É comovente o esforço de Barroso para declarar que Moraes age dentro da lei

Quem é Roberto Barroso, novo presidente do STF

Ao defender Moraes, Barroso não explica nem justifica 

Carlos Newton

Foram decepcionantes as justificativas do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, ao rejeitar o pedido para declarar o impedimento de Alexandre de Moraes na relatoria da investigação sobre o vazamento de mensagens de auxiliares do ministro no eixo STF/TSE.

É claro que não era possível haver argumentos jurídicos sólidos a favor de Moraes, mas a decisão de Barroso acabou surgindo como uma peça do chamado “jus embromandi”, que explica, mas não justifica, tirando toda a seriedade da discussão jurídica.

O impedimento de Moraes foi arguido pela defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

DIZ O CÓDIGO – Ao arquivar a queixa, Barroso, como presidente do Supremo opinou que não houve “clara demonstração” de qualquer causa que justifique o impedimento do ministro, previstas em lei, embora o advogado Eduardo Kuntz tenha citado expressamente os dois artigos, mostrando como os atos de Moraes se enquadravam neles.

Estabelece o Código de Processo Penal que o juiz não pode atuar no processo em que, entre outros pontos, ele próprio ou seu cônjuge ou parente até o terceiro grau for parte ou diretamente interessado no feito.

PIADA DO ANO – No caso, estão em questão as ordens de Moraes para preparação de relatórios sobre ilegalidades que não tinham sido motivo de queixa ou mesmo denúncia anônima. Ou seja, o ministro seria o centro das investigações que ele mesmo convocou, mas Barroso alega que ele não teria interesse nisso, uma tremenda Piada do Ano.

É lamentável esse comportamento do presidente do Supremo. Tira totalmente a seriedade da Justiça, mostrando que o corporativismo precisa ser combatido. O próprio Moraes sentiu a gravidade de seus erros e recuou no domingo, ao cancelar o inquérito que abrira e transformar a decisão em petição, para que a Procuradoria-Geral da República seja ouvida antes, como é a praxe.

Com isso, Moraes automaticamente assumiu que estava suspeito ou impedido. Devido a esse ato seu, o inquérito ficou cancelado e sem relator. Mas quando for reaberto, o relator voltará a ser ele, Moraes, e isso é um escárnio.

Assim, pode-se dizer que Barroso é igualzinho a Moraes, no tocante a descumprir leis ou ritos processuais e regimentais.

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P.S. –
O inquérito que Moraes abriu e suspendeu é da maior importância. Se for conduzido com um mínimo de seriedade, logo ficará claro que Moraes é um criminoso vulgar que tem de ser investigado como suspeito e depois, réu. Todos precisam ser iguais perante a lei, diz a mais democrática norma jurídica mundial. Mas parece que Moraes e Barroso não entenderam bem o que isso significa. (C.N.)

Após ataques de Israel ao Líbano, tensão no Oriente Médio chega ao limite

Homem observa ataque israelense na vila libanesa de Qsair

Pedro do Coutto

Novamente a tensão é sentida no Oriente Médio, quando dezenas de aviões de israelenses sobrevoaram o sul do Líbano, destruindo milhares de lançadores de mísseis do Hezbollah no que foi chamado de ataque preventivo. O ataque do domingo foi baseado, segundo autoridades israelenses, em informações de que o Hezbollah estava prestes a disparar milhares de mísseis no norte de Israel, bem como drones em um importante centro de inteligência ao norte de Tel Aviv, em retaliação à morte de seu comandante no último mês.

Israel declarou estado de emergência e fechou seu principal aeroporto por várias horas, com várias companhias aéreas estrangeiras cancelando voos. O Hezbollah respondeu disparando mais de 200 projéteis, de acordo com Israel, embora autoridades tenham dito que danos muito limitados foram causados.

RETALIAÇÃO – Se o Hezbollah tivesse executado com sucesso um ataque a alvos no centro de Israel, a retaliação poderia causar uma guerra mais ampla na região.”Nossa esperança é que os eventos da noite passada não se transformem em uma escalada que leve a uma guerra regional”, disse o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, a repórteres na noite de domingo durante uma visita ao Canadá.

Ontem, Israel reabriu seu aeroporto e aliviou algumas  restrições, o que significa que não aguarda outro ataque tão breve. O porta-voz militar de Israel disse que não houve danos a nenhuma base militar israelense. As negociações no Cairo visando estabelecer um cessar-fogo em Gaza entre Israel e a milícia palestina Hamas começaram conforme planejado no domingo.

NOVAS CONDIÇÕES – Porém, depois que uma delegação do Hamas deixou o Egito na noite de domingo, Osama Hamdan, um porta-voz e líder do grupo, disse que Israel “estabeleceu novas condições para um cessar-fogo” e “ainda está procrastinando”, de acordo com uma declaração publicada na conta do grupo no Telegram. Em uma crítica à administração do presidente Joe Biden, ele disse que está “plantando falsas esperanças ao falar sobre um acordo iminente para fins eleitorais”.

As negociações devem continuar em “níveis mais baixos” nos próximos dias em um esforço para preencher as lacunas entre as partes. A tensão no Oriente Médio parece não ter fim e se arrasta desde 1948, gerando várias guerras ao longo dos últimos anos. Um cenário sem diálogos e que parece estar longe de um desfecho de entendimento.

