Com apoio dos três Poderes, os banqueiros criaram no Brasil o capitalismo sem risco

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Não é possível esperar que Lula da Silva, a essa altura da vida, sem jamais ter lido um só livro, possa discutir seriamente uma questão intrincada como o uso da taxa básica de juros para combater a inflação, de acordo com a consagrada e jamais refutada teoria de Taylor (economista americano John Brian Taylor, professor PHD de Stanford).

Lula pode dar os chiliques e faniquitos que quiser, tentando culpar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela atual crise econômica, mas estará jogando conversa fora, porque os ministros que comandam a economia, Fernando Haddad e Simone Tebet, sabem que Campos Neto está no caminho certo.

PRIMEIRO E ÚNICO – O que Lula não sabe é que, nas últimas décadas, Campos Neto foi o primeiro e único presidente do Banco Central a praticar no Brasil taxas de juros reais negativas, entre agosto de 2020 a março de 2021.

Na época, o então presidente Bolsonaro não dava confiança aos banqueiros, nada entendia de economia e deixou Campos Neto à vontade. E assim, para surpresa dos especuladores (que aqui chamamos de investidores), a Selic passou seis meses estacionada em 2%, com taxas sempre inferiores à inflação, e só começou a subir novamente quando Bolsonaro, acobertado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu estourar o Orçamento para conseguir a reeleição.

E quando o governo rompe o teto de gastos, precisa se financiar, e o BC tem de elevar os juros básicos para garantir a colocação de títulos públicos com base na Selic, que têm grande aceitação interna e externa, devido aos juros acima da inflação.

ENDIVIDAMENTO ABSURDO – Campos Neto sabe que não há inflação de demanda. Segundo o Serasa, mesmo com o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil limpando o nome de 6 milhões de brasileiros, o cenário ainda não é positivo:  O número de inadimplentes no país teve um aumento em março, em comparação com março de 2023 e atinge 67,18 milhões de brasileiros,que constituem a imensa maioria da população economicamente ativa, formada por cerca de 80 milhões de trabalhadores.

Como presidente da República, cabe a Lula resolver a questão. Sua providência é esculhambar o presidente do Banco Central, culpando-o pelos juros altos da Selic. Acontece que essa taxa básica pouco tem a ver com os juros praticados pelos bancos. Em média, estão cobrando 55% ao ano em empréstimos para pessoa física e 350% ao ano nos juros do cartão de crédito. São taxas de agiotagem e não de operações financeiras.

E o que Lula faz? Na sua ignorância, pensa (?) que, se baixar a Selic, os banqueiros reduzirão seus juros. Só pode ser Piada do Ano. Quando Campos Neto manteve juros negativos por seis meses, nenhum banco reduziu os juros.

APLICAÇÕES SECRETAS – O que diria Lula se soubesse que os juros aumentam a remuneração dos bancos pelo BC, na rubrica depósitos a prazo (aplicações dos clientes), por meio das operações compromissadas.

Além disso, os bancos lucram ainda mais, porque o Banco Central mantém em sigilo os valores de outra remuneração deles, através dos “Depósitos Voluntários Remunerados”, criados em 2021 por projeto do senador Rogério Carvalho (PT-SE), uma proposta meteoricamente aprovado por Senado e Câmara, de forma discretíssima.

Nestes “Depósitos Voluntários”, com a taxa Selic a 13,75%, em 2022 os bancos tiveram lucro líquido  de 8%, sem o menor trabalho e sem o menor risco, e agora caiu para 7%. Assim, confirma-se que no Brasil tenta-se desmoralizar o pensador Adam Smith e criar o capitalismo sem risco, que Karl Marx e Friedrich Engels previram 150 anos atrás, como fase extremada  para beneficiar os “rentistas”, expressão criada por eles.

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P.S. –
 É desgastante escrever sobre política financeira, porque nos desperta revolta ao ver brasileiros pobres tendo de pagar juros de até 400% ao ano por dívidas no cartão de crédito, sem que o governo tome qualquer atitude, embora Lula ainda viva a falar que defende os pobres… O fato concreto é que o presidente petista não é diferente da classe política como um todo, majoritariamente  formada por demagogos de diversas facções ideológicas(C.N.)

Brasília reabre a tradicional Casa de Chá, para acalmar políticos e autoridades…

Senac-DF reabre Casa de Chá na Praça dos Três Poderes - ISTOÉ Independente

A Casa de Chá funciona na Praça dos Três Poderes

Vicente Limongi Netto

Brasília ganhou bom ponto de encontro para tranquilizar os espíritos e acalmar os nervos. Políticos, ministros e Lula adoraram. Foi reaberta a casa de chá no Praça dos Três Poderes. Sob as bençãos do Senac-DF. Criação de Oscar Niemeyer, tombada em 1990. O local vai bombar. De onde os políticos estão, é um pulo. Saudável caminhada.

Quem gosta de cinema, paz e sossego, lembrará do filme “Casa de Chá do Luar de Agosto”, de 1956, estrelado por Marlon Brando, e vai telefonar para reservar mesa.

Casa de chá – Imagem: Brasília Patrimônio da humanidade | ipatrimônio

A Casa de Chá foi projetada por Oscar Niemeyer

CALMA, GENTE… – Nervosismo e tensão são marcas registradas da capital federal. É preciso abaixar a temperatura. Lula, por exemplo, vai convidar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto para um chá de alfazema. Acalma e combate o estresse. Com pão de queijo quentinhos e biscoitos de maizena com leite condensado.

O afável presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, concorda com a ideia de telefonar para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para um frugal encontro na casa de chá, para tirar dúvidas sobre o uso da maconha. Saboreando xicaras de chá de tília, porque o chá de cannabis ainda não está liberado. Acalma o sistema nervoso e a histeria, dizem.

GESTO INDIGNO – Notícia triste da coluna Eixo Capital (Correio Braziliense – 28/06) revela que um grupelho de deputados distritais pretende dar título de Cidadão Honorário de Brasília ao infame e desprezível deputado federal Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais.

Vergonhosa e ultrajante pretensão. Gesto indigno que apequena mais ainda a famigerada casa dos distritais. Nikolas não significa nada para os moradores de Brasília. Nunca fez rigorosamente bulhufas pelo Distrito Federal.

