Gerson desabafa e esculhamba a seleção, que não tem meio de campo…

Niterói deixa passar em branco aniversário de um de seus maiores ídolos do futebol - Coluna do Gilson

Aos 83 anos, Gérson diz que jogador do meio do campo deve “pensar”

Vicente Limongi Netto

Com autoridade de eterno, cerebral e extraordinário armador, o canhotinha de ouro do tri, Gerson Nunes, perdeu a paciência com as recentes atuações do Brasil na Copa America. Pessimista com as possibilidades do Brasil na Copa América, antes do jogo com o Uruguai ele não livrou a cara de ninguém, no seu canal no youtube.

Chamou Dorival Junior de “treineiro” e o meio de campo brasileiro de “porcaria”. Críticas veladas e enfáticas do exigente Gerson repercutiram no Estadão. Para ele não existe armador. “Para jogar no meio de campo é preciso pensar”.

Lucas Paquetá sabe jogar, mas parece galo de briga. Bruno Guimarães não resolve nada, com trombadas e pontapés e Vini Jr gasta energias em reclamações desnecessárias.

SEM COMENTÁRIOS – Ninguém, em sã consciência, se atreve a discordar do fabuloso canhotinha, que parou de jogar há quase 50 nos (está com 83 anos). Didi, mestre do mestre, passou o bastão de meia armador para Gerson. Que até hoje, incrível e inacreditável, não teve o prazer de passar o bastão para nenhum outro qualificado meia da seleção penta campeã. Simplesmente porque não existe, não tem. 

Paulo Henrique Ganso, a meu ver, e não fosse as constantes e graves contusões que sofreu, seria, o sucessor de Gerson. Lamentável e triste constatação. 

DUPLA PATÉTICA – Joe Biden garante que só desiste de disputar a reeleição, se Deus mandar. Está surdo e não sabe.

O desembargador do Paraná, Luis Cesar de Paula, entra fácil no radar dos mais idiotas do ano, por declarar que as “mulheres estão loucas atrás dos homens”. Mais um que deslustra o cargo, como o próprio presidente assim faz, ao dizer: “Tenho 70 anos, energia de 30 e tesão de 20 anos”.

 Engraçado, pensei que Lula já tinha 78 anos e estava indo para os 79… Será que ele está variando igual o Biden da Silva?

CORAÇÃO PARTIDO – O senador Eduardo Girão (Novo-CE) voltou desolado e amargurado, com coração partido, alma em frangalhos, da visita ao ex-diretor-geral da Policia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, preso na Papuda acusado de ordenar blitzen na época das eleições presidenciais para impedir a chegada dos eleitores de Lula, aos locais de votação.

Girão é caridoso. Católico praticante.  Não pode ver ninguém triste, sofrendo. Apreensivo, o senador revelou que encontrou o bom e puro Silvinei “doente, tomando remédios para depressão”. Girão prometeu voltar ao aprazível presídio da Papuda, outras vezes, para confortar Silvinei e rezarem um terço junto.

LEVAR IGUARIAS – O senador vai pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, permissão para levar uma sacola de aguarias cearenses para o tristonho Silvinei. Como melado de rapadura, castanha de caju, siriguela, pitomba, peixe frito e farinho de rosca. Além de cobertores para Vasques agasalhar e proteger a alma do frio.

Também está nos planos do atencioso senador, levar garrafas térmicas com água do mar e potes com areia da praia do Futuro e livros do espírita Alan Kardec, pelo qual o senador devota imensa admiração. Como o Natal está ficando próximo, Girão estuda pedir autorização ao ministro Moraes, para levar vinho e espumante para o solitário Silvinei. 

Após indiciamento pela Polícia Federal, situação de Bolsonaro se agrava

“Amanhece, preciso ir, meu caminho é sem volta e sem ninguém”, dizia o cantador

Folhapress - Fotos - Nelson Motta (dir.) e Dori Caymmi,

Dori e Nelsinho, amigos desde sempre

Paulo Peres
Poemas e Canções 

O jornalista, escritor, roteirista, produtor musical, letrista e compositor paulista Nelson Cândido Motta Filho, na letra de “O Cantador”, em parceria como amigo Dori Caymmi, fala sobre a dor, a vida, a morte e o amor, sentimentos que fazem o cotidiano de quem apenas sabe cantar. A música teve várias gravações, entre as quais, a do próprio compositor no LP Dori Caymmi, em 1972, pela Odeon.]

O CANTADOR
Dori Caymmi e Nelson Motta

Amanhece, preciso ir
Meu caminho é sem volta e sem ninguém
Eu vou pra onde a estrada levar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor

Cantador não escolhe o seu cantar
Canta o mundo que vê
E pro mundo que vi meu canto é dor
Mas é forte pra espantar a morte
Pra todos ouvirem a minha voz
Mesmo longe …

De que servem meu canto e eu
Se em meu peito há um amor que não morreu
Ah! se eu soubesse ao menos chorar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor

É importante existirem na internet blogs independentes, para que nada se oculte

Expresso a la Castro: Charges: Diga não à censura na internet!

Charge do Jota (Arquivo Google)

Carlos Newton

Este blog foi criado sob o signo da liberdade, para que existissem na internet alguns espaços que pudessem ser considerados independentes, nos quais fossem discutidos textos das mais diferentes tendências ideológicas e partidárias. E assim tem sido, com o acolhimento de teses de todos os tipos, como deve ser a prática na democracia.

Por isso, recebemos com naturalidade toda espécie de crítica, inclusive as que nos exigem que somente publiquemos artigos das ideologias A, B ou C.

LIBERDADE EDITORIAL – Bem, você pode escolher à vontade um lado para defender, mas isso jamais acontecerá aqui na linha editorial da Tribuna da Internet. Manteremos a todo custo nossa múltipla liberdade, que hoje nos permitiu fazer uma denúncia importantíssima e que nos constrange como cidadãos e jornalistas, ao divulgar que já está implantada no país a Ditadura do Judiciário.