Para o cidadão-contribuinte-eleitor, em tempo de eleição, perguntar não ofende

Tribuna da Internet | No colo da mãe natureza, Paulo Peres criou versos nas  nuvens do ateliê do vento

Paulo Peres, poeta e compositor

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor e poeta carioca Paulo Roberto Peres, através do poema “Perguntar”, personifica o cidadão-eleitor-contribuinte e questiona os candidatos às eleições municipais, que tantas promessas fazem,

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PERGUNTAR
Paulo Peres

Meu senhor, minha senhora,
Desculpe por perguntar,
Notícias de toda hora
Que entender faz chorar!

Trabalho o ano inteiro
Imposto do meu dinheiro
Percentual vem tirar….

Mas tudo bem, entendo eu
Isto sempre aconteceu
Para necessidades sanar
Do povo em qualquer lugar.

Mas no Brasil tal contrato
Por governantes setores
É rasgado em cada ato
Pela ganância, credores
Do além-mar barganhar….

Em ano de eleição
Surge como panaceia
O voto do cidadão.
Muita promessa semeia
E no fim é sempre igual.

Prestar o serviço essencial,
Federal, estadual, municipal
Pertence a quem, afinal?

A competência passeia
Pelo rádio, TV e jornal,
Enquanto o Povo vagueia
No sofisma eleitoral!

À beira de um ataque de nervos, Moraes já pode se preparar para impeachment

A necessidade do impeachment - Espíritas à Esquerda

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Um amigo me envia a mais nova teoria conspiratória, dizendo que ninguém deve se surpreender com a postura de Alexandre de Moraes no Supremo. Por trás dessa confusão toda do superministro está o antigo “Quadrilhão do MDB”, representado por Romero Jucá, Sergio Machado, Edison Lobão, Jader Barbalho, Renan Calheiros e tutti quanti. Como o chefe do quadrilhão era Michel Temer, a solução que deu foi nomear Moraes para fortalecer no Supremo a ala destinada a desfazer a Lava Jato. E o esquema teria incluído a eliminação de um grande obstáculo chamado Teori Zavascki.

Bem, teorias conspiratórias à parte, porque o jornalismo só pode contar com fatos concretos, sem especulações, o certo é que Moraes fez uma grande diferença ao Supremo, ao adotar esse espírito vingativo que o faz trafegar fora da lei. Os últimos vazamentos divulgados por Glenn Greenwald e Fábio Serapião, mostram que desta vez o surpreendente ministro-relator-vítima foi apanhado em flagrante delito.

SEM ESCAPATÓRIA – Já está claro e mais do que provado que Moraes fugiu de seus limites e atribuições, determinando de ofício a abertura de inquéritos, sem que houvesse queixa nem solicitação do Ministério Público. Ele foi apanhado pela acusação do perito em crimes cibernéticos Eduardo Tagliaferro, que o assessorava no Tribunal Superior Eleitora, (TSE), confirmando que Moraes autorizava investigações sem base legal e mandava que fossem atribuídas a denuncias anônimas ou a relatórios pré-fabricados sob medida. Isto está provado e comprovado e Moraes vai ter que se explicar diante seus pares, pois o próprio Tagliaferro está abrindo processo contra ele no Supremo.

Moares tentou uma armação desesperada, afirmando em sessão do Supremo que todas os inquéritos eram abertos na forma da lei, os ministros acreditaram e deram entrevistas em defesa dele, como fizeram Gilmar Mendes e o presidente Luís Roberto Barroso. Mas agora todos já sabem que a alegação era mentira de Moraes e não irão mais defendê-lo tão entusiasticamente.

O advogado Eduardo Kuntz, que defende o perito Eduardo Tagliaferro, prepara a Ação de Institucionalidade que será apresentada ao  Supremo nos próximos dias para questionar a abertura de inquéritos de ofício por Moraes. Kuntz considera que essa prerrogativa deve ser exercida exclusivamente pelo presidente do tribunal, mas estava sendo usada indevidamente por Moraes nos inquéritos que comanda no STF.

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P.S. 1
“É exatamente o que está nas reportagens. O trabalho era muito rápido. O relatório, de minha parte, era oficial. Se havia mensagens de ódio, eu informava. Havia denúncias anônimas, mas também houve denúncias que vinham do próprio ministro”, disse Tagliaferro durante entrevista.

P.S. 2É uma briga jurídica em que Moraes não tem possibilidade de vencer. Em linguagem do boxe, ele está inerte, com a guarda baixa, à espera do nocaute, sem possibilidade de ser salvo pelo gongo. Seus advogados terão de ser muito criativos para tentar evitar o impeachment. Será que as Bets aceitarão apostas sobre isso, como acontece na Inglaterra? (C.N.)

Polícia Federal tenta excluir Moraes da investigação, mas é tarde demais

Comitê da Câmara dos EUA libera documentos sobre censura de Alexandre de Moraes no Brasil

Moraes enfim entendeu que não está mais agradando

Carlos Newton

Ao criar uma quantidade enorme de investigações simultâneas, o ministro Alexandre de Moraes cometeu um terrível erro estratégico, porque nenhuma autoridade policial ou judiciária pode desconhecer os ritos regimentais e processuais, não importa se o objetivo é acelerar os processos ou salvar a democracia, conforme ele próprio e seus colegas do Supremo costumam repetir.

No início, essas justificativas sem fundamento ético foram aceitas entusiasticamente pela cúpula do Judiciário, eivadas de um orgulho mútuo e corporativista mais do que exacerbado.

TUDO MUDA… – Mas o tempo vai passando, as condições se alteram e as opiniões mudam, especialmente quando há autoridades que se acostumaram a desprezar os ritos, sem perceber que eles constituem os pilares da democracia, que é formada pela obediência a essas pequenas regras de caráter ético e humanístico.

