Jorge Béja, que honra a advocacia brasileira, realmente merece homenagens

 

Gama Livre: João Amaury Belem lança a anticandidatura de Jorge Béja a ministro do Supremo

Béja, um exemplo de cultura e amor ao próximo

José Carlos Werneck

Hoje é dia de lembrar o aniversário do grande advogado e notável jurista Jorge Béja, que na data de São Jorge, completa 78 anos de intensa vida. A este brilhante advogado, minhas sinceras homenagens, grande admiração e votos de plena Saúde, muitas felicidades e muita Paz em sua bela trajetória de vida.

Béja jamais se omitiu. Sua palavra vigorosa, suas denúncias e, principalmente, suas verdades incontestáveis em suas campanhas em prol dos avanços sociais incomodam os maus brasileiros e os inescrupulosos.

OPÇÃO PELOS POBRES – Sempre pensando na coletividade, notadamente naquela parcela da sociedade que abriga os mais carentes, o advogado carioca é incansável em sua busca por justiça.

Jamais pleiteando nada pessoal, sempre pugnou pelos direitos sociais, combatendo o bom combate do apóstolo Paulo. Poderia, se assim desejasse, ser um grande magistrado e ter alçado ao Supremo Tribunal Federal, pois para tal não lhe faltam notório saber jurídico e, principalmente, reputação ilibada, qualidade raríssima no Brasil atual.

UM GRANDE EXEMPLO – Dedicou-se à Advocacia, à frente do bom combate, das justas e legítimas causas nacionais. Sua pena firme e erudita, sempre a serviço dos interesses do Brasil. Por muitos anos, façanha inerente aos verdadeiros guerreiros, escreveu muito e bem, e continua nos brindando com seus artigos, sempre pontualíssimos.

Domina os mais diferentes assuntos. Escreve bem sobre todos eles. Sua vasta obra precisa virar livros. Gosta de conversar e trocar ideias com pessoas de todas as idades e segmentos sociais. É admirado e muito respeitado por integrantes de diversas gerações.

BELA TRAJETÓRIA – Em seu escritório-biblioteca, na rua do Acre, em nossa amada cidade do Rio de Janeiro, foi visitado por muitas personalidades ilustres do Brasil e do exterior, mas, principalmente, acolheu muita gente humilde em busca de conselhos, conforto e proteção.

Nesse escritório foi entrevistado por jornalistas do Brasil e do exterior e sua trajetória profissional confunde-se com a própria história contemporânea da Advocacia brasileira, notadamente a carioca.

Daqui da capital federal envio meu abraço a esse incansável cultor da justiça social, o notável e brilhante advogado Jorge Béja, com sinceros votos de que continue sempre brilhando na Constelação do Bom Direito.

Moraes deu prazo fatal ao X, mas terá coragem de tirar do ar o ex-Twitter?

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Moraes dá prazo para Musk se explicar, caso contrário….

Carlos Newton

O empresário norte-americano Elon Musk, nesta briga contra o ministro brasileiro Alexandre de Moraes, citou a lendária série de filmes “Star Wars” (Jornada nas Estrelas), criada pelo cineasta George Lukas, e comparou Moraes ao vilão Darth Vader.

Piadas à parte, o ministro do Supremo seguiu a linha de Musk e pode-se até dizer que o Império contra-atacou, porque Moraes saiu da defensiva e deu cinco dias para a rede social X (antigo Twitter) se manifestar sobre um relatório da Polícia Federal que apontou o descumprimento de decisões judiciais por parte da plataforma. O prazo vence nesta sexta-feira, 26.

DISSE O DELEGADO – Pouca gente sabe que Moraes, para enfrentar as fake news e outras irregularidades, criou um comitê no Supremo, dirigido por um delegado da Polícia Federal, que fica controlando o que acontece nas redes sociais, pronto para censurá-las e eliminar qualquer inconveniência.

Assim, quando a assessoria de Moraes revela à imprensa que “a Polícia Federal informou”, na verdade trata-se do delegado. Nesta segunda-feira, por exemplo, a assessoria divulgou que “na semana passada, a PF disse ao Supremo que a plataforma X (ex-Twitter) permitiu a transmissão de lives por seis perfis que foram bloqueados por decisão da Justiça”.

Em tradução simultânea, o delegado (que não é a Polícia Federal) disse a Moraes (que não é o Supremo) que os canais pertencem aos blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) e a outros três ativistas. 

FORA DO BRASIL – Para a PF (ou seja, para o delegado que trabalha com Moraes) “a suposta milícia digital investigada no STF passou a atuar fora do território brasileiro para burlar ordens judiciais e difundir desinformação para obter a aderência de parte da comunidade internacional”.

Caramba! Devem ser infrações seriíssimas, a ponto de o ministro dar o prazo de cinco dias para o X se justificar. Mas na verdade não há novidade alguma. O fato ocorreu no domingo passado, quando Allan dos Santos e os outros bolsonaristas conseguiram postar mensagens durantes alguns minutos, segundo informação de O Globo.

Ao longo dos minutos em que ficou no ar, Allan proferiu xingamentos a Moraes e disse que retomará as atividades do seu espaço “Terça Livre” em território americano —onde mora atualmente — prometendo transmissões diárias.

PRAZO FATAL – Bem, esta sexta-feira é o prazo fatal. A plataforma deve responder que os canais foram rapidamente tirados do ar, o que é verdade. Mesmo assim, será que o incansável ministro brasileiro tomará alguma providência? Moraes e o delegado vigiam a internet como se fossem sentinelas na trincheira, esperando algo de novo no front ocidental, e certamnte encontrarão alguma maneira de enquadrar Musk. 

Será que vão multar o X naqueles ameaçadores 100 mil reais? Ou vai partir para a violência, no estilo Darth Vader, sem ouvir o mestre jedi Yoda e tirando logo do ar a plataforma X, para colocar em seu devido lugar o desprezível empresário Elon Musk?