Aqueles que merecidamente receberam o título de cidadãos honorários de Brasília, seguramente estão envergonhados e perplexos com a melancólica e espúria novidade que vem por aí.

ÚLTIMO LUGAR – Inacreditável e vexatória a situação preocupante do Fluminense no Brasileirão. Jogadores são os mesmos, alguns não jogam nada, mas deveriam, por respeito ao público e a si mesmo, fazer o máximo, jogar com mais garra e determinação.

Nem os melhores jogadores estão escapando do vexame. É pena. Os torcedores não merecem tanto sofrimento.

Democraia reagiu bem na Bolívia contra a tentativa de golpe militar

Luis Arce, presidente da Bolívia, discute com general golpista

Pedro do Coutto

O fracasso total da tentativa de golpe de correntes da Bolívia no governo daquele país, se revestiu de um caráter tão primário que serviu de exemplo para quaisquer outras ações semelhantes no continente sul-americano. Em poucas horas, o esvaziamento foi completo e a reação internacional bastante firme condenou não só a investida, mas também outras que se desencadeiem nesse sentido.

A tentativa de golpe na Bolívia realizada por uma facção do exército contra o presidente do país, Luis Arce, na quarta-feira, repercutiu na imprensa internacional. No dia seguinte à intentona, os jornais de todo o mundo destacaram a prisão do general Juan José Zuñiga, responsável pela mobilização das tropas contra o governo em La Paz. A prisão foi determinada pela Procuradoria-Geral do país, segundo a imprensa local. Além dele, Juan Arnez Salvador, ex-comandante da Marinha, também foi detido.

O general era o comandante-geral do Exército boliviano, mas foi destituído do cargo na terça-feira. Ele foi afastado após afirmar que prenderia o ex-presidente Evo Morales caso ele fosse eleito nas eleições de 2025. Na tarde desta quarta-feira, membros das Forças Armadas invadiram um palácio do governo em La Paz, liderados por Zúñiga.

Unidades do Exército também foram vistas agrupadas em ruas e praças da capital boliviana. O presidente Luiz Arce pediu para que a democracia fosse respeitada e afirmou que “mobilizações irregulares” estavam acontecendo. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Arce confrontando Zuñiga após a invasão ao palácio. Na discussão, o presidente ordena que o ex-comandante do Exército desmobilize as tropas. Governos de vários países se manifestaram totalmente opostos à tentativa de golpe em La Paz.

A mobilização na tentativa de golpe foi menor, entretanto, do que a praticada no Brasil no dia 8 de janeiro de 2023 quando hordas de vândalos invadiram e depredaram Brasília. Os que financiaram e promoveram aquele movimento alucinado são alvos agora da justiça. Pelo que se observa, o que aconteceu no dia 8 de janeiro não serviu de exemplo à investida do general rebelde na Bolívia quando colocou um carro de combate tentando passar pela porta do Palácio do governo. Veremos agora qual será a punição aos que comandaram as ações que buscaram mudar os rumos das urnas, incluindo candidatos eleitos.

Moraes, Dino, Toffoli & Cia. fazem o Brasil respirar novos ares de AI-5

Sonho com a volta da Graúna do Henfil • DOL

Charge do Emerson Coe (Arquivo Google)

Carlos Newton

Se você quiser saber quando começou a esculhambação na Justiça brasileira, basta saber quando foi votada a Súmula 606, que se tornou a norma mais antidemocrática do Direito Universal, somente existente no Brasil, entre os 193 países da ONU.

É uma vergonha institucional que até hoje perdura, sem a menor justificativa, e serve para blindar decisões equivocadas e ilegais, conforme ocorreu com o ministro Flávio Dino nesta terça-feira, dia 25.

Para manter a absurda prisão de Filipe Martins, ex-assessor do presidente Bolsonaro, decretada a 8 de fevereiro pelo ministro Alexandre de Moraes, o relator Dino não examinou se a prisão era ilegal ou não, se existia alguma justificativa para mantê-la, ou se, muito pelo contrário, havia abundantes provas de erro judiciário e nenhuma evidência de que tal prisão seria necessária.

UM NOVO AI-5 – Para coonestar essa barbeiragem do ministro Moraes, o prestimoso colega Dino usou apenas um argumento, alegando que não cabe tramitação de habeas corpus contra decisões de ministros do STF, conforme a Súmula 606.

O pior é que ninguém pode dizer que foi um erro de Dino, porque este é o ponto. A Súmula 606 existe justamente para decretar que ministro do Supremo não erra e está blindado contra habeas corpus, a medida mais importante do Direito Universal, que qualquer um pode impetrar em seu nome ou de outra pessoa, sem ser advogado e em texto manuscrito em qualquer tipo de papel.

É a existência de habeas corpus que comprova se existe democracia ou não. Justamente por isso, em 1968 o artigo 10º do AI-5 determinou que “fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular”. Ou seja, no regime militar qualquer um podia ser preso, sem motivo algum, como foi o caso de Rubens Paiva e hoje é o caso de Filipe Martins, nestes novos anos de chumbo, podemos até digamos assim, tão exageradamente como essas sentenças hodiernas.

CLÁUSULA PÉTREA – O habeas corpus é tão importante que a Constituição faz questão de preservá-lo em seu famoso artigo 5º, que prevê as cláusulas pétreas dos direitos e garantias individuais e coletivas.

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de “poder“.

E o Código de Processo Penal reforça o direito de ser impetrado por qualquer pessoa: “Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar”.

As leis brasileiras são claríssimas para evitar prisão por qualquer tipo de perseguição. Mas de repente os ministros do Supremo passaram a dizer que não é bem assim. Se a prisão ilegal for feita por algum deles, automaticamente passa a ser legal e sem possibilidade de recurso, algo inexistente em qualquer outro país, porque no resto do mundo as pessoas erram, não têm a infalibilidade dos ministros do Supremo, embora haja julgamentos de 6 a 5, onde pelo menos cinco (ou seis) erraram…

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P.S.1
Com essa falsa infalibilidade, cria-se, assim, mais uma suprema Súmula, que poderia até levar o número 666 para identificar melhor sua procedência. O chamado número da Besta lhe cairia bem.