São concebidas para nos lembrar a todo tempo que a Justiça não se exerce como vingança e que é preciso respeitar quem não pensa como nós e tem direito a exercitar a liberdade de expressão.

No delicado momento que o Brasil vive hoje, depois dos exageros da reação contra a vitória eleitoral de Lula da Silva, que quase conduziu a um golpe de estado, o Supremo agiu com sede de vingança. Desnecessariamente.

EXEMPLO DE VARGAS –O STF deveria ter seguido a cautela de Getúlio Vargas, que em 1935 teve o cuidado de nomear um juiz federal que fosse seu adversário político, para evitar que os rebeldes da Intentona Comunista fossem julgados com rigor demasiado. Uma sábia decisão.

Tanto tempo depois, Moraes fez o contrário de Vargas e criou uma fábrica que produziu mais de 1,5 mil “terroristas”, denunciados por terem participado do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. E o pior é que o ministro se embriagou com o poder e prosseguiu nesse intento de criar novos terroristas, desta vez nas redes sociais, responsáveis por fake news e milícias digitais, disseminadoras do ódio político.

Em seu delírio, Moraes não percebia que o ódio também estava dentro dele e contaminara seu trabalho no STF e no TSE, conforme se comprovou agora, com as reportagens de Glenn Greenwald e Fábio Serapião, na Folha de S.Paulo.

AGORA, ACABOU – Quem raciocina com mais de dois neurônios e um mínimo de isenção percebe que a situação está mudando. Nesta quinta-feira, a Polícia Federal fez talvez a derradeira tentativa de tumultuar a situação, para tirar Moraes do foco das investigações. Para tanto, criou o factoide de que o perito Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da assessoria de Combate à Desinformação (órgão do TSE), estaria sendo investigando por tentar vender à revista Veja as mensagens que revelam o uso ilegal da equipe da Corte Eleitoral pelo ministro Moraes.

Foi uma bela tentativa, a direção da Veja agradece o marketing inesperado, mas a desesperada embromação mostra que as autoridades dos nossos tempos não têm medo do ridículo. Assim, de uma hora para outra, surgiu mais uma evidência de que a Polícia Federal ainda está numa fase muito criativa.

Mas o experiente criminalista Eduardo Kuntz, que defende Tagliaferro, fez ver aos policiais federais que o teor do questionamento não constava dos autos do inquérito ao qual a defesa tivera acesso. Tinha sido uma invenção de última hora, para tentar a incriminação do perito do TSE, na esperança de mudar o rumo das investigações e limpar a ficha suja do ministro Alexandre de Moraes.

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P.S. –
É triste ver que a Polícia Federal também costuma operar fora dos ritos. Mostra a que ponto chegamos no descrédito às instituições. Depois voltaremos ao assunto, porque é inesgotável. (C.N.)

Depois do Dia dos Pais, festivo por obrigação, os idosos são sempre desprezados

27 frases de indireta para pai que não liga para o filho - PensadorVicente Limongi Netto

A jornalista Ana Dubeux trouxe ao leitor um tema definitivamente sério e preocupante, merecedor de fortes reflexões (“Um Brasil mais velho é um Brasil mais maduro?” Correio Braziliense – 25/08), onde analisa e expõe preocupações com os idosos. É uma categoria de brasileiros geralmente humilhada, sofrida, desamparada e insultada. 

Ana Dubeux lamenta essa ferida que raramente sara – o inacreditável desprezo que as pessoas têm pelos mais velhos. “Será preciso haver uma revolução cultural e educacional no Brasil para chegarmos a algo minimamente razoável no tratamento das pessoas mais velhas”, indaga a jornalista, acrescentando mais irretocáveis verdades, com o coração triste e indignado.

REALIDADE – “Aqui o velho ainda é motivo de pancada ou peninha, o velho é sempre o outro. Temos imensa dificuldade em nos enxergar lá na frente e uma facilidade constrangedora de viajar em direção ao passado, apenas lembrando do que foi bom na juventude”. 

Palmas para Ana Dubeux. Todo idoso guarda lamentações. Rico ou pobre, precisa ser tombado, no bom sentido, porque deixou de ser necessário e útil.  Ninguém deve se iludir.  A dor pela ausência do apreço é profunda. Idoso deixou de ser útil. Sumiram o afeto e a gratidão de familiares e amigos. Pétalas de respeito, doçura, carinho e amor desapareceram nas águas da melancólica amargura. 

Marçal desafia Justiça Eleitoral e cria ‘contas reservas’ para seguidores

Marçal aposta em ataques para se manter em evidência

Pedro do Coutto

Em São Paulo, o candidato Pablo Marçal resolveu apostar em manobras questionáveis para manter seus conteúdos nas redes sociais. Ocorre que a Justiça Eleitoral determinou a suspensão temporária dos perfis do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, usados para monetização.

Cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral-SP e o candidato disse que irá recorrer. A liminar foi concedida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, após ação movida pelo PSB, partido da candidata Tabata Amaral. Na representação, a legenda solicita a abertura de um inquérito contra Marçal por pagar seguidores que distribuem cortes de seus vídeos nas redes sociais.

“CORTES” – “Destaco que não se está, nesta decisão, a se tolher a criação de perfis para propaganda eleitoral do candidato requerido, mas apenas suspender aqueles que buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”, afirmou o juiz. No documento, ele ainda sustenta que “monetizar cortes” equivale a disseminar continuamente uma imagem “sem respeito ao equilíbrio que se preza na disputa eleitoral.”