O fato é que o Supremo jamais poderia aprovar e cumprir a Súmula 606, que exime de discussão em habeas corpus qualquer decisão monocrática de ministros ou julgamento de turma ou do plenário. O habeas corpus é cláusula pétrea, por ser o mais democrático dos direitos, e pode ser impetrado por qualquer pessoa, em nome de qualquer outra, nem é necessário ser advogado.

Este tipo de assunto só se lê num espaço verdadeiramente livre e que defende a democracia em sua mais pura essência, o que é um imenso orgulho para nós.

BALANÇO DE JUNHO – Como sempre fazemos, vamos publicar o balanço das contribuições à Tribuna da Internet, que permitem nossa atuação sem patrocinadores que possam tentar interferir em nossa linha editorial independente, uma verdadeira utopia na realidade da imprensa.

De início, vamos divulgar os depósitos em nossa conta da Caixa Econômica Federal:

DIA   REGISTRO   OPERAÇÃO         VALOR
07     071403        DP DIN LOT………..100,00
10     081052        CRED TEV……………200.00
17     000001        CRED TEV…………….30,00

Agora, as contribuições feitas através da conta no Itaú/Unibanco:
03     PIX TRANSF JOSE FR……………..150,00
03     PIX TRANSF PAULO R…………….100,00
07     TED 001.5977.JOSE APJ…………300,07
10     PIX TRANSF JOAO AN……………..50,00
14     TED 001.4416.MARIO ACR……..300,00
28   TED 033.3591.ROBERTO S N…….200,00

Por fim os depósitos no Bradesco:

08    AUT POUP J. DANTAS………………60,00
08    PIX GESSE FRANCISCO…………..100,00
27    3225824 LCBRANCO PAIM………300,00

Agradecendo muitíssimo a todos os que colaboram conosco para manter essa utopia na web, vamos em frente, sempre juntos, enquanto deixarem, é claro.

Conversa com Haddad faz Lula mudar tom público sobre economia

O movimento de Lula dá uma sobrevida a Haddad

Pedro do Coutto

Aconselhado pelo ministro Fernando Haddad, o presidente Lula mudou o tom que vinha adotando em declarações sobre o Banco Central e afirmou que vai cumprir o compromisso fiscal de déficit zero.  Em meio às turbulências do mercado financeiro e a consequente alta do dólar , Lula tratou de afirmar que a “responsabilidade fiscal é compromisso” em seu governo.

Além disso, o chefe do Executivo reforçou que sua gestão “não joga dinheiro fora”. As declarações aconteceram durante o anúncio do Plano Safra voltado para agricultura familiar, no Palácio do Planalto, em Brasília.

RESPONSABILIDADE – “Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário. A gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca”, disse Lula.

Haddad disse a jornalistas que a diretoria do BC tem autonomia para atuar no câmbio como entender conveniente e que não há orientação contrária. Ele acrescentou que acredita que o dólar vá se acomodar, reforçando que a responsabilidade fiscal é um compromisso da vida pública de Lula. O episódio revelou a insegurança do presidente Lula com a matéria. Ele precisa abandonar o tom de palanque nesse sentido.

RECUO – Após Lula mudar de tom sobre a questão, o dólar comercial encerrou nesta quarta-feira cotado a R$ 5,56, representando uma queda de 1,71% em apenas um dia. É a primeira vez que o câmbio recua em quatro pregões. As falas de Lula vão na contramão do que o presidente tem dito nas últimas semanas sobre política fiscal e monetária. Ele vem criticando a atuação do Banco Central e colocando em dúvida a intenção do governo de cortar gastos.

Apesar da mudança de postura do Lula ter contribuído para ampliar a queda do dólar nesta quarta, só haverá uma melhora consistente no câmbio quando medidas concretas para atingir o equilíbrio fiscal forem anunciadas, e quando cessar o excesso de críticas por parte do presidente.

Moraes manda punir juiz federal que apontou erro numa de suas decisões 

Tribuna da Internet | Moraes “interpreta” mal a legislação, na sua ânsia de  fabricar terroristas em série

Charge reproduzida do Arquivo Google)

Carlos Newton

Há anos fala-se, em tese, na possibilidade de ditadura do Judiciário, que assumisse a supremacia da República e tentasse submeter os outros Poderes. Mas era um pensamento apenas hipotético e até fantasioso, nada a ver com a realidade. Discutia-se somente em tese, é bom repetir.

Mas agora nos defrontamos com a realidade dos fatos, a nos exibir que essa ditadura já está em ação no Brasil, com o superdimensionamento dos poderes do Judiciário, em relação ao enfraquecimento dos poderes do Executivo e do Legislativo.

Aos poucos, o Supremo foi aumentando seus poderes, a partir de uma decisão do ministro Cézar Peluso, em 2008: “Não cabe pedido de habeas corpus originário para o tribunal pleno, contra ato de ministro ou outro órgão fracionário da Corte”. (Súmula 606).

CLÁUSULA PÉTREA – O habeas corpus é o recurso contra decisão errada de magistrado, turma ou tribunal, que possa ferir direito líquido e certo ou ameace o direito de ir e vir. É medida tão sagrada no Direito que a Constituição determina sua vigência, como cláusula pétrea.

Mas os ministros do Supremo não entendem assim, ao considerar que todos os onze integrantes, assim como as duas turmas e o plenário, estão imunes a erros, que Deus perdoe tamanha vaidade (ou leviandade).

Agora, além da Súmula 606, passa a existir outra Súmula, criada por apenas um ministro, que aumenta a blindagem e protege de recurso e/ou correção qualquer erro cometido no STF.

ERROS EM SÉRIE – O fato é que o ministro Moraes cassou uma decisão do juiz federal da 1ª Vara de Maringá (PR), José Jácomo Gimenes, que condenara a União a pagar R$ 20 mil de indenização ao ex-deputado Homero Marchese, por conta do bloqueio de suas contas em redes sociais, determinado pelo próprio Moraes.

Nos autos, ficou provado que Moraes errou ao bloquear as contas de Facebook, Instagram, Twitter etc, pois teve de liberá-las. Ao fazê-lo, errou de novo, pois esqueceu de desbloquear o Instagram, que ficou suspenso por mais seis meses. Em seguida, errou ao aceitar a questão, por estar impedido de julgar os próprios erros.