P.S. 2Podem me esculhambar à vontade. Eu sou como os ministros do Supremo e não ligo às críticas, porque eu também não erro. Digam que sou bolsonarista, que entrei para TFP ou para alguma Opus Dei evangélica, eu não me importo.

P.S. 3Meus artigos não tratam de política partidária nem de religião. O que se discute aqui é o Direito dos Homens. E eu recorro a Ruy Barbosa para me posicionar. “A lei que protege meu inimigo é a lei que me protegerá no futuro”, dizia ele, lembrando que na democracia há alternância de poder e, por isso, as leis não podem ter caráter meramente político-partidário. (C.N.)

Quadro fiscal não será uma ‘muleta’ para não perseguir a meta de inflação

Galípolo afirmou que o futuro da taxa de juro ainda está em aberto

Pedro do Coutto

A questão dos juros com base no valor da Selic está ganhando dimensões de um debate político cheio de avanços e recuos. O candidato mais forte para o lugar de Roberto Campos Neto, Gabriel Galipolo, disse que de forma alguma o Banco Central irá utilizar a meta fiscal para equilibrar as relações políticas entre o Bacen e o Palácio do Planalto.

Diretor de Política Monetária do BC, Galípolo afirmou que a situação fiscal do país não será “muleta” para não perseguir a meta de inflação. “Na posição que eu estou, como diretor de Política Monetária [do BC], tento evitar comentar a política fiscal. O Banco Central como autoridade monetária vai a todo momento reafirmar com ações e na comunicação a sua função e reação dos efeitos da política fiscal tanto nas expectativas quanto na inflação corrente e, de maneira alguma, irá utilizar o fiscal para que isso seja algum tipo de muleta para que você não persiga a meta de inflação. O Banco Central tem as ferramentas para atingir a meta e irá utilizá-las”, afirmou.

EM ABERTO – Galípolo também disse que a Ata do Copom reflete exatamente o que ele está pensando sobre a política monetária e disse que o futuro da taxa de juro no Brasil ainda está em aberto: “A palavra que a gente utilizou foi interrupção [da Selic, a taxa básica de juro], mas claramente a gente não quer fazer qualquer tipo de sinalização ou guidance para a frente, o que a gente fez, ao fazer uma comunicação que utilizou a palavra interrupção, mas pretende deixar aberto para a gente ver como é que as coisas vão se desdobrar a partir de agora. Então, essa foi a intenção que a gente pretendeu transmitir tanto na ata quanto no comunicado”, declarou.

O ministro Fernando Haddad, por sua vez, deixou claro que vai prosseguir esperando uma política de cortes gradativos na taxa Selic, mas a Diretoria do Banco Central não considera essa queda como um fator definido. Pelo contrário, sustentou que os juros não recuarão tão cedo e que essa posição assinala que a meta inflacionária vai ditar ajustes futuros. Galipolo ratificou que poderão haver ajustes futuros mais altos dependendo do comportamento da taxa inflacionária. Já Haddad e a corrente progressista do PT defendem que a taxa inflacionária depende da redução de juros do Bacen e não o contrário.

Esse choque na base de uma escalada inflacionária são realmente contraditórios e conflituosos, pois uma visão confronta-se com a outra. Como se vê, são dois caminhos diversos. Quem tem razão? Essa pergunta deve ser respondida pelo Palácio do Planalto, até porque a nomeação de Gabriel Galipolo em dezembro será um marco na história do Banco Central no país. O problema está posto de forma bastante clara.

“Prefiro sair de cena, porque chamar os estádios de arena é absoluta ignorância”

Oficial Chico Salles 16/09/2012

Chico Salles, grand cantador

Paulo Peres
Poemas & Canções

O engenheiro, cantor, compositor e cordelista paraibano Francisco de Salles Araújo, neste “Martelo Recado”, faz uma crítica aos novos nomes dos nossos estádios de futebol.

MARTELO RECADO
Chico Salles

Dizer que lugar longe é caixa prego
Ou então que bezerro é garrote
Chamar Cervantes de Dom Quixote
E que todo analfabeto é cego
Possa ser perdoado, eu não nego.
Falar que assistência é ambulância
É um papo de pouca substância
E assim prefiro sair de cena,
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.

Chamar o pederasta de baitoula
É falado muito assim no Ceará
Dizer que camundongo é preá
Que a base do tempero é a cebola
Falar que a cueca é ceroula
Que a origem do cheiro é a fragrância
É parecido mais eu sei que tem distância
Por isso não merece qualquer pena
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.

Chamar a fechadura de tramela
Ou dizer que o sapo é cururu
Que o lugar do caroço é no angu
Que o melhor do boi á a vitela
E que lugar de flor é na lapela
Que a frequência é o mesmo que constância
Que no feio também tem elegância
São as verdades da gota serena,
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.

Flávio Dino se curva ao corporativismo e blinda um grave erro judiciário de Moraes

Flávio Dino se omitiu e deixou de analisar o erro de Moraes

Carlos Newton

O minirstro   Flávio Dino rejeitou no Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira, dia 25) um pedido de habeas corpus de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso há quatro meses, por engano, devido a uma informação errada do governo dos EUA, que foi corrigida há duas semanas. Dino decidiu que não cabe tramitação de habeas corpus contra decisões de ministros do STF.

O pedido para suspender a prisão de Filipe Martins foi protocolado no Supremo em 21 de junho. O ex-assessor está preso desde 8 de fevereiro de 2024 depois de ser um dos alvos da operação Tempus Veritatis. A prisão foi autorizada sob o argumento da PF (Polícia Federal), aceito pelo ministro Alexandre Moraes, de que Martins estaria foragido e havia risco de ele fugir do país.

ESPÍRITO DE CORPO – No caso, o ministro Dino usou a jurisprudência como disfarce  do corporativismo, um procedimento que não deve ser tônica em nenhum tribunal, seja superior ou não.

O relator não se interessou pelo mérito da questão, não analisou as provas apresentadas, não constatou se na realidade o réu está sofrendo prisão absurdamente ilegal e sob justificativa errônea, inadequada e inidônea. Ao usar como saída corporativa a jurisprudência da Súmula 606, o ministro Dino infelizmente se omitiu em seu papel de magistrado.