Agora, após a suspensão temporária de suas redes, o influencer desafia a Justiça Eleitoral e começou a criar “perfis reservas” de uma série de contas em todas as redes sociais. Enquanto participava de motociata com apoiadores, neste sábado, as redes do candidato começaram a compartilhar uma série de imagens informando os novos perfis do ex-coach.

RESTRIÇÃO – A ideia é que, mesmo se o ele não conseguir reverter a decisão, ou se a restrição for expandida, Marçal mantenha uma presença digital, seu principal meio de comunicação, já que o candidato ficará de fora do horário eleitoral gratuito na Rádio e TV. As contas no Instagram, Twitter, Telegram, TikTok e Gettr já começaram a reunir, em poucas horas de divulgação, milhares de seguidores

Mesmo que as novas investidas de Marçal criem ainda mais problemas, no fundo da questão, talvez seja essa a sua estratégia, pois assim se mantém no foco dos noticiários, evidenciando-se também através de ataques e discursos pesados contra os seus adversários, muitas vezes pautados pela desinformação. Afinal, essa estratégia ofensiva, ao que tudo indica, o alavancou nas últimas pesquisas, levando-o a um avanço de sete pontos, ultrapassando até mesmo Ricardo Nunes.

“Chegou a hora de ajustar a política monetária”, diz presidente do Federal Reserve

Falas de Powell foram recebidas com otimismo no mercado

Pedro do Coutto

Com a decisão anunciada por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Banco Central americano) de reduzir os juros, ao que tudo indica esta deve ser a política adotada principalmente pelo Brasil em função de perspectivas inflacionárias menores do que as atuais.

A taxa de juros, aliás, no Brasil, inevitavelmente serão menores do que as de agora, pois se durante o período de seu governo, o presidente Lula da Silva atacou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, por manter os juros da Selic em um patamar elevado, fica claro que o seu sucessor à frente do BC, Gabriel Galípolo,  terá que seguir a tendência tratada por Lula. Caso contrário, estaria repetindo a política de seu antecessor.

EXPECTATIVAS – Jerome Powell, confirmou as expectativas de que ele daria indícios claros de que o ciclo de queda de juros nos Estados Unidos terá início em setembro, quando está prevista a próxima decisão de política monetária. No maior evento de banqueiros centrais do mundo, Powell afirmou que “chegou a hora de ajustar a política [monetária]” e que o ritmo dos cortes dependerá dos próximos dados econômicos.

Durante o discurso de Powell, as apostas em um corte de juros de 0,5 ponto percentual em setembro aumentaram, com investidores passando a precificar 32,5% de chance, ante 24% na véspera. O corte de 0,25 p.p. ainda é considerado o mais provável.

“A inflação diminuiu significativamente, o mercado de trabalho não está mais superaquecido, as condições do mercado de trabalho estão menos apertadas do que aquelas que prevaleceram antes da pandemia, a oferta está normalizada e o balanço de riscos mudou”, disse Powell que também demonstrou maior preocupação com o mercado de trabalho.

RISCO – Segundo ele, o risco inflacionário diminuiu, enquanto o risco de desemprego cresceu. “As vagas de desempregado voltaram aos níveis pré-pandemia, e as condições do mercado de trabalho estão menos apertadas do que antes da pandemia, em 2019, quando a inflação estava abaixo de 2%. É improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de inflação no curto prazo”, afirmou.

Nos Estados Unidos, a queda dos juros está muito vinculada à inflação prevista para os últimos 12 meses de 2% ao ano. No Brasil, a inflação prevista é de 4%, mas que, em relação proporcional aos juros, sinaliza uma mudança irreversível. Não é possível que os juros americanos baixem naquele país e não tenhamos reflexo na política monetária brasileira.

As falas de Jerome Powell foram recebidas com otimismo no mercado, com as bolsas de valores estendendo o movimento de alta. Também houve reações no mercado de câmbio, com o dólar perdendo valor frente a diversas moedas do mundo. No Brasil, o dólar caiu pouco mais de 1,3%, sendo negociado a R$ 5,514.

Manuel Bandeira pensou que ia morrer e queria ir embora para Pasárgada

Eu gosto de delicadeza. Seja nos gestos,... Manuel Bandeira - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário e de arte, professor de literatura, tradutor e poeta Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho ficou conhecido como Manuel Bandeira (1886-1968) . “Vou-me embora pra Pasárgada” foi o poema de mais longa gestação de toda minha obra”, explicava o poeta, salientando que, “vi pela primeira vez o nome Pasárgada, que significa campo dos persas, quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego e isto suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias . Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: Vou-me embora pra Pasárgada!”.

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
Manoel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha falsa e demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as hitórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Paságarda tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora para Pasárgada.

É comovente a torcida da Globo e da GloboNews pela democrata Kamala

Guga Chacra analisa o discurso de Kamala Harris em convenção do Partido  Democrata

As matérias sobre Kalama são sempre favoráveis a ela

Vicente Limongi Netto

Foi tocante o formidável fervor cívico dos rapazes e moças do canal GloboNews, cobrindo as eleições norte-americanas. A convenção democrática com os candidatos Kamala Harris e o vice, Tim Walz terminou com festa também na GloboNews. Torcida frenética. Lábios trêmulos, olhos chorosos e sorrisos dos ansiosos jornalistas indicando que Kamala já pode encomendar o terninho de posse.

O mesmo entusiasmo no Jornal Nacional, que trata Kamala como presidente pré-eleita. A equipe do canal em Nova Iorque prometeu mandar para os colegas do Brasil o botton e o boné escrito “Kamala vem aí”, parodiando a marca eterna de Silvio Santos. São fofos. 

