilhões em julho, segundo o Banco Central.

PROJEÇÃO – Para a Presidência da República, a dívida terminará 2024 em 76,6% e não chegará a 80%, segundo projeção feita até 2034. É o que consta nos anexos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, ainda em análise pelos parlamentares. O indicador permite comparar se a soma do que o poder público deve é compatível com a produção do país como um todo e é uma forma de medir a saúde fiscal e orçamentária da nação. Desde 2014, a dívida bruta apresenta insistente crescimento.

O controle dos valores devidos depende de a União arrecadar mais do que gasta. Mas o governo enfrenta desafios, por exemplo, com o aumento da taxa básica de juros — elevada para 10,75% em setembro —, que encarece os financiamentos do governo. O aumento nos gastos e as dificuldades em aumentar as receitas também causam dificuldades na gestão.

CONTRAMÃO – O documento aponta que a tendência no resultado das receitas e despesas públicas primárias vai na contramão do alerta da IFI. A meta de déficit zero da LDO deste ano não será cumprida, nem em 2025, se não houver medidas adicionais. O endividamento está inclusive em função da incidência dos títulos brasileiros no mercado.

Cada vez que a taxa Selic sobe, com ela sobre o endividamento e a responsabilidade de ter pagar valores cada vez maiores. Não há condições de resgate desses títulos que estão no mercado, tanto nacional quanto internacionalmente, provavelmente.

Lembrando a Tropicália e a Geléia Geral de Torquato Neto

Morto aos 28 anos, o piauiense Torquato Neto completaria 70 anos no domingo

Torquato Neto marcou uma época

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cineasta, ator, jornalista, poeta e letrista piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) é considerado um dos principais letristas do movimento Tropicalista, conforme mostra a letra de “Geléia Geral” que, “representa uma síntese dos cânones do próprio movimento tropicalista, além de ser modelo de seu contorno poético”, segundo o historiador Jairo Severiano.

Torquato Neto também é o autor da ideia de um “disco movimento”, tanto que a música “Geléia Geral” foi gravada no Lp “Tropicália ou panis et circensis”, 1968, pela Philips, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Nara Leão, Capinan, os Mutantes e Rogério Duprat.

GELÉIA GERAL
Gilberto Gil e Torquato Neto

Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz “bom dia”
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi

Vitorioso contra Musk, falta Moraes enfrentar o Capitólio e a Casa Branca

Tribuna da Internet | Category | C. Newton | Page 8

Moraes tem de bolar a estratégia daqui para a frente

Carlos Newton

Esta quinta-feira, 26, foi um dia particularmente feliz para o ministro Alexandre de Moraes. Conhecido pela modéstia, humildade e desprendimento, qualidades que demonstra em suas decisões jurídicas e pessoais, a derrota que conseguiu infringir ao empresário Elon Musk significa uma conquista de Copa do Mundo.

O quase trilionário Musk, coitado, terá de se recolher à sua insignificância e parar de incomodar Moraes com essa ultrapassada prática de exigir  cumprimento de leis, com liberdade de expressão, devido processo legal, direito de defesa e de recurso.

DESDE 2019 – Para o Brasil do Século XXI, essas antigas doutrinas jurídicas estão completamente superadas desde 2019, quando nossa Suprema Corte magnanimamente decidiu proibir prisão de criminoso condenado em segunda instância, quando se esgota a discussão do mérito – se o réu é inocente ou culpado mediante as provas

Cabe à terceira (STJ) e à quarta instância (STF) modificar a condenação apenas na existência de comprovado erro judiciário, o que ocorre rarissimamente.

Basta dizer que, a cada mil casos julgados nas varas estaduais (primeira instância) em que cabe recurso, menos de 14 chegam ao STJ e apenas um (0,1% de 1.000) vai ao Supremo. E apenas 7% são alterados no STF.

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – Ou seja, em cada mil processos julgados na segunda instância, somente 0,007% têm condenações alteradas na instância final.

Esta é a “presunção de inocência” no Brasil. De cada mil condenados em segunda instância, nenhum dele pode ser preso, porque 0,007 de cada mil réus pode estar inocente.

Essa decisão de 2019 foi tomada sob medida para libertar Lula da Silva, que cumpria cadeia há 580 dias. E o Brasil se tornou o único país da ONU (são 193) a deixar criminoso em liberdade após condenação em segunda instância, vejam como nossos magistrados são misericordiosos e compreensíveis, isso dá orgulho de ser brasileiro.