HÁ CONTROVÉRSIAS – Se tivesse pesquisado no próprio site do Supremo, teria constatado que a Súmula 606 está sujeita a controvérsia, pois existe decisão em contrário, que a ministra Rosa Weber até citou, nos seguintes termos:

“É certo que esta Suprema Corte, no ano passado, em 26.8.2015, ao exame do HC 127.483/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, novamente se defrontou com o tema do cabimento do habeas corpus contra ato de Ministro do STF, e diante de compreensões divergentes, na linha do defendido pelos ora impetrantes, após intenso debate, culminou por conhecer do writ, impetrado, repito, contra ato de Ministro da Casa. Em tal assentada, contudo, o habeas corpus indicado na presente impetração resultou conhecido em razão de empate quanto ao seu cabimento, ainda que denegada a ordem à unanimidade, em 27.8.2015, nos termos do acórdão publicado em 04.02.2016.”

EXISTE A POSSIBILIDADE – Se não tivesse optado pela comodidade de seguir a boiada e demonstrasse a vontade de realmente fazer justiça, o ministro Dino teria constatado que há cabimento de habeas corpus para o Plenário contra ato de Ministro, até porque essa súmula é claramente inconstitucional, por denegar a apresentação de habeas corpus, que é considerado uma das vigas mestras do Direito Universal.

Vejam que a exceção que poderia ter sido levantada por Flávio Dino está assim reconhecida no excelente site do próprio Supremo, sob o título “Cabimento de habeas corpus para o Plenário contra ato de Ministro: empate na votação e conhecimento do habeas corpus”:

Habeas Corpus. Impetração contra ato de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Conhecimento. Empate na votação. Prevalência da decisão mais favorável ao paciente (art. 146, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Inteligência do art. 102, I, i, da Constituição Federal. Mérito. Acordo de colaboração premiada.  (…) 1. Diante do empate na votação quanto ao conhecimento de habeas corpus impetrado para o Pleno contra ato de Ministro, prevalece a decisão mais favorável ao paciente, nos termos do art. 146, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Conhecimento do habeas corpus, nos termos do art. 102, I, “i”, da Constituição Federal. [HC 127.483, rel. min. Dias Toffoli, P, j. 27-8-2015, DJE 21 de 4-2-2016.]

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P.S. – Há momentos, no dia-a-dia dos tribunais, que o corporativismo, no exercício de mero espírito de corpo, deve ser considerado tipicamente um espírito de porco, cabendo criar o neologismo porcorativismo. E o advogado deve recorrer ao plenário, apresentando habeas corpus contra a inconstitucional Súmula 606, que “revoga” a possibilidade de apresentação de habeas corpus contra decisão de ministros do Supremo, certamente porque eles se consideram inerráveis. (C.N.)

Apesar do voto com Campos Neto, Galípolo é favorito para comandar Banco Central

Galípolo concordou com manutenção da Selic em 10,5% ao ano

Pedro do Coutto

Em Brasília, ainda não foi definido quem vai comandar o Banco Central. Mas, ao que tudo indica, a expectativa é de que Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, seja indicado para assumir o cargo.  O presidente Lula da Silva ainda não escolheu quem substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em 31 de dezembro.

Campos Neto não conta com a simpatia do presidente  Lula, que considera lento o processo de redução da taxa básica de juros, a Selic. Internamente, no Palácio do Planalto, a aposta é que Galípolo é o favorito para assumir o cargo, mesmo tendo votado com Campos Neto pela manutenção da Selic em 10,5% ao ano na reunião da semana passada.

NÚMERO DOIS – Galípolo foi conselheiro do presidente durante a campanha de 2022 e atuou como número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Outros nomes também são considerados, como Paulo Pichetti, diretor de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos do Banco Central, e o ex-ministro Guido Mantega, que deve participar como consultor na escolha do próximo nome.

Pela lei da autonomia da autoridade monetária, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes para a cúpula do Banco Central. Os indicados passam por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, com os nomes sendo levados à aprovação ou não do plenário da casa. Esse processo é crucial para garantir que o indicado tenha a competência e a confiança necessárias para liderar a política monetária do país.

DESCONTENTAMENTO – Apesar do favoritismo, há sinais de descontentamento de alguns setores, pois Galipolo, conforme dito, votou pela manutenção da taxa de juros de 10,5%, e isso aparentemente contraria a vontade do presidente Lula da Silva. Mas a questão é que os outros três diretores indicados por Lula também votaram da mesma forma.

Seguir como favorito é até um aspecto interessante para Galipolo, pois verifica-se que dificilmente Lula poderá recuar da indicação de Fernando Haddad. Se escolhesse outro nome, poderia ter um abalo com o seu ministro da Fazenda. É pouco provável que Lula saia desta configuração. Apesar das especulações, o governo não deve antecipar a indicação, que deve ocorrer apenas em dezembro.

A antecipação poderia gerar mais turbulência em um cenário já instável, e o governo prefere evitar movimentos negativos adicionais. A decisão final será aguardada com grande expectativa, pois terá um impacto significativo na economia brasileira e na confiança dos mercados.

“É muito difícil encontrar felicidade no amor”, avisava o Príncipe dos Poetas

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O desenhista, jornalista, advogado, tradutor, cronista e poeta paulista Guilherme de Andrade de Almeida (1890-1969), chamado de “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, demonstra que é muito difícil encontrar felicidade no amor.

AMOR, FELICIDADE
Guilherme de Almeida

Infeliz de quem passa no mundo,
procurando no amor felicidade:
a mais linda ilusão dura um segundo,
e dura a vida inteira uma saudade.

Taça repleta, o amor, no mais profundo
íntimo, esconde a joia da verdade:
só depois de vazia mostra o fundo,
só depois de embriagar a mocidade…

Ah! quanto namorado descontente,
escutando a palavra confidente
que o coração murmura e a voz diz,

percebe que, afinal, por seu pecado,
tanto lhe falta para ser amado,
quanto lhe basta para ser feliz! 

Chegou a hora! Dino terá coragem de revogar prisão decretada por Moraes?

Flávio Dino nega pedido de Bolsonaro para rever multa de R$ 70 mil do TSE

Flávio Dino não tem alternativa e terá de enfrentar Moraes

Carlos Newton

Demorou, mas aconteceu. O caso de uma prisão arbitrária, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi distribuído ao relator Flávio Dino, que agora terá de dizer se concorda ou se revoga a decisão. O pedido de habeas corpus foi apresentado na última sexta-feira (dia 21) ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro.