A emoção dos repórteres e analistas contagiou os corações dos assinantes. Diante da crescente euforia dos coleguinhas  da Globonew, o bom senso recomenda que os republicanos aliados de Donald Trump, desmontem tudo, fechem para balanço e cancelem a convenção e vão jogar golfe. A democracia norte-americana, nesse ponto, é exemplar.

DESAFORO – Burrice e insensibilidade, do técnico (vá lá, vá lá) Dorival Junior não chamar o cerebral meia Paulo Henrique Ganso, para os dois próximos jogos do Brasil pelas eliminatórias da copa. Ganso está em excelente fase, técnica e física. Joga fácil, com extrema lucidez. A bola e os torcedores vibram com Ganso em campo. Sabem que em algum momento do jogo ele surpreenderá o público com alguma jogada genial. Própria dos atletas fora de série. Meias convocados pelo Dorival não jogam mais do que Ganso. Nem vão jogar, nunca. Alguns deles não engraxam nem as chuteiras do formidável meia do Fluminense.

PAVOROSOS – Ex-parlamentares, tanto homens como mulheres,  que não desencarnam nunca, passaram a cultivar mania patética, vexaminosa e melancólica. Vão passear, bater ponto, nos plenários da Câmara e do Senado. Ficam olhando para o teto, esperam ser reconhecidos, saudosos dos tempos em que tinham mandato e não faziam nada. Eterna ânsia de aparecer. Tomam café, comem pão de queijo e jogam conversa fora com quem estiver ao lado. Os recintos viram feira e casa da mãe Joana. Muitos deles se tornaram lobistas engomados, com crachá, que os credencia oficialmente a defenderem os interesses mais espúrios.  O desaforado e respeitado baiano Antônio Carlos Magalhães, quando era presidente do Senado e do Congresso, não dava moleza para essa gente. Raros se atreviam a contrariá-lo.  

MEMBRO HONORÁRIO – O presidente do Sistema CNC- Sesc-Senac, advogado José Roberto Tadros foi empossado membro honorário do Instituto dos Advogados Brasileiros(IAB). A entidade completou 181 anos de fundação e é a mais antiga instituição jurídica do Brasil.

IBGE: número de idosos cresce e população do país vai diminuir a partir de 2042

Projeções mostram um país completamente diferente em 2070

Pedro do Coutto

As novas projeções populacionais divulgadas pelo IBGE com base no Censo 2022 mostram que a população brasileira está envelhecendo mais rapidamente do que se esperava e vai começar a diminuir em 2042, e chegará a 2070, último ano da projeção, com menos habitantes do que temos hoje: 199,2 milhões, contra os 203 milhões atuais. A faixa etária de 60 anos para cima será a maior a partir de 2042, chegando a 2070 representando quase 40% da população.

Segundo a secretária Nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, Virgínia de Ângelis, os dados impõem desafios aos governos nos próximos anos. Segundo ela, as mudanças na demografia vão pressionar não só o regime de aposentadoria, mas os serviços de saúde e educação.

IMPACTO – “A mudança na curva demográfica do Brasil impacta profundamente a prestação de serviços de saúde, educação e o sistema previdenciário. Também incide sobre o tamanho e a composição da população economicamente ativa e deve afetar a distribuição da população nas regiões brasileiras”, afirma, em nota.

Segundo ela, o resultado da pesquisa do IBGE requer um planejamento de longo prazo, integrando diversas políticas públicas: “A resposta a esses desafios requer um planejamento de longo prazo capaz de integrar e orientar diferentes políticas públicas – sociais, de emprego, renda, produtividade, previdência e infraestrutura”, acrescentou.

DESPESA  – O levantamento conclui que o fenômeno previsto acarretaria uma despesa previdenciária acima do possível porque o INSS estaria afetado com essa situação. Porém, está equivocada a conclusão e a projeção de especialistas sobre a questão.

O que deve preocupar o governo é o fato de que é preciso que se tenha desenvolvimento capaz de assegurar emprego para os jovens. Funcionando em pleno emprego e com o desenvolvimento da economia, a contribuição para a Previdência Social aumenta na mesma proporção.

Não é o envelhecimento populacional que afeta as contas públicas, mas a falta de desenvolvimento econômico e o pleno emprego. Não adianta criar um caráter alarmista sobre dados que podem estar sendo tratados de forma parcial, sem a devida conjugação de todos os fatores envolvidos.

O sentimento à flor da pele de uma compositora realmente genial

Dolores Duran – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dolores com o marido, Marcelo Neto

Paulo Peres
Poemas & Canções

A cantora e compositora carioca Adiléa da Silva Rosa, conhecida como Dolores Duran (1930-1959), foi uma das maiores representantes do samba-canção. “A Noite do Meu Bem” é talvez o maior sucesso de Dolores Duran, em cuja letra, composta em estrofes de três versos, há um eu-lírico esperando ansiosamente o seu amor, para uma noite romântica, bela e apaixonada. A música foi composta e lançada, em 1959, por Dolores Duran, pela gravadora Copacabana.

A NOITE DO MEU BEM
Dolores Duran

Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero a alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai! como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a pureza que eu quero lhe dar

Moraes alerta que há um ataque em andamento contra o Supremo

Tribuna da Internet | Democracia Inabalada tornou-se cena de comédia com  discursos de Lula e Moraes

Charge do Sandez (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Assim como José Vidal, concordo que há um ataque contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, não há dúvidas. Assim, interpretada como “liberdade de expressão”, a defesa dos golpistas e das fake news é usada para tripudiar o ministro e, por extensão, a Suprema Corte, como instituição.