Como diria o jornalista e compositor Miguel Gustavo, o suspense é de matar o Hitchcock, e agora só faltam quatro dias…

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P.S.
Allan dos Santos já criou mais de 30 perfis no Instagram, e todos foram bloqueados pelo X. Se Moraes usar isso como motivo para punir o X aqui na filial Brazil, vai acirrar os ânimos na matriz USA. Com isso, ele só tem a perder… (C.N.)

Ipec: novos resultados aferidos se somam a desgastes para o governo Lula

Educação é a única área da gestão com saldo positivo na avaliação

Pedro do Coutto

Pesquisa do Ipec revela um desgaste do presidente Lula em vários setores sob a sua administração. Importante é o sinal de alarme no convés do governo, sobretudo porque um dos setores que gera mais reclamações é o de alimentação.

Era esperado, pois a questão do consumo de alimentos é fundamental uma vez que acarreta um desembolso diário da população, sobretudo a mais carente, sem que os seus rendimentos avancem na mesma proporção. É preciso que o governo atente para esse aspecto e não fique apenas no debate sobre déficit zero sem levar em consideração a questão da fome.

QUEDA – Quase dois meses após a pesquisa Ipec mostrar que a avaliação positiva (soma de “ótimo e bom”) para o governo do presidente Lula da Silva caiu cinco pontos percentuais e chegou a 33%, novo levantamento do instituto, divulgado neste domingo, revela que o cenário segue desanimador para a gestão de Lula.

Além da baixa popularidade, o Ipec aponta que entre oito áreas da gestão de Lula, apenas uma, a educação, tem mais avaliações positivas que negativas. A população se mostrou preocupada e descontente especialmente com o controle da inflação e a condução das políticas de saúde e segurança pública.

Quando se trata do quesito “controle da inflação”, a população se demonstrou fortemente insatisfeita. Para 46% dos entrevistados pela pesquisa, o Palácio do Planalto tem atuação ruim ou péssima nesse quesito. Enquanto isso, com altas frequentes nos preços dos alimentos, somente 23%, consideram o controle da inflação bom ou ótimo e 27% avaliam como regular.

RECUPERAÇÃO – O desgaste do governo Lula viabiliza a possibilidade de formação de um panorama a ser percorrido pelos adversários com vistas às eleições de outubro. É possível que o governo recupere até lá parcelas do eleitorado, mas o que está causando insatisfação revelada pelo Ipec é a falta de cumprimento das promessas de campanha  que levaram Lula à vitória nas urnas.

Agora, novamente o problema se coloca e há divisões partidárias em vários pontos, afastando o PT de outras siglas na disputa como é normal em política. Em vários estados verifica-se que, por exemplo, o Psol tem uma posição e o PT outra. Realmente é um fator que deve preocupar o governo, inclusive porque na campanha municipal a linguagem utilizada não é uniforme como na presidencial.

Após as urnas, cabe ao governo recompor o que foi abalado ou destruído. Mas o problema fundamental continua o mesmo, que é a questão da recuperação do governo como um todo, indo ao encontro da sociedade e cumprindo metas indispensáveis.

Antônio Maria, com saudades do Recife, andava em busca do tempo perdido  

Carmem Miranda com o cronista de Copacabana, Antonio Maria. | Carmen  miranda, Portrait, Duran

Carmem Miranda era amga de Maria

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, radialista e compositor pernambucano Antônio Maria Araújo de Morais (1921-1964), na letra de “Portão Antigo”, mostra a saudade de voltar ao lugar onde viveu. Este samba-canção foi gravado por Leny Eversong, em 1955, pela Copacabana.

PORTÃO ANTIGO
Antônio Maria

Quero voltar
Àquele portão antigo
Para buscar
Minha saudade,
Quero chegar de repente
Abraçar minha gente
Chorar de alegria
Depois entregar o cansaço
À rede macia do terraço.

Quando eu chegar
Na hora mais sossegada
Põe mais um prato na mesa,
Estou aqui
Hei de encontrar em seu olhar
A vida que perdi
Quero voltar para ficar,
Mais nada.

Sem ter como se defender, Moraes só consegue ofender os empresários em geral

Ato contra indicação de Alexandre de Moraes reúne 300 no Rio | Exame

Única reação de Moraes foi chamar Musk de “mercantilista”

Carlos Newton

“Civilização? Sei bem o que significa isso, mas nunca consegui encontrar uma verdadeira civilização. Porém, se algum dia encontrar, sei que saberei reconhecê-la” – dizia o genial britânico Kenneth Clark, considerado o maior historiador contemporâneo. A rainha Elizabeth II era tão encantada com ele que o nomeou cavaleiro do Reino Unido aos 35 anos, algo absolutamente extraordinário. Depois virou Sir e em seguida Barão Clark de Saltwood, quando comprou um castelo normando para morar.

Clark era de família rica, mas trabalhava ininterruptamente, pesquisando e escrevendo obras notáveis. Morreu em 1983 sem conhecer a civilização. Se algum de seus discípulos continuar procurando, certamente não encontrará neste século, pois ainda estamos muito atrasados, apesar do desenvolvimento científico, bem mais rápido do que os avanço sociais.

EXEMPLO DA AMÉRICA – Vejamos os Estados Unidos, principal país do mundo e que tem mania de grandeza e gosta de ser chamado de América. Pode nossa matriz USA ser considerada civilização, enquanto houver a prisão de Guantánamo, com detentos sem direito a advogado?

E o racismo aparentemente invencível? Pode ser tida como civilizada uma nação onde policiais brancos matam negros por asfixia, no meio da rua? Ou com um candidato a presidente que sonha em construir um muro para evitar a passagem de latinos?