Depois, outro erro, ao argumentar que houve “usurpação” de competência do Supremo. Ao final, mais dois erros, ao extinguir o processo e determinar a remessa dos autos ao Conselho Nacional de Justiça, para “as providências cabíveis” em relação ao juiz Gimenes.

DITADURA, MESMO – Clama aos céus que um ministro não pode proceder assim, cometendo tantos erros sem reconhecê-los, e ainda pedir punição ao juiz que identificou as ilegalidades. Isso significa a existência de uma ditadura do Judiciário, que atropela a democracia e depois passa por cima,

Como aceitar que exista uma Suprema Corte que considere imunes a erros seus onze ministros, suas turmas e o plenário, numa desfaçatez inexistente em qualquer país minimamente civilizado?

Da mesma forma, como aceitar que um ministro possa cometer tantos erros num simples processo de indenização, a ponto de pedir a punição do ilustre juiz federal que apontou os equívocos? Estamos numa ditadura, ou não? 

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P.S. 1 –
O assunto está nas mãos do Conselho Nacional de Justiça. Se mantiver a extinção do processo e não reconhecer os erros em série de Moraes, o CNJ mostra que não tem função institucional nem social. É apenas um dos braços da ditadura do Judiciário. 

P.S. 2 – Com essa falsa infalibilidade de Moraes, cria-se, assim, mais uma suprema Súmula, que poderia até levar o número 666 para identificar melhor sua procedência. O chamado número da Besta lhe cairia bem. (C.N.)

Milei volta a atacar Lula, acusando-o de interferir nas eleições na Argentina

Milei aposta no extremismo na busca por holofotes na política

Pedro do Coutto

Não se compreende à luz da lógica porque o presidente da Argentina, Javier Milei, ataca o presidente Lula da Silva de forma permanente, ampliando suas declarações nesta semana. Milei disse nesta terça-feira  que quem critica seus ataques contra o presidente Lula da Silva é um “perfeito dinossauro idiota”. O argentino voltou a acusar Lula de interferir nas eleições de 2023 e participar da “campanha mais suja da história”. O presidente brasileiro declarou no ano passado que torcia para a candidatura de Sergio Massa, que perdeu para Milei no segundo turno.

Em uma postagem no X, Milei voltou a chamar Lula de “comunista” e disse que o petista foi “preso por corrupção”. A tensão entre os presidentes vem após a notícia de que o líder argentino visitará o Brasil neste fim de semana, mas não se encontrará com Lula, segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni.

GOLPE –  O texto na rede X começou com Milei insistindo que a tentativa de golpe de Estado na Bolívia na semana passada, fracassada, foi uma armação. A primeira vez em que seu governo defendeu essa teoria fez com que o governo boliviano convocasse o embaixador da Argentina em La Paz para prestar esclarecimentos, um ato de reprimenda no meio diplomático.

Em seguida, o ultraliberal volta a dizer que tinha apenas “falado a verdade” sobre Lula depois que o brasileiro condicionou um encontro com Milei a um pedido de desculpas por parte do argentino em uma entrevista. “Não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas”, disse o petista na ocasião.

MERCOSUL –  Javier Milei também desistiu de participar da Cúpula do Mercosul na próxima segunda-feira, em Assunção, no Paraguai, pois estaria com a “agenda sobrecarregada”. Integrantes da Casa Rosada confirmam que Milei participará, entretanto, da Conferência de Ação Política Conservadora, que será realizada em Camboriú (SC), onde deve se encontrar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Não faz sentido algum as ações gratuitas de Milei contra Lula e também a sua aproximação com Jair Bolsonaro. É confuso o comportamento do argentino. A hostilidade é um mal sem razão, sem nada que possa ter projetado essa agressividade, demonstrando que há um desequilíbrio profundo no comportamento de Milei. São coisas que não tem sentido. É preciso que Lula suporte essas atitudes sem revide. O seu silêncio no caso é a melhor resposta.

“Hoje, trago em meu corpo as marcas do meu tempo”, cantava o genial Taiguara

Retratos: Taiguara — álbum de Taiguara — Apple Music

Taiguara foi o cantor mais censurado do país

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor Taiguara Chalar da Silva (1945-1996) nascido no Uruguai durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva, foi um dos melhores compositores da MPB e considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar, tanto que teve, aproximadamente, 100 músicas vetadas, razão que o levou a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973.

A letra da música “Hoje” foi censurada, porque fazia alusão ao governo militar, à tortura (trago em meu corpo, as marcas do tempo) e insinuava que a sociedade era infeliz sob o comando da ditadura militar. A música foi gravada por Taiguara no LP Hoje, em 1969, pela EMI-Odeon.

HOJE
Taiguara

Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo…

Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos,

Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas…
Na solidão das noites frias por você.

Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte

Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte

Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei.

Entre o otimismo e o pessimismo, devemos lembrar que sonhar não é proibido

Os otimistas acreditam que este mundo é... Zygmunt Bauman - PensadorCarlos Newton    

Temos razão para pessimismo, porque o planeta Terra corre sérios riscos de não só implodir ecologicamente, mas até mesmo explodir, em virtude da guerra-invasão da Rússia contra a Ucrânia, das instabilidades diplomáticas entre China e Estados Unidos, do conflito entre israelenses e palestinos, do crescente descrédito do sistema bancário-financeiro internacional, com reflexos em muitos países.

Nesse clima, o capitalismo brasileiro está desmoralizado, com os empresários mais ricos do país (Lemann, Sicupira e Telles) de alguma forma envolvidos nas inexplicáveis inconsistências contábeis de cerca de R$ 50 bilhões não auditadas nos balanços das Lojas Americanas.

MAIS PROBLEMAS – Estamos saindo da tragédia no Rio Grande do Sul, com 169 mortes e 56 pessoas ainda desaparecidas, além de 806 feridos e prejuízos bilionários, sem recomposição e previsão de reconstrução urbana, a curto prazo. Há também o quase extermínio sofrido por indígenas ianomâmis, em pleno governo Lula, e as queimadas na Amazônia e no Pantanal.