Vidal assinala que não são críticas pontuais para admoestar as decisões tomadas pelo ministro bola da vez, mas amplas e destruidoras, visando o quê? Ora, querem a ausência de regras para o exercício da politicagem.

O que diriam das regras que a população do Japãp possui?, indaga Vidal, acrescentando que o Legislativo arvorou-se ao direito de dispor de grande parte do orçamento federal, usurpando o poder do Executivo. Para conseguir mais ainda, precisa do enfraquecimento do STF. Alguns incautos (ou espertos) caem nessa, criticando exaustivamente o Judiciário, usando aquela velha máxima de que a repetição de algo se torna verdade.

DOSIMETRIA – Concordo plenamente com a análise de Vidal. Porém, com todas as escusas de estilo, a dosimetria das penas aplicadas aos vândalos golpistas realmente foi exagerada. Bem, é uma opinião, visto que não tenho acesso ao escopo das respectivas condutas individuais dos réus, que não foram levadas em conta, ao que dizem.

Quanto às cabeças pensantes, que ainda permanecem impunes, trata-se de membros das elites civis, militares e legislativas, aquela branquitude brasileira, que não suja as mãos de lama e terceiriza para os otários de sempre, que foram com tudo na quebradeira vandalista, para conseguirem uma desordem e abrir caminho para as tropas do Exército intervirem no processo político. Era um golpe de Estado clássico, bem delineado e que transcorria à vista de todos.

Entendo que a atuação do ministro Alexandre de Morais teve um peso significativo na derrota dos golpistas. E ele continua atuando com firmeza, contra tudo e contra todos. Está fazendo o papel dele, mesmo com o risco do impeachment, um tema que está na pauta do Senado.

ERROS E ACERTOS – Se Moraes erra, é claro que sim, não existe perfeição na ação humana. Ele ou qualquer ministro, não trabalha sozinho. Há uma equipe de suporte, auxiliando o magistrado e se eles erram, podem comprometer a atuação do magistrado.

Mas, sabedor do erro humano, o ministro Moraes tem submetido ao crivo da Corte Suprema suas decisões mais contundentes, principalmente relacionadas ao andar de cima. É um sinal de humildade e cuidado.

No entanto, apareceu um novo ministro, que é ainda mais duro. Trata-se de Flávio Dino, ex-juiz federal ex-deputado e ex-governador.

O NÚMERO UM – Além de muita coragem, Dino, conhece como ninguém os regimentos Internos do Senado e da Câmara, mais do que Arthur Lira e Eduardo Cunha juntos e ganha de goleada de Pacheco e Davi Alcolumbre.

Nos bastidores da política, o ministro jurista Flávio Dino pode se tornar o número 1 do Supremo para ser impichado pelo Senado em 2027, quando a oposição de fazer maioria na casa dos sêniores, a Câmara Alta senatorial.

Os pobres de espírito não suportam a inteligência alheia e fogem de quem demonstra capacidade e espírito público. Esta é a nossa realidade, nesses tempos sombrios.

Obama faz discurso a favor de Kamala Harris: “Sim, ela pode”

O ex-presidente resgatou um slogan da própria campanha

Pedro do Coutto

A convenção do Partido Democrata está sendo marcada por atmosfera de otimismo partidário, reforçado pelo discurso do ex-presidente Obama que empolgou as manifestações nesta semana. Nota-se uma disposição da candidata Kamala Harris fora do comum e que deixa longe as ações republicanas contidas num limite comum.

Barack Obama e a ex-primeira-dama Michelle Obama discursaram na terça-feira na convenção em apoio à candidatura Kamala Harris à Presidência. Os democratas fizeram da contagem dos votos dos delegados para Kamala Harris uma celebração da diversidade americana; cada estado do seu jeito. Kamala, que fazia um comício no estado de Wisconsin, apareceu no telão para agradecer a festa de confirmação do nome dela como candidata do Partido Democrata à Presidência.

ATAQUES – Michelle disse que ela e Obama sofreram os mesmos ataques que Trump tem feito contra Kamala: “A visão de mundo dele, limitada e estreita, o fazia se sentir ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras altamente qualificadas e bem-sucedidas, que por acaso são negras. Ficar reiterando mentiras feias, misóginas e racistas é uma muleta para a falta de ideias e soluções reais que, de fato, ajudariam a melhorar a vida das pessoas”. Em referência a um slogan da campanha de Obama de 2008, afirmou:“América, a esperança está de volta”.

No momento mais esperado da noite, o ex-presidente Barack Obama subiu ao palco e lembrou que, há exatos 16 anos, ele era a pessoa com um nome diferente a aceitar a indicação para ser o candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos. Obama elogiou o presidente Joe Biden por defender a democracia americana em um momento de grande perigo e criticou a forma como o Partido Republicano se rendeu a Donald Trump.

LIDERANÇA – “Quando o outro partido virou um culto à personalidade, precisávamos de um líder que fosse firme, unisse as pessoas e fosse altruísta o suficiente para fazer o que há de mais raro na política: deixar de lado as próprias ambições pelo bem do país”, afirmou.

Obama resgatou outro slogan da própria campanha, “Sim, nós podemos”, com uma pequena adaptação para Kamala: “Sim, ela pode”. E também falou sobre como vê a sociedade americana de hoje: “Vivemos em uma época de tanta confusão e rancor, com uma cultura que valoriza as coisas que não duram: dinheiro, fama, status, curtidas. Corremos atrás da aprovação de estranhos nos nossos celulares. Construímos todo o tipo de muros e cercas à nossa volta e depois nos perguntamos por que nos sentimos tão sozinhos. Não confiamos muito uns nos outros porque não dedicamos tempo a nos conhecermos. E, com esse espaço entre nós, os políticos e os algoritmos nos ensinam a caricaturar uns aos outros, a trollar uns aos outros e a temer uns aos outros”.