Bem, se não existe civilização na nossa matriz USA, quanto mais aqui na filial Brazil, onde ainda nem compreendemos direito o que significa liberdade de expressão. Aliás, na própria matriz a famosa Primeira Emenda hoje corre risco e há quem pretenda “interpretar” seus conceitos, como ocorre na Suprema Corte aqui na filial.

MUSK EM AÇÃO – Bem, ao investir contra a censura aqui na filial Brazil, o empresário Elon Musk acabou comprando uma briga feia também na matriz USA, e agora resolveu bancar uma campanha nacional em favor da preservação da Primeira Emenda.

Seria bom se fizesse o mesmo aqui na filial, para obrigar o Supremo a cumprir a Constituição, evitando esses exageros comandado por Alexandre de Moraes. Afinal, ninguém percebe que é uma insanidade considerar terroristas e julgar como tal todos os invasores da Praça dos Três Poderes, sem provas materiais? Muitos deles nada fizeram, estavam a passeio, digamos assim, como aquele morador de rua que ficou onze meses preso…

Também as investidas contra blogueiros, youtubers e usuários das redes sociais, sem denúncia da vítima, sem direito de defesa ao suposto infrator e sem decisão judicial, isso pode ser considerado democrático?

EXISTEM LIMITES – Não adianta alegar que o Supremo e o TSE estavam salvando a democracia, porque nada justifica uma ditadura do Judiciário. Agora, Musk tem de depor na matriz USA, perante o Comitê Jurídico da Câmara. E lá vai a imagem do Brasil descendo a ladeira, porque não há defesa para os desmandos de Moraes…

Nesta sexta-feira, como não teve como se justificar, Moraes alegou que Musk é um “mercantilista estrangeiro”. Caramba! Quer dizer que o simples fato de ser empresário estrangeiro é um crime ou algo desabonador aqui na filial? Ora, essa afirmação de Moraes mostra que está completamente desatinado, não tem como responder a argumentos simplórios de Musk, pois o mercantilista apenas tem dito que Moraes exerce censura, e isso é absolutamente verdadeiro.

O ministro brasileiro pensa (?) que tem o direito de “assinar de ofício”, sem pedido do Ministério Público, a remoção de postagens e o bloqueio de contas nas redes sociais, sem que tenha havido queixa ao Judiciário. Ele acha isso normal numa democracia? Deveria lembrar que “iura novit cúria” (o juiz conhece a lei), como diz o axioma fundamental do Direito Romano, e Moraes é professor e acaba de se doutorar…

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P.S.
1 Daqui para frente, vai ser uma humilhação atrás da outra. Moraes não tem como se defender e os demais ministros foram coniventes e o apoiaram o tempo todo. Agora, todos têm de fingir que não está acontecendo nada. Uma situação mais do que constrangedora.

P.S. 2 – E os mercantilistas brasileiros? Vão aguentar calados essa humilhação? Cade â Associação Comercial? E a Confederação do Comércio? Cadê esses desgraçados mercantilistas? (C.N.)

Musk usa Brasil para desgastar Biden e facilitar a volta de Trump ao poder

Elon Musk reativa conta de Donald Trump no Twitter; saiba o que motivou decisão

Elon Musk apoia Donald Trump e sabe fazer o jogo político

Roberto Nascimento

É triste constatar o verdadeiro motivo de os deputados do Comitê Jurídico da Câmara norte-americana publicarem documentos sigilosos da Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, de 2020 até 2024.

Não existe preocupação deles com a política brasileira. O interesse é prejudicar o governo democrata de Joe Biden e enfraquecer o presidente na disputa de poder contra o republicano Donald Trump, nas eleições de outubro deste ano.

QUESTÃO PARTIDÁRIA – O fato concreto é que o Comitê Jurídico é dominado por deputados do Partido Republicano, que são ligados ao empresário Elon Musk.

Ao aceitarem fazer uma parceria com o bilionário, eles não tinham qualquer interesse no Brasil. Apenas aproveitaram a oportunidade para enfraquecer Joe Biden, por apoiar o atual governo brasileiro, inclusive se manifestou contra o golpe tramado para melar as eleições de 2022.

Elon Musk também é republicano e está nessa jogada para derrubar o presidente democrata. Por isso, denuncia com tanta insistência uma suposta censura que estaria sendo implantada no Brasil, para deixar mal o presidente Biden, pelas boas relações que mantém com o governo Lula.

SEMPRE O LUCRO – Há também as razões empresariais. As empresas de Elon Musk mamam nas tetas do governo norte-americano, sim, têm contratos bilionários com estatais, como a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), para as viagens espaciais. Segundo um dos acordos, a NASA terá cinco missões espaciais com a SpaceX, empresa de Elon Musk. Desde o final de 2020 a SpaceX já recebeu cerca de US$ 5 bilhões por prestar os serviços.

Há outros contratos com empresas de Musk, numa vergonhosa teia de interesses políticos e comerciais, que explicam melhor esse súbito interesse de Musk pelo Brasil.

Não queremos nem aceitamos a censura que ele denuncia, assim como não aceitamos que o país seja usado no jogo sujo da política norte-americana.

Extrema pobreza atinge menor nível já registrado, mas ainda há muito para se fazer

16,9 milhões de pessoas ainda vivem na miséria

Pedro do Coutto

O governo divulgou, edição de O Globo de ontem, que o avanço generalizado nos rendimentos médios dos brasileiros em 2023, que foi mais forte entre os mais pobres, levou a miséria ao menor nível da história, apontam cálculos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social).

Ano passado, 8,3% da população, ou 16,9 milhões de pessoas, estavam abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2022, 9,6% da população estava na condição de extrema pobreza, o equivalente a 19,5 milhões de brasileiros, segundo cálculos feitos a partir de dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgados nesta sexta-feira, pelo IBGE.

DESIGUALDADE – É necessário, porém, destacar que a desigualdade entre as faixas de renda continua. A extrema pobreza refere-se aos que passam fome, e na minha opinião acho que a queda desta não se mantém na realidade, pois dizer que o Bolsa Família alavancou faixas de pobreza para um patamar melhor é uma afirmação que gera dúvidas.

Mas, aceitando a informação publicada, verifica-se que ela é completada por um avanço da distribuição de benefícios governamentais. Não está assim transferindo renda, mas sendo abastecida por recursos financeiros da União. Dessa forma, identifica-se que não houve avanço entre uma transferência de renda do capital para o trabalho, pois no caso trata-se da transferência de recursos públicos para socorrer quem tem fome.

ATENDIMENTOS – A iniciativa é positiva, pois estamos diante de um quadro em que milhões de pessoas estão na faixa de extrema pobreza, o que implica em outros atendimentos essenciais que ainda não são vistos efetivamente. Para reduzir os problemas, seria necessário um acesso muito maior ao sistema de empregos. Verificar um número tão alto de pessoas nessa situação afeta profundamente o sentimento humanístico. Não há motivo ainda para comemorarmos de fato, embora tenhamos tido um avanço.

O problema maior, entretanto, é a dívida social. A população encontra-se mergulhada numa série de outras faces que aguardam soluções, como as questões do saneamento, do abastecimento de água, do atendimento médico, da educação, da segurança, entre outros. É preciso ver através dos números a realidade diária dessa imensa parcela da sociedade brasileira que merece uma vida digna e com acesso aos serviços públicos.

O salário médio, por exemplo, é muito baixo. Esse dado é muito importante, mais até do que a renda per capita, pois essa inclui todos os rendimentos divididos pela população. O problema, no fundo, é a distribuição de renda. Um tema que se repete, mas que agora ganha aspectos essencialmente relevantes.  O problema é um desafio para o governo e para todo o país.

Thiago de Mello, um poeta à procura das cores certas para trabalhar a primavera

Portal de Notícias do Jornal do PovoPaulo Peres
Poemas & Canções

O poeta amazonense Amadeu Thiago de Mello, no poema “Mormaço de Primavera”, chama atenção para os valores simples da natureza humana, principalmente, a esperança, porque, apesar dos pesares, devemos sempre continuar, mesmo que ainda seja difícil distinguir “o sujo do encardido,/ o fugaz, do provisório”, temos que avançar, temos que lutar, tendo em vista “que é preciso encontrar as cores certas/ para poder trabalhar a primavera”.

MORMAÇO DE PRIMAVERA
Thiago de Mello

Entre chuva e chuva, o mormaço.
A luz que nos entrega o dia
não dá ainda para distinguir
o sujo do encardido,
o fugaz, do provisório.
A própria luz é molhada.
De tão baça, não me deixa sequer enxergar o fundo
dos olhos claros da mulher amada.

Mas é com esta luz mesmo,
difusa e dolorida,
que é preciso encontrar as cores certas
para poder trabalhar a Primavera.

Governo libera R$ 2,4 bilhões para atender senadores e deputados

Charge do Jorge Braga (opopular.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Lula enfrenta pressões parlamentares que têm interesse nas elevações dos gastos atingindo assim o planejamento traçado pelo governo. É claro que os deputados e senadores estão forçando a liberação de recursos de acordo com as00 obras que pretendem realizar para benefício próprio e de seus apadrinhados, sobretudo em ano de eleições.

Nesta semana, o governo Lula autorizou os repasses de emendas parlamentares que totalizam R$ 2,4 bilhões. Os pagamentos atendem principalmente a pedidos feitos por senadores e deputados federais mais próximos ao governo. Entre os beneficiados está o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que recebeu R$ 24 milhões do valor das emendas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, que recentemente fez críticas ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, não recebeu emendas até o momento.

RECORDE – O valor liberado pelo governo federal é o recorde do ano e chegará diante de votações importantes que passarão pelo Congresso. Entre elas, a votação no Senado do dispositivo já aprovado na Câmara que antecipa a expansão do limite de gastos de 2024, dando uma despesa extra calculada em R$ 15,7 bilhões. A votação dos vetos presidenciais também estará marcada para as próximas sessões.

As emendas parlamentares são garantidas para todos os deputados federais e senadores, mas costumam ser utilizadas como moeda de troca entre o governo e o Legislativo. Cada deputado tem direito a R$ 37,9 milhões anualmente e cada senador tem direito a R$ 69,6 milhões que devem ser investidos em seus estados.

SOLUÇÃO – Tenho a impressão de que o problema é de solução trabalhosa, mas não impossível. É importante considerar que é preciso reduzir os gastos dos parlamentares com as emendas e ajustá-las aos programas que estão na própria pauta governamental. O que não pode haver é uma rebelião de deputados e senadores em função do déficit zero que o governo quer alcançar.

Os obstáculos devem ser transpostos, mas a repercussão na opinião pública é grande. A responsabilidade do governo é maior ainda. Afinal, se abandonar o teto de gastos a inflação poderá voltar a ultrapassar as metas pré-estabelecidas. Enfim, governar é articular os interesses e conduzi-los para um patamar capaz de torná-los viáveis sem a abertura de gastos extraordinários.

No clássico de Lupicínio, a cadeira está vazia e já não existe mais amor

Cadeira Vazia (LUPICÍNIO RODRIGUES e ALCIDES GONÇALVES) - YouTube

Lupicinio e Gonçalves, os compositores

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor gaúcho Alcides Gonçalves (1908-1987), na letra de “Cadeira Vazia”, em parceria com Lupicínio Rodrigues, conta a estória da vítima da mulher traidora, volúvel, sempre disposta à traição que, ao voltar arrependida, encontra, senão amor, pelo menos compaixão, uma vez que perdoá-la é impossível. Este samba-canção foi gravado por Francisco Alves, em 1950, pela Odeon.

CADEIRA VAZIA
Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves

Entra meu amor fique a vontade
E diz com sinceridade o que desejas de mim
Entra podes entrar a casa é tua
Já que cansaste de viver na rua
E os teus sonhos chegaram ao fim

Eu sofri demais quando partiste
Passei tantas horas tristes
Que não gosto de lembrar esse dia
Mas de uma coisa pode ter certeza
Teu lugar aqui na minha mesa
Tua cadeira ainda está vazia

Tu es a filha pródiga que volta
Procurando em minha porta
O que o mundo não te deu
E faz de conta que eu sou o teu paizinho
Que há tanto tempo aqui ficou sozinho
A esperar por um carinho teu

Voltaste estás bem, estou contente
Só me encontraste um pouco diferente

Vou te falar de todo coração
Não te darei carinho nem afeto
Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto
Pra te alimentar podes comer meu pão

Atordoado e confuso, Moraes já não sabe como tocar o inquérito do fim do mundo

O codinome de Moraes descoberto pela PF - Revista Oeste

Moares está enfrentando o pior momento em sua vida

Carlos Newton

Completamente desorientado, o ministro Alexandre de Moraes de repente se tornou uma pálida lembrança daquele magistrado destemido, que tudo fazia para preservar a democracia, diziam Na quarta-feira, dia 18, deixou a arrogância de lado e fez uma visita de surpresa ao Congresso, onde se reuniu com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e depois com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Ninguém sabe o teor das conversas, mas o assunto foi a complicada situação em que Moraes se encontra, após ter tentado enfrentado Elon Musk, um dos maiores empresários do mundo, que se distrai treinando boxe todas as manhãs e lhe deu um direto tão poderoso que levou Moraes à lona, e o ministro brasileiro até agora não recuperou o equilíbrio.

O REI DA CORTE – Com a fama adquirida de mais rigoroso ministro da corte, iracundo e inacessível, Moraes ganhou a simpatia da grande mídia, que exaltava seus exageros na suposta defesa da democracia, sem perceber que a justiça só se mostra verdadeiramente justa quando exercida com discrição e na forma da lei.

Moraes era o mais novo e inexperiente dos ministros em 14 de março de 2019, quando o então presidente Dias Toffoli decidiu abrir ilegalmente um inquérito especial, de ofício, sem ouvir o Ministério Público, para punir os detratores dos ministros do Supremo, justamente quando sua mulher, Roberta Rangel, e a de Gilmar Mendes, Guiomar Feitosa, as mais importantes advogadas da capital, estavam sendo investigadas pela Receita, por inconsistência nas declarações de renda.

Pela primeira vez, na História do Direito em países democráticos, um mesmo magistrado passou a investigar, acusar, julgar e condenar sem apelação. Nascia assim o inquérito do fim do mundo, que não acaba nunca.

E Moraes, além de suspender a fiscalização da Receita Federal sobre 133 contribuintes, entre os quais estavam justamente as duas supremas advogadas, passou a anexar ao estranho inquérito outras investigações, inclusive o ridículo caso do aeroporto de Roma, em que ele acumulava os papeis de vitima, denunciante, investigador, assistente da promotoria e juiz, vejam quanta versatividade.

COMEÇO DO FIM – Essa impressionante coincidência envolvendo as mulheres de Toffoli e Gilmar foi aceita pelas instituições e pela mídia.

Foi assim que o Supremo começou a se deteriorar. Ao invés de ser repudiado pela servidão, Moraes ganhou força e apoio do Supremo e não hesitou em quebrar sigilos bancários de parlamentares e críticos ao STF, entre outras barbaridades.

O ápice foi a prisão preventiva do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) após publicação de vídeo no qual faz críticas aos ministros do STF e defende o Ato Institucional nº 5 do regime militar, o que em outros países seria considerado direito de opinião.

Quando o inquérito do fim do mundo completou cinco anos, alguns dias antes das primeiras denúncias do empresário Elon Musk, o senador Eduardo Girão (Novo-CE), fez um discurso que deveria ser considerado histórico, mas a imprensa amestrada nem registrou.

DISSE GIRÃO – “Há cinco anos, o Brasil assiste a um verdadeiro festival de abusos: arbitrariedades, perseguição política a agentes públicos, formadores de opinião, veículos de comunicação, jornalistas, advogados, artistas, religiosos, empresários, parlamentares, cidadãos comuns, e tudo isso violando devido o processo legal, o sistema acusatório e, principalmente, o sagrado e básico direito à ampla defesa e ao contraditório”, destacou o parlamentar.

Sua denúncia não valeu. Mas logo em seguida surgiria o rebate de Musk, lá na matriz USA. Uma de suas empresas, a X Corp. foi intimada pelo Comitê Jurídico da Câmara americana e entregou os documentos referentes à censura aqui na filial Brazil.

Ficou provado que Moraes ordenou à X a prática de aproximadamente 150 atos de censura sob sigilo, apoiando-se ilegalmente no expediente do segredo de Justiça, sem ordem judicial e sem recurso, porque ele mesmo emitia as ordens ilegais, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

GRANDE CENSOR – A imprensa brasileira acordou e a Folha já chama Moraes de “Grande Censor”, o Estadão e a Veja batem forte e apenas O Globo continua passando paninho, como se diz hoje em dia.

Desorientado, Moraes vê sua imagem de jurista desmoronando no Brasil e no mundo. E o pior é que a festa apenas começou, porque o empresário Elon Musk já foi  convocado a depor na Câmara americana, para liquidar de vez com Moraes, o fabricante de “falsos terroristas”.

Não se espera solidariedade a Moraes no Supremo, embora no Brasil de hoje tudo seja praticamente possível. Porém, caso se unam em defesa de Moraes, os demais ministros do STF estarão mergulhando no lodo junto com ele.

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P.S. 1
– Cabe ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, abrir e conduzir o processo de impeachment contra o ministro que agrediu as leis. Talvez assim os demais ministros entendam o que significa fazer parte do Supremo, pois a maioria  não tem condição nem mesmo de passar pela calçada do tribunal.

P.S. 2 Para quem acha exagerada essa afirmação sobre os atuais ministros, basta destacar que Moraes, movido por Dias Toffoli, o pior currículo da história do Supremo, cometeu todas essas ilegalidades sem que nenhum ministro tenha esboçado a menor reação – nem mesmo os dois nomeados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça, que, somados, não valem por um ministro como Adaucto Lucio Cardoso, que não aceitou a Lei de Imprensa (ou Lei da Censura) no regime militar, despiu a toga, atirou-a sobre a poltrona e foi cuidar da vida que segue, como diria João Saldanha. (C.N.)

Confronto entre o Congresso e o Supremo provoca reflexos no governo Lula  

Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Pedro do Coutto

O confronto entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal tem se refletido no governo Lula  na medida em que a derrubada de matérias julgadas pela Corte Suprema transformam-se em matérias constitucionais. Até a saidinha de presos de bom comportamento em datas festivas também se transformou em matéria da Lei Maior. O Congresso está usando a derrubada de veto do presidente Lula para impor as suas disposições em questões de conteúdo pouco relevantes, mas que custam recursos financeiros ao governo e sobretudo o enfraquecem junto à opinião pública.

A temperatura na Praça dos Três Poderes assim se eleva. Como consertar isso, não se sabe, pois o Congresso está fazendo pressão para obter decisões que beneficiem correntes nele representadas. A articulação política do governo com o Legislativo, por sua vez, não é das melhores. Assuntos surgem e são imediatamente colocados numa tabela de interesses do Poder Legislativo, invadindo atribuições do Executivo.

DIVISÃO –  O problema de conteúdo é fundamental. Ele abrange e até supera a capacidade de legislar, pois não se pode compreender que o Legislativo assuma poderes do Executivo e também do Judiciário. Afinal,se existem Três Poderes é porque uma divisão precisa ser estabelecida. Atravessar esses limites é uma questão complexa. Só o espírito público poderá resolver. A lógica está faltando no debate político do país, especialmente na área do Legislativo.

No meio dos problemas que se desenrolam, surge agora uma negociação absurda com empresas que foram multadas pelo processo da Lava Jato, inclusive negociando o pagamento de dívidas relativas às multas. As organizações atingidas reconhecem as suas participações nas ilegalidades, mas agora desejam agora um desconto de 50% na área financeira que totaliza R$ 4 bilhões, segundo se calcula.

Não sei de onde surgiu essa negociação, mas só o fato dela girar no cenário de ações judiciais, ultrapassam os acordos na ocasião. As empresas desejam essa redução sob a alegação de que a dívida como está hoje choca-se com a realidade inflacionária do país. São absurdos que ocorrem no Brasil, demonstrando a fragilidade institucional.

Aos olhos do poeta, surge a certeza de que a natureza agora é morta…

Almir Zarfeg dedica resenha à nova obra poética de Jorge Ventura: “Outras  Urbanas” - Jornal Alerta

O poeta Jorge Ventura, em noite de autógrafos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O publicitário, ator, jornalista e poeta carioca Jorge Ventura, no poema “Emoldurados”, inspirou-se em telas da natureza morta.

EMOLDURADOS
Jorge Ventura

a laranja cortada à faca
sobre a mesa (gomos e gumes)
não exala mais o cheiro das manhãs

móveis da sala cozinha e quarto
abrigam tardes e noites imóveis
como cestas de nozes e avelãs

restam flores palavras secas
migalhas rostos tristes
expectativas inanimadas

afora o sol pela porta pintada a óleo
o silêncio dos olhos e a certeza
de que a natureza agora é morta

Direita cresce no Brasil, porque a esquerda petista é de uma incompetência absoluta

Pin em Memes

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

A política é uma atividade apaixonante e absolutamente necessária, desde a época em que os seres humanos passaram a viver gregariamente, aos bandos. A vida foi mudando, especialmente no século passado, que registrou o maior avanço tecnológico da humanidade, chegando a um espantoso nível de conhecimento, que infelizmente ainda não beneficia a todos.

A população mundial é de aproximadamente 8,1 bilhão de pessoas e a maior parte dela se concentra em apenas dois países – China e Índia, que juntos têm quase 3 bilhões de habitantes. Depois, vêm os Estados Unidos, com 354 milhões; a Indonésia, 278 milhões; o Paquistão, 237 milhões; a Nigéria, 218 milhões e o Brasil, com 203 milhões, em números aproximados. E A Europa inteira tem quase 600 milhões, apenas.

POBRES PARA SEMPRE – Os estudos sociais da ONU mostram que a fabulosa evolução tecnológica pouco representou em termos de distribuição de renda e riquezas.

De acordo com o relatório de 2023, 1,1 bilhão de pessoas vivem em pobreza multidimensional aguda em 110 países. A África Subsaariana (534 milhões) e o Sul da Ásia (389 milhões) abrigam aproximadamente cinco em cada seis pessoas pobres.

E a política? Bem, caberia aos governantes e líderes políticos enfrentar o problema da miséria e da fome, mas ninguém liga para os países pobres, é melhor fingir que não existem. A cada ano são feitos relatórios, as situações de guerras ou epidemias movimentam alguns recursos humanitários, e não passa disso.

DIREITA E ESQUERDA – Neste desprezo à solidariedade humana, as facções de direita e esquerda se equivalem, a imobilização assistencial ainda é marca registrada da humanidade, sem distinção ideológica.

Agora, constata-se que a direita está muito crescendo no mundo. Nos países europeus e nos Estados Unidos, o motivo é semelhante – a imigração dos miseráveis. Na Europa, os imigrantes começaram a ser aceitos devido à queda no número de habitantes e à necessidade de mão-de-obra para os trabalhos mais árduos e aviltantes.