CAIR NA REAL – Bem, agora que Moraes derrotou Musk de forma humilhante, é hora de cair na real e olhar para frente. O superministro brasileiro precisa se preparar para a batalha final, porque a guerra ainda não acabou e falta derrotar o Capitólio e a Casa Branca, para Moraes poder comemorar de verdade.

E lá na matriz USA, o superministro brasileiro está em desvantagem. Moraes vacilou tanto em termos de postura democrática que conseguiu unir contra ele os republicanos e os democratas, algo verdadeiramente inimaginável.

Não importa quem vai ganhar a eleição na matriz, o novo presidente (ou a nova presidente) vai enfrentar Moraes, com toda certeza. A não ser que o indômito magistrado brasileiro resolva cumprir as leis aqui da filial, que estão meio bagunçadas, mas não podem ser jogadas no lixo de uma hora para a outra.

Israel rejeita proposta internacional para cessar-fogo no Líbano

Israel disse que continuará lutando contra o Hezbollah

Pedro do Coutto

Agrava-se a crise no Oriente Médio com o governo de Israel preparando uma invasão terrestre do Líbano, apesar dos apelos internacionais pelo cessar fogo. O alvo de Israel é o Hezbollah, cujas bases encontram-se no Líbano. Os Estados Unidos e a França preparam uma mensagem com o objetivo de interromper as ações, mas a trégua não foi levada em conta pelo governo de Tel Aviv.

Israel rejeitou a proposta nesta quinta-feira. O plano pedia uma suspensão imediata das hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla. “Não haverá cessar-fogo no norte (fronteira com o Líbano)“, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz.

CONFRONTO –  “Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos habitantes do norte do país para suas casas”, completou, referindo-se aos cerca de 60 mil israelenses deslocados pelos bombardeios do Hezbollah.

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, havia expressado esperança sobre uma possível trégua no Líbano, onde centenas de milhares de pessoas já fugiram de suas casas no sul do país. Líderes mundiais, por sua vez, se preocupam que o conflito paralelo à guerra em Gaza está aumentando rapidamente.

Mas os comentários do chanceler fecharam as portas de um acordo rápido. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Nova York para discursar na Assembleia-Geral da ONU, disse que ainda não havia dado sua resposta à proposta de trégua, mas instruiu o exército a continuar lutando.

ESTOPIM – Israel lançou os ataques aéreos mais intensos contra o Líbano desde a guerra de 2006, contra o Hezbollah, na semana passada, matando mais de 600 pessoas. Foi o estopim de meses de trocas de disparos, desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro do ano passado, quando a milícia libanesa iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino. Desde a semana passada, o Hezbollah disparou centenas de mísseis contra alvos israelenses, incluindo, pela primeira vez, Tel Aviv. O sistema de defesa aérea de Israel, porém, interceptou a maioria dos foguetes.

Na quarta-feira, depois de convocar mais duas brigadas de reservistas à fronteira com o Líbano, o chefe do exército de Israel afirmou que os militares se preparavam para uma possível invasão terrestre ao país vizinho. O presidente Lula da Silva atacou na ONU o desempenho de Netanyahu, afirmando que o premier israelense está praticando o genocídio, frisando que as mortes estão atingindo áreas do Líbano que não tem a ver com o conflito.

A situação se complica, pois cada vez mais surgem conteúdos humanitários para que suspendam os ataques de guerra. Mas Israel, preparando uma invasão por terra do Líbano, não se mostra sensível a aceitar as propostas feitas no Conselho de Segurança da ONU para o cessar fogo.

“Esse homem é brasileiro que nem eu”, denunciava Mário de Andrade

|Retratado por Tarsila do Amaral

Paulo Peres
Poemas & Canções

Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945) foi um poeta, contista, cronista, romancista, musicólogo, historiador de arte, crítico e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo no país, ele praticamente criou a poesia brasileira moderna com a publicação de sua Pauliceia Desvairada em 1922. 

O poema “Descobrimento” retrata a súbita preocupação de um homem que mora numa grande cidade e está no conforto de seu lar. O frio que fazia levou-o em pensamento na direção das pessoas do Norte do Brasil, região em que há grande incidência de miséria e pobreza.