Na geleia real de Torquato Neto, há mesmo razão para pessimismo. E o assunto mais divulgado na imprensa nos últimos dias é a polêmica sobre os juros básicos da taxa Selic, com o próprio presidente Lula da Silva criando um clima altamente negativo.

Mas é preciso lembrar que a imprensa é assim mesmo. Em sua célebre obra “A Era da Incerteza”, o economista americano John Kenneth Galbraith dedica um capítulo inteiro a analisar as distorções da imprensa, cujo principal objetivo é simplesmente causar impacto.

FORÇA DO DINHEIRO – Além disso, há a força do dinheiro e os interesses econômicos. Com a volta de Lula, que distribui generosas verbas de publicidade, a corrupção saiu do radar das principais publicações, que hoje são absolutamente contra a Lava Jato e aceitaram passivamente a libertação de Sérgio Cabral e José Dirceu, vejam a que ponto chegamos.

Mesmo assim, não devemos ser pessimistas. É preciso lembrar que as coisas já foram bem piores. Não se pode negar que exista uma dinâmica para melhorar as condições de vida, circunstância que é comprovada pelo aumento da média de vida da população da imensa maioria dos países.

Ora, se estamos vivendo mais, não é somente devido ao avanço da ciência, mas também em função de melhores condições de vida. Eis uma realidade palpável e acima de opiniões divergentes, nao importa se você é pessimista ou otimista.

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P.S.  Na vida, tudo precisa ter limites. Ser pessimista significa ser infeliz. Manter o otimismo é bem melhor e custa mais barato, porque sonhar não é proibido e ainda não paga imposto.   (C.N.)

Lembrem que é importante ter coragem, como nos ensinava Domenico De Masi

Domenico de Masi, sociólogo italiano, foi um admirador do Brasil

Domenico De Masi, sociólogo italiano, foi um admirador do Brasil

Vicente Limongi Netto

O pensador italiano Domenico De Masi partiu em setembro de 2022. Deixou obras marcantes. Entre elas, o livro “É importante ter coragem!”. Estimulante para milhões de brasileiros, que dormem vestidos de coragem para enfrentar as adversidades do dia seguinte.

Coragem para enfrentar malfeitores. Coragem para tentar conseguir emprego; coragem para enfrentar a bandidagem e a insegurança que tomaram conta do país; coragem para sofrer e ser humilhado nos postos de saúde e hospitais em busca de atendimento médico; coragem para repudiar o racismo e a homofobia; coragem para viver em barracos que são destruídos pelas enxurradas.

MAIS, AINDA – Coragem também para enfrentar o assédio moral e sexual; coragem para andar em ônibus imundos e caindo aos pedaços; coragem para multiplicar diariamente o alimento escasso para os filhos; coragem para se indignar com os governantes ruins e corruptos; e, por fim, ter força e coragem para, através do voto, mandar para o inferno, de uma vez por todas, a cambada de maus políticos que, com a maior cara lambida, mentem, desapontam e infelicitam os brasileiros.

E foi perda de energia a melancólica bravata de Lula chamando Trump de “mentiroso”. Não ganha nada com o patético destempero. Não cresce, política nem eleitoralmente. O dólar não vai abaixar, o Banco Central não vai reduzir os juros, os preços dos alimentos vão continuar altos, milhares de brasileiros continuam dormindo e esmolando nas ruas.

O bom senso e a boa política esperam que Lula também não responda aos insultos do presidente argentino, Javier Milei, que o chamou de “corrupto”. Perderia feio o arranca-rabo.

MATEMÁTICA ERRADA – Perdão, mas a manchete esportiva do Correio Braziliense de hoje, quarta-feira, “A matemática dos gols”, é incorreta. O texto fala de números, portanto, o correto seria “A aritmética dos gols”. 

Devemos lembrar que a matemática é a ciência dos números. Mas quem trata deles, somando, diminuindo, multiplicando e dividindo, é a aritmética.

O equívoco é comum, perpetuou-se. Em rádios, televisões e impressos. Mas é chato, irritante e desagradável.

SOFRIMENTO – Empate sofrido. Com sabor de derrota. Brasil começa jogando bem, se impondo em campo, mas logo volta a irritante mesmice. Permite que o adversário comece a gostar do jogo. A tirar proveito da apatia do Brasil. Astros dos quais o torcedor espera alegrias, Vini Junior e Rodrigo, horrorosos. 

Setores confusos, passes errados no meio de campo.  Com vantagem no placar, é preciso saber tocar a bola, ficar com ela, girar o jogo.  Com raras, produtivas e ameaçadoras jogadas de ataque.  Dorival erra feio, colocando o menino Endrick no sufoco, para jogar 10 minutos.

Muito cedo para tornar-se salvador da Pátria de chuteiras. Aspecto saudável foi ver os jogadores cantando o hino nacional, com a mão direita aberta no coração. Detalhe que estava faltando, que lamentei, aqui, na Tribuna, há 10 dias. 

França vai ao segundo turno sem acordo para ter governo majoritário

Partido de Marine obteve 33% dos votos e ainda é pouco

Pedro do Coutto

As eleições na França serão decididas no próximo domingo, dia 7 de julho, quando será o segundo turno do pleito. O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu à frente no primeiro turno das eleições parlamentares realizadas no último domingo.

A sigla, segundo o Ministério do Interior francês, obteve 33% dos votos. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos.

RECORDE – O pleito, que havia sido convocado apenas três semanas atrás, teve recorde de participação em quase quarenta anos – na França, o voto não é obrigatório  – e concretizou o favoritismo do grupo político de Le Pen. O resultado seguiu o que projetaram pesquisas de intenção de votos.

Pelo sistema político da França, semipresidencialista, os eleitores elegem os partidos que vão compor o Parlamento. A sigla ou a coalizão que obtiver mais votos indica então o primeiro-ministro, que, no país europeu, governa em conjunto com o presidente — este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.