REFLEXO – É claro que a visão de uma vitória nas urnas reflete-se nos componentes do partido que tem o êxito bem próximo de sua realidade. O Partido Democrata, ao que parece, está numa arrancada para o sucesso nas urnas. Vale destacar que não foram ainda explorados os erros baixos ao longo do governo Donald Trump, a começar pela tentativa de golpe em 2020 que deixou a opinião pública mundial perplexa.

A carga negativa que Trump carrega é demasiadamente pesada, envolvendo vários casos que já estão na justiça. Trump tem tantos fatos contra si que é difícil que o quadro possa se inverter até novembro. O otimismo está do lado democrata.

A importância das flores na relação amorosa, segundo Limongi Netto

Entrevista – Página: 1071 – JP Revistas

Limogi, de bem com a vida

Paulo Peres
Poemas e Canções

O jornalista e poeta amazonense Vicente Limongi Netto, radicado há anos em Brasília, invoca elementos líricos neste poema sobre a importância das flores no relacionamento amoroso.

ALTIVEZ DAS FLORES
Vicente Limongi Netto

Flor no vaso
alimenta paixões
aduba sentimentos
e suas sementes
distribuem emoções

Flores embrulhadas
para presente
com aromas de romance
entregues nas mãos da amada
são corações falando alto
assobiando como lábios da conquista

Na Câmara Legislativa de Brasília, há honrarias de mais, trabalho de menos

Câmara Legislativa do DF deve ouvir ex-secretário de | Política

Câmara Legislativa do DF é um brlo exemplo de supérfluo

Vicente Limongi Netto

Licença para pontos e vírgulas: o leitor Evanildo Sales (Correio Braziliense – 22/08) protesta com razão,  contra a concessão de títulos honorários e beneméritos para figuras que nunca ergueram um tijolo para o desenvolvimento de Brasília. Que jamais fizeram nada de bom para os brasilienses mais necessitados. Aliás, a meu ver, os títulos concedidos pelos deputados distritais ficaram banalizados, desnecessários e inúteis. Como a própria Câmara Legislativa do Distrito Federal. Que não deveria nem existir, já que Brasília tem representantes eleitos, no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.

Todo santo dia anunciam fornadas de patéticos novos títulos. Apenas para graúdos. É muita falta do que fazer. Como lembrou o leitor Evanildo, as vestais grávidas distritais nunca lembraram de homenagear um trabalhador humilde. O pior e mais patético, decidem conceder as medonhas honrarias para pessoas que já partiram. Bolas, porque não lembraram de homenagear estes cidadãos, em vida?

Por fim, o engomado medonho Davi Alcolumbre estrila contra um aspecto do acordo firmado entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (Correio Braziliense – 22/08). Se Alcolumbre reclama, é porque é saudável para a coletividade e republicano o que foi acertado entre os dois poderes.

LEIS MAIS DURAS – São frequentes e pomposos seminários, reuniões e debates protestando contra os crescentes feminicídios no Brasil. Muito lero-lero e nenhuma decisão política e governamental que realmente intimide a avassaladora e trágica progressão dos assassinatos. O fato é que de nada valem as medidas oficiais existentes de proteção às mulheres agredidas e ameaçadas por patifes e covardes. A lei Maria da Penha não tem mais utilidade. Triste e necessária constatação.

O Brasil precisa, urgente de leis realmente duras que intimidem os canalhas. Legisladores mexem tanto na Constituição que deveriam ter coragem para acrescentar parágrafos na Carta Magna adotando prisão perpétua ou pena de morte para a famigerada escória de canalhas. Penas igualmente justas para estupradores e pedófilos.

Nos Estados Unidos, apenas para ilustrar a necessidade do rigor para bandidos, um jovem de 12 anos foi condenado à prisão perpétua, por matar o pai. 

Governo, Supremo e Congresso fecham acordo sobre emendas parlamentares

Representantes dos Três Poderes se reuniram para discutir emendas

Pedro do Coutto

Finalmente, o Governo, o Congresso e o Supremo chegaram a um acordo para estabelecer critérios para as emendas parlamentares. Os pontos do acordo foram divulgados em nota conjunta dos Três Poderes. As emendas parlamentares deverão seguir novos critérios de transparência, rastreabilidade e correção, como já havia determinado o STF.

Pelo acordo negociado nesta terça-feira entre os Três Poderes, as emendas PIX ficam mantidas com pagamento obrigatório, mas passam a ter um projeto e a identificação do destino. A prioridade é para obras inacabadas, e tudo com supervisão do Tribunal de Contas da União. As demais emendas individuais também ficam mantidas como obrigatórias. Os critérios para a liberação dos recursos deverão ser fixados pelo governo e pelo Congresso em até dez dias.

BANCADA – As emendas de bancada – que são coletivas das bancadas estaduais ou regionais – passam a ser destinadas a projetos de infraestrutura em cada estado e no Distrito Federal. A definição tem que ser pela bancada e não mais por um parlamentar individualmente. As emendas de comissão – das comissões permanentes de cada casa do Congresso – terão que ser destinadas a projetos de interesse nacional ou regional, de comum acordo entre governo e Congresso.

O presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que foi uma construção coletiva de soluções possíveis. “Foi um consenso muito importante que precisamos avançar, inclusive com nova legislação, sobre a qualidade do gasto. O país está precisando com urgência de uma nova lei que discipline essa matéria de finanças públicas de uma maneira geral. As nossas preocupações eram de natureza constitucional e institucional quanto à transparência, rastreabilidade e correção da aplicação desses recursos. E quanto a esses pontos, eu acho que nós chegamos a um acordo satisfatório”, afirmou

EMENDAS – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ressaltou a importância das emendas parlamentares:”São um instrumento democrático e muito importante de concepção do Orçamento. O Orçamento não pertence exclusivamente ao Poder Executivo. Ele pertence ao Brasil e é feito tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo”.

Ele acrescentou ainda que chegaram a cogitar até o fim das emendas PIX, mas decidiram mantê-las.”Houve também um entendimento e compreensão geral de que essa modalidade de transferência especial pode ser muito útil à execução orçamentária do Brasil, sobretudo para situações em que há obras inacabadas. Fugir da burocracia para permitir que haja efetiva execução das realizações nacionais nos nossos mais de 5,5 mil municípios é algo que interessa à coletividade, interessa à sociedade”.

Os pagamentos das emendas parlamentares continuarão suspensos, conforme decisão anterior do Supremo. Governo e Congresso terão até dez dias para concluir os detalhes técnicos do que foi acertado na reunião, incluindo o limite orçamentário. Uma vez resolvido o impasse, caberá ao relator das ações, o ministro Flávio Dino, rever a suspensão.

Uma denúncia do abandono do brasileiro, na poesia de Mário de Andrade

A felicidade é tão oposta à vida, que... Mário de Andrade - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte, fotógrafo e poeta paulista Mário Raul de Moraes Andrade (1893-1945) faz, neste poema, uma comparação entre o homem de um grande centro urbano e a vida precária de um seringueiro, o homem do Norte, uma região praticamente abandonada pelas autoridades. Logo, trata-se de uma forma indireta de denúncia bem própria do Modernismo da primeira geração.

DESCOBRIMENTO
Mário de Andrade

Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

Fluminense se ergue lembrando o eterno Francisco Horta: “Vencer ou vencer!”

Thiago Silva Elogia Torcida Do Fluminense E Provoca Rival: 'Tem Time Lá Na Frente Que Não Coloca 40 Mil'

Thiago Silva é o líder da recuperação do Fluminense

Vicente Limongi Netto

Vitória épica. Tensa e suada. Reforçando o slogan do eterno presidente Francisco Horta: “Vencer ou vencer!”. Estávamos precisando. Para passar borracha no passado sombrio e irregular. Quando Thiago Silva fez o gol, arrancando o grito preso na garganta do torcedor, pegando a bola no fundo da rede do Grêmio, soltando palavrões e correndo com ela para o meio de campo, estava desenhada a vitória memorável do Fluminense.

Méritos para a torcida, fazendo festa, gritando, empurrando o time para frente. Parabéns, também, para o técnico Mano Menezes. Escalou bem o time. Acabou com a troca de passes na pequena área que não estava dando certo, com constantes passes errados, tremendo o peito sofrido do torcedor. Ganso realmente é gênio. Jogou muito. Como todo o time. Com garra, determinação, duro, com bicão quando necessário. Lidera o time. Dar broncas e tem a necessária auto crítica quando erra. 

Pena que os deuses do futebol estavam invocados e negaram ao cerebral meia um gol antológico, cobrindo o goleiro. Ganso e Arias deixam a bola feliz e o adversário em pânico.

GANSO FAZ DIFERENÇA – Dorival Junior obraria bem, dando chance ao Ganso na seleção. Dorival conhece as virtudes inegáveis de Ganso. Meio de campo da seleção precisa de atleta como Ganso, que sabe administrar o jogo, que enxerga longe as brechas para passes encantados, que pensa o jogo. Por sua vez, o colombiano apanha mais do que cão abandonado. Ganha todas, com incrível domínio de bola. Dínamo em campo. Bem que Árias poderia dar bom presente aos torcedores, se naturalizando brasileiro. Avançamos na Libertadores. Ânimos retemperados para sair do sufoco no Brasileirão. Reagir e logo. A tradição, o respeito e a trajetória vitoriosa do clube das Laranjeiras não merecem o vexame de correr o risco de ser rebaixado. 

A carioquice da poesia sempre inspirada de Herminio Bello de Carvalho

Hermínio Bello de Carvalho: quase 90 anos de luta pela produção e memória da música popular brasileira - Mídia NINJA

Herminio Bello de Carvalho, um mestre

Paulo Peres
Poemas & Canções

Agitador cultural, produtor musical, compositor, poeta e descobridor de talentos, desde cedo o carioca Hermínio Bello de Carvalho convive de perto com a música e com os músicos brasileiros. Entre eles, Maurício Tapajós, com quem compôs “Mudando de Conversa”, cuja letra traduz a saudade de uma pessoa por um cotidiano não mais existente em sua vida. Este samba foi gravado por Doris Monteiro, em 1969, no LP “Mudando de conversa”, pela Odeon.

MUDANDO DE CONVERSA
Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho

Mudando de conversa onde foi que ficou
Aquela velha amizade
Aquele papo furado todo fim de noite
Num bar do Leblon

Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à bessa
Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar
E acabava em samba
Que é a melhor maneira de se conversar

Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma
Perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba
Me perdi de mim, não achei mais nada
O que vou fazer?

Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você
De dizer as coisas que se acumularam
Que estão se perdendo sem explicação
E sem mais razão e sem mais porque

Mudando de conversa onde foi que ficou
Aquela velha amizade
Aquele papo furado todo fim de noite
Num bar do Leblon

Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à bessa
Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar
E acabava em samba
Que é a melhor maneira de se conversar