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DESCOBRIMENTO

Mário de Andrade

Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

“Gaza é uma das maiores crises humanitárias da história recente”, disse Lula

Uma homenagem de Paulo Leminski aos poetas mais antigos

A poética anárquica de Paulo Leminski | Digestivo CulturalPaulo Peres
Poemas & Canções 

O crítico literário, tradutor, professor, escritor e poeta paranaense Paulo Leminski Filho (1944-1989) invoca no poema “Poetas Velhos” uma reverência aos mais antigos.

POETAS VELHOS
Paulo Leminski

Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.

Conflito entre Israel e Hezbollah deixa rastro de centenas de mortos no Líbano

‘O Líbano está à beira do abismo’, diz secretário-geral da ONU

Pedro do Coutto

Os ataques com bombas lançados por Israel contra redutos do Hezbollah no Líbano acarretaram a morte de quinhentas pessoas e feriram e desabrigaram mais de mil, conforme revelam os jornais de ontem. O conflito atinge o seu ponto crítico e ameaça a própria paz mundial, pois certamente haverá uma reação dos atingidos que acenderão o pavio de um problema generalizado que divide o mundo, ainda mais em faces distintas.

Dezenas de milhares de libaneses já fugiram das áreas bombardeadas desde segunda-feira, segundo a ONU, e seguiram para Sidon, a maior cidade do sul do país, ou a capital, Beirute. Nesta terça-feira, vários carros permaneciam bloqueados na rodovia que leva à capital. Quase 500 pessoas fugiram para a Síria vindas do Líbano. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” contra seu país, onde as escolas permaneceram fechadas nesta terça-feira.

ALVOS – Ontem, as tropas israelenses voltaram a bombardear dezenas de alvos do Hezbollah em diversas áreas no sul do Líbano, incluindo infraestruturas e depósitos de armas do movimento. O Hezbollah lançou mísseis contra Israel e atingiu posições militares perto de Haifa, no norte de Israel, incluindo uma “fábrica de explosivos”.

“O Líbano está à beira do abismo”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres,  na abertura da Assembleia Geral da ONU. “Gaza é um pesadelo permanente que ameaça arrastar toda a região para o caos, começando pelo Líbano”, afirmou ante os mandatários e representantes dos 193 países da ONU.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva classificou os ataques de Israel em Gaza e na Cisjordânia, como “um dos maiores crimes humanitários da história recente”,  que se expande perigosamente para o Líbano.

DIREITO DE DEFESA – “O que começou com uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou se uma punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança que impede um acordo para liberação de reféns e adia o cessar fogo”, disse Lula.

Como parar o conflito no Oriente Médio que está incendiado pelas bombas da morte e pelos foguetes que explodem tanto em Israel quanto no Líbano ? O mundo assiste perplexo, mas essa escalada da violência. Como deter essa escalada que terá que envolver um recuo de uma das partes, o que é difícil prever, pois a violência deixa marcas profundas na consciência e na emoção das forças em choque.

Prosseguem tantas as articulações de paz quanto às ações de guerra que se desenrolam no cenário atual. As cicatrizes são profundas e dificilmente serão esquecidas em poucos dias diante de pronunciamentos políticos já desgastados.

O romantismo exacerbado de Vicente Celestino arrebatava multidões

Vicente Celestino: o sucesso de “O Ébrio”

Vicente Celestino no papel de “O Ébrio”

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor (tenor), ator e compositor carioca Antônio Vicente Felipe Celestino (1894-1968) lançou um estilo caracterizado pelo romantismo exacerbado, comovendo e arrebatando um grande público durante a primeira metade do século XX, através do teatro, do rádio, de discos e do cinema nacional.

A letra dramática da música “O Ébrio”, repleta de desventuras e imagens beirando a pieguice, era uma perfeita sinopse para o enredo de um filme, desde o prólogo falado à parte musical propriamente dita. Nesta, o contraste da primeira parte, no modo menor, com a segunda, no modo maior, contribui para ressaltar a tragédia do protagonista. “O Ébrio”, lançado em 1946, com Vicente Celestino no papel principal, obteve recordes de bilheteria.

A canção “O Ébrio” gravada por Vicente Celestino, em 1936, pela RCA Victor, também inspirou naquele ano uma peça de teatro e, em 1965, uma novela na TV Paulista.