Felipe Martins está sendo investigado sob suspeita de ter participado da trama para dar um golpe de estado. Antes de serem concluídas as apurações, o ex-assessor foi preso em 8 de fevereiro, a mando do ministro Moraes, sem haver denúncia nem prova material, apenas a “presunção de culpa”, sob justificativa de que ele poderia fugir do país.

As suspeitas começaram porque o nome do assessor constava na lista de passageiros do avião que levou Bolsonaro aos Estados Unidos, dia 30 de dezembro de 2022. E o pior é que o governo americano atestou que Martins realmente entrara no país.

SUSPEITAS ILUSÓRIAS -Mas não era verdade. O amor falou mais alto e o assessor de Bolsonaro preferiu viajar para Curitiba e se encontrar com a namorada. Tinha todas as provas a respeito e as exibiu – declaração da Latam, bilhete de passagem, tíquete de bagagem, pagamento de uber e compras no cartão de crédito, fotos com a namorada nas redes sociais, testemunhas etc.

Mesmo assim, Moraes preferiu confiar na informação equivocada das autoridades americanas, que somente na quarta-feira, dia 12 deste mês, desmentiu aquela informação de que o assessor  viajara para a Flórida com Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022.

Mesmo com esse novo documento oficial dos EUA, que desfazia qualquer suspeita, o ministro Moraes há duas semanas vem mantendo a prisão ilegal, fazendo com que o advogado Sebastião Coelho viesse a apresentar habeas corpus ao Supremo.

FIM DE PAPO – Agora, não tem mais jeito. O relator Flávio Dino  terá de examinar as provas e dizer se a prisão de Filipe Martins é ilegal ou não. E não há alternativa. Se operar na forma da lei, sem “interpretações, o ministro Dino terá de apontar esse estelionato jurídico praticado por Alexandre de Moraes.

Se não conceder o habeas corpus, estará havendo um conluio e a desmoralização do Supremo vai se alastrar, comprovando-se a procedência das denúncias do deputado americano Christopher Smith, que tem formação militar, como coronel US Army.

Na vida, tudo tem limites. Quando um magistrado erra, seus colegas de tribunal têm obrigação de desfazer o equívoco, caso contrário pode ocorrer o que se chama de “formação de quadrilha”, que recentemente ganhou o codinome “organização criminosa” e o diminutivo “orcrim”, para não confundir com as quadrilhas das festa juninas,

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P.S.Moraes precisa entender que não é o dono da verdade. Sua atuação despótica está envergonhando a Justiça brasileira, embora os outros ministros finjam que os excessos são para preservar a democracia, vejam a que ponto chegamos. (C.N.)

Espera-se que seleção acorde a tempo de começar a disputar a Copa América

Brasil passa vergonha na estreia da Copa América e empata com a Costa Rica - Área VIP

Retranca da Costa Rica conseguiu parar a seleção brasileira

Vicente Limongi Netto

Foi decepcionante ver a seleção pentacampeã do mundo empatar, sem gols e sofrendo, com a Costa Rica, cujos jogadores mais parecem estudantes universitários. A bola sofreu. O menino Endrik deveria ter entrado antes, o técnico esperou demais. Sexta-feira, com o Paraguai, o jogo deve ser mais aberto, sem muita retranca, mas contra um adversário muito mais forte e preparado.

Percebo um Vini Junior meio mascarado. Subestimando adversários. Creio, reitero, faz tempo, que Rodrigo é mais jogador do que que ele. Outra tristeza é ver os jogadores alheios, indiferentes ao hino nacional. Foi vergonhoso, enquanto os adversários cantam felizes, abraçados. Francamente. 

VISITAS NA PAPUDA – Romarias de alegres senadores bolsonaristas para o preso amado. O xerifão, ministro Alexandre de Mores, determinou três senadores de cada vez, para visitar, na encantadora Papuda, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal(PRF), Silvinei Vasques (Correio Braziliense –  25/06).
Aquele que em 2022 pretendia dificultar a chegada de eleitores os locais da votação e favorecer Bolsonaro. Felizes e honrados, os 16 senadores ficaram tristes porque queriam ir todos juntos. Sonhavam fazer um arraial de São João, no pátio do presidio, levando um pouco de consolo à alma de Silvinei. Com direito a sanfoneiro,   quentão, pé-de-moleque, canjica e bandeirolas, em volta do pátio.
Senadora Damares pretendia ser a noiva, dançando quadrilha, com o doce noivo, o apenado, Silvinei. Quem sabe, breve, poderá realizar a proeza, dançando com o ex-presidente?


FESTA DO BOI
Em reunião realizada terça-feira (25/06), com representantes dos bumbás Caprichoso e Garantido, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o Ministério Público do Amazonas, através da Promotoria de Parintins, abordou o cumprimento das normas de segurança para o 57° Festival Folclórico de Parintins, que começa nesta sexta-feira (28/06).

O encontro, conduzido pelo promotor de Justiça Caio Fenelon, teve como objetivo garantir a integridade de todos os envolvidos no evento, desde os trabalhadores até o gigantesco público.

A reunião aconteceu após o Ministério Público emitir recomendação pelo rigor da segurança às duas agremiações.

Dados de milhões de beneficiários do INSS ficaram expostos e foram acessados após vazamento

Arquivo do Google

Pedro do Coutto

O INSS confirmou nesta segunda-feira, que há indícios de que informações sigilosas de pessoas com aposentadorias e benefícios sociais e assistenciais sofreram vazamento. A vulnerabilidade do sistema do INSS foi confirmada pelo presidente do Instituto, Alessandro Stefanutto, que publicou reportagem sobre o assunto. Segundo o INSS, gestões passadas firmaram acordos de cooperação com órgãos governamentais que também têm acesso aos dados, e não havia controle sobre senhas concedidas anteriormente.

Entre janeiro e março, a média foi de mais de 900 registros de ocorrência por mês. Em abril, recuou para 553. Não é possível liberar novos benefícios por meio do sistema acessado, mas ele contém dados cadastrais de pessoas com valores já concedidos, entre outras informações. O órgão informou que não é possível saber, até o momento, quantos vazamentos aconteceram. Com isso, o sistema do próprio Instituto foi parar nas mãos de falsificadores que assim criam valores utilizados para pagamentos de empréstimos inexistentes.