REDUÇÃO – O resultado já implica em uma redução acentuada na presença do Renascimento — grupo político de Macron — na Assembleia Nacional. Após conquistar 250 cadeiras em 2022, tornando-se o grupo com maior representação parlamentar, os governistas terão entre 70 e 120 deputados eleitos, de acordo com as estimativas dos institutos de pesquisa. Mesmo no cenário mais otimista projetado pelos institutos, os aliados de Macron ficam atrás da Nova Frente Popular, que deve conquistar um mínimo de 150 assentos.

Novamente o panorama francês coloca a opção entre a direita e uma composição de centro-esquerda capaz de derrotá-la nas urnas. É preciso que haja união entre Macron e as esquerdas estabelecida no decorrer desta semana para que o eleitorado da França impeça a tomada do poder pela ultra-direita.

Não será uma tarefa fácil, mas também será difícil para a direita fazer qualquer união com outras legendas, uma vez que o radicalismo direitista o isola no conceito popular.  As urnas definirão o que acontecerá, mas as dificuldades de Macron serão grandes, pois ele não mostrou capacidade de liderança nesses últimos anos.

A que erros do Supremo o ministro Fachin está se referindo ao fazer críticas?

Fachin defende “comedimento” e “virtude da parcimônia” do Judiciário

Até agora, nenhum ministro respondeu às críticas de Fachin

Carlos Newton

Já era esperado. Um belo dia, algum dos ministros do Supremo Tribunal Federal iria acabar fazendo uma autocrítica sobre a necessidade de comedimento e compostura ao Judiciário. E isso aconteceu justamente nesta sexta-feira, dia 28, quando era encerrado o festivo Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo ministro Gilmar Mendes.

Coube ao vice-presidente Edson Fachin, que declinou do convite para ir ao Fórum, mandar um duro recado aos demais ministros, ao destacar que “comedimento e compostura são deveres éticos, cujo descumprimento solapa a legitimidade do exercício da função judicante”.

ABISMO INSTITUCIONAL – Fachin foi adiante e acrescentou que “abdicar dos limites é um convite para pular no abismo institucional”, dizendo que estava cético em relação à capacidade dos tribunais processarem suas diferenças.

“Creio não estar sozinho aqui: em momento de mudanças sociais intensas, cabe à política o protagonismo, ao Judiciário e às cortes constitucionais, mais especificamente, a virtude da parcimônia: evitar chancelar os erros e deixar sedimentar os acertos, sempre zelando pela proteção dos direitos humanos e fundamentais”, disse.

As colocações de Fachin são claras, graves e irrespondíveis. Quatro dias depois, reina um silêncio protocolar, nenhum dos outros dez ministros fez o menor comentário a respeito.

MUITA COISA ERRADA – Engana-se quem pensa que Fachin estivesse se referindo especificamente ao macroevento de Lisboa, que este ano bateu recorde, recebeu mais de 160 autoridades brasileiras e pretende se transformar no maior espetáculo da Terra, deixando no limbo o cineasta Cecil B. DeMille.

Muito além do “Gilmarpalooza”, Fachin estava se referindo ao Supremo como um todo. Note-se sua ênfase. Ao reforçar a virtude da parcimônia, o ministro frisou que é preciso “evitar chancelar os erros e deixar sedimentar os acertos, sempre zelando pela proteção dos direitos humanos e fundamentais”.

E a que erros estaria se referindo Fachin? Ora, não faltam equívocos na trajetória recente, a começar pela Súmula 606, que veta habeas corpus para exame de possível erro judiciário cometido por decisão individual de ministro, de turma ou do próprio plenário.

OUTROS ERROS – Fachin pode estar se referindo também ao gravíssimo erro cometido em 2019, quando o STF transformou o Brasil no único país da ONU que não prende criminoso condenado em segunda instância, quando se esgota o exame do mérito da questão. Na ocasião, Fachin foi contra a decisão que libertou Lula da Silva.

Mas participou de outro erro grotesco, em 2021, quando ele próprio inventou a incompetência territorial absoluta em causas não-imobiliárias, para anular todas as condenações de Lula.

Depois disso, Fachin tem participado de outros erros clamorosos, como as condenações de invasores dos três poderes em 8 de janeiro, transformando pés-de-chinelo em terroristas merecedores de 17 anos de reclusão e uma enorme multa em dinheiro.

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P.S.
Em tradução simultânea, Fachin não é melhor nem pior do que os demais ministros. Todos os onze, sem exceção, têm culpa no cartório por erros judiciários que estão sedimentados. Como dificilmente eles farão autocrítica, poderiam, pelo menos, parar de errar daqui para a frente, cancelar a súmula 606 e voltar a prender criminosos após condenação em segunda instância, como os demais 192 países da ONU. É uma situação vexaminosa e que não tem mais sentido em ser mantido, pois Lula está solto e não precisa mais dessas decisões sob medida, digamos assim. (C.N.)

Biden se encontra com doadores de campanha em meio à pressão política

Doadores tentaram que Biden desistisse da candidatura

Pedro do Coutto

Os grandes doadores de fundos nos Estados Unidos estão recuando no que se refere à destinar recursos para a campanha de Joe Biden. Isso porque ele não foi bem nos debates da última semana e reconheceu o seu desempenho, o que piorou as condições da candidatura, sobretudo junto ao partido.

Por sua vez, Joe Biden foi neste sábado a um evento nos Hamptons, balneário onde os bilionários de Nova York passam o verão. A ideia foi convencer os super-ricos de que ele tem fôlego para continuar a ser o candidato do Partido Democrata à Casa Branca.

RECEPÇÃO – Na Califórnia, um bilionário cancelou uma recepção que faria para arrecadar fundos para o presidente. Em grupos de mensagens, eles discutiram até contactar Jill Biden, a primeira-dama, para uma intervenção. Integrantes do partido pensam em convencer o presidente a desistir da reeleição e apoiar um novo candidato.

Um dos nomes cotados seria o do governador da Califórnia, Gavin Newson, mas por ser de um estado liberal, poderia não se dar bem nos estados conservadores, que são decisivos.Outro nome é da governadora Gretchen Whitmer, do estado do Michigan, um desses estados- chave para decidir a eleição. Ela enfrentaria o desafio de não ser conhecida nacionalmente, mas já tem um grupo de campanha para divulgar seu nome pelo país todo.

A substituta mais natural seria a vice-presidente, Kamala Harris, que foi escolhida em 2020 por ser um nome forte e com energia para substituir Joe Biden. Quando a dupla foi eleita, já se falava que Biden seria um presidente de um mandato só. Ela foi a primeira mulher negra a ser eleita vice-presidente dos Estados Unidos.

SEM PARÂMETRO – É difícil estabelecer-se um parâmetro para a eleição, pois se Biden foi mal nos debates, passando uma imagem de vacilação, pior ainda é o caso de Donald Trump, cercado de acusações e condenações. Como proceder diante desse caso é a questão. O ex-presidente Barack Obama entrou em campo para apoiar Biden e negou que ele poderia ser substituído. Obama conta com os desfechos ruins que imperam sobre a candidatura de Trump.

Se Trump voltasse à Presidência dos EUA, seria um absurdo completo e a consagração da irresponsabilidade. Enfim, esse é o cenário que não é nada bom tanto para Biden quanto para Trump que atacou o presidente americano, mas esqueceu o seu próprio procedimento, inclusive quanto à tentar fraudar votos na Geórgia e a invasão do Capitólio.

Donald Trump colocou-se na contramão daquele país, tentando uma ação que nunca havia ocorrido nos Estados Unidos. Pode ser que ocorra uma recuperação de Biden, mas não é fácil. A imagem que ficou foi a de fragilidade.

Uma canção de amor (nem tanto assim…) de Carlos Drummond

Notas sobre 'A banda' - Carlos Drummond de AndradePaulo Peres
Poemas e Canções

O bacharel em Farmácia, funcionário público, escritor e poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos mestres da poesia brasileira, mostra suas dúvidas sobre a “Canção Final”.

CANÇÃO FINAL
Carlos Drummond de Andrade

Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.
Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.
É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.

Moraes busca a “saída honrosa” para desfazer prisão ilegal de Filipe Martins

Tribuna da Internet | Datafolha reforça a ação do Congresso para tirar “superpoderes” do Supremo

Charge do Tacho (Jornal NH)

Carlos Newton

Como dizia Gonzaguinha, não dá mais para segurar, e o ministro Alexandre de Moraes está sendo obrigado a libertar Filipe Martins, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro, preso ilegalmente desde 8 de fevereiro. Todas as supostas provas apresentadas foram demolidas com a maior facilidade, mesmo assim Moraes vem relutando em permitir a libertação, e agora tenta encontrar uma saída honrosa para seu grotesco erro judiciário.

Falei em erro judiciário? Ora, desculpe, foi uma força de expressão, porque desde 2008 está decidido no Supremo que nenhum ministro erra, seja em decisão monocrática, tomada individualmente, ou em julgamento das turmas ou do plenário. É o que consta da sinistra Súmula 606, que simplesmente sepultou na Suprema Corte brasileira o instituto sagrado do habeas corpus, único recurso disponível a qualquer cidadão contra erro ou perseguição judicial.

É PROIBIDO ERRAR – Como a estranha Súmula 606 decidiu que ministro do Supremo não erra, o habeas corpus tornou-se totalmente superado e dispensável, quem quiser que vá reclamar com o bispo, como se dizia antigamente diante de fatos consumados.

Na terça-feira passada, o ministro Flávio Dino fez um enorme favor ao colega Moraes, ao varrer para debaixo do tapete o erro dele na prisão de Filipe Martins. Mas recusar o direito de defesa não significa ganhar ou encerrar a causa, e o advogado Sebastião Coelho está disposto a imitar Sobral Pinto e recorrer até à Lei de Proteção aos Animais para libertar o cliente.

O ministro sabe que a situação piora a cada dia que passa, porque quem é preso ilegalmente tem direito a indenização. Ele não poderá manter Martins na cadeia indefinidamente. Aliás, Martins nem é réu, apenas suspeito, e não está respondendo a processo.

“SAÍDA HONROSA” – No desespero, Moraes está precisando de uma saída honrosa para libertar o ex-assessor de Bolsonaro e encerrar o desagradável assunto de um suspeito que foi considerado foragido, embora as redes sociais registrassem diariamente as fotos que ele tirava com a namorada e os parentes dela em Ponta Grossa (Paraná).

Bem, a saída honrosa encontrada por Alexandre de Moraes foi determinar que uma empresa de telefonia, dois bancos e um aplicativo de transportes forneçam informações que ajudem a esclarecer se Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), viajou ou não aos Estados Unidos após as eleições presidenciais de 2022.

É uma tremenda Piada do Ano, porque essas informações já estão com Moraes há meses, nada de novo no front ocidental. A saída mais honrosa seria o ministro pedir desculpas ao suspeito indevidamente enjaulado, mas isso seria querer demais.

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P.S.1 –
Bem, como já foi encontrada a saída honrosa, enfim o perigosíssimo suspeito Filipe Martins será libertado nos próximos dias, assim que os novos documentos forem entregues.

P.S. 2 – Detalhe interessantíssimo: o diretor do presídio ficou impressionado com a perseguição que Moraes move contra Filipe Martins e até demonstrou contrariedade. Ao invés de prender o suspeito numa cela junto aos outros detentos, permitiu que ele ficasse alojado na biblioteca da unidade. Pelo menos, isso. (C.N.)

Sob pressão dos democratas, Joe Biden confirma candidatura às eleições

Biden discursa na Carolina do Norte: “Sei como fazer esse trabalho”

Pedro do Coutto

O presidente Joe Biden reconheceu não ter ido bem no debate da última quinta-feira, em Atlanta, nos Estados Unidos, contra Donald Trump. Porém, afastou qualquer ideia de renunciar a sua candidatura e deixar em aberto outra opção para representar os democratas. Joe Biden, com 81 anos, resistiu às pressões para abandonar os planos de reeleição. Um dos principais jornais dos EUA, o The New York Times, publicou editorial, nesta sexta-feira, sob o título “Para servir este país, o presidente Biden deveria deixar a corrida”.

No dia seguinte ao debate, durante comício na Carolina do Norte, Biden tentou transmitir confiança. “Sei que não sou mais um jovem. Não caminho com tanta facilidade, não falo com tanta fluidez, não debato tão bem quanto antes, mas sei o que sei: como dizer a verdade”, declarou. “Dou a vocês minha palavra. Não voltaria a me candidatar se não acreditasse, com todo o meu coração e minha alma, que posso fazer esse trabalho.”

Biden disse saber a distinção entre o bem e o mal. “Sei como fazer esse trabalho. (…) Sei que, quando o derrubam, você volta a levantar”, acrescentou o democrata. Mais do que um discurso voltado aos simpatizantes, as palavras do presidente tiveram o objetivo de aplacar a desconfiança dos próprios estrategistas da campanha democrata.

Não creio que Biden tenha ido tão mal assim. Os temas foram colocados e ele marcou posição em alguns deles, a exemplo da questão do aborto que divide os americanos e amerincanas de modo geral. O republicano e ex-presidente Donald Trump, seu potencial adversário nas eleições de 5 de novembro, afirmou não crer em uma desistência de Biden e celebrou uma “grande vitória” no debate. “Muitas pessoas dizem que, após a performance da noite passada, Joe Biden está saindo da disputa. Mas a verdade é que eu realmente não acredito nisso”, declarou, durante um comício na Virgínia.

Enfim, ficará para um outro confronto um novo embate entre os dois candidatos. Conforme disse, não foi tão ruim a performance de Biden, exceto quando apresentou a imagem de um homem cansado diante de uma possível nova gestão pela frente para governar os Estados Unidos. Enquanto isso, a imagem de Trump também não é boa. Ele está respondendo a uma série de processos que envolvem desde uma atriz pornô a problemas fiscais de suas empresas. Foi inclusive condenado duramente pelo júri de Nova York. O panorama não é tão favorável assim ao ex-presidente, acusado ainda da invasão do Capitólio, numa tentativa de fraudar as eleições de 2020. O eleitorado terá que escolher entre o candidato que recorreu à fraude e um candidato que apenas passou a sensação de cansaço no debate da televisão.

Com o sumiço de Bolsonaro, Lula fica sozinho, mas não aproveita a situação

LULA LIVRE e BOLSONARO são IGUAIS?

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

O mundo gira, o tempo voa, ainda faltam dois anos e meio de mandato para Lula, mas o clima já é de fim de festa e fica até parecendo que a gestão entrou na contagem regressiva. Calma, minha gente, as aparências enganam. Não é o governo que está em sua fase final, o que está se esgotando é a paciência do cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes.

Antigamente, a decepção ocorria apenas em relação ao Executivo. Agora, a situação política piorou muito e o respeitável público está desapontado com os Três Poderes simultaneamente, porque todos eles funcionam muito abaixo do esperado, embora os gestores públicos sejam cada vez mais bem remunerados, com penduricalhos e mordomias de todo tipo.

MÚLTIPLOS CULPADOS – O Brasil enfrenta uma crise estranhíssima, porque há múltiplos culpados, espalhados por Executivo, Legislativo e Judiciário.

Interessante notar que a imprensa não está se omitindo. Pelo contrário, os barões da mídia soltaram os cachorros e gritaram “barata voa”, como se dizia antigamente. O resultado é que os jornalistas estão operando de forma praticamente livre, sem maiores exigências dos donos dos órgãos de comunicação, que estão assustados com o rumo das coisas.

Todos percebem que o país está destrambelhado, e ninguém sabe como corrigir o percurso. Mas o fato concreto é que ocorrem problemas no Executivo porque Lula não sabe ser presidente. É uma função é meramente decorativa, qualquer pessoa minimamente equilibrada pode exercê-la, basta saber delegar poderes. Ou seja, é preciso nomear ministros competentes, deixá-los trabalhar e cobrar resultados.

TUDO AO CONTRÁRIO – Está aí o grande erro de Lula, que se preocupou demais com a base aliada, nomeou uma maioria de ministros inaptos e não deixa que os competentes trabalhem como independência.

Lula faz tudo ao contrário – não delega poderes e quer fingir que governa e manda em tudo. É um comportamento patético, que demonstra seu baixo índice de compreensão das coisas, e isso então se espraia pelo governo.

Concentrador, egocêntrico e presunçoso, Lula tem tudo para dar errado. Sabe que o governo está em crise e sua resposta é sair em campo, dando um número enorme de entrevistas, prometendo isso ou aquilo, como se estivesse em campanha, e o resultado é péssimo, porque o número de bobagens que diz é constrangedor.

DESMEMORIADO – Agora, acaba de reclamar que “o Supremo se mete em tudo”. Ora, isso é maneira de tratar seu maior aliado? Lula esqueceu que foi tirado da cadeia por esses ministros que se metem em tudo? Não lembra que o STF anulou as condenações dele por corrupção e lavagem de dinheiro, mesmo sabendo que todas elas tinham ocorrido na forma da lei?

No caso de suas relações com o Congresso, ao invés de dividir o governo com os partidos, como fez Itamar Franco, o melhor presidente desde Juscelino Kubitschek, Lula resolveu comprar novamente os parlamentares, repetindo mensalão e lava jato, vejam como é um político bizarro e que não consegue aprender com os erros cometidos.

Bem, é esse presidente que está percorrendo o país em campanha, já com a validade vencida, falando um monte de bobagens e preocupado em anistiar Bolsonaro, porque será um candidato mais fraco de ser vencido do que Tarcísio de Freitas.

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P.S. 1 –
Bolsonaro está tão pasmo que sumiu do noticiário, fica tentando entender o que vem acontecendo, mas não consegue. Acredito que Bolsonaro e Lula sejam iguais no pecado capital da ignorância.

P.S 2Peço desculpas por esse artigo-desabafo, mas faço questão de ressalvar que sou otimista e ainda nutro esperanças de que a economia se reequilibre, lembrando a velha piada de que o Brasil cresce à noite, quando os políticos estão dormindo e não conseguem atrapalhar. (C.N.)

Se Donald Trump vencer, quem sairá perdendo será o povo norte-americano

67% consideram Trump vencedor do debate contra Biden

Trump usou sua experiência na TV para roubar a cena

Roberto Nascimento

As análises políticas sobre o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, apontam na direção da vitória do candidato republicano. Tenho visão diferente sobre quem venceu ou quem perdeu. Se Trump venceu, quem perdeu foi o povo americano, que é o ator principal e sofreu uma contundente derrota.

Fala-se que o problema é a idade – Trump completou 78 anos dia 14 de junho, é três anos e meio mais jovem do que o democrata Biden, que completa 82 anos no dia 20 de novembro, 15 dias depois da eleição.

UMA AMEAÇA – Todos sabem que Donald Trump é uma ameaça à democracia nos Estados Unidos e no mundo. Seu currículo é impressionante – um empresário misógino, apresentador de TV, abusador de mulheres, mentiroso, sonegador de impostos, cínico, troglodita e principalmente um tremendo de um golpista.

Na sucessão passada, Trump fez de tudo para fraudar a vontade do eleitor americano, a ponto de incentivar a invasão do Capitólio (Congresso americano). Foi uma tragédia que poderia ter ocasionado um massacre de senadores. No final, morreram quatro policiais na invasão e um outro foi levado ao hospital em vida, mas não resistiu.

Trump tem um espírito autoritário e vingativo. Ele usa as armas de psicologia das massas, atuando nas consciências individualistas e nacionalistas, que abominam a concorrência dos imigrantes.

PROMESSAS VÃS – Como candidato, é de uma falta de caráter impressionante, fazendo promessas vãs, que nunca irá cumprir, como o muro da fronteira com o México, a redução drástica dos impostos, subsídios aos combustíveis, pleno emprego e inflação abaixo de zero. É a América primeiro, na enganação dos marqueteiros republicanos.

Portanto, se essa figura dantesca conseguir voltar ao Poder, quem perderá, além dos americanos, serão os demais habitantes do planeta.

Trata-se de um perigo anunciado. A vitória desse ogro significará um passaporte para militares e golpistas da América Latina, principalmente, que sonham em experimentar novo ciclo de ditaduras militares e civis. Aliás, uma avant-première de quarteladas protagonizadas por generais ocorreu nesta semana na Bolívia.

GOLPES EM SÉRIE – A Bolívia, como toda a América Latina, tem histórico de golpes em série. Mais de tentativas de golpes foram desferidas contra a democracia boliviana nos últimos 30 anos. Lembro do troglodita Hugo Banzer, um dos mais violentos ditadores da Bolívia, do mesmo DNA do general paraguaio Strossner e do chileno Augusto Pinochet, quem em 1973 invadiu o Palácio Lá Moneda e matou o presidente Salvador Allende

Os brasileiros precisam ficar atentos, porque o que acontece nos Estados Unidos costuma se repetir por aqui. Esse é o cenário da tragédia anunciada. Por isso, a vitória de Joe Biden ou de outro candidato democrata, significará a preservação do regime em sua inteireza.

Sou otimista e tenho esperança em dias melhores para a humanidade, que nunca correu tanto perigo de extinção como agora, tanto através de uma guerra nuclear, quanto ao perigo das repetidas tragédias climáticas.

Ataques pessoais marcaram debate entre Joe Biden e Donald Trump

Candidatos optaram pelas discussões e não pela defesa de ideias

Pedro do Coutto

O debate entre Joe Biden e Donald Trump nesta quinta-feira, em Atlanta, nos Estados Unidos, foi num nível abaixo do esperado entre um presidente americano e um ex-titular da Casa Branca que tentou desfechar um golpe na invasão do Capitólio, mas que terminou sendo um fracasso. A discussão realizada baseou-se mais na troca de acusações do que em um plano positivo de troca de propostas.

Enquanto o democrata citou o escândalo envolvendo Trump e uma atriz pornô, o republicano usou os problemas enfrentados pelo filho de Biden na Justiça. Biden afirmou que Trump é um “criminoso” e disse que o ex-presidente enfrenta problemas legais. O democrata fez uma referência aos casos em que o republicano é réu na Justiça. No fim de maio, Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente, sendo acusado de fraude contábil por ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016.

FILHO DE BIDEN – Já Trump citou duas vezes o nome de Hunter Biden, filho de Joe Biden. No início de junho, Hunter foi condenado na Justiça em um caso envolvendo a compra de um revólver, enquanto lutava contra o vício em drogas. O republicano também se referiu a Hunter Biden como “criminoso condenado”.

O encontro marcou a primeira vez que um presidente e um ex-presidente ficam cara a cara em um debate eleitoral nos EUA. As guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, além de questões envolvendo imigrantes e políticas econômicas ficaram no centro das discussões. Já era esperado que Trump investisse nos pontos fracos da administração Biden, como os períodos de inflação alta. Por outro lado, Biden apostou em pontos sensíveis da administração Trump, entre 2017 e 2020, como a pandemia de Covid-19.

Uma certa apatia marcou o comparecimento de Biden compensado por uma falsa exuberância de Donald Trump em reconhecer os seus próprios defeitos e os da sua administração. O fato é que Trump carrega uma sequência enorme de condenações. São coisas que vão se acumulando na memória dos eleitores e que poderá contribuir para o desfecho das urnas. Não é possível que um homem com tantas condenações e acusações em vários setores, inclusive no fiscal, possa seguir em frente sem culpa alguma. O povo americano não pode eleger um homem sob tantas questões pendentes. Se assim for, a democracia americana realmente estará fora dos eixos.

“Eu quero uma licença de dormir, perdão pra descansar horas a fio…’

Adelia Prado e suas frases de amor - Frases Curtas de AmorPaulo Peres
Site Poemas & Canções

A professora, escritora e poeta mineira Adélia Luzia Prado de Freitas apareceu nas redes sociais na tarde desta sexta-feira (28) para agradecer os dois prêmios que ela conquistou em menos de uma semana. A escritora mineira venceu o Prêmio Camões 2024, o mais importante da língua portuguesa, e o Prêmio Machado de Assis 2024, pelo conjunto da obra.

No pequeno poema “Exausto”, Adélia Prado fala da exaustão, quando corpo e alma sua vontade de descanso absoluto.

EXAUSTO
Adélia Prado

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.