O ÉBRIO
Vicente Celestino

Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da glória. Durante a minha trajetória artística tive vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas acabavam fugindo com outros, deixando-me a saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita… E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio…

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes… confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo

Depoimentos mostram que os chefes militares apoiavam o golpe contra Lula

Freire Gomes diz que foi contra o golpe de Estado; Bolsonaro apresentou a minuta

Antipetista, Freire Gomes apoiava o golpe de Bolsonaro

 Carlos Newton

O irregular e ilegal Inquérito do Fim do Mundo, aquele que já vai para seis anos e não acaba nunca, é uma farsa grotesca para impedir que realmente se apure a participação dos comandantes militares e do oficialato da ativa na preparação do golpe de estado para impedir a posse do governo Lula da Silva.

As provas materiais e testemunhais são abundantes, mas os investigadores da Polícia Federal e da força-tarefa mantida pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo fingem que não estão vendo nada, esquecem de fazer determinadas perguntas nos interrogatórios dos envolvidos, e assim o tempo vai passando e la nave va, cada vez mais fellinianamente.

SURREALISMO PURO – Não se poderia esperar outra coisa aqui no Brasil, onde se pratica a política mais surrealista do mundo e a Justiça funciona à la carte, digamos assim, interpretando as leis de acordo com o freguês e se envolvendo em tudo, a ponto de o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, proclamar, publicamente: “Nós evitamos o golpe. Derrotamos o bolsonarismo”.

Mas há controvérsias. Como se sabe, as Forças Armadas estavam sendo comandadas pelos oficiais mais bolsonaristas e antipetistas que foi possível encontrar. O general Freire Gomes, o almirante Almir Garnier e o brigadeiro Baptista Junior eram e são absolutamente antipetistas.

Os três depoimentos dos chefes militares à Polícia Federal convergem e confirmam que o golpe era abertamente discutido no governo, notadamente através de estado de defesa, com garantia da lei e da ordem (GLO), a solução mais aventada.

SEM INVESTIGAR – Essa preciosa informação passa direto e não é mencionada pelos investigadores. Mas já ficou claro que os três apoiavam o golpe, caso contrário jamais aceitariam participar de reuniões convocadas para discuti-lo, como foi o caso.

Nos depoimentos eles dizem que eram contra o golpe, mas sabe-se que eram a favor se Lula da Silva vencesse e fosse provada fraude eleitoral. Mas também sabe-se, por outros testemunhos, que o almirante Garnier era a favor, com ou sem fraude, e queria colocar as tropas na rua. É claro que 0 general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Junior também eram a favor, mas recuaram na undécima hora, depois que o Alto Comando do Exército se opôs.

Mesmo assim, em dezembro, Bolsonaro ficou na dúvida e convocou o general Estevam Theóphilo, que tinha o comando direto das tropas do Exército em todo o país. No encontro, o general Estevam não aceitou a cooptação. Explicou que tinha de obedecer ao Alto Comando e assim desestimulou o golpe.

CONTROVÉRSIAS – Há importantes contradições entre os depoimentos dos chefes militares, mas, estranhamente, não estão sendo levadas à frente pela Polícia Federal e pelo Supremo. Como eles não combinaram os depoimentos em detalhes, algumas dúvidas fundamentais ficaram no ar, mas os investigadores não tentam elucidá-las.

Pode-se dizer, sem medo de errar, que os comandantes militares eram favoráveis ao golpe e tentaram levar a trama até o fim, mas foram demovidos pela posição irredutível do Alto Comando, formado por 16 generais e que existe justamente para isso – evitar delírios antidemocráticos de poder. O raciocínio do Alto Comando foi cartesiano. Se não foi provada a fraude eleitoral, como dar um golpe?

Sabe-se também, com toda a certeza, que um oficial mentiu ao depor – o ex-comandante Freire Gomes ou o general Estevam Theóphilo. E até agora eles não foram chamados para novos depoimentos ou para uma acareação que possa provar quem está mentindo.

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P.S. 1 –
Esse emperramento do Inquérito do Fim do Mundo mostra que o ministro Alexandre de Moraes pode aplicar rigor total no julgamento e condenação dos pés-de-chinelo do 8 de Janeiro, mas é muito distraído e pouco rigoroso ao investigar os verdadeiros responsáveis pelo golpe. E ainda chamam isso de Justiça.