SEM CONTROLE – O episódio demonstra a falta de controle da própria Previdência Social, incapaz de conter as invasões praticadas, usando dados falsos, mas de conteúdos que vão parar nas contas dos próprios criminosos. Não é a primeira vez que isso ocorre, porém desta vez o vazamento atingiu níveis espetaculares e os efeitos já se fazem sentir.

A matéria surgiu como uma bomba na área da Previdência Social que agora tem que se mobilizar para identificar os autores e se preparar para cobrir os prejuízos decorrentes e repor os roubos praticados.

TESOURO DIRETO –  As aplicações financeiras do Tesouro Direto estão apresentando um juro de 6% ao ano acima da inflação. Como a inflação atinge 3,9%, verifica-se assim uma remuneração bastante alta, atingindo um patamar de 9,9%, mostrando uma relação que supera quaisquer outras aplicações no campo produtivo.  Essa remuneração, inclusive, está ligada à taxa Selic, mantida em 10,5% para os 12 meses que separam um período e outro, contribuindo dessa forma para uma rentabilidade que no fundo é paga pelo próprio governo.

Para os investidores que enxergam uma melhora da situação fiscal do país, a compra do prefixado pode gerar um bom retorno por causa das taxas ofertadas. Aqueles que vislumbram um agravamento da crise fiscal, que levaria a um aumento da taxa de juros pelo Copom, tem melhor opção no Tesouro Selic.

O Tesouro Direto, portanto, significa um desembolso financeiro que contribui para abalar a rentabilidade oficial do sistema governamental. A reportagem está na edição de ontem da Folha de S. Paulo e também de O Globo.

A paixão jovem de Gonçalves Dias, quando a amada estava entre menina e mulher

A imaginação tem cores que não se... Gonçalves Dias - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, jornalista, etnógrafo, teatrólogo e poeta romântico maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), no poema “A Minha Rosa”, retrata a beleza entre menina e mulher.

A MINHA ROSA
Gonçalves Dias

A mim! foi a mim que o ouviste?
Eu! — chamá-la minha rosa!…
De certo que é bem formosa,
Entre criança e mulher!
Se a vejo tão jovem inda,
Tão simples, tão meiga e linda,
Da vida no rosicler;

Podia chamá-la — rosa,
De musgo ou de Alexandria,
Rosa de amor, de poesia,
Mais lhe não dava que o seu;
Porque se essa flor mimosa
Já chegaste ao teu retrato,
Havias ver como a rosa
De repente esmoreceu!

Porém teu amor, querida,
Teu amor que é minha vida,
Que é meu cismar, que é só meu;
Esse que te faz formosa
Entre todas as mulheres,
Onde achá-lo?! — Minha rosa…
Minha és tu!… como sou teu.

Não nego que é meiga e linda,
Entre mulher e criança,
Tão jovem, tão meiga, e ainda
Da vida no rosicler;
Mas tu vales mais do que ela,
Não conheces bem teu preço,
Acho-te muito mais bela,
Como és, — entre anjo e mulher.

Lula procurou Sarney para voltar a fazer política com bom senso e paciência

Na hora do aperto, Lula recorre a Sarney

Vicente Limongi Netto

Parodiando o ditado popular, Lula, o bom aluno, à casa torna. Boas luzes levaram Lula novamente a Sarney. Teme ser reprovado em outubro. O aluno anda relapso nos deveres de casa. Esqueceu a boa cartilha política. Abusando de palavreados rudes. Tateando na escuridão. Dando coices no vento.

Mestre Sarney, cultor do bom senso e da paciência, reiterou ao açodado Lula o saudável caminho das pedras. O diálogo supera desavenças. Agressões e insultos são espinhos da política ruim e ultrapassada. 

PLANO REAL – Considerado um dos pais do Plano Real, o economista Edmar Bacha mostrou oceânico encantamento no Correio Braziliense (24/06), ao exaltar os 30 anos da vitoriosa medida.

Nesse sentido, a meu ver, já que o empolgado Bacha teve repentina falha de memória ou falta de desprendimento, ou ambas as coisas, destaco opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no programa de televisão “Consultor Jurídico”, em 2021, ao lado dos também ex-presidentes José Sarney e Michel Temer. 

Claro e categórico, FHC revelou que os planos econômicos do governo Collor foram valiosos para o sucesso da implantação do Plano Real.

MAIS QUE PASSARINHO – Quando David Luiz subiu mais do que passarinho, como brincava Dadá Maravilha, e vibrou com os dois belos gols, em duas partidas seguidas do Flamengo, sonhei que o cabeludo David havia ido para o Fluminense, para jogar, novamente, ao lado de Thiago Silva. O Fluminense continua penando. Jogando mal, rifando a bola, batendo cabeça, exagerando em passes errados. Sobretudo no meio de campo, onde começa, a meu ver, a decisão de um jogo.

Ganso, coitado, berrando com os colegas, dando broncas, ensinando que a bola não queima. Embora não goste de quem trata ela mal. Contra o Flamengo, Diniz sacou, não sei de onde, um Gabriel. Perdidão, entregando o ouro ao adversário. Outro omisso no jogo, Renato Augusto.

O excelente Samuel voltou da contusão devagar. Sem o antigo entusiasmo para pegar a bola, com moral e partir para frente, abrindo jogo pelas extremas, dando opção a Ganso. Parece, pelo jeito, que Samuel tem saudades de Arias. Jogador sensacional. Protege a bola com carinho e competência, como se fosse a mulher da sua vida.

ATÉ MARTINELLI – André é outro que precisa retornar, urgente, ao meio de campo tricolor das Laranjeiras. Pena que Marcelo não jogou. Tomara que retorne quarta, com o Vitória.

Lamentável e ridícula presença em campo do jovem John Kennedy. Sem fibra, atabalhoado. Até o regular Martinelli entrou na roda dos medíocres em campo. Batendo cabeça com o Gabriel. Sabe jogar, tem jeito, mas pareceu sentir a responsabilidade de levar o time para frente. Errou passes bisonhos. Lima ia bem, sem alarde, útil ao time. Cano jogou? Creio que não. O jeito é manter a fé. Porque o drama do fluminense já passou dos limites. Fábio é outro que deixa a torcida na pilha. Repõe a bola com dificuldade. Parece não acreditar nas chuteiras dos colegas da defesa.