Por onde entra um boi, passa a boiada, e hoje a imigração e os problemas raciais se tornaram praticamente insolúveis, uma espécie de vingança dos povos explorados que hoje pressionam na Europa seus antigos colonizadores.

E O BRASIL? – Nos Estados Unidos e na Europa, essa realidade é bem conhecida, os imigrantes vivem em guetos, porque não há miscigenação racial como no Brasil. Nesses países desenvolvidos floresce uma direita que não se pode considerar fascista ou nazista, porém é racista, com toda certeza.

Nos Estados Unidos, o repúdio à imigração também fortalece a direita e daqui a pouco Donald Trump volta a falar naquele muro da fronteira com o México.

E no Brasil, por que esse crescimento da direita? Bem, aqui é tudo diferente, com uma explicação mais simples. A direita cresce no Brasil porque a esquerda fracassou inteiramente, conduzida por um falso líder como Lula da Silva, um sindicalista cooptado pelo regime militar e que era conhecido por “Barba”. Portanto, podemos até dizer que Lula é o Cabo Anselmo que deu certo.

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P.S.
Pessoalmente ou encarnado na entidade Dilma Rousseff, Lula desfruta do poder já na quinta gestão e ainda não conseguiu resolver nem mesmo o problema dos sem-terra, que depende apenas de desapropriar terras improdutivas e instalá-los. Apenas isso. É desanimadora a ineficiência da esquerda. É por isso que a direita está nadando de braçada, enquanto Lula pensa (?) que já está reeleito em 2026. (C.N.)

Motorista de aplicativo ganha BBB e fica milionário por merecimento

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Agora, Davi poderá realizar o sonho de estudar Medicina

Vicente Limongi Netto

O Pelourinho acordou feliz. Cajazeiras orgulhosa com a vitória do filho. Davi encantou o Brasil. Conquistou corações. Certamente o mais carismático vencedor de todas as edições do BBB. Pagando aluguel, casado, sustentando a mãe, poucos estudos, motorista de aplicativo, sonha em ser médico, o iluminado Davi jogou com sagacidade, grandeza de atitudes e desprendimento. Jamais usou artifícios torpes e levianos para crescer no jogo.

O BBB é laboratório de emoções. Com o tempo, torna-se carrossel de conflitos, falsidades, traições e tensões. Davi sofreu o diabo, nas mãos dos concorrentes. Durante os três meses do jogo, Davi foi alvo constante de injúrias, preconceitos, chacotas, racismo. Raros, raríssimos, participantes do BBB-24 não massacraram Davi com ofensas e baixarias.

SEMPRE SERENO – A cativante, bela e doce Isabelle foi corretíssima com Davi. Aliados do princípio ao fim do jogo. Linda e comovente a torcida dela na Praça São Sebastião. Bateu saudades. Por sua vez, Davi permanecia sereno. Os olhos graúdos e sorrisos de bom caráter davam o troço. Diziam tudo. Davi mostrou aos aliados e ao público, incríveis leituras do jogo.

Antevia estratégias. usava o cérebro, jamais o fígado.

Davi acordava cedo, fazia o café, arrumava a mesa, bandejas com frutas e adiantava os preparativos do almoço. Na reta final, fez bolo para ele, Mateus e Isabelle. Espantava a tristeza e ansiedade, cantando, pulando na cama, se fantasiando de mulher. Lavava a piscina, banheiros, a casa toda.

GRANDE PRÊMIO – De quebra, fazia a barba e cortava o cabelo dos adversários falsos, cretinos, dissimulados e caluniadores. Difícil saber qual deles foi o mais grosseiro, insolente, arrogante e deplorável com Davi.

O menino baiano, 21 anos, leva para casa, prêmio de 2 milhões e 920 mil reais. Livres de impostos. Durante o jogo ganhou 100 mil reais. Na hora, declarou que usará para reformar a casa da vó dele. O maior prêmio do BBB. Com direito a belo carro que, dizem os entendidos, vale 400 mil reais. Deus ajuda, quem se ajuda. Davi enfrentou e derrotou, com bravura, dezenas de Golias histéricos e de barro. 

Por fim, o bom senso manda não confundir o sereno e carismático baiano, Davi, campeão do BBB-24, com o calhorda e patético senador Davi Alcolumbre, do Amapá.

Governo já contabiliza mais uma derrota, no PL das saidinhas

O trabalho do acendedor de lampiões iluminava também a desigualdade social

A POESIA DO BRASIL: JORGE DE LIMA (1893-1953)... E OS 100 ANOS DO LIVRO "XVI ALEXANDRINOS"...

Jorge de Lima, retratado por Portinari

Paulo Peres
Poemas & Canções

O alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor. Neste soneto, ele usa a figura do acendedor de lampião para marcar a desigualdade social.

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Jorge de Lima

Lá vem o acendedor de lampiões de rua!
Este mesmo que vem, infatigavelmente,
Parodiar o Sol e associar-se à Lua
Quando a sobra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite, aos poucos, se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade
Como este acendedor de lampiões de rua!

Supremo precisa fazer autocrítica, olhar para trás e consertar seus erros

Charge do Nani (nanihumor)

Carlos Newton

Demorou muito, mas estava escrito, como dizem os árabes, e um dia o Supremo Tribunal Federal teria de dar um freio de arrumação, para depois seguir viagem. Assim, depois de uma fase de quase consenso, quando houve união da maioria absoluta (9 a 2) contra os exageros e exotismos do governo Bolsonaro, a imprensa divulga que os ânimos estão novamente exaltados, desta vez entre o presidente Luís Roberto Barroso e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

É bom que haja desentendimentos nos colegiados. Não se pode confiar numa Suprema Corte comandada por um grupelho, digamos assim, com tudo combinado em conluio, fora do plenário, em comportamento execrável nas democracias.