P.S. 2 Depois a gente volta para dizer quem está mentindo – o general Freire Gomes ou o general Estevam Theóphilo. (C.N.)

De barriga cheia, Lula é um especialista em reclamar da fome na tribuna da ONU

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Vicente Limongi Netto

O monoglota boquirroto que prometeu picanha na mesa dos pobres está desfilando nos Estados Unidos. Sorridente, terno bem talhado, foge da campanha eleitoral, em que as perspectivas de vitórias para o PT são mínimas, tira fotos com autoridades que também passeiam em Nova York e dá entrevistas surradas com clichês vazios.

O carro-chefe que sustenta as incansáveis conversas fiadas de Lula é a mesma: a fome. Bandeira desgastada de autoridades de diversos calibres do mundo todo. Engomados que pregaram na testa “o fim da fome”. Ninguém resolve bulhufas.

NADA MUDOU – A parte menos favorecida do povo continua esfomeada, pegando restos de alimentos nas lixeiras, com crianças pedindo esmola nas esquinas. Tudo como Dantes, no quartel de Abrantes. A fome é que mantém no topo do mundo ambiciosos de todos os tamanhos. Escrevo antes do nosso inefável Lula deitar falação na ONU. Seguramente vai mentir muito, protegido por holofotes. Vai exagerar nos números, escamotear verdades. A exemplo do mito de araque, que o antecedeu no cargo.

Não vejo moral, nem autoridade, em Lula, nem com lupa da Nasa, para criticar a ONU nem chefes de Estado. O mundo sabe que o Brasil arde em chamas e o governo não tem competência para conter as tragédias ambientais.

Nem com o voraz, ordinário e energúmeno Nicolás Maduro, o patético Lula consegue sustentar diálogo edificante e grandioso, que o faça merecedor do cargo que ocupa. O patife Maduro mandou Lula calar a boca e tomar chá de camomila. A ida aos Estados Unidos é, portanto, mais uma viagem cara e inútil do fanfarrão Lula. Os brasileiros estão cansados dele.

VASSALOS – O brasiliense não merece. Já não basta suportar a medonha e inútil bolsonarista Damares Alves, senadora pelo Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha, monitorado pelo desprezível mito de meia pataca, age, descaradamente, para eleger senadora por Brasília outra estranha, Michelle Bolsonaro. Infame gestão contra os parlamentares eleitos por Brasília, que moram na capital federal e trabalham pela coletividade e que merecem disputar eleições em igualdade de condições. 

A vice-governadora Celina Leão, indicada por Ibaneis para o governo do Distrito Federal, é a pajem de luxo de Michelle. As duas, mas Damares, passeiam pelo Brasil. Divulgam fotos, felizes. Pelo jeito, Bolsonaro, embora inelegível, será governador de fato, de Brasília. Oremos. Tenho ânsia de vômito.

SABUJOS – No futebol da Globo, entrou mais um patético berrador fantasiado de narrador, chamando Júnior de “maestro” – O gaúcho Jader Rocha. Francamente. Veio juntar-se a Luiz Roberto e Gustavo Vilanni. O telespectador merece mais respeito. Basta de blasfêmias. Sejam corretos e isentos.

Lula fala em “falta de ousadia” da ONU na Cúpula do Futuro

Lula discursou durante a Cúpula do Futuro, no domingo

Pedro do Coutto

Não faltaram temas e fatos ao presidente Lula em seu primeiro discurso em sua viagem a Nova York, para a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). Lula disse que o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais na cidade norte-americana, aponta uma direção a seguir, mas que falta “ambição e ousadia” para que a entidade consiga cumprir seu papel. O presidente brasileiro discursou durante a Cúpula do Futuro, realizada neste domingo e, segundo ele, a crise da governança global requer transformações estruturais e citou os recentes conflitos armados existentes no mundo atualmente.

“A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir as suas decisões. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o conselho econômico e social foi esvaziado”, disse.

APROVAÇÃO – No ano passado, o Brasil não conseguiu aprovar uma Resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito envolvendo Israel e o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Na ocasião, o voto dos Estados Unidos – um Membro Permanente – inviabilizou a aprovação, mesmo após longa negociação da diplomacia brasileira.