Vem logo, Thiago Silva, por favor. Foi injusto Fernando Diniz ser demitido como vilão dos fracassos do time.  

Importante aviso para Eduardo Paes ler, examinar, reler e rever para decidir

Conheça o TERRENO do GASÔMETRO! Local FAVORITO para a ARENA BRB FLA!

Diretoria do Flamengo se apressa e pensa que o terreno já é seu

Jorge Béja

Não escondo e torno público. Gosto muito do prefeito Eduardo Paes. Seu pai – Valmar Souza Paes – também era advogado como sou e nos encontrávamos muito, nos corredores do Fórum do Rio e no meu franciscano escritório. Continuo Eduardo Paes. Paes é que me abandonou. Não responde mais minhas mensagens e-mail, não me telefona e nem me atende.

Pela grande estima é que escrevo este artigo-alerta a Eduardo Paes. Não quero vê-lo derrotado, nem na Justiça nem politicamente.

HASTA PÚBLICA – O decreto do prefeito Eduardo Paes que desapropria o terreno do Gasômetro, ainda que seja por ‘hasta pública”, para a construção do Estádio do Flamengo, decreto publicado nesta segunda-feira (24), parece não ser operação juridicamente segura. Corre o risco de ser desfeita pela Justiça e até mesmo refletir na candidatura de Paes ao quarto mandato, podendo atingir o atual prefeito na disputa.

Tudo isso porque o negócio imobiliário ocorre em ano eleitoral em que a  transferência de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, são práticas que a Lei nº 9504, de 30/9/1997 proíbe para todo o ano em que se realiza a eleição, como este ano de 2024, e não somente ao período de campanha.

A alienação de bens públicos – seja qual for a modalidade –  ocorre pela transferência de bem de propriedade pública a terceiro(s) ao fundamento do interesse público, que sempre ampara o procedimento.

A ALIENAÇÃO – São modalidades de alienação de bens públicos: venda, doação, permuta, concessão de domínio, investidura e legitimação de posse.

Mas a questão do terreno do Gasômetro se tornar o Estádio de Futebol do Flamengo, ainda que traga outros benefícios colaterais, não se enquadra em nenhuma das seis modalidades acima. Será por desapropriação. E o Poder Público só pode desapropriar bem que não lhe pertence.

Isto é, o Município do Rio desapropria bem de terceiro, alega utilidade pública, deposita em Juízo o valor que entende ser o justo, mas que pode ser contestado pelo desapropriado, torna-se proprietário (é o chamado poder discricionário do governante) e depois vende através de “leilão”, conforme justificado. Sim, “leilão!”. Afastada a retórica jurídica e a manipulação das palavras, “hasta pública” nada mais é do que leilão.

VENCEDOR ANTECIPADO – Se a venda pós-desapropriação será por leilão (“hasta pública”), como garantir que o Clube de Regatas do Flamengo será o licitante vencedor? É preciso o reexame deste processo, dessa empreitada de Eduardo Paes em pleno ano eleitoral, certo de que Paes é concorrente à reeleição.

Ainda que tudo estivesse dentro da mais absoluta legalidade, o fato do negócio imobiliário acontecer em ano eleitoral, mesmo antes do período de campanha, já é o suficiente para duvidar da sua legalidade.

Ninguém pode ignorar que a conduta de Paes, ao conseguir um terreno por “desapropriação por hasta pública” para a construção do Estádio do Flamengo lhe trará muitos benefícios eleitorais. O “Mengão” e a nação rubro-negra agradecem. E muito, muito e muito.

Lula afirma que vai sancionar projeto que libera cassinos e jogos de azar

Para Lula, não é isso “que vai salvar o país” em termos de receitas

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva, de acordo com o que foi divulgado no último sábado pelo O Globo, não deve vetar o projeto que tramita no Senado e que restabelece a liberação dos jogos de azar no país, como no tempo dos cassinos, e cuja proibição foi determinada pelo então presidente Eurico Dutra, em fevereiro de 1946, logo após ter assumido o governo no final de janeiro daquele ano.

Lula afirmou que deve sancionar o projeto de lei que propõe a legalização de cassinos e jogos de azar, como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Para Lula, entretanto, não é isso “que vai salvar o país” em termos de receitas e geração de empregos. Em entrevista à Rádio Meio Norte, em Teresina, no Piauí, o presidente disse que, se o texto for aprovado no Congresso, com acordo entre os partidos políticos, “não tem porque não sancionar”.

RELATÓRIO – Na última semana, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, por 14 a 12 votos, relatório sobre o Projeto de Lei nº 2.234/2022, que veio da Câmara dos Deputados, onde foi aprovado, e tramita no Senado desde 2022. O tema agora deve ser remetido ao plenário da Casa.  A proposta prevê a permissão para a instalação de cassinos em pólos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão (com pelo menos 100 quartos), restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

O texto propõe ainda a possível emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Alguns estados teriam exceção, como São Paulo, que poderia ter até três cassinos, e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, com até dois cada um, sob a justificativa do tamanho da população ou do território.

REVOGAÇÃO – Hoje, 78 anos depois de a exploração de jogos de azar no Brasil ter sido proibida, tenta-se revogar a medida que através do tempo recebeu várias iniciativas, mas no fundo nenhuma delas foi à frente. Agora, vê-se mais um esforço para restabelecer o jogo. A opinião pública fica dividida em relação à liberação e à manutenção da proibição.

As bancadas do Congresso estão se mobilizando, em sua maioria, creio, para manter a proibição. Porém,  se o presidente Lula disse que não vetaria, então estará aberto um caminho para o projeto que propõe a volta dos cassinos no Brasil. Os argumentos partem de ambos os lados, e tenho a impressão que existem mais contra do que a favor. Vamos aguardar.