ENTRE AMIGOS – Essa atuação em conjunto vinha ocorrendo desde 2019, quando Gilmar Mendes e o então presidente Dias Toffoli se sentiram desconfortáveis com Bolsonaro no poder, acharam que ele não era confiável e começaram a montar a volta de Lula ao poder.

Foi o maior erro que cometeram e que ficará para sempre manchando suas biografias, porque tiveram de transformar o Brasil no único país da ONU (são 193) que não prende criminoso após condenação em segunda instância. Para libertar Lula, tiveram de inventar uma presunção de inocência até a quarta instância, embora na maioria das nações a Justiça funcione apenas com três instâncias.

Depois, em 2021, com a cumplicidade do ministro Edson Fachin, inventaram outra monstruosidade jurídica – a incompetência territorial absoluta em ação criminal, quando isso só existe em ações imobiliárias.

GÊNIOS DA RAÇA – Ao se intrometer em política e alterar normas consagradas do Direito Universal, é claro que o Supremo iria sofrer críticas aqui dentro e lá fora. Mas o clamor foi até inexpressivo, devido aos erros de Bolsonaro e dos generais que o cercavam,

A possibilidade de um golpe fez com que aumentasse a importância do Supremo, as críticas foram apagadas. O que ninguém esperava é que os ministros continuassem a se julgar os gênios da raça e passassem a desconhecer os outros poderes da República, desequilibrando o balanceamento preconizado pelo barão de Montesquieu.

O resultado é que as críticas voltaram, cada vez mais acerbas, e agora ganharam o mundo, desmistificando a democracia brasileira e sua ordem jurídica medieval, que de um momento para outro pode transformar cidadãos em terroristas.

CÂMARA DOS EUA – É da maior gravidade a denúncia do Comitê Jurídico da Câmara dos EUA. Foram apresentados 150 casos de censura, com ordem de remoção de postagens e de perfis nas redes sociais do X Corp., sem decisão judicial

O próprio ministro Alexandre de Moraes, como presidente do TSE, emitia essas ordens de ofício, sem ter havido queixa. Já explicamos aqui na TI que em qualquer país democrático, quem sofre dano por fake news recorre à Justiça, com pedido de liminar. O juiz de primeira instância emite a ordem de imediata remoção da postagem e o processo segue, com a defesa do ofensor.

Aqui no Brasil, essas atitudes de Moraes se tornaram uma espécie de novo normal, e os deputados americanos estão denunciando que isso significa censura, e na verdade significa mesmo. Vamos aguardar a resposta do presidente do TSE, se é que ele tem algo a dizer.

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P.S.
Tudo isso já era esperado. Os castelos de cartas (houses of cards) sempre vêm ao chão. O que se espera agora é que este mesmo Supremo faça uma autocrítica e corrija seus erros, voltando a respeitar não somente nossa Constituição, mas também os Princípios e Doutrinas do Direito Universal. E os ministros podem começar lembrando que lugar de criminoso é na cadeia, porque os cidadãos de bem se sentem afrontados com os benefícios judiciais concedidos a Lula, Dirceu, Palocci, Cabral, Maluf e tantos outros que nos enganaram e enriqueceram ilicitamente fazendo política. Mas quem se interessa? (C.N.)

Governo Lula propõe trocar superávit por déficit zero em 2025

Governo tem tido dificuldade em fechar as contas e elevar receita

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva adiou o déficit zero nas contas governamentais para 2025 e o ajuste fiscal vai para 2026, o que equivale dizer que ficou para o seu sucessor. Talvez seja ele próprio, uma vez que já afirmou que deve se candidatar à reeleição. A proposta anterior previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano que vem e foi alterada menos de um ano depois de ter entrado em vigor o novo arcabouço fiscal. Também foi mantida a meta de zerar o déficit em 2024.

A modificação da previsão ocorre diante da dificuldade do governo federal em fechar as contas públicas e elevar receita, mas também abre espaço fiscal para a realização de mais gastos públicos em 2025 e 2026. Nesse sentido, a alteração demonstra fragilidade do arcabouço fiscal.

METAS FISCAIS – Pela regra que substituiu o teto de gastos, há uma banda de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo, e com isso, as contas públicas podem ter um resultado deficitário, ou superavitário, sem que as metas fiscais sejam descumpridas. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, justificou que o arcabouço não está sendo descumprido. Ele também ressaltou que o país não pode adotar medidas de renúncia de receita, sem compensação.

A questão deve ser vista com realismo, pois como Fernando Canzian escreveu na edição de segunda-feira na Folha de S. Paulo, o custo da dívida interna do país no ano passado foi de R$ 718 bilhões, resultado da incidência da taxa Selic sobre o total do endividamento.

REFLEXÃO – O cálculo conduz a uma reflexão contábil que indica que não está computada a despesa com a rolagem da dívida. Portanto, todos os anos teremos que enfrentar um déficit real muito grande. A realidade monetária precisa ser exposta e analisada friamente para que a opinião pública não seja iludida. O

Ao fixar o déficit zero para o próximo ano, o governo sinalizou que este ano, em vez de superávit, terá um cenário que exigirá o desembolso fiscal. A execução do orçamento, se for realizada com êxito, poderá zerar a diferença. Mas é preciso firmeza na execução do programa e na divulgação das contas.

Na poesia de João Cabral, o primeiro galo canta e os outros logo tecem a amanhã

Nenhuma descrição de foto disponível.Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata e poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999) utilizou em sua obra poética desde a tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurando, assim, uma nova forma de fazer poesia no Brasil. O poema “Tecendo a Manhã” significa o sonho do poeta com um futuro construído por todos, livremente, para todos, isento de “armações”, maracutaias e intrigas. Um mundo verdadeiramente socialista?


TECENDO A MANHÃ

João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balã