Outras resoluções apresentadas também fracassaram, seja por votos contrários dos Estados Unidos, seja da Rússia, outro Membro Permanente. Segundo as regras do Conselho de Segurança, para que uma Resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

O evento prévio à Assembleia Geral da ONU reúne líderes mundiais para debater formas de enfrentar as crises de segurança emergentes, acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais. Lula apontou como pontos positivos do Pacto tratar “de forma inédita” temas importantes como a dívida de países em desenvolvimento e a tributação internacional; a criação de uma instância de diálogo entre chefes de estado e de governo e líderes de instituições financeiras internacionais.

AVANÇO – O presidente citou ainda o avanço para uma governança digital inclusiva que “reduza as assimetrias de uma economia baseada em dados e mitigue o impacto de novas tecnologias como a inteligência artificial”. “Todos esses avanços serão louváveis e significativos, mas, ainda assim, nos falta ambição e ousadia”, disse.

Ele também criticou o Conselho de Segurança da ONU, afirmando que a legitimidade do órgão encolhe “cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”. Para Lula, as instituições de Bretton Woods, como o Fundo Monetário Internacional  e o Banco Mundial, desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento.“O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico”, afirmou.

O presidente disse que houve pouco avanço na agenda multilateral de reforma do sistema ONU nos últimos 20 anos e citou como medidas positivas a Comissão para Consolidação da Paz, criada em 2005 e o Conselho dos Direitos Humanos, criado em 2006. Ele ainda alertou que os objetivos de desenvolvimento sustentável, mesmo tendo sido o maior “empreendimento diplomático dos últimos anos”, caminham para se tornarem o “nosso maior fracasso coletivo”.

ALIANÇA – “No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo. Na presidência do G20, O Brasil lançará uma aliança global contra fome e a pobreza, para acelerar a superação desses flagelos”, discursou.

Em seu discurso, Lula disse que o mundo tem como responsabilidade não retroceder na agenda de direitos humanos e de promoção da paz. “Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a conviver com ameaças nucleares. É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso. Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente”, afirmou.

“Precisamos de coragem e vontade política para mudar, criando hoje o amanhã que queremos. O melhor legado que podemos deixar às gerações futuras é uma governança capaz de responder de forma efetiva aos desafios que persistem e aos que surgirão”, disse o presidente ao terminar o discurso.

Metas da Educação para a próxima década seguem travadas na Câmara

O Plano de Educação Nacional anterior venceu em junho

Pedro do Coutto

Enviado ao Congresso em 25 de junho, o novo Plano Nacional de Educação ainda terá uma longa peregrinação de discussão nos plenários das Casas legislativas. Inicialmente, ainda é necessário definir a forma de tramitação. O último PNE, aprovado em 2014, foi analisado em uma comissão especial composta por parlamentares com conhecimento e afinidade com o tema.

Agora, há preocupação da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados em perder o protagonismo durante a discussão caso a análise do projeto se repita como foi há uma década. Devido ao atraso da chegada do projeto ao Legislativo do início da discussão, foi necessário que os parlamentares votassem a prorrogação das atuais diretrizes, definidas em 2014, até o final de 2025.

Com as eleições municipais se aproximando e o esvaziamento do Parlamento, somado à intensificação das articulações para a sucessão na Câmara, parlamentares consideram que o debate sobre o PNE seja adiado para 2025 — o que aumentaria ainda mais o atraso na aprovação do novo Plano.

METAS – O Plano Nacional de Educação é importantíssimo, pois estabelece as metas do setor de educação para a próxima década. No plano enviado pelo governo, constam 18 objetivos, com 58 metas estabelecidas e 253 estratégias. Além disso, o plano foca na qualidade da aprendizagem, na questão da equidade e da inclusão para reduzir a desigualdade educacional do nosso país.

O plano anterior venceu em 25 de junho, e apesar da articulação da Frente Parlamentar Mista da Educação para a criação de uma comissão especial para agilizar a tramitação do novo Plano, a forma de tramitação ainda não foi definida. Em contrapartida ao atraso para o envio do projeto pelo governo ao Congresso, o novo texto foi bem recebido pelos deputados.

Em atenção com a inércia na Câmara, o Senado já deu início às discussões com base no texto do Executivo. O senador Flávio Arns, presidente da Comissão de Educação na Casa, resolveu antecipar o debate com a realização de 20 audiências públicas. Hoje ocorrerá o quinto encontro.

ARTICULAÇÃO – Arns, que foi relator do Novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), aprovado em 2020 no Senado, diz que tenta fazer o mesmo movimento articulado para a aprovação do projeto na época: alinhar o texto para agilizar o andamento da proposta. Em um cenário ideal, acredita o senador, o novo PNE seria discutido com o Sistema Nacional de Educação já implementado.

O sistema funcionaria para regulamentar as esferas de atuação de cada ente da federação no âmbito da educação brasileira. O projeto de lei que regulamenta a medida já foi aprovado no Senado. Para o senador, a falta desse eixo condutor foi o motivo do fracasso do último PNE.

“Houve falta de articulação e isso precisa ser mudado. Isso agrava o fato de o governo estar atrasado em relação ao plano, que deveria ter sido discutido no ano passado”, aponta. Enquanto os governos e parlamentares não tiverem a educação com uma questão de extrema urgência, o país irá dormitar em seu desenvolvimento futuro.

Mídia festeja a suposta vitória de Moraes e a aparente derrota de Musk

XANDÃO X MUSK - Jônatas Charges - Política Dinâmica

Charge do Jônatas (Política Dinâmica)

Carlos Newton

Quando faz críticas até humilhantes ao empresário Elon Musk, festejando o suposto recuo do controlador da plataforma X (ex-Twitter) e a aparente vitória do ministro Alexandre de Moraes, a imprensa brasileira demonstra a que ponto caiu e deve continuar caindo.

As reportagens, artigos e editoriais vibram de um nacionalismo vexaminoso, como se a filial Brazil estivesse derrotando a matriz USA, vejam que a idiotice continua falando mais alto aqui debaixo do Equador.

CONTRA MUSK – Todas as manifestações da mídia tentam ridicularizar Musk, que teria sido forçado a se adequar à legislação e às ordens da Justiça brasileira.

Tudo isso, porque a rede X retirou do ar contas suspensas pelo Supremo Tribunal Federal, pagou multas de R$ 18,3 milhões, contratou novos advogados, nomeou representante legal no país e afirmou trabalhar para que volte o mais breve possível a operar “para o povo brasileiro”. Nenhuma palavra da mídia sobre os motivos que levaram Musk a enfrentar Moraes.

Quando um ou outro texto aborda a posição do empresário, sempre o faz “en passant”, como dizem os franceses, para não se aprofundar no tema.

MORAES ERROU – Numa análise criteriosa,  seria preciso reconhecer que Moraes extrapolou vergonhosamente, em decisões claramente ilegais, como multar a Starlink, outra empresa sem relação com o X, e querer multar qualquer brasileiro que use redes virtuais privadas ou outros subterfúgios tecnológicos para acessar a plataforma X.

Também não há cabimento em investigar todos os que tentaram acessar o X no período de suspensão. O que deve ser punido é o uso da plataforma para violar as leis, não o uso em si, como Moraes recrimina.

Musk e qualquer outra pessoa com dois neurônios sabe que é necessário a retirada do ar de postagens que desrespeitem comprovadamente a legislação.

SUSPENSÃO ILEGAL – Porém, é legalmente impossível justificar a suspensão de perfis, impedindo usuários de se manifestar indefinidamente.

Conforme o empresário americano denuncia, tais casos configuram censura prévia, agredindo a liberdade de expressão assegurada pela Constituição.

A suspensão de perfis só é cabível quando houver uso contumaz para cometer crimes. E o que dizer das multas, dos bloqueios bancários e das prisões? Tudo isso sem o devido processo e sem o direito de defesa e de recurso, numa prática ditatorial que a matriz condena em sua famosa Primeira Emenda, mas está sendo introduzida na filial Brazil por Moraes, com aplausos gerais.

CHEGAR AO PONTO – É constrangedor e ridículo que a mídia ridicularize Musk, dizendo que ele é corajoso diante da democracia brasileira e se omite quanto a ditadores de verdade, como o chinês Xi Jinping e o turco Recep Erdogan.

Mas é aí que chegamos no ponto principal da questão, que a imprensa brasileira se recusa a debater.

Diante de ditaduras, qualquer plataforma na internet tem de se adaptar. Mas o Brasil é uma democracia. Portanto, a plataforma X não teria de obedecer a nenhuma lei draconiana e fora da legislação brasileira. Justamente por isso, Musk protesta diante dos exageros de Moraes, que constrangem outros  ministros do Supremo, mas agora é tarde, o que se há de fazer?

HORA DA VERDADE – No xadrez da política internacional, estamos chegando na hora da verdade.

O grupo Brics está se transformando na ONU das ditaduras de toda espécie. Além das fundadoras Rússia e China, agora o bloco tem mais quatro nações não-democráticas (Emirados Árabes, Etiópia, Egito e Irã).

E prepara-se o ingresso de Venezuela, Nicarágua e Arábia Saudita, que também nem sabem o significado da palavra democracia. Para disfarçar, convidam outros países, como Argentina e Chile.

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P.S.
1A formação dessa ONU das ditaduras é um lance tenebroso no xadrez internacional, que a mídia não discute. Brasil e Índia, dois fundadores democratas do Brics, e a sócia África do Sul precisam decidir se querem embarcar nessa onda contra o Ocidente. 

P.S. 2Os Estados Unidos estão preocupados com o Brasil costeando o alambrado da democracia, como diria Leonel Brizola. É por isso que o Capitólio e a Casa Branca decidiram apoiar claramente Musk, quando ele compra essa briga contra Moraes, que age como um reles agente provocador.

P.S 3Vamos voltar ao assunto aqui na Tribuna, até porque a patuleia da grande mídia pouco entende o que estamos discutindo aqui. (C.N.)

Ninguém acredita que o Conselho de Justiça queira reduzir penduricalhos

Remuneração da magistratura gaúcha é “a pior do país” - Espaço Vital

Charge reproduzida do Arquivo Google

Vicente Limongi Netto

Só quem acredita em Papai Noel levou a sério a cobrança do Conselho Nacional de Justiça( CNJ) aos tribunais, diante dos elevados valores salariais de juízes, engordados pelos mais criativos e descarados penduricalhos. Mas foi uma cobrança tipo conversa fiada. Para enganar a maioria esmagadora da população, cada vez mais enfrentando profundas desigualdades sociais. Joguinho para a arquibancada.

Teatrinho combinado, de quinta categoria. Ministros do Supremo Tribunal Federal(STF) morrem de inveja, porque não podem furar o teto salarial de 44 mil reais. Quando o Brasil for um país sério, onde leis são respeitadas, com rigor, magistrados serão obrigados a devolver vultuosas quantias que costumam receber, indevidamente, todos os meses. Mas é claro que isso não vai acontecer nunca, porque eles não se preocupam com o resto do povo.

TRISTES TEMPOS – A Primavera chega acabrunhada e tristonha. Com a devastação do meio ambiente. Com queimadas causando pânico e desesperança. O quadro desolador tingiu o céu de cinza. Estrelas deram lugar para o fogo. Fagulhas de queimadas soluçam com fumaça, brasas e devastação. Árvores sofrem, os animais morrem. Frutos são destruídos pelo calor das chamas. Plantas e flores perdem o brilho e a candura. Tristeza infinita no reino do verde e do sol. 

Nesse ambiente devastado, o horário de verão é medida cretina. Uma economia de palito que desrespeita a saúde, já frágil, dos brasileiros. 

MUITA BURRICE – A torcida vaiou, com razão, o bisonho Felipe Melo, por falhar, infantilmente, na jogada que derrotou o Fluminense contra o Botafogo. Bastaria atrasar a bola para o goleiro Fábio. Pesado, quis fazer o que não sabe, deu no que deu. Três preciosos pontos ou, pelo menos um, foram para o ralo, aumentando a agonia tricolor. Torcedores deveriam ter chamado Mano Menezes de burro, por deixar Ganso e Keno no banco, subestimando o adversário, agora mais do que nunca líder do brasileirão.

Felipe Melo e Manoel deveriam usar os autofalantes do Maracanã para pedir desculpas à torcida e anunciar aposentadoria. Cruz credo. Marcelo cansou de procurar alguém para jogar e iniciar boas jogadas do ataque, já que Ganso estava no banco.

Pela minha aritmética, o Fluminense precisa somar pontos, urgente, para evitar o rebaixamento.