Um samba famoso, baseado numa carta de Pixinguinha a Mozart de Araújo

NOVA HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA - ISMAEL SILVA - Discografia  BrasileiraPaulo Peres
Site Poemas & Canções

O cantor e compositor Ismael Silva (1905-1978), nascido em Niterói (RJ), para fazer a letra de “Antonico”, inspirou-se em uma carta de Pixinguinha para Mozart de Araújo, na qual o maestro pedia ao amigo um emprego para o sambista em dificuldade. O samba “Antonico” foi gravado por Alcides Gerardi, em 1950, pela Odeon.

ANTONICO
Ismael Silva

Ô Antonico
Vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim

Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo bem feliz, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer 

Quem se interessa pelo conhecimento humano deve ler a “História da Filosofia”, de Durant

“O Pensador”, escultura de Auguste Rodin

José Carlos Werneck

O livro “História da Filosofia”, do pensador norte-americano Will Durant é uma excelente “porta de entrada” para todos aqueles que desejam iniciar-se na matéria. Filosofia é palavra grega que significa, literalmente “amor pela sabedoria”. Ou seja, é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente e linguagem, frequentemente colocadas como problemas a se resolver. O termo provavelmente foi cunhado por Pitágoras (a.C. 570 – 495 a.C.).

Considerado um clássico no tema, o livro é dividido em 11 capítulos, que abordam vida e obra de Platão, Sócrates, Aristóteles, Francis Bacon, Spinoza, Voltaire, Emanuel Kant, Schopenhauer, Herbert Spencer, Friedrich Nietzche, Henri Bergson, Benedetto Croce, Bertrand Russell, George Santayana, William James e John Dewey.

Esta obra de Durant faz um estudo bastante elucidativo e didático daqueles que se ocuparam com assunto tão relevante do conhecimento humano e fundamental na formação de estudiosos de qualquer área do Conhecimento.

OBRA FUNDAMENTAL – “História da Filosofia” surgiu como uma série da editora dos Little Blue Books (panfletos educacionais destinados aos trabalhadores) e por ser tão popular, foi republicada como um livro de capa dura por Simon & Schuster em 1926 e tornou-se um “best-seller”, dando a Durant a independência financeira que lhe permitiu deixar o magistério e começar a trabalhar nos onze volumes da” História da Civilização”, durante quatro décadas.

Sua exaustiva dedicação foi bem-sucedida, porque a “A História da Civilização” tem sido a base de outras importantes obras, como “Civilização”, do pensador britânico Kenneth Clark.

Extremamente agradável, a “História da Filosofia” é obra a ser lida por todos os que se interessam pelo conhecimento humano.

Campos Neto não tem condições éticas para ser presidente do Banco Central

Charge do Aroeira (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

O economista Roberto Campos Neto perdeu as condições de dirigir o Banco Central em 2021, quando foi envolvido no escândalo Pandora Pampers, numa investigação sobre sonegação de impostos. Na época, foi confirmado que Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do BC, mantinham contas secretas em paraísos fiscais.

Ou seja, Guedes e Campos Neto não confiavam na própria política monetária que estavam colocando em prática. Para fugir dos impostos sobre transações financeiras no Brasil, ganhavam dinheiro no Brasil e investem no exterior. Pode até ser legal, mas é imoral.

TUDO CERTO – Nenhum dos dois pensava no Brasil. É muito fácil jogar pedras no quintal alheio e ficar caladinhos do nosso lado. Não aceitam nenhuma crítica, nada, nada, certamente acham que está certo conduzir a economia brasileira, mas manter os investimentos pessoais no exterior, mas é claro que se trata de total desmoralização.

Sob esse critério antiético, os outros são corruptos, mas nossos aliados são santos, mas só se forem santos do pau oco, para levar nosso ouro clandestinamente, como na era da colônia.

Portanto, Roberto Campos Neto perdeu as condições morais de permanecer no comando da Banco Central naquela época. Seria preciso autorização do Senado para demiti-lo, mas teria valido a pena.

COM TARCÍSIO – E aí está o Roberto Campos, agora engajado na campanha de Tarcísio de Freitas a presidente em 2026. No showmício e banquete promovido pelo governador de São Paulo, em homenagem ao economista, entre loas e afagos, Campos Neto foi convidado para ministro da Fazenda do novo governo, se Tarcísio vencer, é claro.

Há dois sinais claros, que vislumbro do banquete das elites empresariais de São Paulo, com a nata do sistema financeiro:

1- Os donos do poder financeiro e industrial descartaram o ex- presidente Jair Bolsonaro, que já teria cumprido o seu papel e agora vai ser solenemente dispensado.

2- Esse grupo político e empresarial, não conta com a possibilidade de reeleição de Lula em 2026. Como Jair, o presidente Lula deixou de ser o queridinho do Poder Econômico.

ESTÁ EM CAMPANHA Os nomes de Caiado e Zema são como aqueles bois de piranha, fracos e doentes de votos, que vão para o sacrifício para a boiada do governador Tarcísio de Freitas passar livre, leve e solta no caminho do Palácio do Planalto.

Muitos não querem ver, porque estão cegos pela polarização e pela ideologia, mas os movimentos de Tarcísio são claros. Ele vem tendo boa interlocução com o Supremo, com a bancada evangélica (em cultos foi visto rezando com olhos fechados) e, principalmente, o governador implementou ampla medida de cortes de gastos públicos, ambicioso programa de privatizações, inclusive nas Escolas Públicas, a exemplo do implantado no Paraná.

Pergunto: tudo isso é obra do acaso?

“Chicletes eu misturo com banana, e o meu samba vai ficar assim…”

Os Grandes Sucessos de Jackson do Pandeiro - Album by Jackson Do Pandeiro |  Spotify

Jackson do Pandeiro fazia muito sucesso

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O instrumentista, cantor e compositor paraibano José Gomes Filho (1919-1982), o popular Jackson do Pandeiro, na letra de “Chiclete Com Banana”, escrita de uma maneira humorada e crítica com seu parceiro Gordurinha, grande ator humorista e compositor, protesta de forma bem-humorada contra a invasão que a música americana estava fazendo em nosso país, com ritmos como boogie-woogie, rock com guitarra elétrica, etc. O samba foi gravado por Jackson do Pandeiro, em 1959, pela Columbia e, posteriormente, por Gilberto Gil.

CHICLETE COM BANANA
Gordurinha e Jackson do Pandeiro

Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop

Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
Mas em compensação
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira